100 likes | 210 Views
Guilherme F. W. Radomsky Cynthia X. de Carvalho Valério V. Bastos Edgard Malagodi. Formatos técnico-produtivos: a agroecologia no Oeste de Santa Catarina e no Agreste da Paraíba. INTRODUÇÃO.
E N D
Guilherme F. W. Radomsky Cynthia X. de Carvalho Valério V. Bastos Edgard Malagodi Formatos técnico-produtivos: a agroecologia no Oeste de Santa Catarina e no Agreste da Paraíba
INTRODUÇÃO • O estudo apresenta e discute as experiências em agroecologia no Oeste de Santa Catarina e no Agreste da Paraíba. • Santa Catarina- experiências de certificação participativa em agroecologia da Rede Ecovida, no núcleo de Chapecó do Oeste do Estado. • Paraíba- experiências de agricultores agroecológicos do município de Lagoa Seca, coordenados pelo STR e por uma rede de comissões de suporte e associações de base • Objetivo: • compreender o papel das inovações, das redes e das formas de conhecimento local para a configuração de novos formatos técnico-produtivos e de arranjos sociais que possam fornecer outro entendimento de desenvolvimento rural.
Experiência agroecológica em Santa Catarina e na Paraíba • Contexto • A inovação, representada pela certificação participativa associada à agroecologia, insere-se em um contexto de expansão dos mercados de orgânicos. • A implantação das experiências em agroecologia coincide com a criação de uma rede certificadora (Rede Ecovida – final dos anos 90), e de criação de uma feira agroecológica. • Contexto • A partir da década de 70 - atuação de instituições voltadas para a viabilidade da agricultura familiar, buscando incentivar experimentos de tecnologias apropriadas. • Década de 90 • Atuação do STR de Lagoa Seca, que se organiza com o objetivo de superar as dificuldades vivenciadas pelo campesinato em crise devido ao modelo de agricultura convencional adotado. • Surge o Pólo Sindical da Borborema e sua aproximação com ONGs, como a AS-PTA, e redes, como a ASA-PB . Santa Catarina Paraíba
Experiência agroecológica em Santa Catarina e na Paraíba A PROPOSTA AGROECOLÓGICA • Surgiu em meio a um movimento mais amplo de agricultores familiares, coordenados pela APACO (Associação dos Pequenos Agricultores do Oeste Catarinense). • Na região atuam várias entidades, que organizam o setor dos agricultores famílias, com destaque para: APACO, Secretaria municipal de Desenvolvimento Rural de Chapecó, EPAGRI, Cooperfamiliar e Unochapecó. A PROPOSTA AGROECOLÓGICA • Surge em meio a uma forte articulação, envolvendo camponeses, entidades sindicais e suas associações de base, em parceria com outros movimentos sociais rurais e ONGs. Aparece: • Como reação a um modelo de produção caro e causador de externalidades negativas. • Como uma continuidade e reforço de um modo de vida e de produção já existente, contribuindo para revelar e legitimar estratégias já praticadas pelos agricultores familiares, anteriormente desconsideradas ou “invisíveis” (como exposto por SABOURIN, 2009). Santa Catarina Paraíba
Santa Catarina Paraíba Principais características das experiências
Principais características das experiências • Santa Catarina • Os agricultores buscam se estabelecer economicamente através de novos canais de comercialização, com o resgate das cadeias curtas - venda direta nas feiras -, mas também para supermercados e programas governamentais. • Há interesse na diversificação da comercialização. • A venda para supermercados é restrita a dois produtores, sendo relevante e majoritária a venda direta nas feiras. • Embora se insista na relevância e na necessidade de se utilizar os selos da Ecovida nas feiras, muitos produtores acreditam que sua presença pessoal basta para atestar a sanidade dos alimentos. • A importância do selo e da certificação é salientada para a comercialização em lojas e supermercados, onde os agricultores não podem estar presentes. • Paraíba • No lado da produção, a estratégia tem sido montada a partir de resultados e efeitos em cadeia - a produção gerando insumos para a reprodução e continuidade do processo produtivo, o que se tem conseguido com a unificação da agricultura com a criação animal. • No lado da comercialização, o escoadouro da produção é majoritariamente nas feiras, que são de dois tipos: feiras do produtor (organizadas pela EMATER) e feiras agroecológicas (organizadas pelos sindicatos e agora pela ECOBORBOREMA). • Observa-se a experiência recente do PAA e da merenda escolar. • A certificação não aparece como uma dimensão determinante, havendo uma relação de confiança que se estabelece no próprio contato face a face produtor-consumidor, sendo este um aspecto que diferencia a experiência do Nordeste em relação ao caso estudado no Sul.
Importância das feiras para as economias familiares • É delas que advém a grande fonte de recursos monetários dos agricultores ecológicos - são espaços de sociabilidade entre agricultores, de encontro com breves reuniões e de divulgação de eventos e “novidades”. • São mais que formas de garantir a reprodução social e econômica das famílias. Exercem um conjunto de possibilidades e efeitos sociais para agricultores e consumidores. • Nas feiras acontece um dos elos mais importante do processo da transição agroecológica: a aproximação dos agricultores com os consumidores. • Em ambas as situações a entrada para o sistema agroecológico tem exigido um grande investimento de tempo e participação pessoal. • Nas feiras de venda direta, na Paraíba e em Santa Catarina, em geral o feirante é o próprio produtor rural ou membro da família que para se inserir neste espaço, tem de participar de reuniões, saber o estatuto da feira, aceitar o compromisso de não mais produzir com agroquímicos etc. • Todos esses aspectos têm contribuído para construção social dos mercados.
Considerações Finais • Destaca-se para a presença de dispositivos coletivos e mediadores como importantes atores na construção social da agroecologia. • A agroecologia aparece como uma construção coletiva cuja primazia é uma transformação do processo produtivo, da valorização do saber e da inserção social dos agricultores, ainda que a dimensão econômica e o apelo comercial sejam expressivos nos dois casos. • O processo coletivo é essencial para elaboração de inovações e para a construção da autonomia dos agricultores familiares. Observa-se a busca por valorizar e integrar o conhecimento local, de modo a valorizar o protagonismo dos agricultores e os processos de inovação a partir da base. • As inovações se produzem coletivamente e circulam em rede, nas relações sociais, portanto, o conhecimento local é uma das matrizes (não a única) de onde partem as novidades. • É importante observar os custos da transição agroecológica: há falta de mão de obra, e isso como efeito do aumento do trabalho. Trabalham muito não apenas porque diversificam a produção, mas também porque se envolvem na comercialização, participam de muitas reuniões, etc. • Isso significa basicamente que, para as famílias que se converteram, aumentou a diversificação de cultivos, diversificação de mercados e também alargou o tempo de trabalho dedicado à agricultura.
Desafios • Os desafios principais da Rede Ecovida no oeste de Santa Catarina são recursos para assessoria diretamente à agroecologia e formas de promoção e estímulo ao crescimento do número de produtores orgânicos. • No caso do Nordeste, observou casos de extrema pobreza, dificultando ao agricultor condições reais de produção.