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Patentes produtos quimico-farmaceuticas registadas. Reckie & Weber (adaptado). Michael A. Friedman JAMA. 1999;281:1728-1734. DOENÇA IATROGÉNICA. EPIDEMIOLOGIA. - Ocorre em 6-15% dos doentes internados em UCI - Causa de morte em 0.3% - Causa de internamento hospitalar 3-5%
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Patentes produtos quimico-farmaceuticas registadas Reckie & Weber (adaptado)
DOENÇA IATROGÉNICA EPIDEMIOLOGIA • - Ocorre em 6-15% dos doentes internados em UCI • - Causa de morte em 0.3% • - Causa de internamento hospitalar 3-5% • - Causa de consulta 2-3% • - Responsável por 15% dos dias de internamento
DOENÇA IATROGÉNICA Exemplos históricos • -Anos 30 (EUA) – dietilenoglicol como solvente de xarope de sulfanilamida – 100 mortes • - 1960/62 – Talidomida (focomélia) • - 1973 (Japão/austrália) – Clioquinol (neuropatia mielo-óptica subaguda) • - 1978 – Practolol (síndroma mucocutânea) • - 1982 – Benoxaprofeno (síndroma hepato-renal)
REACÇÃO ADVERSA a MEDICAMENTOS ADRs – Adverse Drug Reaction • Reacção a um medicamento nociva e inesperada e que ocorre com a dose habitualmente utilizada no Homem para profilaxia, diagnóstico, tratamento ou modificação de uma função fisiológica (CE-OMS)
Incidence of adverse drug reactions in the USA Number of studies Patients studied Incidence of ADR (95% CI) Estimated number (thousands, with 95% CI) ADRs in patients while in hospital Serious 12 22,500 2.1 (1.9 to 2.3) 702 (635 to 770) Fatal 10 28,900 0.19 (0.13 to 0.26) 63 (41 to 85) ADRs in patients admitted to hospital Serious 21 28,000 4.7 (3.1 to 6.2) 1547 (1033 to 2060) Fatal 6 17,800 0.13 (0.04 to 0.21) 43 (15 to 71) Overall ADR incidence Serious 33 50,500 6.7 (5.2 to 8.2) 2216 (1721 to 2711) Fatal 16 46,600 0.32 (0.23 to 0.41) 106 (76 to 137) Overall it was estimated that some 2.2 million serious ADRs would have occurred in 1994, with 106,000 of them fatal. • J Lazarou, BM Pomeranz, PN Corey. • Incidence of adverse drug reactions in hospitalized patients: • A meta-analysis of prospective studies. JAMA 1998 279: 1200-5
Causas de morte nos EUA (JAMA 2000) 1- Cardiacas 2- Cancro 3- AVC 4- Reacções adversas medicamentos 5- Pulmonares
Medicamentos retirados do mercado por RAM 1974-93 • - Espanha - 16 • - UK - 20 • - 3-4% dos medicamentos aprovados no mesmo período EFEITOS TIPO B • - Hepaticas • - Hematológicos • - Cardíacos • - Cutâneos • - AINE - 16 • - Vasodilatadores - 4 • - Antidepressivos – 3 • - Outros - 13
ENSAIO CLÍNICO DE MEDICAMENTOS PERÍODO PRÉ-COMERCIALIZAÇÃO Objectivos Características FASE Voluntários sãos Estudos farmacocinéticos 5- 10 Voluntários sãos I Ensaios farmacodinâmicos Caracterização dose-resposta 50- 200 doentes seleccionados II < 1000 doentes, inc. grupos espe-cíficos (IR, IH) Ensaios comparativos, controlados, aleatorizados Eficácia e segurança III
ENSAIO CLÍNICO DE MEDICAMENTOS PERÍODO PÓS-COMERCIALIZAÇÃO Objectivos Características FASE Diverso tipo de doentes Expansão, novas indicações Farmacovigilância Diversos figurinos IV
FARMACOVIGILÂNCIA Conceito • “Detecção, registo e avaliação das reacções adversas, para determinar a incidência, gravidade e relação causal ... ... com o objectivo da sua prevenção*. (*OMS-1966)
ENSAIO CLÍNICO DE MEDICAMENTOS Diferenças entre pré e pós comercialização Pré-comercialização Pós-comercialização > Dezenas de milhar Nº de doentes Algumas centenas Dias a anos Duração Dias, semanas Toda a população de doentes População Muito seleccionada Frequente Outros tratamentos Geralmente evitados Geralmente variável Dose Geralmente fixa Seguimento menos rigoroso (doente menos informado) Condições Seguimento rigoroso (melhor informação)
IATROGENIA MEDICAMENTOSA PATOGENIA • TIPO A – (augmented) (~80%) – resulta de um efeito farmacológico exagerado • - Hipoglicemia da insulina; bradicardia beta-bloq; hemorragia AAS • TIPO B – (bizarre) (~20%) – resposta inesperada e totalmente aberrante • - Anafilaxia PN; necrose hepática halotano; S. Lyell piroxicam
IATROGENIA MEDICAMENTOSA PATOGENIA • TIPO C – (chronic) (<1%) – durante exposição prolongada • - Cushing da prednisolona; discinésia das fenotiazinas, • TIPO D – (delayed) (<1%) – muito após exposição • - Neoplasias após agentes alquilantes, malforações craniofaciais em filhos de mães expostas ao isotretinoina • TIPO E – (End-of treatment) (<1%) – imediata- mente após suspensão • - Privação após paroxetina; Addison pós corticoterapia; HT apos beta-bloq ou clonidina
FACTORES DE RISCO DE R.A.M. -Consequência inevitável de uso de medicamentos cada vez mais potentes -Risco de RAM aceitável se doença grave; inaceitável o uso de medicamento potencialmente tóxico em doença trivial -Polipragmasia facilita a ocorrência de RAMs -O clínico deve ser instruído a: reconhecer a presença de RAM alertar o doente para o risco da sua ocorrência notificar perante suspeita de RAM grave
FACTORES DE RISCO DE R.A.M. Incidência de RAM em doentes hospitalizados relativamente ao número de medicamentos prescritos May et al (1977)
FACTORES DE RISCO DE R.A.M. -Resultado de interacção complexa entre: Medicamento Doente RAM Condição patofisiológica Factores extrínsecos
FACTORES DE RISCO DE R.A.M. -Resultado de interacção complexa entre: Caracerísticas Fisicoquímicas e farmacocinéticas Formulação Dose Via de administração Doente Medicamento RAM Factores extrínsecos Condição patofisiológica
FACTORES DE RISCO DE R.A.M. -Resultado de interacção complexa entre: Doente Medicamento Administração de outros medicamentos Alcool Poluentes, fumo RAM Factores extrínsecos Condição patofisiológica
FACTORES DE RISCO DE R.A.M. -Resultado de interacção complexa entre: Doente Medicamento RAM Doença associada Predisp. genética D. alérgica D. intercorrente Factores extrínsecos Condição patofisiológica
FACTORES DE RISCO DE R.A.M. -Resultado de interacção complexa entre: Idade Sexo Má nutrição Gravidez Doente Medicamento RAM Factores extrínsecos Condição patofisiológica
DOENÇA IATROGÉNICA FACTORES PREDISPONENTES 1-Quantidade do medicamento 2-Idade (crianças, idosos) 3-Doenças subjacentes 4-Sexo e gravidez 6-Susceptibilidade “alérgica” 6-Polipragmasia 7-Factores étnicos
FACTORES DE RISCO DE R.A.M. ETIOLOGIA DAS DAS R.A.M. 1-Anormalidades na resposta do doente 2-Anormalidades subjacentes 3-Anormalidades na administração 4-Sindromes de “privação” 5-Interacções farmacológicas 6-Reacções do sujeito passivo
MÉTODOS DE ESTUDO DE EFEITOS ADVERSOS • -Notificações espontâneas • - Vigilância intensiva em meio hospitalar • - Análise de tendências de morbi-mortalidade • - Estudos prospectivos de “cohortes” • - Estudos retrospectivos comparativos (“case-control”) • - Ensaios clínicos controlados e aleatoriados
MÉTODOS DE ESTUDO DE EFEITOS ADVERSOS • -Notificações espontâneas • Simples • Subestima incidência • Raramente relatados efeitos novos • Base em impressões , não em causa-efeito • Necessário conjugar nº ocorrencias/nº prescrições • Dicionário de RAM
“Ficha • Amarela”
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO EM FARMACOVIGILÂNCIA • -Registo • - Validação • - Imputabilidade • - Explicação • - Acção / Banco de dados
IATROGENIA MEDICAMENTOSA IMPUTABILIDADE CAUSAL – Critérios operacionais • Sequência temporal • Reacção já conhecida • Desaparece com interrupção • Recidiva após re-introdução • Explicada (ou não) pela doença ou outra terapêutica • Reacção ainda não descrita Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA IMPUTABILIDADE CAUSAL • -DEFINITIVO • - PROVÁVEL • - POSSÍVEL • - IMPROVÁVEL • - INCLASSIFICÁVEL Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA IMPUTABILIDADE CAUSAL • -DEFINITIVO • Sequência temporal • Reacção típica • Desaparece com interrupção • Recidiva após re-introdução • Não explicada pela doença ou outra terapêutica Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA IMPUTABILIDADE CAUSAL • - PROVÁVEL • Sequência temporal • Reacção típica • Desaparece com interrupção • Não explicada pela doença ou outra terapêutica Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA IMPUTABILIDADE CAUSAL • -- POSSÍVEL • Sequência temporal • Reacção típica • Desaparece com interrupção • Não se pode excluir que resulte da doença de base Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA IMPUTABILIDADE CAUSAL • - INCLASSIFICÁVEL • Não há dados suficientes ou são contraditórios • Não é posível estabelecer imputabilidade. Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA IMPUTABILIDADE CAUSAL • - IMPROVÁVEL • A relação no tempo torna-o improvável • Efeito não descrito • Relação causa efeito mal definida Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA Dificuldades no diagnóstico • Reacção frequente com o medicamento, mas rara espontaneamente* • Reacção rara, quer com medicamentos, quer espontaneamente** • Reacção frequente, quer com medicamentos, quer espontaneamente** • Medicamento apenas eleva ligeiramente a incidência de situação espontânea frequente*** *Detectável antes comercialização; ** Detectável após comercialização; *** Raramente detectada
Pecado maior do farmacovigilante perante determinada manifestação mórbida Esquecer que pode tratar-se de uma RAM! -Atribui a causa à doença subjacente -Atribui a causa a uma nova doença -Não inquere sobre a medicação em curso -Esquece que a doença subjacente aumenta o risco de RAM
RAM O QUE NOTIFICAR? • -MEDICAMENTOS COM > 2 ANOS DE COMERCIALIZAÇÃO Efeitos NOVOS (não descritos) • -MEDICAMENTOS COM <= 2 ANOS DE COMERCIALIZAÇÃO TODOS os efeitos • -PARA AMBOS OS CASOS TODOS os efeitos GRAVES (descritos ou não)
EFEITOS ADVERSOS GRAVES Os que provocam • -A morte • - Perigo de vida • - Incapacidade significativa • - Hospitalização • - Prolongamento de hospitalização prévia