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Mariana Martins de Mello, Celso Tavares Sodré, Tullia Cuzzi , Thales Pereira de Azevedo,

Síndrome de Rowell , uma entidade clínica ou um espectro do lúpus?. Mariana Martins de Mello, Celso Tavares Sodré, Tullia Cuzzi , Thales Pereira de Azevedo, Gustavo Amorim, Camila Marçal de Melo Pinto. Serviço de Dermatologia, Curso de Graduação e Pós-Graduação HUCFF -UFRJ,

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Mariana Martins de Mello, Celso Tavares Sodré, Tullia Cuzzi , Thales Pereira de Azevedo,

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Presentation Transcript


  1. Síndrome de Rowell, uma entidade clínica ou um espectro do lúpus? Mariana Martins de Mello, Celso Tavares Sodré, TulliaCuzzi, Thales Pereira de Azevedo, Gustavo Amorim, Camila Marçal de Melo Pinto Serviço de Dermatologia, Curso de Graduação e Pós-Graduação HUCFF-UFRJ, Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Rio de Janeiro Ausência de conflito de interesse

  2. INTRODUÇÃO • O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é raramente associado com lesões tipo eritema multiforme (EM)1 • Em 1963, Rowell e cols. descreveram um subgrupo de quatro pacientes com lúpus eritematoso discóide (LED), que desenvolveram um padrão característico de lesões de EM na pele e um perfil imunológico anormal. As manifestações de sobreposição de lúpus e EM foram posteriormente denominadas síndrome de Rowell (SR) • Todos os pacientes apresentavam um padrão imunológico característico que incluía positividade de FAN pontilhado, fator reumatóide (FR) e anticorpos antiRo e antiLa2 • Em 2000 Zeitouni e cols. propuseram critérios diagnósticos maiores e menores afim de caracterizar melhor a SR

  3. INTRODUÇÃO • Desde 1963, pacientes são relatados na literatura com a SR • No entanto, a maioria deles não apresentaram todas as características clínicas e sorológicas descritas primariamente por Rowell • Desde então, um novo tipo específico de LE cutâneo (LEC), ou seja, LEC subagudo (LECS) foi identificado, e os critérios diagnósticos, bem como as características clínicas do EM definidos • Assim, vários autores têm questionado a existência da SR5

  4. RELATO DE CASO • Paciente feminina, 56 anos • Com dois meses de aparecimento de máculas eritematosas anulares de cerca de 2 cm de diâmetro, inicialmente pruriginosas, algumas confluindo para placas, acometendo os membros superiores e inferiores, abdome e dorso (Figuras 1 e 2) • Clinicamente o centro mais hipercrômico e bordas mais eritematosas sugeriam lesões em alvo de eritema multiforme • Nenhum evento precipitante de EM foi identificado

  5. Figura 1: Presença de máculas eritematosas, muitas sugerindo lesões em alvo, em MMSS

  6. Figura 2: Máculas anulares eritematosas, algumas sugerindo lesões em alvo em abdome

  7. RELATO DE CASO • Há anos apresenta fenômeno de Raynaud em mãos, livedo reticular em MMII e esclerodactilia • Há 1 ano miopatia difusa, e nos últimos 2 meses febre diária, perda ponderal de 22kg, disfagia baixa para sólidos, artrite em punhos e interfalangeanas distais e proximais • De história prévia, possui hipotireoidismo auto-imune, em uso de levotiroxina75mcg • Na investigação laboratorial evidenciou-se hemoglobina 9,8, leucócitos 2200, proteinúria, FAN positivo, FR 296, CPK 979, Anti-DNAds 111,45, Anti-Sm positivo, Anti-Ro positivo, Anti-Lanegativo

  8. RELATO DE CASO • A biópsia cutânea de lesão abdominal demostrou dermatite psoriasiforme (discreta) e de interface (focal) com aumento de mucopolissacarídeos dérmicos, compatível com doença do tecido conjuntivo • Visto todos os achados, foi firmado o diagnóstico de síndrome de superposição (LES e esclerodermia)

  9. DISCUSSÃO • A SR é uma associação clínica única de lúpus eritematoso (LE) com lesões tipo EM e um padrão imunológico característico. A etiopatogenia é desconhecida. Zeitounie cols. al revisaram os critérios diagnósticos e incluiram 3 critérios maiores: LE (sistêmico, discóide ou subagudo); lesões tipo EM com ou sem envolvimento das mucosas; e padrão pontilhado de FAN; e 3 critérios menores: perniose, anticorpos antiRo ou AntiLa e FRpositivo.6 Todos os 3 maiores e pelo menos um dos critérios menores são necessários para o diagnóstico de SR1 • Baseado no aspecto clínico de lesões tipo EM sem fatores precipitantes, no diagnóstico de LES, FAN positivo, FR positivo, Anti-Ro positivo e achados de perniose acreditamos que o diagnóstico de nossa paciente seria consistente com a SR, no entanto a histopatologia da lesão foi compatível com LE e não com EM

  10. DISCUSSÃO • A SR permanece uma entidade controversa porque é difícil distinguir as lesões de EM de lesões lúpicas clinicamente semelhantes às de EM.4Devido à semelhança clínica e histológica entre EM e LECS, vários autores sugeriram que a SR deve ser considerada como um dos tipos de lesões do lúpus cutâneo, em vez de uma doença distinta7 • O achado histológico de lúpus eritematoso cutâneo em nossa paciente demonstra que a SR e a LECS podem ser doenças sobrepostas ou espectros de uma mesma doença, visto que as lesões de LECS podem se apresentar com morfologia anular e policíclica, principalmente em áreas com fotossensibilidade. Nosso caso, com início de erupção generalizada de lesões cutâneas do tipo EM em portadora de sobreposição de LES e Esclerodermia, em associação com um padrão imunológico complexo, incluindo anti-Ro (SSA), reforçaria a tese de que a SR seja apenas uma variante de manifestação cutânea do lúpus e não uma entidade nosológica que associa LE ao EM com padrão imunológico específico

  11. DISCUSSÃO • Além disso, o Ro (SSA) e La (SSB) antígenos, são também os marcadores séricos clássicos de LECS, o perfil imunológico da SR não pode ser considerado único. As lesões de perniose não são uma característica específica da SR, sendo uma das manifestações cutâneas no espectro de LE8 • Outro ponto que dificulta a diferenciação entre estas duas entidades está em função das alterações histopatológicas. Como um exemplo, os queratinócitos necróticos podem ser encontrados não só no EM, mas também em lesões cutâneas LECS9 • Concluímos que, pelo menos no caso relatado, as lesões tipo EM no LE representaram apenas uma das manifestação ao longo do espectro de processos de interface graves relacionados com o lúpus cutâneo

  12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • YachouiR, Cronin PM. Systemiclupuserythematosusassociatedwitherythema multiforme-likelesions. Case reports in rheumatology. 2013 Mar; 2013(1):1-3. • Antiga E, Caproni M, Bonciani D, Bonciolini V, Fabbri P. The lastwordontheso-called 'Rowell'ssyndrome'? Lupus. 2012 Apr; 21:577-85. • ReillyC, Deng A, Wiss K, Belazarian L, Han R. Rowellsyndrome in a pediatricpatient. J AmAcadDermatol. 2014 May; AB142. • HuynhM, Grove D, Berliner J, Fox L, Rosenblum M, Asch S. Severecutaneouslupuserythematosusmimickingerythema multiforme: A series of 3 cases. J AmAcadDermatol. 2014 May; AB119. • ShteyngartsAR, Warner MR, Camisa C. Lupuserythematosusassociatedwitherythema multiforme: does Rowell'ssyndromeexist? J AmAcadDermatol. 1999 May; 40:773-7. • SolankiLS, Dhingra M, Thami GP. RowellSyndrome. IndianPediatrics. 2012 Oct; 49:854-5. • Yang S, McHargue C. Rowellsyndrome: A case oferythema multiforme-likeskinlesions in the setting ofpreexistingsubacutecutaneouslupuserythematosus. J AmAcadDermatol. 2014 May; AB59. • Kacalak-RzepkaA, Kiedrowicz M, Bielecka-Grzela S et al. Rowell’sSyndrome in thecourseoftreatmentwithsodiumvalproate: a case reportand a reviewoftheliterature data. ClinExpDermatol. 2008; 34:702-4. • ZeitouniNC, Funaro D, Cloutier RA et al. RedefiningRowell’ssyndrome. Br J Dermatol. 2000; 142:343-4.

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