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barroco

barroco. PADRE ANTONIO VIEIRA. Nasceu em Lisboa, em 1608, aos seis anos veio com a família para a Bahia, estudou no Colégio dos jesuítas. Consagrou-se orador junto à Corte, teve enorme influência política, foi processado por opiniões heréticas condenado, exilou-se em Roma.

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Presentation Transcript


  1. barroco

  2. PADRE ANTONIO VIEIRA • Nasceu em Lisboa, em 1608, aos seis anos veio com a família para a Bahia, estudou no Colégio dos jesuítas. • Consagrou-se orador junto à Corte, teve enorme influência política, foi processado por opiniões heréticas condenado, exilou-se em Roma. • Reabilitou-se e regressou ao Brasil onde morre em Salvador em 18 de julho de 1697.

  3. Obras PADRE ANTONIO VIEIRA Sermões: Sermão de Santo Antônio aos peixes Sermão da Sexagésima Sermão do Bom Ladrão

  4. Estrutura de um SermãoIntrodução – ExórdioDesenvolvimento – Exposição e ConfirmaçãoConclusão – Peroração

  5. Em O Sermão da Sexagésima, Vieira expôs o método que adotava nos seus sermões:1. Definir a matéria.2. Reparti-la. 3. Confirmá-la com a Escritura. 4. Confirmá-la com a razão. 5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às objeções, aos "argumentos contrários". 6. Tirar uma conclusão e persuadir, exortar.

  6. Há-de tomar o pregador uma só matéria, há-de defini-la para que se conheça, há-de dividi-la para que se distinga, há-deprovála com a Escritura, há-de declará-la com a razão, há-de confirmá-la com o exemplo, há-de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências que se hão-de seguir, com os inconvenientes que se devem evitar, há-de responder às dúvidas, há-de satisfazer às dificuldades, há-de impugnar e refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários, e depois disto há-de colher, há-de apertar, há-de concluir, há-de persuadir, há-de acabar. Isto é sermão, isto é pregar; e o que não é isto, é falar de mais alto.

  7. Barroco no Brasil

  8. Pietá, Michelângelo Pietá, Gregório Hernandez

  9. A linguagem e temas do Barroco (Seiscentismo) • Linguagem Rebuscada (Cultismo) • Jogos de Conceitos (Conceptismo) • Fragilidade da Matéria • DivinoXHumano • Religiosidade • Preocupação com a morte • Estética do conflito: Teocentrismo X Antropocentrismo • Tensão e angústia existencial( Santa Inquisição) • Carpe Diem

  10. Cultismo X Conceptismo • Culto à forma • Apelo sensorial por meio de figuras de linguagem • Função emotiva da linguagem • Predomina na poesia • Ênfase no conteúdo • Apelo intelectual por meio de argumentação • Função apelativa da linguagem • Usam-se figuras de linguagem, mas com finalidade distinta do cultismo • Predomina na prosa

  11. A uma crueldade formosa A minha bela ingrataCabelo de ouro tem, fronte de prata,De bronze o coração, de aço o peito;São os olhos luzentes Por quem choro e suspiro,Desfeito em cinza, em lágrimas desfeito,Celestial safira;Os beiços são rubis, perlas os dentes;A lustrosa gargantaDe mármore polido;A mão de jaspe, de alabastro a planta.Que muito, pois, Cupido,Que tenha tal rigor tanta lindeza,As feições milagrosas,Para igualar desdéns a formosuras,De preciosos metais, pedras preciosas,E de duros metais, de pedras duras?Jerónimo Baía

  12. Os doze profetas, Congonhas do Campo,MG

  13. Características da linguagem barroca quanto à forma • Poemas preferencialmente escritos na forma de SONETO (poema de 4 estrofes, sendo 2 quartetos e 2 tercetos, totalizando 14 versos); • Gosto pelas inversões e por construções complexas e raras.

  14. Coroas de espinhos, da série Paixão de Cristo

  15. Brasil - colônia, economia centrada na exploração da cana-de-açúcar no Nordeste. • A descoberta de ouro em Minas Gerais possibilitou o desenvolvimento do Barroco, resultando na construção de igrejas de estilo barroco até mesmo durante o período do Arcadismo (séc. XVIII). • Invasões holandesas.

  16. Assunção da Viagem, Mestre Athaíde

  17. Em 1601, publica-se a primeira obra literária considerada produção brasileira: Prosopopeia, de Bento Teixeira. Exemplo de literatura encomiástica, concebida com intenção bajulatória. A obra exalta Jorge Albuquerque Coelho, capitão donatário de Pernambuco. Foi escrita em decassílabos heroicos e é considerada o início da imitação de Os Lusíadas no Brasil.

  18. É morte certa, painel de azulejo em Salvador.

  19. Imitação Prosopopeia Os Lusíadas Cantem Poetas o Poder Romano, Sobmetendo Nações ao jugo duro; O Mantuano pinte o Rei Troiano, Descendo à confusão do Reino escuro; Que eu canto um Albuquerque soberano, Da Fé, da cara Pátria firme muro, Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira, Pode estancar a Lácia e Grega lira. Cessem do sábio Grego e do TroianoAs navegações grandes que fizeram;Cale-se de Alexandro e de TrajanoA fama das vitórias que tiveram;Que eu canto o peito ilustre Lusitano,A quem Neptuno e Marte [obedeceram:Cesse tudo o que a Musa antígua [canta,Que outro valor mais alto se alevanta. Esse poema, além de traçar elogios aos primeiros donatários da capitania de Pernambuco, narra o naufrágio sofrido por um deles, o donatário Jorge Albuquerque Coelho. Apesar de os críticos o considerarem de pouco valor literário, o texto tem seu valor histórico pois foi a primeira obra do Barroco brasileiro e o marco inicial do primeiro estilo de época a surgir no Brasil. Prosopopeia, de Bento Teixeira, 1601

  20. Senhor dos Martírios, Frei Ricardo Pilar, RJ

  21. Doutores da Igreja, Frei Jesuíno,SP

  22. “Eu sou aquele, que passados anos cantei na minha lira maldizente torpezas do Brasil, vícios, e enganos”

  23. A uma freira que, satirizando a delgada fisionomia do poeta, chamou-lhe pica-flor. Se pica-flor me chamais, Pica-flor aceito ser, Mas resta agora saber, se no nome, que me dais, meteis a flor, que guardais no passarinho melhor! se me dais este favor, sendo só de mim o pica, e o mais vosso, claro fica, que fico então pica-flor.

  24. “As almas do outro mundo                          Dizem que vão e não vêm;                          E a minha bandejinha                          Será alma também?”

  25. “Há quem insista em fixar alguns gestos como imagem da sua exorbitância: uma cabeleira postiça, um colete de pelica, uma vontade de ficar nu, um escritório adornado de bananas.”

  26. O Boca do Inferno • Gregório de Matos Guerra, poeta ácido baiano, foi o grande nome do Barroco no Brasil. Nasceu em Salvador, em 1626, e morreu em Recife em 1695. • Estudou Direito em Portugal, mas voltou ao Brasil onde trabalhou até como tesoureiro. • Por ser um crítico mordaz, colecionou desafetos em Portugal e no Brasil, e por isso foi exilado em Angola. • Não chegou a publicar livros em vida.

  27. O “Boca do Inferno” não perdoava ninguém: ricos e pobres, negros, brancos e mulatos, padres, freiras, autoridades civis e religiosas, amigos e inimigos, todos, enfim, eram objeto de sua “lira maldizente”. Em um de seus poemas satíricos, o governador baiano Câmara Coutinho foi assim retratado: “Nariz de embono       com tal sacada,       que entra na escada       duas horas primeiro       que seu dono.”

  28. Poética dividida em três partes: lírico-amorosa, lírico- religiosa e satírica

  29. 1 – Poesia Lírico-Amorosa Ling. Erudita/Culta Efemeridade da vida Carnal X Espiritual Dualidade – Mulher, ora anjo, ora o diabo

  30. Ex: Quis o poeta embarcar-se para a cidade e viu antecipando a notícia à sua senhora, lhe viu umas derradeiras mostras de sentimento em verdadeiras lágrimas de amor . Ardor em firme coração nascido; Pranto por belos olhos derramado; Incêndio em mares de água disfarçado; Rio de neve em fogo convertido: Tu, que um peito abrasas escondido; Tu, que em um rosto corres desatado; Quando fogo, em cristais aprisionado; Quando cristal, em chamas derretido. Se és fogo, como passas brandamente, Se és neve, como queimas com porfia? Mas ai, que andou Amor em ti prudente! Pois para temperar a tirania, Como quis que aqui fosse a neve ardente, Permiti parecesse a chama fria.

  31. Na poesia obscena-satírica, Gregório de Matos não apresenta qualquer requinte voluptuoso. Sua visão do amor físico é agressiva e galhofeira. Quer despertar o riso ou o comentário maldoso da plateia. Por isso, manifesta desprezo pela concepção cristã do amor que envolve a camada espiritual, conforme podemos verificar no texto abaixo: O amor é finalmenteum embaraço de pernas,uma união de barrigas,um breve tremor de artérias.Uma confusão de bocas,uma batalha de veias,um reboliço de ancas,quem diz outra coisa, é besta.

  32. 2 – Poesia Lírico-Religiosa Ling. erudita/Culta Pecado (seduz) X Perdão(absolve) Humildade para pedir perdão Dualidade: viver os prazeres mundanosX salvação da alma

  33. Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, de vossa alta clemência me despido; porque quanto mais tenho delinqüido, vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto um pecado, a abrandar-vos sobeja um só gemido: que a mesma culpa, que vos há ofendido, vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma orelha perdida e já cobrada, glória tal e prazer tão repentino vos deu, como afirmais na sacra história, eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, cobrai-a; e não queirais, pastor divino, perder na vossa ovelha a vossa glória

  34. Gregório, nesta vertente de sua literatura, critica basicamente: os governantes, a aristocracia baiana, o clero e os mestiços.

  35. 3 – Poesia Satírica Evidencia os costumes da sociedade baiana do século XVII Por evidenciar elementos da cultura brasileira, pode ser considerado o primeiro poeta genuinamente brasileiro. Ling. popular/vulgar.: palavrões, gírias, palavras indígenas e africanas, expressões locais

  36. Ex: Sal, cal, e alho Caiam no teu maldito caralho. Amém. O fogo de Sodoma e de Gomorra em cinza te reduzam esta porra. Amém Tudo em fogo arda, Tu, e teus filhos, e o Capitão da Guarda.

  37. Definição do que em todos os tempos é a cidade da Bahia Que falta nesta cidade?.......Verdade. Que mais por sua desonra?......Honra. Falta mais que se lhe ponha?.......Vergonha. demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, Numa cidade onde falta Verdade, Honra, Vergonha. Quem a pôs nesse socrócio?.........Negócio. Quem causa tal perdição?..............Ambição. E o maior desta loucura?................Usura. Notável desaventura De um povo néscio e sandeu, Que não sabe que o perdeu Negócio, Ambição, Usura.

  38. Quem são seus doces objetos?.......Pretos. Tem outros bens mais maciços?........Mestiços. Quais destes lhe são mais gratos?.......Mulatos. Dou ao demo os insensatos, Dou ao demo a gente asnal, Que estima por cabedal Pretos, Mestiços, Mulatos. Quem faz os círios mesquinhos?..............Meirinhos. Quem faz as farinhas tardas?..................Guardas. Quem as tem nos aposentos?....................Sargentos. Os círios lá vêm aos centos, E a terra fica esfaimando, Porque os vão atravessando Meirinhos, Guardas, Sargentos.

  39. 1) Triste Bahia Triste Bahia! Ó quão dessemelhante Estás e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, Rica te vi eu já, tu a mi abundante. A ti trocou-te a máquina mercante, Que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando, e tem trocado, Tanto negócio e tanto negociante. Deste em dar tanto açúcar excelente Pelas drogas inúteis, que abelhuda Simples aceitas do sagaz Brichote Oh se quisera Deus que de repente Um dia amanheceras tão sisuda Que fora de algodão o teu capote!

  40. Define a sua cidade De dois ff se compõeesta cidade a meu ver:um furtar, outro foder. Recopilou-se o direito,e quem o recopiloucom dousff o explicoupor estar feito, e bem feito: por bem digesto, e colheitosó com dousff o expõe, e assim quem os olhos põe no trato, que aqui se encerra, há de dizer que esta terra de dousff se compõe. Se de dousff composta está a nossa Bahia, errada a ortografia, a grande dano está posta: eu quero fazer aposta e quero um tostão perder, que isso a há de perverter, se o furtar e o foder bem não são os ff que tem esta cidade ao meu ver. Provo a conjetura já,prontamente como um brinco: Bahia tem letras cinco que são B-A-H-I-A: logo ninguém me dirá que dousff chega a ter, pois nenhum contém sequer, salvo se em boa verdade são os ff da cidade um furtar, outro foder.

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