190 likes | 313 Views
Em 22 de setembro de 1767, em uma humilde casa da Rua da Vala, no Rio de Janeiro, nasceu um menino, filho de mulatos alforriados, Apolinário Nunes Garcia, alfaiate, e Vitória Maria da Cruz. Foi batizado com o nome de José Maurício Nunes Garcia.
E N D
Em 22 de setembro de 1767, em uma humilde casa da Rua da Vala, no Rio de Janeiro, nasceu um menino, filho de mulatos alforriados, Apolinário Nunes Garcia, alfaiate, e Vitória Maria da Cruz. Foi batizado com o nome de José Maurício Nunes Garcia. Perdeu o pai aos 6 anos, e foi criado pela mãe e por uma tia, que vivia na casa. Desde cedo revelou-se talentoso para a música e, com muito sacrifício, Vitória conseguiu lhe proporcionar aulas de música.
IGREJA DA CANDELÁRIA – RIO DE JANEIRO Aparentemente fez parte de um coro de meninos no Seminário São Joaquim, atual Colégio Pedro II, onde também se estudava grego e latim. Segundo Manuel de Araújo Porto Alegre, um de seus primeiros biógrafos, tinha uma bela voz de soprano, excepcional memória musical, tocava tudo de ouvido, compunha suas próprias melodias e aprendeu sozinho a tocar cravo e guitarra. Completou sua educação nas “Palestras Reais”, onde estudou ainda História, Geografia, Flosofia e Retórica.
CANDELÁRIA Aos 12 anos começou a dar aulas e, como não tinha piano, ia às casas dos alunos. Aos 16, realizou sua primeira composição, a antífona “TotapulchraEs Maria”. Aos 20 anos já tinha um vasto repertório de composições. Com 24 anos, pede o ingresso nas ordens monásticas. Para tal, teve que pedir para ser classificado como “livre de defeito de cor”. Tinha ainda que ser dono de uma propriedade, no que foi ajudado pelo pai de um de seus alunos, um rico comerciante, que lhe doou uma casa.
CANDELÁRIA Aos 25 anos é ordenado padre e, aos 31, torna-se mestre-de-capela da Sé Catedral do Rio de Janeiro. Seguiu-se um período de grande produtividade artística. Dava também aulas gratuitas em sua casa, de onde saíram muitos artistas que enriqueceram a vida musical no Rio do século XIX.Em 1808, chega Família Real Portuguesa ao Rio de Janeiro. Após o desembarque, o séquito da Família Real foi acompanhado por música, fogos de artifício e repicar de sinos.
CANDELÁRIA Quando o Príncipe Regente entrou na igreja, ouviu-se uma grande peça orquestral acompanhada de um coro de meninos. O regente do coro e orquestra era Padre José Maurício.
CANDELÁRIA A vinda da Corte muda o panorama artístico da cidade musical na Corte, mas não sem tribulações para Pe. José Maurício. Alguns músicos portugueses não queriam trabalhar com alguém com “defeito de cor”. Foi o início de uma série de agressões. Mas D. João, fascinado por seu talento, nomeou-o para o cargo de primeiro regente da Capela Real, o que equivalia e ser oficialmente o maior compositor e maestro do Reino de Portugal.
MOSTEIRO DE SÃO BENTO – RIO DE JANEIRO Chegaram muitos outros músicos de Portugal, mas a tarefa de compor foi atribuída ao Pe. José Garcia. Nos 3 anos seguintes viria a compor 70 peças musicais, a principal das quais foi a Missa de São Pedro de Alcântara. A vida musical floresceu no Rio, porém a pressão contra ele continuava.
MOSTEIRO DE SÃO BENTO Curiosamente, foi tolerada a sua vida em concubinato com Severiana Rosa de Castro, que lhe deu 6 filhos, mas o dispêndio com a família o obrigou a hipotecar sua casa. O excesso de trabalho refletiu-se em sua saúde e ele pediu para celebrar missa em sua própria casa. O episódio, juntamente com a pressão de outros músicos fez com que D. João, em 1811, trouxesse de Lisboa o compositor português mais célebre do seu tempo, Marcos Portugal, que tinha suas obras apresentadas por toda a Europa, para substituir José Maurício na Capela Real.
MOSTEIRO DE SÃO BENTO Marcos Portugal ficou encantado com o padre e a relação entre ambos foi da mais absoluta cordialidade. Não houve perda econômica para Pe. José Maurício. Acredita-se mesmo que a nova situação lhe tenha trazido a vantagem de dispor de mais tempo livre para um número maior de composições, cujos lucros lhe permitiram inclusive resgatar a hipoteca de sua casa
MOSTEIRO DE SÃO BENTO Em 1816 dirige na Igreja da Ordem Terceira do Carmo um Réquiem, de sua autoria, em homenagem à rainha D. Maria I , morta naquele ano no Rio. No mesmo ano chega à Corte o compositor austríaco SigismundNeukomm, que estabelece uma grande amizade com o brasileiro, cujo trabalho considerava à altura de qualquer apresentação européia.
IGREJA DE SÃO FRANCISCO DA PENITÊNCIA – RIO DE JANEIRO Em 1819, Pe. José Maurício dirige a estréia brasileira do Réquiem de Mozart e a Missa de Batismo da Princesa Maria da Glória, filha de Dom Pedro com a Princesa Leopoldina.
IGREJA SÃO FRANCISCO DA PENITÊNCIA – RIO DE JANEIRO Em 1821, D, João volta para Portugal. Apesar de ter recebido do rei uma tabaqueira preciosa como presente de despedida do monarca que tanto o apoiara, foi um dia triste para o Pe. José Maurício. A partir daí, o cenário musical decai.
IGREJA DE SÃO FRANCISCO DA PENITÊNCIA – RJ Devido à precariedade financeira do país, seu sucessor D. Pedro I, apesar de amante da música e simpático ao padre, não pôde manter benefícios financeiros extras aos músicos, mantendo apenas seus salários básicos, e ele teve que cessar as aulas gratuitas que dera por 28 anos. O Erário não tinha dinheiro para pagar os músicos. Estávamos às portas da Independência
Ainda assim, em 1826, compões a belíssima Missa Santa Cecília, seu último grande trabalho. IGREJA DE SÃO FRANCISCO – SALVADOR, BAHIA Ainda assim, em 1826, compôs a belíssima Missa Santa Cecília, seu último grande trabalho.
IGREJA DE SÃO FRANCISCO – SALVADOR Em 1828, passou a seu “sobrinho” José, o único que reconheceu como filho, a Ordem de Cavaleiro de Cristo. Em 1830 passou seu dormitório para o andar térreo da casa “para não incomodar ninguém”. Em 18 de abril do mesmo ano, tendo ao lado um filho e um escravo, deu seu último suspiro murmurando um hino à Nossa Senhora.
IGREJA DE SÃO FRANCISCO – SALVADOR A irmandade de Santa Cecília celebrou a missa de falecimento, na qual uma pequena orquestra tocou sua Sinfonia Fúnebre, composta 40 anos antes. Foi sepultado na igreja de São Pedro dos Clérigos, demolida nos anos 40 para a abertura da Avenida Presidente Vargas, em pleno coração do Rio de Janeiro.
CONCATEDRAL DE SÃO PEDRO DOS CLÉRIGOS - RECIFE, PERNAMBUCO Em 1930, Alphonse de Taunay publicou o livro “A Grande Glória do Brasil: Pe. José Maurício Nunes Garcia”. Segundo Manuel de Araújo Porto Alegre, SigismundNeukomm teria dito em 1853 que considerava Pe. José Maurício “o maior improvisador do mundo. E os brasileiros nunca souberam o valor do homem que tinham, valor tanto mais precioso, pois era fruto dos seus próprios recursos.”
CONCATEDRAL DE SÃO PEDRO DOS CLÉRIGOS - RECIFE, A apreciação contemporânea o considera o maior compositor brasileiro de seu tempo. Sua produção conhecida chega a cerca de 240 obras, muitas delas redescobertas ou restauradas em meados do século XX. Hoje em dia suas composições voltaram às salas de concertos e recitais em igrejas, já tendo diversas delas sido gravadas e publicadas.
FORMATAÇÃO: CLAUDIA MADEIRA ENTRE NO SITE: http://slidescorepoesia.com TEXTO: WIKIPEDIA (tradução do inglês) IMAGENS: GOOGLE SOM: “KYRIE” DA MISSA N.SRA.DA CONCEIÇÃO E “GLORIA” DA MISSA DIAMANTINA DE PADRE JOSÉ MAURÍCIO QUEM DESEJAR RECEBER E-MAILS EM SUA CAIXA POSTAL ESCREVA PARA clmadeira22@yahoo.com.br COLOCANDO EM ASSUNTO: RECEBER SLIDES