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Bloqueios Espinhais. Alberto De Carli Jefferson Z. Costa João Vitor A. Mesquita Julia Loureiro. ANATOMIA. COLUNA VERTEBRAL. COLUNA VERTEBRAL. 4 Curvaturas: Cervical Torácica Lombar Sacra 33 Vértebras: 7 cervicais 12 torácias 5 lombares - Sacro (5) - Cóccix (4). A Vértebra :
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Bloqueios Espinhais Alberto De Carli Jefferson Z. Costa João Vitor A. Mesquita Julia Loureiro
ANATOMIA COLUNA VERTEBRAL
COLUNA VERTEBRAL • 4 Curvaturas: • Cervical • Torácica • Lombar • Sacra • 33 Vértebras: • 7 cervicais • 12 torácias • 5 lombares - Sacro (5) - Cóccix (4)
A Vértebra: • Corpo • Dá a forma e Suporta o peso • Arco vertebral: • Pedículos direito e esquerdo • Lâminas direita e esquerda • Forame Vertebral: • Paredes envolvem e protegem a medula espinha • Processos transversos: • Processo espinhoso: • Forame intervertebral: • Nervo espinhal
Lombares: 1,5cm (altura)x1cm (largura) “Aumentam com a flexão diminuem com a extensão”
LIGAMENTOS A) Ligamento longitudinal anterior B) Ligamento amarelo (conecta a borda caudal da vértebra superior à borda cefálica da vértebra inferior) • Composto por fibras elásticas • Ponto de Referência C) Ligamento interespinhoso (une os processos espinhosos) D) Ligamento supra-espinhoso (une os ápices dos processos espinhosos) • Funções: • Estabilizar • Permitir o movimento da coluna e retorno à posição original
CANAL VERTEBRAL • Do forame magno até o cóccix • Interior do canal: Medula Espinhal • Término em L1-L2, continua pelo filum terminale • Cauda Equina: A partir de L1 até S2
ESPAÇO PERIDURAL • Espaço virtual • Compartimento entre a dura-máter e as paredes ósseas e ligamentares do canal espinhal. • Preenchido por gordura extradural e pelo plexo de veias vertebrais internas • drenam o sangue das meninges e corpos vertebrais para as veias segmentares via forames intervertebrais. • Nervos segmentares • atravessam este espaço epidural, ao deixarem a dura-máter, antes de saírem do canal espinhal, através dos forames intervertebrais.
ESPAÇO SUBARACNÓIDEO • Circunda a medula espinhal entre pia-máter e aracnóide. • Limites • Inferior: S2 - término do saco dural. • Superiormente: • Se comunica com o LCR nas cavidades cranianas e ventriculares. • A subst. Anestésica pode atingir o interior do crânio • Punções subaracnóideas e epidurais: • L2 e S1 • Prevenção de risco de trauma na medula
LCR • Função: • proteção mecânica do SNC • Proteção biológica • Características: • Incolor • Aproximadamente 150mL (renova-se a cada 8 horas) • 4 leucócitos por mm³ • Pressão: L4-L5 de 30 a 40cm de H2O (região lombar) • Proteínas em quantidade inferior ao plasma
LCR • Produção: • Plexos coróides (ventrículos laterais e teto dos III e IV ventrículos) • Epêndima das paredes ventriculares e dos vasos da leptomeninge. • Reabsorção: • Granulações aracnóideas que se projetam no interior do seio da dura-matér. • Circulação do LCR: • De baixo para cima, de forma lenta.
Sumário • Anestésicos Locais; • Fatores que Regulam o Nível da Anestesia Raquídea; • Ordem de Aparecimento do Bloqueio; • Complicações e Tratamento; • Indicações e Contra-Indicações;
Anestésicos Locais • Variam de acordo com sua duração de ação, tempo de latência e efeitos colaterais; • Procaína: • Dose: 50 a 200mg; • Duração do Bloqueio: • Regressão de 2 dermátomos: 40 a 100min; • Regressão completa: 140 a 240min; • Possui baixa potencia, prolongada latência e curto tempo de ação; • Pouco utilizada atualmente;
Anestésicos Locais • Lidocaína: • Dose: 25 a 100mg; • Duração do Bloqueio: • Regressão de 2 dermátomos: 30 a 50min; • Regressão completa: 90 a 120min; • Usado a concentração hiperbárica de 5%; • Tempo de latência curto e bloqueio profundo tanto sensitivo quanto motor; • Pode apresentar problemas neurológicos transitórios;
Anestésicos Locais • Bupivacaína: • Dose: 5 a 20mg; • Duração do Bloqueio: • Regressão de 2 dermátomos: 90 a 140min; • Regressão completa: 250 a 380min; • Droga mais utilizada na raquianestesia; • Apresenta pouco bloqueio motor;
Anestésicos Locais • Ropivacaína: • Utilizado em cirurgias ortopédicas dos MMII, semelhante a Bupivacaína; • Tetracaína: • Dose: 5 a 20mg; • Duração do Bloqueio: • Regressão de 2 dermátomos: 90 a 140min; • Regressão completa: 240 a 380min;
Fatores que Regulam o Nível da Anestesia Raqúidea • Baricidade da Solução: • As Soluções podem ser Hiperbáricas, Isobáricas ou Hipobáricas; • Hiperbárica: • Técnica mais usada; • Drogas misturadas com soluções de dextrose a 10%; • Mais pesadas que o líquor; • Deposição da solução influenciada pela posição do paciente; • Posição sentada: raízes sacrais; • Decúbito lateral: procedimentos cirúrgicos unilaterais; • Decúbito Dorsal (Posicionado para a cirurgia): • Convexidade da coluna máxima em L3 – altura da injeção determina se o bloqueio será mais alto (acima de L3); • Após 20min da injeção a solução estará “fixa”
Fatores que Regulam o Nível da Anestesia Raqúidea • Baricidade da Solução: • Hipobárica: • A droga é misturada a água estéril ou solução salina • Há intensificação do efeito anestésico, portanto a dosagem é menor; • Boa para procedimento em períneo e reto: • Sigmoidoscopia e hemorroidectomia; • Paciente em posição de Buie ou em Canivete; • Posição para a Punção e a cirurgia são as mesmas; • Cabeça deve se manter em nível inferior a região lombo sacra para evitar um bloqueio mais alto;
Fatores que Regulam o Nível da Anestesia Raqúidea • Baricidade da Solução: • Isobárica: • Indicada quando necessita de anestesia em sitio especifico; • Retira-se líquor e este é usado como diluente; • A solução tende a permanecer na área injetada, independentemente da posição; • Útil em pacientes com fraturas de quadril ou MMII onde o paciente é anestesiado no leito antes de posicionar;
Fatores que Regulam o Nível da Anestesia Raqúidea • Técnica de Punção Lombar: • Velocidade de Injeção: • Soluções rapidamente injetadas: • Produz turbulência; • Bloqueio é mais alto; • Soluções injetadas lentamente: • Tende a se espalhar menos;
Fatores que Regulam o Nível da Anestesia Raqúidea • Bloqueio subaracnóideo alto: Acima de T4; • Sist. Nervoso simpático fica totalmente bloqueado; • O bloqueio simpático é maior que o sensitivo; • 2 metâmeros acima, podendo chegar até a 6 metâmeros; • Repercussões cardiocirculatório, respiratório, gastrintestinal;
Fatores que Regulam o Nível da Anestesia Raqúidea • Características do Paciente; • Idade, altura, peso, sexo; • Pressão intra-abdominal; • Anatomia da coluna; • Posição.; • Local de injeção; • Direção do bisel da agulha; • Força de injeção; • Difusão; • Características do líquor; • Características da solução anestésica; • Densidade; • Gravidade especifica; • Baricidade; • Quantidade do anestésico; • Concentração do anestésico; • Volume injetado; • Vasoconstritores;
Ordem de Aparecimento do Bloqueio • Fibras autonômicas; • simpáticas pré-ganglionares; • Menos espessas e mais sensíveis aos anestésicos; • Fibras sensitivas; • Fibras Motoras; • Fibras Proprioceptivas;
Complicações e Tratamento • Efeitos Cardiovasculares: • Vasodilatação periférica; • Diminuição do debito cardíaco; • Alteração na distribuição do débito cardíaco; • Locais bloqueados recebem maior percentual do que nos locais em que não houve a vasodilatação; • Redução da resistência periférica; • Hipotensão arterial; • Bradicardia; • Diminuição do retorno venoso; • Ação vagal;
Complicações e Tratamento • Efeitos Gastrintestinais: • Pelo bloqueio simpático: • Aumento de secreção; • Relaxamento esfincteriano; • Aumento do peristaltismo; • Vômitos; • Efeitos Ventilatórios: • FR e VC não se alteram; • Depressão respiratória é rara; • Apnéia – isquemia dos centros bulbares; • Pela Hipotensão; • Ou bloqueio das raízes motoras do nervo frênico;
Complicações e Tratamento • Hipotensão Arterial: • Causa: • Bloqueio simpático; • Diminuição do retorno venoso e debito cardíaco; • Tratamento: • Reposição volêmica antes do bloqueio; • Posicionamento ideal; • Trendelemburg; • Elevação de MMII; • Vasopressor; • Efedrina ou Metaraminol – receptores alfa e beta agonistas; • Fenilefrina – receptores alfa agonista apenas;
Complicações e Tratamento • Cefaléia pós-punção: • Queda da pressão do liquor por perda pelo local de punção da dura; • Distensão das estruturas sensitivas do SNC; • Sintomas surgem imediatamente ou em 24 a 72hs; • Idade, diâmetro da agulha, tipo da agulha e tipo de abordagem do espaço (mediana ou paramediana) afetam a incidência; • Cefaléia e sintomas pioram com posição ereta e melhoram na supina; • Cefaléia frontal ou occipital intensa com fotofobia e diplopia;
Complicações e Tratamento • Cefaléia pós-punção: • Tratamento: • Analgésicos, repouso e hidratação; • Cafeína oral ou intravenosa; • Bloqueia a vasodilatação compensatória dos vasos cranianos; • Solução salina em infusão peridural; • Mantém pressão peridural maior, para prevenir perda liquórica; • Tampão sanguíneo peridural; • Injeção de sangue autólogo próximo ao local da punção; • Sela o orifício da dura e desloca o liquor para o cérebro;
Complicações e Tratamento • Lombalgia: • Regride em 48horas; • Causas: Trauma do periósteo, hematoma muscular, lesão ligamentar, espasmo muscular reflexo; • Tratamento: • Eliminar dano neurológico; • Tranqüilizar paciente; • Repouso; • Aplicação de calor local; • Analgésicos orais; • Injeção de anestésico local no ponto de gatilho quando se trata de espasmo;
Complicações e Tratamento • Náuseas e Vômitos: • Conseqüência de uma hipotensão importante; • Tratamento: • Restaurar a pressão sanguínea; • Oxigenação do paciente; • Hipóxia devido a hipotensão;
Complicações e Tratamento • Falha do Bloqueio: • Falha na distribuição do anestésico; • Sub-dose; • Injeção do anestésico em local incorreto (espaço sub dural); • Resistência fisiológica à lidocaína em alguns pacientes;
Complicações e Tratamento • Seqüelas neurológicas: • Causas: • Trauma da punção; • Múltiplas tentativas de punção; • Contaminação química e bacteriana da solução do anestésico; • Meningite asséptica – reutilização de material (lavagem e limpeza); • Reação toxica ao anestésico; • Hemorragia subaracnóidea; • Lesão de vaso durante a punção; • Isquemia da medula;
Complicações e Tratamento • Síndrome da Cauda Eqüina: • Lesão em ramos e raízes dorsais e ventrais abaixo de L2; • Surge no Pós-op. Imediato e evolui em dias e semanas; • Quadro clinico: • Analgesia perineal, parestesia, dor de mmii, paraparesia ou paraplegia, disfunção vesical e retal; • Causas: • Injeção intraneural, punção traumática, excesso de anestésico, posição sentada prolongada;
Complicações e Tratamento • Meningite Séptica: • Agentes: S. aureus e P. aeruginosa; • Sintomatologia típica em 24-48 horas com sinais e sintomas típicos; • Causa: • Reutilização de agulhas e seringas; • Ampolas de anestésicos não esterilizadas;
Indicações e Contra-Indicações • Cirurgia abdominal; • Cirurgia de extremidades inferiores; • Doença do sist. nervoso central, medula e nervos periféricos; • Doença circulatória; • Hipovolemia; • Anemia grave; • Choque; • Hipo ou hipertensão; • coronariopatia, aortopatia ou valvulopatia; • Septicemia; • Doenças dermatológicas; • Infecção no local da punção;
Breve histórico 1901 – primeiro bloqueio peridural com finalidade cirúrgica (via caudal) 1921 – descrição de bloqueio via lombar 1931– primeira descrição do método de pesquisa peridural através da perda de resistência ao ar com pressão exercida sobre êmbolo de seringa acoplada à agulha de punção.
Apia-máter está em intimidade com a medula. Espaço subaracnóideé espaço entre a pia e a aracnóide. Seu limite inferior é o término do saco dural em S2 e superiormente, se comunica com o líquor nas cavidades cranianas e ventriculares. As punções subaracnóides e epidurais são geralmente feitas entre L3 e S1. A dura-mátervai do forame magno até S2; normalmente não há espaço evidente entre ela e a aracnóide mas podem ser separadas para formar um espaço subdural em punção acidental. Espaço epiduralé espaço virtual entre a dura-mater e as paredes ósseas e ligamentares do canal espinhal.
Aspectos técnicos 1. Anamnese detalhada pré-anestésica. 2. Medicação pré-anestésica – depende do nível de ansiedade e tolerância. - Benzodiazepínicos: Midazolam(possui propriedades ansiolíticas e amnésia anterógrada) 3. Acesso venoso + monitorização da pressão arterial + ECG + oximetria de pulso OBS: Bloqueio peridural – pode ser realizado em qualquer ponto da coluna. CUIDADO se acima de L2. - punção cervical e torácica alta processo espinhoso da sétima vértebra cervical. - punção médio-torácica linha que une os ângulos inferiores da escápula. - punção lombar cristas ilíacas
5. Materiais: - agulha fina 20/5 para infiltrar a pele e subcutâneo - agulha mais grossa e mais longa 25/10 para infiltrar ligamentos supra e interespinhosos - agulha 25/12 para aspirar anestésico local - agulha de Tuohy 17G com ponta de Huber para fazer a punção (Tuohy: bisel lateralmente à agulha tem menor probabilidade de perfuração da dura; Crawford: orifício na parte distal) - seringa de 5 ml para as infiltrações - seringa de 20ml para injetar anestésico local - seringa de baixa resistência para pesquisar o espaço peridural 6. Assepsia 7. Palpação de cristas ilíacas Linha de Tuffierpassa sobre o corpo vertebral de L4. O espaço acima é L3-L4 e o abaixo, L4-L5. 8. Botão anestésico intradérmico. 9. Infiltração anestésica nos ligamentos.
10. Punção do espaço epidural Inserir a agulha de Tuohy cerca de 2 a 3 cm até a resistência do ligamento interespinhoso. Adaptar a seringa de baixa resistência. Introduzir a agulha milimetricamente pressionando o êmbolo. Ao encontrar a resistência do ligamento amarelo, apoiar o dorso da mão cuidadosamente evitando perfuração da dura-mater. Transposição do ligamento amarelo determina livre fluxo à injeção de ar. Aspiração em que não haja refluxo de LCR ou sangue sem sinal de resistência (sinal de Dogliotti) indica agulha no espaço epidural.
Do uso do cateter Finalidades: - Adaptar volume de anestésico local à necessidade de cada paciente - Repetir doses nas cirurgias prolongadas - Confirmar boa colocação da agulha no espaço peridural - Manter analgesia no pós-operatório, tratar dor crônica Características que o cateter deve possuir: - Maleável o suficiente para não produzir acotovelamento durante a punção - Radiologicamente detectável - Biologicamente inerte - Ponta romba Complicações: - Migração para o espaço subaracnóideo - Rotura do cateter dentro do espaço peridural - Infecção
Drogas usadas na peridural - Baixa potência e curta duração de ação: CLORPROCAÍNA - Média potência e duração intermediária: LIDOCAÍNA, MEPIVACAÍNA - Alta potência e duração prolongada: BUPIVACAÍNA, ROPIVACAÍNA, ETIDOCAÍNA
Fatores que influenciam o bloqueio INERENTES AOS ANESTÉSICOS Lipossolubilidade facilita penetração do anestésico local nas membranas biológicas. A bupivacaína possui grande lipossolubilidade. Ligação a proteínas plasmáticas guarda relação direta com a duração da ação. Bupivacaína apresenta 97% de ligação Ropivacaína 96% Lidocaína 64%. Constante de dissociação a velocidade de instalação do bloqueio é inversamente proporcional ao grau de ionização. Influencia a distribuição e latência dos anestésicos.
Estereoisomeria presença de isômeros dextrógeros ou levógeros. Bupivacaína e Ropivacaína possuem quiraridade provocando mudanças de afinidade com aminoácidos da membrana celular e nas fases de potencial de ação tanto no SN como nas fibras cardíacas. A presença de isômeros R induziria bloqueio potencialmente mais cardiotóxico e com maior risco de depressão do SNC. Apresentações: Bupivacaína 50% L + 50% R Bupivacaínaenantiomérica 75% L + 25% R Ropivacaína 100% L
Alcalinização reduz o tempo de latência da anestesia. - gaseificação do anestésico local com fluxo de CO2 - adição de bicarbonato de sódio a 8,4%. Temperatura o aquecimento da solução de anestésico local diminui o tempo de latência. Volume e massa início de ação, profundidade e duração do bloqueio são determinados predominantemente pela massa do anestésico. - grandes volumes com baixa concentração = bloqueios extensos de baixa qualidade (não bloqueia fibras motoras); hipotensão arterial por bloqueio simpático; - pequenos volumes com altas concentrações= bloqueio segmentar restrito e profundo. Adição de vasoconstritor ao anestésico local epinefrina diminui a absorção sistêmica do agente, aumentando a duração do bloqueio (maior tempo de contato com as raízes nervosas)e melhorando a qualidade da anestesia. Epinefrina + lidocaína – boa combinação por ser a lidocaína um anestésico de média duração Epinefina + bupivacaína / ropivacaína – combinação questionável por serem os anestésicos já de longa duração