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PARTE 5 NEUROCIÊNCIA DAS FUNÇÕES MENTAIS. Capítulo 20 Mentes Emocionais, Mentes Racionais As bases neurais da emoção e da razão. Clique nas setas verdes para avançar/voltar ou ESC para retornar ao menu geral.
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PARTE 5 NEUROCIÊNCIA DAS FUNÇÕES MENTAIS Capítulo 20 Mentes Emocionais, Mentes Racionais As bases neurais da emoção e da razão Clique nas setas verdes para avançar/voltar ou ESC para retornar ao menu geral
Guillaume Duchenne de Boulogne (1806-1875) foi o primeiro a utilizar a estimulação elétrica transcutânea de músculos da face, e documentou fotograficamente a expressão facial resultante para cada combinação muscular. Em suas fotografias históricas, ele sempre aparecia ao lado de seu sujeito experimental principal, um sapateiro de Paris.
A expressão comportamental das emoções pode ser semelhante em diversas espécies, inclusive na humana. A série de fotos de cima representa reações hedônicas de um rato, um chimpanzé e um bebê humano ao provarem uma substância doce. Já as fotos de baixo exemplificam reações aversivas provocadas por uma substância amarga.
O fluxograma enfatiza o possível efeito das informações retroativas. Para a teoria James-Lange são elas que provocam o sentimento que acompanha as emoções. Mas para a teoria Cannon-Bard, sentimentos e manifestações corporais são ambos produzidos, em paralelo, pelo SNC. Neste caso, as informações retroativas serviriam para modular (acentuando ou inibindo) a vivência emocional.
A mostra o “lobo límbico” originalmente proposto por Broca. B apresenta as regiões participantes do sistema límbico, tal como proposto por Papez e seus sucessores. C mostra os componentes originais do circuito de Papez (interligados por setas grossas), e aqueles acrescentados por outros pesquisadores (interligados por setas finas). As cores das caixas em C identificam as regiões em B.
A participação do córtex cingulado no processamento das emoções pode ser revelada apresentando a um indivíduo uma fotografia como as apresentadas à esquerda, com forte conteúdo emocional (um vôo em asa delta, um enterro, uma cena de guerra), e registrando simultaneamente as variações locais do fluxo sanguíneo cerebral utilizando a ressonância magnética. O computador revela em corte transversal um foco de atividade (em vermelho) nas regiões mediais de ambos os hemisférios cerebrais.
A amígdala (acima), mais propriamente chamada complexo amidalóide, por ser composta de diferentes grupos de núcleos (abaixo), é o “botão de disparo” das reações emocionais. Para exercer essa função, recebe aferências sensoriais através do tálamo, e aferências mais complexas através do córtex. Na outra ponta, envia projeções a diversas regiões que participam da execução dos comportamentos e ajustes fisiológicos característicos das emoções.
Neste experimento, fotografias de faces representando graus crescentes de emoção (A) foram apresentadas a um indivíduo durante a medida (B) e o registro da imagem (C) do seu fluxo sanguíneo cerebral através de ressonância magnética funcional. Observou-se que a amígdala esquerda se apresenta mais ativa(C), e que sua atividade, medida pelo fluxo sanguíneo local, é proporcional ao grau de emoção veiculado pelo estímulo (B). E = esquerda; D = direita.
Neste experimento, um rato primeiro ouve um som inócuo (A), depois o som vem associado a um choque nas patas (B), e finalmente o som é apresentado sozinho outra vez (C). Em todas as condições, o animal tem a sua pressão sanguínea e mobilidade medidas automaticamente (gráficos). Observa-se que o choque provoca um sobressalto com elevação da pressão sanguínea e depois longa imobilidade (gráficos em B), manifestações que a seguir ocorrem também para a simples exposição ao som (gráficos em C).
Fotomicrografia em campo escuro de um corte sagital ilustrando o hipotálamo de um rato (detalhe acima, à esquerda), que recebeu uma injeção do rastreador neural Phaseolus vulgaris na região do núcleo hipotalâmico anterior (NHA). Os neurônios desse núcleo interiorizam o rastreador e o transportam ao longo dos axônios de projeção do núcleo, que se tornam marcados e aparecem na cor vermelha. Notar que existe uma grande concentração de fibras nos núcleos que formam o circuito hipotalâmico de defesa, a saber, a parte dorsomedial do núcleo ventromedial (VMdm) e o núcleo pré-mamilar dorsal (PMd). Outras abreviaturas: NPM – núcleo pré-óptico medial, qo – quiasma óptico, NM – núcleos mamilares, ca – comissura anterior.
Nas situações de ansiedade crônica, além da ativação simpática da medula adrenal, que secreta catecolaminas, ocorre também a ativação da córtex adrenal iniciada pelo hipotálamo via adeno-hipófise. Esta secreta o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) em resposta ao hormônio liberador correspondente (CRH) proveniente do hipotálamo. A córtex adrenal, por sua vez, secreta glicocorticóides na circulação sistêmica, e estes podem provocar efeitos imunodepressores.
As expressões faciais humanas são perfeitos descritores das emoções, permitindo-nos diferenciá-las. Com toda certeza, você seria capaz de nomear as emoções que o pintor francês Louis-Léopold Boilly (1761-1845) retratou, e identifi car aqueles que representam a raiva. Óleo sobre madeira (sem data), Museu de Belas Artes de Tourcoing, França.
Quando o hipotálamo como um todo é desconectado dos hemisférios cerebrais (transecção 1), o animal apresenta manifestações de raiva sem causa aparente (pseudorraiva). O mesmo ocorre quando apenas o hipotálamo posterior é desconectado (transecção 2), mas deixa de ocorrer quando o hipotálamo permanece conectado (transecção 3). Conclui-se que o hipotálamo posterior é crucial para as manifestações comportamentais de raiva, normalmente bloqueadas pelos hemisférios cerebrais.
Um gato normalmente pacífico na convivência com ratos pode ser levado a um comportamento de ataque defensivo pela estimulação elétrica do hipotálamo posterior medial (A), e a um ataque ofensivo quando estimulado no hipotálamo posterior lateral (B).
Diversas vias interconectam as regiões do sistema límbico que participam da fisiologia das emoções. Nos experimentos de auto-estimulação, os pontos causadores de comportamento repetitivo estão sempre situados em torno do feixe prosencefálico medial.
O problema da torre de Hanói consiste em transferir as argolas da haste da esquerda para a da direita passando pela haste do meio (A), e terminando na mesma arrumação das argolas, com a maior em baixo e a menor em cima (B). Não é uma tarefa difícil, mas depois de terminar não sabemos explicar como conseguimos...
O crânio de Phineas Gage (A) foi recuperado e guardado no Museu da Universidade Harvard. Só recentemente foi possível reconstruir em computador a anatomia da lesão que causou a sua mudança de personalidade (B). A principal área envolvida foi a região pré-frontal ventromedial, em ambos os hemisférios.
A indica as grandes subdivisões funcionais do córtex pré-frontal, e B reproduz, para comparação, o desenho original do anatomista alemão Korbinian Brodmann (1868-1918), cujo sistema de numeração de áreas corticais segundo suas características histológicas é ainda plenamente aceito.
O procedimento “ambulatorial” da lobotomia transorbital, proposto por Walter Freeman, consistia na inserção de um instrumento pontiagudo através da órbita com o objetivo de cortar fibras na base do lobo frontal. Reproduzido de W. Freeman (1949) Proceedings of the Royal Society of Medicine vol. 42 (supl.), pp. 8-12.
Em A, imagem reconstruída em computador do cérebro de um indivíduo submetido a exame de ressonância magnética funcional, durante o qual julgava como certo ou errado frases com alto conteúdo moral (por exemplo: “o juiz condenou um homem inocente”). Julgamentos não morais constituíam condições de controle (por exemplo: “telefones nunca tocam”). Os focos em vermelho indicam as regiões ativadas pelo julgamento moral que o indivíduo efetuava. Em B, foco de ativação no sulco intraparietal (também em vermelho), em outro indivíduo, que desta vez imaginava mentalmente como se utiliza uma ferramenta (por exemplo, um martelo).
Esquema explicativo simplificado das funções do córtex pré-frontal. O uso da razão começaria medialmente pela atividade do córtex cingulado anterior (em azul), encarregado de focalizar a atenção perceptual e cognitiva, modulando a atividade das áreas funcionais correspondentes. As áreas dorsolaterais (em amarelo) e ventrolaterais (em violeta) do córtex pré-frontal seriam encarregadas de comparar as informações novas com as antigas. E o córtex pré-frontal ventromedial (não representado) faria o ajuste de tudo com os objetivos do indivíduo e as circunstâncias sociais.
O estudo matemático da conectividade funcional das diferentes áreas corticais permite gerar um mapa que revela os pólos de convergência (regiões com maior grau de conectividade). Os pontos amarelos, verdes, vermelhos e azuis apresentam baixo ou médio grau de conectividade, ao contrário dos pontos brancos, violetas, marrons e laranjas, considerados os pólos de convergência do córtex cerebral.