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Construção do espaço virtual na Internet Como as pessoas se localizam em ambientes de chat

Centro Federal de Educação Tecnológica Paraíba Coordenação de Informática. Universidade Federal de Pernambuco Departamento de Psicologia Pós-graduação em Psicologia. Construção do espaço virtual na Internet Como as pessoas se localizam em ambientes de chat. Lafayette B. Melo. O bjetivo.

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Construção do espaço virtual na Internet Como as pessoas se localizam em ambientes de chat

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Presentation Transcript


  1. Centro Federal de Educação Tecnológica Paraíba Coordenação de Informática Universidade Federal de Pernambuco Departamento de Psicologia Pós-graduação em Psicologia Construção do espaço virtual na InternetComo as pessoas se localizam em ambientes de chat Lafayette B. Melo

  2. Objetivo • Explicar como é construído o espaço virtual na Internet, especificamente em ambientes de chat, através de uma abordagem sócio-cultural da psicologia. • Ex.: A: cheguei! Alguém quer teclar comigo? B: oi A, tudo bem?

  3. Tópicos que podem ser abordados • A noção de espaço: do físico até o virtual • O uso de instrumentos e de signos e a teoria da atividade na construção do espaço virtual • O materialismo dialético e a construção do espaço físico e do espaço virtual na Internet • O papel da linguagem na construção do espaço virtual na Internet • O lugar do espaço na interface homem-máquina • … o percurso da pesquisa

  4. Percurso da pesquisa Concepções de mundo Espaço virtual na Internet Formação espaço-virtual Fenômeno/ Objeto Teoria Experiências intuitivas Materialismo dialético Abordagem sócio-cultural Estudos da linguagem Método Dados Intercal(ação) de marcadores espaço-virtuais Gráfico Adaptado de Valsiner (2000)

  5. Espaço virtual na Internet Uso • Galileu • O instrumento • Aristóteles • A matéria e a forma Interface do chat • Newton e Leibniz • Mudança e movimento Linguagem (textual) • Einstein • Tempo como dimensão do espaço Experiência e expectativas (síncronas) (Zingano, 2002; Wertheim, 2001; Andery, 2002; Johnson, 2001; Piettre, 1997) Transformações

  6. Espaço virtual na Internet • O virtual, Lévy (1996,1997): • É freqüentemente aquilo que não está presente, mas não o contrário do real • Uma não-presença e a imaginação é um vetor • Há várias virtualidades: na fala, na escrita, nos instrumentos de comunicação e informação, na Internet

  7. Espaço virtual na Internet • O físico, o virtual e os teóricos do ciberespaço: • 1) o mundo físico é objetivo por definição • 2) o mundo virtual é subjetivo por definição • 3) logo, não há no mundo físico o mundo virtual Subjetivo Objetivo Mundo virtual Mundo fisico • Pensamentos decorrentes deste raciocínio: • A territorialização dos textos acabou e o documento virtual não é perdido (Lévy, 1997) • O mundo da Internet se reduz à tela (vários)

  8. Espaço virtual na Internet • O físico, o virtual, Ryle (1984) e o materialismo dialético • Entender o mundo físico como algo externo e a mente como algo interno não é apropriado Objetivo Subjetivo Mundo fisico Intersubjetivo Mundo virtual • Pensamento decorrente deste raciocínio: • Uma cidade, uma universidade ou qualquer forma de organizar a experiência física para constituir o virtual

  9. Materialismo dialético (Konder, 1987; Cheptulin, 1982; Engels, 2000; Politzer, 1967) • O mundo é material e está em constante transformação • Há uma derivação deste mundo em transformação no pensamento humano, mas isso não significa que o ser humano perde a sua individualidade • Uma dessas derivações é o próprio espaço virtual na Internet • Há a transformação da natureza em uma natureza humanizada

  10. Abordagem sócio-cultural • Papel dos signos e dos intrumentos • Para Vygotsky (Vygotsky, 1984; Vigotski, 1996), a invenção e o uso dos signos, como meios auxiliares para solucionar um dado problema psicológico (lembrar, comparar coisas, escolher etc), é análoga à invenção e uso de instrumentos, só que agora no campo psicológico • Papel da atividade • Para Leontiev (1971), pode haver ações diferentes para a realização de uma atividade colaborativa

  11. Intercal(ação) de marcadores espaço-virtuais • Unidade de análise que envolve três aspectos: • Marcadores espaço-virtuais • Têm função dêitica (indexam) • Mensagem, dêiticos (eu, aqui, agora), anáfora • Dêiticos implícitos e explícitos • Com função de informação, identificação e pressuposição (Marcuschi, 2001, 2002; Bluhdorn, 1995; Apothéloz, 2003; Fillmore, 1997; Mondada, 2003; Pomerantz, 1997; Searle, 1992) “aqui” A está em uma sala específica A: cheguei! Alguém quer teclar comigo? B: oi A, tudo bem?

  12. Intercal(ação) de marcadores espaço-virtuais • Dinâmica da interação nos chats • Base na AC e em outros estudos • É feita sempre a relação de uma mensagem com marcador com outra mensagem A: cheguei! Alguém quer teclar comigo? B: oi A, tudo bem?

  13. Intercal(ação) de marcadores espaço-virtuais • Contextualização para o espaço • Expectativas e pressuposições comuns da atividade A: cheguei! Alguém quer teclar comigo? B: oi A, tudo bem? Há diferenças se A e B já se conhecem, se já combinaram alguma atividade etc e o contexto é compreendido de acordo com uma ancoragem dêitica

  14. Intercal(ação) de marcadores espaço-virtuais • O pesquisador deve atuar como participante observador • A unidade deve buscar diferenciações • Atividades previamente definidas (cursos do Projeto Virtus, entrevistas da UOL, servicos de suporte da UOL) • Atividades não previamente definidas (encontros na UOL, Terra, mIRC, Superig, Paltalk, Yahoo Messenger) • Foram identificadas 7 categorias: conexão, engajamento, emergência, manutenção, imergência, desengajamento e desconexão

  15. Formação espaço-virtual • CONEXÃO E ENGAJAMENTO • A conexão é a mensagem do sistema que indica que alguém entrou na sala • O engajamento é a primeira mensagem do indivíduo que indica que ele próprio está no espaço virtual • Caráter dialógico flagrante • Indexação e movimento

  16. Formação espaço-virtual • EMERGÊNCIA • Está associada a um reconhecimento, resposta ou observação de uma mensagem de conexão ou engajamento • Período no qual as pessoas estão tentando estabilizar um espaço de encontro com cumprimentos, referências à espera, comentários sobre a chegada dos outros etc. • Referência ao espaço no contexto do ambiente: “joão está aqui! Dê uma olhada acima.” • Dimensões salientáveis: “A sala está cheia!”

  17. Formação espaço-virtual • MANUTENÇÃO • Intercalações que fazem com que o espaço virtual seja mantido em uma estabilidade relativa • O tipo de referência dentro do espaço na sequência temporal faz com que o indivíduo continue a indexar o espaço mesmo que não utilize dêiticos para localização • As pessoas mantêm a interação e o espaço virtual sem uma preocupação explícita de se localizarem

  18. Formação espaço-virtual • IMERGÊNCIA E DESENGAJAMENTO • A imergência corresponde a um fechamento na conversação • As pessoas se preparam para encerrar a sessão de chat e se desconectar do espaço virtual, normalmente com despedidas e cumprimentos • Há uma referência implícita de que as pessoas não estarão mais “lá” • Há uma função diferenciada de verbos de chegada e de saída • O desengajamento é um cumprimento final que delimita o espaço do indivíduo com o engajamento

  19. Formação espaço-virtual • Algumas conclusões sobre a formação espaço-virtual • Os movimentos virtual-virtual, virtual-físico e físico-virtual constataram a relação intrínseca entre o mundo simbólico e o virtual (07:22:12) Moderador UOL: Caros, a banda esta a caminho do UOL. Pedimos desculpas pelo atraso e agradecemos a compreensão de todos. (...) (07:27:27) bojofala paraTodos: pô, meu! cadê os cara??? (07:27:53) Nanã fala para bojo: "os cara tá presu nu transito, manu !" (...) (07:29:47) Rib fala para -==XXXXNation=--: Adoro vc´s ...Quando vem a Uberlandia (07:31:40) XXXX: Olá a todos!! Olá Mangue Boys e Mangue Girls. Olá para quem está em São Paulo ou perto da cidade. Boa noite pra quem tá chegando e pra quem já chegou!

  20. Formação espaço-virtual • Distribuição dos marcadores espaço-virtuais • Engajamento: 1) implícitos em cumprimentos e avisos de chegada; 2) pressupostos em dêiticos espaciais; 3) implícitos em verbos de chegada. • Emergência: semelhante ao engajamento, mas em um espaço interativo • Manutenção: os marcadores pessoais surgem para organizar e manter o espaço • Imergência: 1) implícitos em despedidas e cumprimentos de saída; 2) pressupostos em dêiticos espaciais; 3) implícitos em verbos de saída. • Desengajamento: semelhante à imergência, mas localizados na última mensagem do indivíduo.

  21. Formação espaço-virtual • Os elementos com função dêitica parecem ser mais usados implicitamente e com função de pressuposição para se referir a conceitos mais abstratos ou simbólicos • Chats com atividades previamente definidas e não previamente definidas repercutiram na forma de construção do espaço • A especialidade e a formalidade do chat também contribuíram para a formação espaço-virtual • O grau tecnológico e o uso repercutiram no espaço: • Espaço privado • Uso de aúdio e texto e diferentemente a imagem • Ação instrumental mediada

  22. Formação espaço-virtual • Algumas contribuições da formação espaço-virtual • Visão metodológica associada ao trabalho como um todo e perspectivas de novos trabalhos na linha de estudo do espaço virtual na Internet e em análises de conceitos em psicologia não abordados neste trabalho • Estudos mais específicos sobre o papel da linguagem no uso da tecnologia • Novas preocupações sobre educação e ensino a distância: • O papel do aluno e do professor em um novo espaço • A capacitação de professores

  23. Formação espaço-virtual • Estudos em interface e interação homem-máquina • Analisar o espaço pode ser entendido como analisar a interface em uso • Há estudos sobre teoria da atividade e interface, bem como sobre espaço e interface, mas não parece haver uma preocupação conjunta • O espaço virtual carece de uma visão dialética e muitos dão ênfase ao espaço como “lugar” • O desenvolvimento de interfaces pode adotar perspectivas apontadas neste trabalho

  24. OBRIGADO…

  25. Formação espaço-virtual conexão P2 ACABA DE ENTRAR NA SALA – (19:21:7 em 8-jan-2002) P2 - Boa noite a todos. Estou aqui para o primeiro contato síncrono como o Professor e demais alunos do curso L ACABA DE ENTRAR NA SALA – (19:30:21 em 8-jan-2002) L – Ola P2 e P1, Vamos esperar dois minutos pela chegada de P3 P2 – Sou Professor do Departamento de XXXX e estou interessado em aplicar tecnologia Educacional L – Por enquanto, adianto para vocês a pauta do que podemos conversar nesta sessão, que sugiro que seja a seguinte... L – 1 –dúvidas sobre o hipertexto da aula 01, 2-discussão sobre nossa experiência em tecnologia educacional e 3-perspectivasem relação ao curso (...) engajamento emergência manutenção

  26. Formação espaço-virtual (...) P1 ACABA DE ENTRAR NA SALA - (20:57:19 em 8-mai-2002) L - Ok. P1, infelizmente parece que nosso tempo está esgotando. De qualquer forma, qualquer dúvida específica que tenha, pode me manda um e-mail. Há mais algo que vc deseje comentar agora? Só mais uma coisa: as datas para entrega dos trabalhos estão boas para vc? P1 - Probleminhas de conexão aqui também... Estou nesse curso exatamente buscando base para outros projetos melhores. P1 - Certo, foi proveitoso para mim. Vou enviar a tarefa agendada para hoje daqui a pouco. Muito obrigada. Se precisar eu peço socorro pelo fórum. Até breve. L - Então Boa noite! P1 - Boa noite! imergência desengajamento

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