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O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal. Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal. A ASSOCIAÇÃO DOS VINHOS HISTÓRICOS DE PORTUGAL (AVHP). Constituída em Maio de 2008, em Ourém.
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O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal A ASSOCIAÇÃO DOS VINHOS HISTÓRICOS DE PORTUGAL (AVHP) Constituída em Maio de 2008, em Ourém. É uma associação sem fins lucrativos. Aberta a todos os vinhos produzidos em Portugal, cuja singularidade de produção os distingue dos convencionais métodos de produção vitivinícolas.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal A ASSOCIAÇÃO DOS VINHOS HISTÓRICOS DE PORTUGAL (AVHP) A AVPH, como associação, rege-se pelos Estatutos, Regulamento Interno e demais legislação aplicável. O regulamento interno prevê a existência de um Conselho Consultivo, o qual funciona como órgão de apoio às decisões da Direcção. Os principais objectivos da AVHP são, claramente, a Defesa e a Promoção dos Vinhos Históricos.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica – Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal A ASSOCIAÇÃO DOS VINHOS HISTÓRICOS DE PORTUGAL (AVHP) Pretende-se que aos vinhos aprovados pela Associação sejam dadas condições de sobrevivência numa lógica de mercado, quer através da criação de apoios específicos quer através da sua projecção nacional e internacional. Passamos a apresentar, na generalidade, os sistemas vitícolas e/ou vinícolas aderentes, de forma a ilustrar as diferenças existentes ao nível da obtenção do vinho, facilitando a compreensão do conceito de Vinho Histórico adoptado pela Associação.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Devem: Cumprir a legislação vitivinícola em vigor no nosso País Ser, por norma, vinhos de Denominação de Origem Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP). Cumprir os Regulamentos de Produção, estabelecidos pela Direcção da Associação, apoiada pelo Conselho Consultivo e aprovados em Assembleia Geral.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Existem Vinhos Históricos nas seguintes regiões: Açores, Alentejo, Colares, Ourém e Vinhos Verdes. Açores: Brotando das pedras e protegidas por essas mesmas pedras (currais) encontram-se as vinhas dos Açores. Património da Humanidade na verdadeira acepção da palavra.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Açores: Pelas suas proporções, este trabalho hercúleo confere à viticultura açoriana um carácter único e revela a verdadeira dimensão do Homem enquanto agente com capacidade de integração no local.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Alentejo – Vinho de Talha: Sistema ancestral (romano) de fazer vinho, onde a talha ou pote de barro, tem uma dupla finalidade: a produção e a armazenagem do vinho. Isto é, faz-se e guarda-se o vinho dentro do mesmo recipiente.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Alentejo – Vinho de Talha: As uvas brancas, ou tintas, são transportadas em caixas de pequena dimensão, normalmente de 20 kg cada, até à adega. São parcialmente desengaçadas e colocadas na talha a fermentar (remontagem manual). Concluída a fermentação, as películas e grainhas vão caindo de forma lenta, dia após dia, para o fundo da talha, formando uma manta compacta, conhecida por mãe. Esta tem como função principal filtrar naturalmente o vinho para que fique pronto a beber.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Alentejo – Vinho de Talha: Normalmente é consumido enquanto jovem, até ao Natal do ano de colheita. Poderá ir até à Páscoa, se bem acondicionado na talha, com azeite por cima, evitando a azedia e a oxidação excessiva; é o método utilizado para conservação. Colares: Em Colares, Região Demarcada há mais de um século, é basicamente na vinha que todo o processo se torna diferenciador.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Colares: Foto: Virgílio Rodrigues O Clima, o Solo as Castas e as técnicas culturais (o Homem). Vinificação - o lote de uvas provenientes das vinhas instaladas em solos não arenosos (normalmente ‘João Santarém’) a aplicar antes do esmagamento, realizado a montante da fermentação, varia de ano para ano (até 20%).
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Colares: Estágio – um mínimo obrigatório de 18 meses em madeira, para o tinto, e de 6 meses para o branco segue-se, respectivamente, 6 e 3 meses em garrafa, períodos que são normalmente ultrapassados, especialmente no vinho tinto. Ourém: O vinho Medieval de Ourém tem a sua origem na fundação de Portugal, quando D. Afonso Henriques celebrou com os Monges de Cister, também conhecidos por “monges agricultores”, vários acordos, cedendo-lhes terras para que fossem cultivadas.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Ourém: As vinhas, com uma área média de 2500 m2, normalmente não aramadas, têm compassos de plantação apertados com encepamentos de castas brancas e tintas na proporção necessária à produção do vinho.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Ourém: As uvas são exclusivamente da castas Fernão Pires para mosto branco e Trincadeira para mosto tinto. A vindima é feita, à mão e de modo a que as uvas brancas e tintas, sejam transportadas em recipientes diferentes até à adega. As uvas brancas são prensadas em lagares e os mostos obtidos são envasilhados, logo após o esmagamento, em vasilhas de madeira, de modo a não exceder os 80% da sua capacidade total.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Ourém: As uvas tintas são desengaçadas com as cirandas e fazem a fermentação com curtimenta em lagares ou dornas, durante 4 a 10 dias, sendo efectuado o recalque a pé ou com um rodo de madeira, no mínimo duas vezes por dia de modo a obter mosto tinto com os parâmetros de qualidade adequados. O mosto tinto não é prensado sendo colocado directamente na vasilha que já contém o mosto branco (80% da vasilha), de modo a completar o seu enchimento. Este método permite-nos obter vinhos macios, untuosos e que preenchem a boca.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Vinhos Verdes: A par de uma viticultura moderna cujos vinhos são apreciados em todo o Mundo, persistem ainda, embora com uma expressão cada vez menor, as formas de produção ancestrais. O “enforcado”, é a mais antiga forma de condução e a mais admirável; consiste num conjunto de três ou quatro videiras que se instalam em redor de uma árvore, a qual servirá de tutor, formando as denominadas uveiras.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Vinhos Verdes: Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/29/Vindima_em_Portugal_(4).jpg Esta é uma forma de exploração da videira onde a intervenção do Homem é reduzida, mas trabalhosa e arriscada, que produz, em altura, uvas de baixa intensidade corante e de baixo teor em açúcar mas com uma grande especificidade.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Os Vinhos Aderentes Vinhos Verdes: A frescura, a adstringência e o “pico gasoso” conferem a este vinho um sabor único o qual, aliado à tradição milenar da viticultura Etrusca, faz com que ainda nos dias de hoje possamos viver momentos de ancestralidade.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Discussão e Conclusão Para um viticultor ou técnico da actualidade, exclusivamente envolvido num processo vitivinícola industrial e economicamente viável, estas vinhas encontram-se à margem do mercado e são, portanto, consideradas inviáveis. Por outro lado, falamos de vinhos que também eles se encontram à margem do mercado; ou seja, são vinhos para situações e ementas especiais, não são vinhos para competir com os actuais vinhos “tecnológicos”. Os Vinhos Históricos encerram um enorme património histórico-cultural, pois são vinhos que transportam para a actualidade o saber fazer de séculos.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Discussão e Conclusão Comparar estes vinhos com os actuais seria como se tivéssemos a veleidade de fazer um concurso entre um conjunto de copistas da idade média e um conjunto de computadores equipados com plotters da actualidade. Por outro lado temos presentemente à nossa disposição centenas de marcas de vinhos, centenas de ementas, muitas solicitações, bastante falta de tempo e pouca disponibilidade para reflectir. Ora, estes produtos terão certamente alguma dificuldade de enquadramento neste contexto.
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Discussão e Conclusão Uma vez chegados à actualidade, devemos saber enquadrá-los de forma a contribuir para que os actuais mecanismos de mercado não os excluam, pois estes processos vitivinícolas fazem parte da nossa cultura e da nossa identidade desde há milénios e correm risco de extinção. Cabe à AVHP defender e promover o Vinho Histórico através de um determinado conceito. Conceito esse que pode inferir-se das diversas situações apresentadas neste trabalho, assim: * deve cumprir integralmente a legislação vitivinícola. Os Vinhos Históricos são vinhos legais; * deve ser produzido na actualidade segundo métodos e técnicas ancestrais;
O Conceito de Vinho Histórico segundo a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal Seminário “Vitivinicultura Atlântica –Construir o Futuro” Madalena do Pico, Junho de 2011 Açores - Portugal Discussão e Conclusão * deve ser produzido, por norma, em pequenas quantidades; * deve estar definido em regulamento de produção vitícola e/ou vinícola pela AVHP; * deve, pela sua singularidade, distinguir-se dos restantes vinhos; * deve ser aprovado pela Associação dos Vinhos Históricos de Portugal. A AVHP pretende contribuir para que as pessoas que trabalham com estes vinhos os possam ver defendidos, protegidos e prestigiados e que, essa protecção e essa elevação possam também reflectir-se no seu orçamento familiar.