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Linguagem e Comunicação Animal vs. Linguagem humana Dupla Articulação Língua-Fala

Linguagem e Comunicação Animal vs. Linguagem humana Dupla Articulação Língua-Fala Estruturas equivalentes à dicotomia Língua-Fala (N. Chomsky ; E Coseriu ; L. Hjlemslev ). Linguagem Verbal.

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Linguagem e Comunicação Animal vs. Linguagem humana Dupla Articulação Língua-Fala

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  1. Linguagem e Comunicação Animal vs. Linguagem humana Dupla Articulação Língua-Fala Estruturas equivalentes à dicotomia Língua-Fala (N. Chomsky; E Coseriu; L. Hjlemslev)

  2. Linguagem Verbal • (1) Intenção clara e definida: há sempre um propósito no que dizemos, cada acto comunicacional é orientado para um fim específico; • Por ex.º: o cão tem diferentes ladrares, mas são muito mais vagos comparativamente à linguagem humana. • KarlvonFrisch (Univ. Munique) estudou a linguagem das cigarras e notou que estas, através da vibração das asas, manifestavam uma intenção. • “as abelhas que descobrem uma fonte de néctar informam as companheiras onde está essa fonte. Sobre a prancha de descolagem fazem isso com uma dança elaborada, com determinados movimentos, com uma certa velocidade e apontando para uma direcção" • KarlvonFrisch

  3. Linguagem Verbal (cont.) • (2) Significação permanente: os conteúdos, na sua maioria, conservam o seu significado; • No caso da linguagem animal, é difícil captar uma significação exacta, o significado pode ser fixado por aproximação, enfermando de inexactidão. • "para meu espanto, todas as abelhas com pontos azuis, que visitavam a taça próxima, dançavam em círculo para avisar as companheiras, enquanto as vermelhas, que visitavam a taça afastada, faziam pequenos movimentos agitados” • K. von Frisch

  4. Linguagem Verbal (cont.) • (3) Divisibilidade: possibilidade de o falante dividir os enunciados, de os segmentar, destacando-os das séries em que estão inseridos e, com essas partes segmentadas, construir novas séries. • Ex.º: “Tenho frio.” “Tenho de ir às compras.”; “Este Inverno foi frio.”

  5. Linguagem Verbal (cont.) • O traço da divisibilidade, de forma alguma, é encontrável na linguagem animal, e mesmo os papagaios não o detêm, visto que se limitam apenas a repetir frases aprendidas.

  6. Dupla Articulação • André Martinet: • A dupla articulação é uma característica da linguagem humana. Na primeiraarticulação, combinam-se unidades mínimas significativas – os monemas – em infinitas possibilidades. Na segundaarticulação, estão os fonemas, limitados em número e formadores do sistema.

  7. Dupla Articulação (cont.) • A segundaarticulação diz respeito às unidades meramente distintivas, os fonemas. Por sua vez, pela primeiraarticulação da linguagem, as experiências a transmitir, as necessidades que se pretendem revelar a outrem, analisam-se em uma série de unidades, cada uma delas possuidora de uma forma vocal e de um sentido. (André Martinet, 1973:11)

  8. Dupla Articulação (cont.) • Monemas – unidades mínimas dotadas de significação, segmentam-se em lexemas ou semantemas (léxico) e morfemas (gramática); • Fonemas – unidades sonoras, desprovidas de qualquer sentido e que, combinadas, compõem os monemas; • Morfemas – unidades intermédias, são também unidades mínimas de significação: não são divisíveis sob pena de perderem o seu sentido.

  9. Dicotomia Língua-Fala (Saussure) • Língua • Parte essencial e social da linguagem; • Linguagem menos a fala; • Instituição social; • Sistema de valores; • O indivíduo, por si só, não consegue criá-la nem modificá-la; • Contrato colectivo; • Produto social; • Manejável mediante aprendizagem.

  10. Dicotomia Língua-Fala (cont.) • Língua • “entidade puramente abstracta, uma norma superior aos indivíduos, um conjunto de tipos essenciais, que realiza a fala de um modo infinitamente variável” • V. Brondal

  11. Dicotomia Língua-Fala (cont.) • Fala Parte acessória e individual da linguagem; Essencialmente um acto individual de selecção e actualização; • Constituída, em primeiro lugar, pelas “combinações graças às quais o sujeito falante pode utilizar o código da língua para exprimir o seu pensamento pessoal e os mecanismos psicofísicos que lhe permitem exteriorizar essas combinações”; • Combinatória.

  12. Dicotomia Língua-Fala (cont.) • A língua só existe perfeitamente na massa falante; não se pode manejar uma fala sem partir de uma língua, mas, por outro lado, a língua só é inteligível na fala – é a dialéctica língua-fala. • Historicamente, os factos da fala precedem sempre os da língua.

  13. Dicotomia Língua-Fala (cont.) • A língua é produto e instrumento da fala.

  14. Estruturas equivalentes à dicotomia língua-fala • (1) Noam Chomsky: • Competência-performance: • A competência é o conjunto de virtualidades de um sujeito, em qualquer momento, para compreender, captar ou emitir um número infinito de frases que, na sua maioria, nunca ouviu ou emitiu.

  15. Estruturas equivalentes à dicotomia língua-fala (cont.) • A Performance é o modo como a competência se concretiza em cada indivíduo, em actos específicos. • Noam Chomsky, contrariamente a Saussure que configura a sua dicotomia numa perspectiva social, atribui-lhe uma configuração individual.

  16. Estruturas equivalentes à dicotomia língua-fala (cont.) • (2) Eugenio Coseriu: • Sistema, norma e fala: • O sistema é o conjunto de potencialidades próprias de falantes integrados na mesma comunidade linguística. É mais amplo que a língua e conhece apenas como freio a compreensão.

  17. Estruturas equivalentes à dicotomia língua-fala (cont.) • “É sistema de possibilidades de coordenadas que indicam caminhos abertos e caminhos fechados: pode ser considerado como conjunto de imposições, mas também, e talvez melhor, como conjunto de liberdades, pois admite infinitas realizações e só exige que não se afectem as condições funcionais do instrumento linguístico: mais que imperativa, a sua índole é consultiva.” • EugenioCoseriu, Teoria da Linguagem e Linguística Geral

  18. Estruturas equivalentes à dicotomia língua-fala (cont.) • A norma é um sistema de realizações obrigatórias, formas de restrição à liberdade implementada pelo sistema. • 3 tipos de norma: • (1) norma-padrão: a norma modelo, a norma das elites, do bem dizer ou fazer compreender; • (2) norma regional: própria dos habitantes de uma região, com hábitos linguísticos próprios – os dialectos; • (3) norma individual – a forma como cada indivíduo concretiza o sistema, manifestável e materializável na fala.

  19. Estruturas equivalentes à dicotomia língua-fala (cont.) • Desvios à norma: • (1) voluntários: o seu infractor está consciente do desvio, não o pratica por ignorância, mas intencionalmente; fazem evoluir a língua; • (2) involuntários: o seu infractor fá-lo por ignorância, degenerando o uso correcto da língua.

  20. Estruturas equivalentes à dicotomia língua-fala (cont.) • (3) LouisHjelmslev: • Esquema, norma, uso: • O esquema é a língua considerada na sua forma totalmente pura, quase platónica, por fazer parte do mundo das ideias, tem existência impalpável e virtual; é o tesouro a que se refere Saussure. • A norma refere-se às estruturas correspondentes às ideias, que podem ser empregues aquando das falas, para significar e comunicar.

  21. Estruturas equivalentes à dicotomia língua-fala (cont.) • O uso corresponde à fala saussuriana; é a socialização da fala. • Forma pura: esquema; • Forma material: norma; • Forma social: uso.

  22. Idiolecto • “linguagem enquanto falada por um só indivíduo” • Martinet • Mas a linguagem é sempre socializada, pois, quando nos dirigimos a alguém, queremos fazer-nos entender e, para tal, utilizamos o seu vocabulário.

  23. Idiolecto (cont.) • Concepção ilusória; útil em alguns casos (Jakobson): • (1) a linguagem do afásico; • (2) o estilo de um escritor; • (3) linguagem de uma comunidade linguística.

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