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INTRODUÇÃO À TEOLOGIA. Questões nucleares e fundamentos Prof. Carlos Cunha 2013. BIBLIOGRAFIA. LIBANIO, J.B. ; MURAD, Elias. Introdução à teologia : perfil, enfoques e tarefas. 3.ed. São Paulo: Loyola, 2001. 372p.
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INTRODUÇÃO À TEOLOGIA Questões nucleares e fundamentos Prof. Carlos Cunha 2013
BIBLIOGRAFIA LIBANIO, J.B.; MURAD, Elias. Introdução à teologia: perfil, enfoques e tarefas. 3.ed. São Paulo: Loyola, 2001. 372p. BOFF, Clodovis. Teoria do método teológico. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 1998. LAMBERT, Dominique. Ciências e teologia: figuras de um diálogo. São Paulo: Loyola, 2002. HAIGHT, Roger. Dinâmica da teologia. São Paulo: Paulinas, 2004. RAUSCH, Thomas (Org.). Introdução à teologia. São Paulo: Paulinas, 2004. McGRATH, E. Alister. Teologia: os fundamentos. São Paulo: Loyola, 2009. FISICHELLA, Rino. Introdução à teologia fundamental. São Paulo: Loyola, 2000. BARTH, Karl. Introdução à teologia evangélica. 7.ed.São Leopoldo: Sinodal, 2002. RIBEIRO, Súsie, MURAD, Afonso, GOMES, Paulo. A casa da teologia: introdução ecumênica à ciência da fé. São Paulo: Paulinas, São Leopoldo: Sinodal, 2010.
Perguntas pelo saber • Perguntas de natureza filosófica – O que é? Por quê? Para quê? • Perguntas de natureza teológica – O que é teologia cristã? Por que estudá-la? Etc. • Perguntas pastorais – Como o estudo da teologia afeta a minha comunidade? Que palavra tem a teologia para o mundo? • Perguntas existenciais – Não basta ter fé? Como a teologia toca a minha vida?
QUESTÕES NUCLEARES Etimologia Percurso histórico do termo Conceitos Considerações
ETIMOLOGIA • O termo é composto de 2 termos gregos que lhe definem a natureza: QeoV (Theós) + logia (Logia) • A palavra “teologia” não aparece na Bíblia. O termo mais próximo é QeologoV, alguém que fala de Deus ou coisas divinas (Ap). • “Teologia” é um termo pré-cristão. Ele aparece pela 1ª vez em Platão (Rep.379a), depois em Aristóteles e Homero para designar a mais alta das 3 ciências teóricas, após a matemática e a física. • No estoicismo, a teologia torna-se uma disciplina filosófica e no pensamento cristão, com Clemente e Orígenes, o termo apropriado do léxico grego toma novos contornos.
Percurso histórico do termo • No grego antigo, Q é hino de louvor aos deuses. A Q está ligada em suas raízes à oração e ao anúncio. • Em Platão, Qé estudo crítico-racional dos deuses da mitologia, com o objetivo de criar bons cidadãos. A Q é crítica (postura interrogativa), pedagógica (forma caráter, paidéia) e política (forma cidadão da polis). • Em Aristóteles, Q é o estudo do Ser mais excelente ou supremo. É o cume da filosofia. • Na era cristã, Q, na perspectiva da Escola de Alexandria, é o estudo de Deus para dentro (trindade) e estudo de Deus para fora (história da salvação). Com Abelardo, séc.XIII, Q passa a ser estudo científico.
CONCLUSÃO • A Q carrega as marcas de suas fontes: 1) da fonte cristã veio-lhe o conteúdo: o Deus da fé e 2) da fonte grega, veio-lhe a forma: o estudo racional de Deus. • Do percurso histórico, podem-se retirar lições sobre a compreensão do termo. Q está relacionada com: • Oração e proclamação • Postura crítica e formativa • A F pergunta e a Q responde • Ortodoxia (para dentro) e ortopraxia (para fora)
“Teologia” tem a ver com “logia”, com palavra, com saber, com ciência. Coloca-se Deus em discurso humano. Etimologicamente, significa um “discurso, um saber, uma palavra, uma ciência de ou sobre Deus”. Ou como sugere Clodovis Boff: “a partir de Deus”. Como colocar Deus em discurso humano? Tensões: • Imanência e transcendência – Como pode o humano, limitado, falar sobre o divino, eterno? • Qapofática e Q catafática – Não seria o silêncio diante do mistério melhor do que verbalizar o mistério?
CONCEITOS • “Explicar o motivo da fé cristã, falar com toda coerência do Deus de quem as Escrituras dão testemunho, ou falar de todas as coisas referindo-as a Deus, essas fórmulas que só pretendem introduzir, e não são as únicas possíveis, apresentam o programa da teologia”. (LACOSTE, Jean-Yves. Dicionário crítico de teologia) • Para Justo González, Q está relacionada as tarefas de: explicar a realidade; sistematizar a doutrina cristã; defender a fé; criticar a vida; proclamar a Igreja e contemplar Deus. (Introdução à teologia cristã) • “Q define-se como reflexão crítica, sistemática sobre a intelecção da fé”. “A Q trata de Deus, mas mediado pela fé, pela acolhida de sua palavra, que, por sua vez, nos vem comunicada pela revelação transmitida na tradição da Igreja – escrita, vivida, pregada, celebrada e testemunhada”. (Afonso Murad e J.B. Libanio)
CONSIDERAÇÕES • A Q é uma construção paulatina do conhecimento humano acerca de Deus. É em função dessa necessidade de explicar o mundo, e de se explicar, que os seres humanos vêm sistematicamente empreendendo buscas teológicas. • Teologia é logía pensado não a partir do logos grego profano (palavra-pensamento), mas logía pensado a partir do dabar (hebraico), palavra em ação, dinâmica, criadora e libertadora. Exemplo: Sl 104. Talvez o receio em relação a teologia esteja ligado ao seu conceito embrionário, segundo o qual esteve relacionado a Platão e Aristóteles que definiam a teologia como o estudo das narrações mitológicas.
A teologia não tem tido o reconhecimento que lhe é devido. Há muita ignorância e pré-conceitos sobre o fazer teológico Muitos pastores desprezam a teologia e sem preparo teológico condenam a sua igreja ao infantilismo e raquitismo espirituais. Com o pretexto para preservar o estado de alienação, pessoal e da comunidade, semeiam mentiras entre os cristãos. • Quão triste é um cristão que não entende a própria fé. Fé cega. Fé confusa que não tem convicções profundas. Veja Is 7.9 e I Pe 3.15 exemplos bíblicos de fé que busca entendimento, convicções. • É um risco para a teologia se perder nos meandros de uma multidão de detalhes e obscurecer a percepção do que é realmente essencial. Há o perigo na caminhada teológica de trocar a fé sincera pelo intelectualismo. A teologia pode se tornar um ídolo quando deixamos de utilizá-la como meio para compreender o divino e o humano e caímos na idolatria das ideias, dos conceitos e dos sistemas. As consequências desta idolatria são esterilidade, insensibilidade e indiferença.
A teologia não é algo que cai do céu, mas o produto de uma reflexão permanente a partir de uma situação concreta, estabelecendo um ponto entre a informação bíblica e nossa situação. Por isso, parafraseando Antonio Machado: “fazemos teologia ao andar”. • O estudante de teologia precisa ter cautela ao emitir juízos. É necessário conhecimento bíblico-teológico e bom-senso aguçado para ensinar e exercer influência. • Não se deve submeter à teologia ao leito de Procusto do pensamento ideológico pós-moderno. Cabe ao teólogo romper com o sistema caído e propor os valores do Reino de Deus. A teologia é dinâmica e precisa ser pensada a partir da nossa realidade. Para isso, relevância temática[2] é fundamental. [2] Karl Barth chama de relevância temática o cristão que produz teologia de forma contextual. Bíblia debaixo de um braço e jornal debaixo do outro.
FUNDAMENTOS I Teologia e ciência Fé e palavra Fé e experiência Fé e prática
TEOLOGIA E CIÊNCIA • A Q é ciência na medida em que realiza a tríplice caracterização formal de toda ciência, que é a de ser crítica, sistemática e dinâmica. • Enquanto ciência humana, a Q tem uma racionalidade hermenêutica: ela procura compreender o sentido de fé à luz do “texto da vida”. • A Q não é uma ciência qualquer. A teologia é suigeneris porque sua base, a revelação, nas Escrituras ou na criação é completamente diferente dos objetos de estudo de outras ciências. • O ser humano só pode chegar ao conhecimento de Deus na medida em que este se faz conhecido a ele através da revelação. “Só Deus pode falar sobre Deus” (Karl Barth) – Tillich amplia esta ideia.
TEOLOGIA E CIÊNCIA • A Q não é uma ciência autônoma. Ela recorre ao instrumental de outras ciências – antropologia, sociologia, história, psicologia, filosofia etc. – para desenvolver sua reflexão. Toda verdade é verdade de Deus. Nenhum conhecimento verdadeiro, em última análise, é realmente secular. • A Q como ciência interdisciplinar em diálogo constante com os outros campos do saber. A interdisciplinaridade é uma proposta plena diferente da ciência especializada (multidisciplinar e transdisciplinar). • O diálogo ciências-teologia encerra sempre um risco: ficar entre dois fogos: o racionalismo radical e o fideísmo; o concordismo e o discordismo. Como evitar esta tensão? • Compreensão ontológica e epistemológica da Q
TEOLOGIA E CIÊNCIA Teologia como uma ciência diferenciada – Revelação “Afirmar que a teologia é uma ciência não equivale a colocá-la no mesmo plano das ciências empíricas ou experimentais, e sim evidenciar que, embora com seu caráter paradoxal – determinado pelo fato de dever ela estudar o ‘mistério da revelação de Deus’ –, ela constrói e emprega um instrumental científico que lhe permite alcançar resultados universalmente comunicáveis” Rino Fisichella • O objeto de estudo é o evento da revelação e a fé que nela depositam os cristãos
TEOLOGIA E CIÊNCIA Sobre REVELAÇÃO • Processo pelo qual Deus desvenda para o ser humano a natureza e o mistério da vontade e dos propósitos eternos de dEle para o ser humano. • Conjunto de verdades reveladas – DOGMÁTICA E APOLOGÉTICA • Atividade de Deus na história da salvação, por meio de palavras e obras, culminando em Jesus (auto-revelação de Deus), quanto em sua atividade constante para que seu povo conheça e individualmente aceite essas realidades, a elas submetendo-se.
TEOLOGIA E CIÊNCIA A questão do MÉTODO • Categoria “Espiral hermenêutica” – Karl Larenz (1903-1993) • Relação entre o sujeito (quem percebe) e o objeto (o que é percebido) onde ambos modificam um ao outro. • O sujeito modifica o objeto, pois lhe atribui significado, e o objeto modifica o sujeito, pois altera a subjetividade humana (elemento da fé) SUJEITO – significado – OBJETO OBJETO – subjetividade – SUJEITO
Fontes teológicas: FÉ-PALAVRA • O princípio formal objetivo da teologia é a Revelação (Palavra de Deus). Fazer teologia é ver tudo à luz da Palavra. • A Doutrina da fé ou a Palavra de Deus se encontra concretamente na Sagrada Escritura, lida e tradicionada na e pela comunidade eclesial. • A Revelação detém sobre a razão um primado absoluto. O ser humano só pode acolher a Palavra no maravilhamento da contemplação e do amor, fonte secreta de toda palavra teológica. • O “ponto de partida” estritamente teórico (epistemológico) do discurso teológico só pode ser a fé positiva. Já seu ponto de partida prático (didático, expositivo, pastoral etc.) pode ser perfeitamente a realidade, a vida ou a práxis.
Fontes teológicas: FÉ-PALAVRA • A teologia, como toda ciência, parte necessariamente de pressupostos ou de princípios, que ela explicita com toda a clareza. Contudo, os princípios não devem ser confundidos com preconceitos. Aqueles abrem a inteligência, esses a fecham. • O princípio determinante da teoria teológica não pode ser nem a experiência nem a prática, mas sim a Palavra (a de Deus, primeiro, a da fé da comunidade, em seguida – aqui há uma diferença com a tradição protestante). Pois tanto a experiência como a prática precisam ambas ser avaliadas à luz da Palavra revelada e por ela animadas.
Fontes teológicas: FÉ-EXPERIÊNCIA • A palavra da fé é determinada pela experiência da fé. É pois desta que a teologia fontalmente se nutre. • O cristão simples é o tipo de todo fiel, que, crendo na simplicidade de seu coração, se torna discípulo do Espírito, que lhe faz conhecer o sentido da vida de maneira muito mais profunda que o poderia compreender o maior pensador, privado da fé. • A ciência teológica faz bem em não esquecer o sentido místico de sua raiz etimológica, para guardar sempre um fundamental perfil contemplativo e querigmático.
Fontes teológicas: FÉ-EXPERIÊNCIA • No Oriente, a tradição teológica conservou uma ligação com a vida espiritual e com a liturgia. Já no Ocidente, a vertente mística tem dado lugar a um intelectualismo esterilizante. • A primeira posição do teólogo é de joelhos. Só uma “teologia genuflexa” obtém do Espírito o dom de uma mente iluminada. • Uma teologia viva e vivificadora passa pela experiência do Espírito vivificador.
Fontes teológicas: FÉ-PRÁTICA • A prática, como por um “retorno dialético”, pode também iluminar a fé e contribuir, com seu potencial epistemológico próprio, para o conhecimento teológico. • A teologia, que tem na Revelação seu princípio determinante, encontra a fonte de seu conhecimento não só nas palavras da fé mas também, e enquanto iluminada por elas, na prática da fé, que atualiza e encarna a Palavra hoje. • A vida de fé das pessoas e comunidades mostra aspectos do mistério de Deus a que o teólogo não deve de modo algum ficar desatento na construção de sua teologia.
Fontes teológicas: FÉ-PRÁTICA • O “primado da prática” se justifica apenas na ordem de prática da fé (caridade), não na da teoria da fé (teologia). • Para que seja rico e fecundo, o confronto entre fé e prática deve, para o teólogo, se dar na vida real antes que na teoria teológica. Isso implica, como condição necessária que o teólogo tenha uma vinculação real com a vida concreta da comunidade eclesial. • A luz própria da prática para a teologia consiste que ela, por uma lado, provoca o conhecimento teológico e, por outro, o verifica. Em outras palavras: interroga e reconhece a verdade teológica.
FUNDAMENTOS II Processos Articulações
PROCESSOS • Entre os testemunhos que o teólogo deve ouvir há os “primários” (Sagradas Escrituras); os “secundários” (Tradição); os “terciários” (testemunhos eclesiais – credos, liturgias, magistério, Pais, doutores e teólogos; e por fim, há os “alheios”, que podem ser apropriados pela teologia (religiões, filosofias, ideologias, ciências, história e sinais dos tempos). • A escuta da “positividade” da fé é sempre ativa. Compreende uma heurística (busca dos textos corretos e autênticos); uma hermenêutica (interpretação adequada dos textos); e uma crítica (apreciação justa dos mesmos textos).
PROCESSOS • Importa distinguir a verdadeira tradição, que é um processo vivo, dinâmico e criativo, do tradicionalismo, que entende coisificar e mumificar a tradição, o que só pode fazer matando-a. • A tradição é decisiva para conferir a uma pessoa ou comunidade uma identidade histórica, um enraizamento vital, uma âncora existencial. Sem tradição, as pessoas ou comunidades tornam-se vítimas das mudanças, do desorientamento geral e soçobram no niilismo. • As funções principais da tradição na Igreja são: construir o texto bíblico, conservá-lo passando-o adiante e atualizá-lo criativamente através de novas releituras, segundo os tempos.
PROCESSOS • Distinção entre: Tradição apostólica, que é fundadora dos textos do NT e é condição formal para que esses explicitem todo o seu sentido. • Tradição eclesial, que prolonga dinamicamente a primeira, a atualiza e ao mesmo tempo cria novas tradições, que concretizam, nas diferentes culturas e épocas, as exigências da tradição apostólica. • “Dogma”, no sentido estrito, é uma verdade revelada, vinculante e declarada formalmente pelo magistério pastoral. Em sentido amplo, indica qualquer verdade de fé. • Distinção entre substância visada e a formulação cultural.
PROCESSOS • A importância da teologia do laicato – a vida é uma realidade rica de múltiplas dimensões, que vão desde a nossa vida interior até à vida planetária. A teologia não pode excluir nenhuma dessas dimensões. • A questão da linguagem - Há duas espécies de analogia: a conceitual e a metafórica. A primeira é abstrata e a segunda concreta. A conceitual, embora fale de atributos próprios de Deus, é também e sempre inadequada em relação ao modo de atribuir a Deus aqueles atributos. • É preciso articular os dois tipos de linguagem: a conceitual, que tem um particular poder científico (crítico e provante); e a simbólica, que tem de próprio comover o coração, promover a conversão e mover à ação.
ARTICULAÇÕES • Na relação interdisciplinar, a Teologia é considerada a ciência soberana. Sua excelência provém do fato de que considera a Realidade absoluta que é Deus, objeto máximo do pensar humano. • A Teologia está aberta às demais ciências, pois precisa delas para se construir como discurso concreto. • Todas as ciências são consideradas pela Teologia como mediações que ajudam a compreender mais plenamente as realidades da fé. • A Teologia serve-se dos recursos das ciências, respeitando sempre sua autonomia específica e, ao mesmo tempo, criticando as pretensões pseudofilosóficas ou pseudoteológicas da chamada “razão moderna”.
ARTICULAÇÕES • A Teologia recebe dos outros campos do saber uma válida contribuição crítica: eles ajudam a purificar, aprofundar e provocar a razão teológica. • Enquanto resposta humana à proposta divina, a fé pressupõe sempre uma filosofia, como postura existencial de buscar o sentido radical à vida. Nesse sentido, a filosofia é intrínseca à fé e tem um lugar estrutural na teologia. • A função geral da Filosofia na Teologia é refletir o fundo ontológico dos conceitos teológicos.
ARTICULAÇÕES • A Filosofia, enquanto atitude, serve à Teologia: • Como parceira exigente do diálogo cultural; • Para adquirir a arte de pensar; • Para elaborar criticamente o fundo filosófico implicado nas questões da teologia. • As ciências interessam grandemente à teologia hoje à título de mediação cultural (ex. TdL)
ARTICULAÇÕES • A Teologia é necessária: • Para a Igreja em seu conjunto, a fim de se desincumbir a contento de sua missão evangelizadora frente às exigências da racionalidade moderna e pós-moderna; • Para alguns cristãos individualmente, que encontram aí sua vocação de serviço e também sua auto-realização; • Para a sociedade de forma absoluta (lidar com “questões eternas”); para a sociedade pós-moderna (discernimento) e para a sociedades periféricas (tematizar a libertação).
ARTICULAÇÕES • O Pluralismo teológico tem duas bases de legitimidade: • A transcendência da fé, de que teologia alguma, por ser humana, consegue dar totalmente conta. Daí a necessidade de várias teologias para enriquecer com novas perspectivas o mistério “sempre maior”; • O contexto cultural limitado em que toda teologia opera e pelo qual sempre é condicionada. • A própria Bíblia é um exemplo de pluralismo teológico. Nela se encontram distintas visões da mesma verdade. O exemplo maior é o Evangelho de Cristo, que é teologizado “segundo” quatro “cristologias” diferentes.
ARTICULAÇÕES • O pluralismo teológico é legítimo frente aos grandes territórios socioculturais, os sinais dos tempos e os problemas novos. • A fórmula do pluralismo teológico é: uma fé – muitas teologias. Portanto: unidade de fé na pluralidade teológica. E vice-versa: pluralidade teológica na unidade da fé. • O pluralismo teológico pede algumas virtudes: • Humildade em reconhecer a limitação da teologia. • Liberdade e coragem para avançar novos pontos de vista. • Cuidado em salvaguardar a essência da fé (ortodoxia) e a comunhão eclesial (caridade). • Generosidade em julgar a teologia dos outros.