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Curso de Extensão em Educação das Relações Étnico-Raciais Introdução conceitual. Paulo Vinicius Baptista da Silva paulovbsilva@uol.com.br GT Educação e Relações Raciais da ANPED; Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal do Paraná (NEAB-UFPR).
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Curso de Extensão em Educação das Relações Étnico-RaciaisIntrodução conceitual Paulo Vinicius Baptista da Silva paulovbsilva@uol.com.br GT Educação e Relações Raciais da ANPED; Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal do Paraná (NEAB-UFPR)
Educação e relações étnico-raciais no Brasil: • Conceito de raça como “construção social”: baseados na idéia de “raça” determinados grupos têm, sistematicamente, acesso negado a bens materiais e a bens simbólicos (racialização). No Brasil são três os grupos racializados (tratados na sociedade como “raça”): negros(as); indígenas; ciganos. • Alguns conceitos fundamentais da perspectiva de pesquisa-ensino-extensão: • Pedagogia das fronteiras • Desigualdades sociais em diferentes eixos de relação assíncrona • Alfabetização da diáspora • Branquidade normativa • “Por sempre mais uma história”
Alfabetização da diáspora – Por sempre mais uma história • Traços de memória; • Reconstituição e reconstrução no plano simbólico; • Descolonização dos currículos; • Africanidades, negritude, quilombismo Exemplo 2: Galamga
Alfabetização da diáspora • Traços de memória; • Reconstituição e reconstrução no plano simbólico; • Descolonização dos currículos; • Africanidades, negritude, quilombismo Exemplo 2: Etiópia – O país dos sábios
Alfabetização da diáspora: • Exemplo 2: Etiópia - O país dos sábios, o país dos pensadores • Etiópia Antiga – Núbia – parte sul do Egito. • Para os gregos a África (e a Etiópia) era o centro do pensamento e da técnica. O teorema de Pitágoras foi uma invenção egípcia: cálculo da área do triângulo retângulo foi bem resolvida pelos egípcios, que foram além de Pitágoras. Ahmés (aprox. 1.650 A.C.): cálculo preciso. Os teoremas de Thales não são de Thales, mas do Egito. • Faraó Shabaka – dinastia 25, cerca de 700 AC. Estabeleceu a capital em Memphis (atual Cairo). Documento Memphis: separação igreja e estado; proposta de direção humana pela racionalidade - logos.
Alfabetização da diáspora: • Exemplo 1: Etiópia - O país dos sábios, o país dos pensadores • Etiópia Pré-colonial: país proto-cristão, com governo central e forças armadas organizadas. Foi barreira para a expansão árabe-islâmica; • Pós Congresso de Berlim, guerra com Itália em 1889. • Alto desenvolvimento social => ausência de cadeias e educação moral via oralidade.
Alfabetização da diáspora • Traços de memória; • Reconstituição e reconstrução no plano simbólico; • Descolonização dos currículos; • Africanidades, negritude, quilombismo Exemplo 3: Rolihlahla
Alfabetização da diáspora • Traços de memória; • Reconstituição e reconstrução no plano simbólico; • Descolonização dos currículos; • Africanidades, negritude, quilombismo Exemplo 4: O baobá
Alfabetização da diáspora • Traços de memória; • A formação dos Ki-lombo na África séculos XVI e XVII. Paralelamente também a instituição se organizou no Brasil, visto que o quilombo dos Palmares, de maior extensão, população (estimativa de 30 mil pessoas) e durabilidade (cerca de 100 anos), foi atacado e teve seu líder Zumbi assassinado em 1695, ou seja, no final do século XVII. • Nos territórios americanos surgem milhares de quilombos, com a mesma denominação no Uruguai, chamados cumbes na Venezuela; palanques na Colômbia, Cuba, Equador e México; marrons nos USA, nas Guianas, Haiti, Jamaica, ilhas do caribe francês, cimarrons em diversos países da América Espanhola; marrons e bush negrões na Guiana Francesa. • A constituição brasileira de 1988 reconheceu a existência de “comunidades remanescentes de quilombos” e direito às mesmas de propriedade das terras que ocupam. • Em 1999 eram contabilizadas 871 comunidades quilombolas, 2009 chegou a 3545 comunidades quilombolas. Exemplo 4: Quilombos no Brasil
As normativas • LDB. Art. 26ª (modificado pelas Lei 10.639/03 e 11.645/08); • Resolução 01 (DCN ERER) e Parecer 03 do Conselho Nacional de Educação (Conselho Pleno). • Africanidades • Políticas afirmativas • Plano Nacional de Implementação da Lei 10.639/03 • DCN EI e DCN EB • Deliberação 04/2006 do Conselho Estadual de Educação • Constituição; • Estatuto da Igualdade Racial; • PNE; • “Lei das cotas”
Educação e relações étnico-raciais no Brasil: • Conceito de raça como “construção social”: baseados na idéia de “raça” determinados grupos têm, sistematicamente, acesso negado a bens materiais e a bens simbólicos (racialização). No Brasil são três os grupos racializados (tratados na sociedade como “raça”): negros(as); indígenas; ciganos. • Conceitos iniciais; • Alfabetização da diáspora • Branquidade normativa • “Por sempre mais uma história”
Deserto-me eu-mulher e não temo, sei do cativante vazio da miragem, e quando o pavor em mim aloja, não temo o medo, sei que posso me fundir ao só, e em solo ressurgir inteira como o corpo banhado pelo suor da faina. Vivifico-me eu mulher e teimo, na vital carícia de meu cio, na cálida coragem de meu corpo, no infindo laço da vida, que jaz em mim e renasce flor fecunda. vivifico-me eu-mulher. Fêmea. Fênix. Eu fecundo. Conceição Evaristo. Fêmea-Fênix Para Lea Garcia Navego-me eu-mulher e não temo, sei da falsa maciez das águas e quando o receio me busca, não temo o medo, sei que posso me deslizar nas pedras e me sair ilesa, com o corpo marcado pelo odor da lama. Abraso-me eu-mulher e não temo, sei do inebriante calor da queima e quando o temor me visita, não temo o receio, sei que posso me lançar ao fogo e da fogueira me sair inunda, com o corpo ameigado pelo odor da chama.