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ITINERANTE 2010. FILOSOFIA Prof. Fabiano Feldhaus . Cinema e Filosofia O uso do cinema (vídeo) na educação: limites e possibilidades. Ao pensar na proposta de discussão e possibilidades do uso do cinema integrado à disciplina de Filosofia, algumas questões foram fundamentais, como: .
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ITINERANTE 2010 FILOSOFIA Prof. Fabiano Feldhaus
Cinema e FilosofiaO uso do cinema (vídeo) na educação: limites e possibilidades
Ao pensar na proposta de discussão e possibilidades do uso do cinema integrado à disciplina de Filosofia, algumas questões foram fundamentais, como:
A formação omnilateral do ser humano e, de maneira especial à preparação de profissionais para refletirem e atuarem no ensino de Filosofia no Ensino Médio, na articulação da Filosofia com os demais saberes;
Como utilizar os novos recursos tecnológicos disponíveis, sobretudo as tecnológicas cinematográficas. VIDEO : BOOK
“Como o livro, o cinema tem o poder extraordinário, próprio da obra de arte, de tornar presente o ausente, próximo o distante, distante o próximo, entrecruzando realidade e irrealidade, verdade e fantasia, reflexão e devaneio”. (CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia, 2000, p.428)40
“Estamos deslumbrados com o computador e a internet na escola e vamos deixando de lado a televisão e o vídeo, como se já estivessem ultrapassados, não fossem mais tão importante, ou como se já dominássemos suas linguagens e sua utilização na educação”. Prof. José Manuel Moran
“O vídeo ajuda a um bom professor, atrai os alunos, mas não substituí substancialmente a relação pedagógica. Aproxima a sala de aula do cotidiano, das linguagens de aprendizagem e de comunicação da sociedade urbana, mas também introduz novas questões no processo educacional.” Prof. José Manuel Moran
O importante é o professor, que queira trabalhar sistematicamente com o cinema, ter em mente: • Um conjunto de objetivos e metas a serem atingidas; • Não tentar impor seu gosto cinematográfico aos alunos;
Qual o uso possível desse filme? • A que faixa etária e escolar ele é mais adequado? • Como vou abordar o filme dentro da minha disciplina ou num trabalho interdisciplinar? • Qual a cultura cinematográfica dos meus alunos?
Por que utilizar o vídeo? • Para introduzir um novo assunto; • Para iniciar uma nova discussão; • Para mobilizar para uma situação problema; • Para vivenciar experiências que trazem emoções e sensações que estimulam os sentidos; • Para alterar a rotina da sala de aula.
E mais... A TV e o Vídeo... • Trazem informações que possibilitam ao professor ser um mediador e não mais aquele que informa; • Mostram-nos modelos de comportamento; • Mobilizam-nos para problemas ambientais e da sociedade em geral; • Ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia.
Os jovens... Segundo Moran: • Lêem o que podem visualizar, ou seja, precisam ver para compreender; • A TV e o vídeo respondem à sensibilidade dos jovens como para grande maioria da população adulta; • A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas.
Em sala de aula precisamos começar pelo sensorial, pelo afetivo, pelo que toca o aluno antes de falar de ideias, de conceitos, de teorias. • Partir do concreto para o abstrato, do imediato para o mediato, da ação para a reflexão, da produção para a teorização.
“A chegada do trem na estação” (Lumiére, 1895), com duração de 50 segundos, narra a chegada de uma locomotiva à plataforma de uma ferrovia repleta de passageiros que o aguardavam. VIDEO
Projetado em Janeiro de 1896, o filme causou tal espanto diante do público, que marcou aquele que pode ser um dos mais mágicos momentos do cinema. Como a câmara englobou a totalidade da ação no momento em que o trem chega e pára do lado esquerdo da tela, o público pensou que o trem realmente estava lá, e tamanho foi o medo, que muitos fugiram da sala de exibição, sendo que os que permaneceram, se esconderam debaixo das cadeiras. Isto pode provar a capacidade do cinema em causar medo.
Para a aula ... São necessários alguns cuidados:
Antes da exibição • Assistir ao vídeo para conhecê-lo; • Verificar se está no nível de compreensão dos alunos; • Marcar as cenas mais relevantes e anotar questões desafiadoras;
Contextualizar com o cotidiano... • Informar somente aspectos gerais do vídeo (autor, duração, prêmios...). Não interpretar antes da exibição, não pré-julgar (para que cada um possa fazer a sua leitura); • Ver a qualidade do vídeo. • Deixá-lo no ponto antes da exibição.
Durante a exibição • Se o vídeo for longo, fazer algumas pausas,explicando o que está acontecendo; • Anotar as cenas mais importantes; • Observar as reações do grupo.
Depois... • Rever as cenas mais importantes ou difíceis; • Se o vídeo for complexo, exibi-lo uma segunda vez chamando a atenção para determinadas cenas, para a trilha musical etc.
Vídeo-tapa buraco: Colocar vídeo quando há um problema inesperado, como ausência do professor. Usar este recurso eventualmente pode ser útil, mas se for feito com freqüência, desvaloriza o uso do vídeo e o associa - na cabeça do aluno - a não ter aula.
Vídeo-enrolação: Exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria. O aluno percebe que o vídeo é usado como forma de camuflar a aula. Pode concordar na hora, mas discorda do seu mau uso.
Vídeo-deslumbramento: O professor que acaba de descobrir o uso do vídeo costuma empolgar-se e passa vídeo em todas as aulas, esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes. O uso exagerado do vídeo diminui a sua eficácia e empobrece as aulas.
Vídeo-perfeição: Existem professores que questionam todos os vídeos possíveis porque possuem defeitos de informação ou estéticos. Os vídeos que apresentam conceitos problemáticos podem ser usados para descobri-los, junto com os alunos, e questioná-los.
Só vídeo: Não é satisfatório didaticamente exibir o vídeo sem discuti-lo, sem integrá-lo com o assunto de aula, sem voltar e mostrar alguns momentos mais importantes.
Vídeo como Mobilização Um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um novo assunto, para despertar a curiosidade, a motivação para novos temas. Isso facilitará o desejo de pesquisa nos alunos para aprofundar o assunto do vídeo e da matéria.
Vídeo como ILUSTRAÇÃO O vídeo muitas vezes ajuda a mostrar o que se fala em aula, a compor cenários desconhecidos dos alunos. Um vídeo traz para a sala de aula realidades distantes dos alunos, como por exemplo a Amazônia ou a Grécia. A vida se aproxima da escola através do vídeo.
Vídeo como SIMULAÇÃO É uma ilustração mais sofisticada. O vídeo pode simular uma analogia do mundo sensível e do inteligível, como por exemplo a alegoria da caverna de Platão. Esta compreensão dos dois mundo é possível em poucos minutos utilizando o vídeo.
Vídeo como CONTEÚDO DE ENSINO Vídeo que mostra determinado assunto, de forma direta ou indireta. De forma direta, quando informa sobre um tema específico orientando a sua interpretação. De forma indireta, quando mostra um tema, permitindo abordagens múltiplas, interdisciplinares.
Vídeo como PRODUÇÃO • Como documentação, registro de eventos, de aulas, de estudos do meio, de experiências, de entrevistas, depoimentos. • Como intervenção: interferir, modificar um determinado programa, um material audiovisual, acrescentando uma nova trilha sonora ou editando o material de forma compacta ou introduzindo novas cenas com novos significados.
Vídeo como expressão, como nova forma de comunicação, adaptada à sensibilidade principalmente das crianças e dos jovens. Criação ( é possível haver outra verdade);
Vídeo como AVALIAÇÃO • Dos alunos; • Do professor; • Do processo.
Vídeo ESPELHO Vídeo-espelho para análise do grupo e dos papéis de cada um, para acompanhar o comportamento de cada um, do ponto de vista participativo, para incentivar os mais retraídos e pedir aos que falam muito para darem mais espaço aos colegas. O vídeo-espelho é de grande utilidade para o professor se ver, examinar sua comunicação com os alunos, suas qualidades e defeitos.
Vídeo como INTEGRAÇÃO/SUPORTE • Vídeo como suporte da televisão e do cinema. Gravar em vídeo programas importantes da televisão para utilização em aula. • Alugar ou comprar filmes de longa metragem, documentários para ampliar o conhecimento de cinema, iniciar os alunos na linguagem audiovisual;
Vídeo interagindo com outras mídias como o computador, o CD-ROM, com os videogames, com a Internet. Vídeo – Tecnologia ou Metodologia
Não existe fórmula pronta para analisar um vídeo didático, cada docente poderá encontrar a sua de acordo com seu tempo e realidade.
Análise em conjunto O professor exibe as cenas mais importantes e as comenta junto com os alunos, a partir do que estes destacam ou perguntam. É uma conversa sobre o vídeo, com o professor como moderador. O professor não deve ser o primeiro a dar a sua opinião, principalmente em matérias controvertidas, nem monopolizar a discussão, mas tampouco deve ficar em cima do muro. Deve posicionar-se, depois dos alunos, trabalhando sempre dois planos: o ideal e o real; o que deveria ser (modelo ideal) e o que costuma ser (modelo real).
Análise globalizante Fazer, depois da exibição, estas quatro perguntas: - Aspectos positivos do vídeo? - Aspectos negativos? - Idéias principais que passa? - O que vocês mudariam neste vídeo?
Análise Concentrada Escolher, depois da exibição, uma ou duas cenas marcantes. Revê-las uma ou mais vezes. Perguntar (oralmente o por escrito): • O que chama mais a atenção (imagem/som/palavra) • O que dizem as cenas (significados) • Conseqüências, aplicações (para a nossa vida, para o grupo).
Análise "funcional” Antes da exibição, escolher algumas funções ou tarefas (desenvolvidas por vários alunos): • o contador de cenas (descrição sumária, por um ou mais alunos); • anotar as palavras-chave
anotar as imagens mais significativas • caracterização dos personagens • música e efeitos • mudanças acontecidas no vídeo (do começo até o final).
Depois da exibição, cada aluno fala e o resultado é colocado no quadro. A partir do quadro, o professor completa com os alunos as informações, relaciona os dados, questiona as soluções apresentadas.
COMPARAR OS VÍDEOS • Nesta prática exibe-se um segundo vídeo do mesmo tema numa outra versão e faz-se a comparação; • Identificam as idéias centrais de ambos os vídeos.
COMPLETAR E MODIFICAR O VÍDEO Em seguida exibe-se novamente o vídeo até um determinado ponto e os alunos desenvolvem em grupo um final próprio e justificam o porquê das escolhas. Comparam-se os finais propostos fazendo considerações necessárias; Modificam, adaptam, editam, narram, sonorizam diferentemente;
Criam um novo material adaptado a sua realidade, a sua sensibilidade. CONCEITUAÇÃO: momento que o estudante apresenta capacidade de criar e recriar conceitos na experiência do pensamento.
VÍDEO PRODUÇÃO Criar uma nova versão do que foi assistido, ou seja, ( criam ou recriam novos conceitos); Entrevistar pessoas, elaborar roteiros, gravar, editar; Elaboração do roteiro, gravação, edição, sonorização; Exibição em classe e/ou em circuito interno; Comentários positivos e negativos. A diferença entre a intenção e o resultado obtido.