660 likes | 1.11k Views
Ciclo das Doenças de Plantas. Ciclos das Relações Patógeno-Hospedeiro O desenvolvimento de doenças infecciosas é caracterizado pela ocorrência de uma série de eventos sucessivos e ordenados. Sobrevivência Disseminação Infecção Colonização Reprodução do patógeno. Infecção. Disseminação.
E N D
Ciclos das Relações Patógeno-Hospedeiro O desenvolvimento de doenças infecciosas é caracterizado pela ocorrência de uma série de eventos sucessivos e ordenados. Sobrevivência Disseminação Infecção Colonização Reprodução do patógeno.
Infecção Disseminação Colonização Ciclo Secundário Ciclos das Relações Patógeno-Hospedeiro (Whetzel) Reprodução Planta Doente Sobrevivência Ciclo Primário
Ciclo de infecção, ou o monociclo: compreende os eventos que ocorrem desde o primeiro contato entre o patógeno e hospedeiro (infecção) até a morte da lesão originada deste contato. Refere-se: geração do patógeno. Policiclo ou a epidemia: constitui na superposição de ciclos de infecção, com o desenvolvimento de várias gerações do patógeno.
Definições Importantes Inóculo: estrutura reprodutivas do patógeno capaz de causar infecção no hospedeiro. Fonte de Inóculo: representa o local onde o inóculo é produzido, ou o local onde ele se encontra, antes da infecção.
Definições Importantes Inóculo 1º : é o inóculo responsável pelo início do ciclo 1º das relações patógeno-hospedeiro, ou seja, é o inóculo que inicia o processo doença em cada ciclo da cultura. Inóculo 2º: é o inóculo responsável pelos ciclos 2º da doença, ou seja, é o inóculo produzido sobre o hospedeiro durante o ciclo da cultura.
Ciclo Primário de infecção: Eventos envolvidos no aparecimento da 1ª lesão em uma planta hospedeira. 1º processo do ciclo primário é: Sobrevivência do inóculo em um determinado local (fonte de inóculo) O início do ciclo primário depende do inóculo inicial e é por isso – primeira fase do ciclo.
Sobrevivência: mecanismo que garante a perpetuação do inóculo. a) Estratégias de sobrevivência: estruturas especializadas de resistência, atividades saprofíticas, plantas e vetores. • Fungos e nematóides: estruturas capazes de resistir à ausência do hospedeiro e ao ambiente desfavoráveis.
Estruturas de Resistências de Fungos • Clamidósporos: estrutura de resistência presente em muitos fungos. Esporo constituído de uma única célula com um citoplasma condensado (acúmulo de reservas nutritivas) e uma espessa parede celular. • Formato: oval ou oblongo e são formados nas hifas de maneira intercalar ou terminal)*.
Permanecem em dormência no inverno e germinam na primavera, quando as condições de ambiente são favoráveis – origem a infecção – ciclo 1º da doença. Arranjo de clamidósporos em cachos (Fusarium sp.)*
Mofo branco do feijoeiro Sclerotinia sclerotiorum • 2) Escleródios* • Agregados de massas, em geral, arredondadas. • EX: Sclerotium, Macrophomina, Verticillium, Rhizoctonia, Botrytis e outros.
Tabela 1- Período de sobrevivência de escleródio de alguns fungos fitopatogênicos, em condições de campo)*.
3) Ascocarpos* Corpos de frutificação de certos ascomicetos (ascocarpos). Sarna da macieira (Venturia inaequalis)* Apotécio
4) Teliósporos: Ordem Ustilaginales: Carvão Comum (Ustilago maydis ) e Carvão do Milho (Sphacelotheca ) são capazes de sobreviver durante vários anos no solo, sem perder sua viabilidade. Carvão Comum (Ustilago maydis ) Carvão do Topo do Milho (Sphacelotheca reiliana )
Carvão da cana de açúcar (Ustilagosscitaminea) Teliósporos resistem a condições de baixa umidade.
Ordem Uredinales: agrupa os agentes causais das ferrugens. Puccinia heterospora – teliósporos inativos por alguns dias;
Ordem Uredinales: agrupa os agentes causais das ferrugens. P. graminis f.sp. tritici – teliósporos inativos por vários meses.
Pythium sp. 5) Oósporos Fungos do gênero Pythium e Phytophthora – sobrevivem a altas e baixas temperaturas e baixa umidade. Esporos apresentam uma parede celular espessa que lhes confere resistência. Phytophthora sp.
Estrutura e período de sobrevivência no solo de alguns fungos fitopatogênicos e período de rotação necessário ao seu controle.
Nematóide do cisto (Globodera spp) Nematóide do cisto (Heterodera spp)
b) Atividades Saprofíticas: fungos, bactérias e nematóides. EX: matéria orgânica em decomposição e solução do solo (fonte de nutrientes) Cephalosporium gramineum- sobrevive em palha de trigo sobre solos com elevado teor de umidade.
b) Atividades Saprofíticas: fungos, bactérias e nematóides. EX1: matéria orgânica em decomposição Fungo: Cephalosporium gramineum- sobrevive em palha de trigo sobre solos com elevado teor de umidade.
Bactéria: Xanthomonas campestris pv. malvacearum. • Persiste em restos de culturas por vários anos (até 7 anos). • EX: folha, ramos e capulhos de algodão
EX2- Solução do solo (fonte de nutrientes) Pseudomonas solanacearum (raça 1) elevada capacidade de sobrevivência no solo*.
c) Alternativas de sobrevivência: vetores, hospedeiros facultativos e intermediários. Vetores: transportam patógenos durante o ciclo da cultura hospedeira, auxiliando na sua disseminação. Os vetores retêm os patógenos em seu organismo, contribuindo para sua sobrevivência.
Vírus– utilizam vetores em sua estratégia de sobrevivência. Principais vetores: insetos, nematóides e fungos. (Citrus tristeza virus, CTV )
Insetos- classificados de acordo com o tempo de permanência das partículas virais no corpo de vetor. • Persistentes: as partículas de vírus, uma vez no corpo do inseto, ali permanecem por períodos prolongados de tempo, podendo manter-se assim por toda vida do inseto. • EX: pulgão (Família Aphididae), cigarrinhas (Família Cicadellidae) e tripes (Família Thripidae).
Não persistente: as partículas de vírus, permanecem no vetor apenas entre a aquisição do vírus de uma planta hospedeira e sua transmissão para outra planta.
Nematóides: todos ectoparasitas. EX: Xiphinema (partículas virais são retiradas da cutícula do esôfago) Fungos: Gêneros Polymyxa e Spongospora (colonizam raízes infectadas - as partículas permanecem em seus esporos de resistências após a morte do hospedeiro.
Disseminação: reúne as fases de remoção, dispersão e deposição de propágulos. O que é disseminar? É o movimento do patógeno., proporcionado geralmente por agentes externos (homem, vento e os insetos)
Agentes atuam: Remoção do patógeno: transporte e deposição sobre o hospedeiro. Encarregam-se da movimentação do inóculo tanto a curtas quanto a longas distâncias. Fungos e Bactérias: ar e água. Vírus: quase exclusivamente do homem e de insetos.
Entretanto: um propágulo sobre um tecido sadio e suscetível necessita ainda de condições específicas de ambiente para poder ocorrer a infecção. Então: Disseminação: encerra-se com a deposição do patógeno na superfície do hospedeiro*.
- Processo de Infecção: inicia com os fenômenos ligados á pré-penetração (adesão e germinação de esporos, multiplicação de bactérias), penetração e estabelecimento de relações parasitárias estáveis entre o patógeno e o hospedeiro.
Gaumann (1950): infecção é o processo que se estende da germinação do patógeno até o estabelecimento de relações parasitárias estáveis com o hospedeiro. Portanto: A infecção inicia-se quando este patógeno germina (fungo), multiplica-se (bactérias) ou penetra na planta (vírus e nematóides)
Para qualquer microrganismo a infecção apresenta-se como um processo crítico, pois funciona como o marco inicial da patogênese. A doença como processo tem início. Nessa fase o patógeno encontra-se vulnerável ás condições de ambiente.
Colonização: implica na distribuição do patógeno dentro do tecido do hospedeiro, distribuição que ocorre em maior ou menor extensão a partir do ponto de infecção e interferindo na fisiologia do hospedeiro.
Reprodução: é a multiplicação de um patógeno no período que antecede sua disseminação. Portanto: no final da colonização o patógeno passa a produzir novos propágulos infecciosos, seja no interior (vírus, fungos e bactérias), seja na superfície (fungos e bactérias) do hospedeiro. - Antecede à disseminação e é responsável pelo aumento do inóculo- garantir um número suficiente de propágulos para uma disseminação eficientes.
Havendo ambiente favorável e tecido hospedeiro disponível, vários ciclos infecciosos serão produzidos sucessivamente. • Os novos ciclos infecciosos gerados após a “primeira lesão” – Ciclo secundário. • O final do ciclo secundário coincide com o final do tecido hospedeiro (morte das plantas anuais e queda de folhas nas plantas perenes decíduas)
Assim a rota seguida pelo patógeno partindo da reprodução em direção a disseminação é desviada rumo a fase de reprodução.
Processos, subprocessos e mecanismos envolvidos ciclo das relações patógeno-hospedeiro.
EX: Ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix) Disseminação: vento e água das chuvas. Dispersão pela água de chuva: transportar o patógeno de folha em folha, dentro da mesma planta provoca autoinfecção favorece a esodemia. Autoinfecção: quando o propágulo que deu origem à infecção foi produzido sobre o próprio hospedeiro.
EX: Ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix) Disseminação: vento e água das chuvas. Dispersão pelo vento: transportar o patógeno de planta para planta aloinfecção exodemia. Aloinfecção: quando o propágulo não foi produzido no próprio hospedeiro.
Processos, subprocessos e mecanismos envolvidos ciclo das relações patógeno-hospedeiro.
Parte IV Ciclo das Relações Patógeno hospedeiro Capítulo 12 – Ciclos primário e secundário Capítulo 13 – Sobrevivência do inóculo