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Instrumento de trabalho preparatório ao VI ENCONTRO NACIONAL DO LAICATO DO BRASIL RJ- 2012

Instrumento de trabalho preparatório ao VI ENCONTRO NACIONAL DO LAICATO DO BRASIL RJ- 2012. Comissão de Formação do CNLB. PARTE 1. VER. Estamos vivendo uma mudança de época, saindo de uma civilização já construída, para construir outra.

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Instrumento de trabalho preparatório ao VI ENCONTRO NACIONAL DO LAICATO DO BRASIL RJ- 2012

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Presentation Transcript


  1. Instrumento de trabalho preparatório ao VI ENCONTRO NACIONAL DO LAICATO DO BRASIL RJ- 2012 Comissão de Formação do CNLB

  2. PARTE 1 VER

  3. Estamos vivendo uma mudança de época, saindo de uma civilização já construída, para construir outra. Estamos vivendo uma mudança de época, saindo de uma civilização já construída, para construir outra. Por isso estamos em crise... CRISE DO PARADIGMA CIVILIZACIONAL

  4. Como é atravessar esse período que vai do que conhecemos para o desconhecido? Como é abandonar uma situação com a qual convivemos e acreditamos estável de valores e de costumes e construir uma nova? Como se dá essa mudança? Como é construir uma nova civilização?

  5. Na mudança de época não há lugar; tudo é incerteza, tudo está se construindo. Há uma sensação difusa do que esperar, os sonhos parecem mais utopia que possibilidade. Não é algo para assustar, mas mudança para construir o NOVO. .

  6. A metáfora da ponte nos ajuda a entender: De onde partimos sabemos que estamos deixando algo conhecido, e olhando para o final da ponte, percebemos que nada sabemos do que nos espera. Assim é sair de uma civilização e construir outra.

  7. Para entender melhor esta civilização

  8. Esta civilização na qual vivemos começou há 1000 anos no ultra- passamento da sociedade medieval . Quando surge a cidade construída por mercadores e comerciantes lentamente surge também o novo paradigma civilizacional que vai questionar o mundo medieval.

  9. A Modernidade, um novo modo de pensar, vai questionar a civilização medieval em que as pessoas e o seu trabalho dependiam dos seus senhores feudais; não tinham liberdade para ir e vir e o que valia eram os valores de nascença e de honra, de aristocracia..

  10. Na civilização feudal vigorava a visão ideológica cristã de mundo. Deus é a razão e a medida de tudo. Foi uma civilização baseada em privilégios e na vontade divina.

  11. Lentamente vai se construindo a MODERNIDADE como um novo paradigma civilizacional, substituindo o pensamento e os valores da sociedade medieval. Constróem-se idéias de direitos iguais, liberdade, valorização, propriedade, do esforço pessoal para o sucesso na vida.

  12. GRANDES AVANÇOS DA MODERNIDADE

  13. Na Modernidade, o EU é a medida de tudo. O HOMEM entende que com a sua RAZÃO será capaz de cuidar de tudo e dará destino a tudo. Dará impulso à Ciência que vai propiciar uma nova vida. Construirá o melhor dos mundos, o paraíso, aqui e agora.

  14. Surge o capitalismo, como economia. E vem com a idéia de que não se produz só para as necessidades mas que é preciso criar necessidades, desejos, para que sejam produzidas e lançadas no mercado. Libera-se a busca de lucro, a possibilidade de juros. A RAZÃO fica a serviço do mercado.

  15. O HOMEM passa a ser um objeto manuseado pelo Mercado que determina que o seu ser não é o que ele É mas o que ele TEM. E principalmente, pelo que tem obtido nas vitórias contra o outro, que tem que ser continuamente vencido, derrotado.

  16. A GRANDE REALIDADE DO MERCADO É: PRODUZIR PARA VENDER E ASSIM CONSUMIR PARA PRODUZIR MAIS DINHEIRO Instrumentalizada, a RAZÃO humana torna-se apenas construtora da mercadoria, do valor de troca. A Modernidade torna-se então, a civilização da produção de mercadoria.

  17. O Homem Racional, mais que um construtor da felicidade, mostra-se, com o passar do tempo, um ”aprendiz de feiticeiro” que destrava as forças da Razão mas não consegue controlá-las a seu serviço.

  18. Onde ficou o PARAISO tão prometido pela MODERNIDADE? Conclusão com o tempo A RAZÃO HUMANA além de seus avanços também levou o mundo à barbárie, carnificina, exploração, à exclusão, à morte.

  19. Como o ser humano não está em primeiro lugar, valores como a fraternidade, a solidariedade, a partilha, o amor, a justiça não contam. O ser humano está dividido entre o SER e o TER. Ele não se reconhece mais.

  20. O CONCÍLIO VATICANO II ABRE A QUESTÃO NA GAUDIUM ET SPES (N. 10) “Todavia perante a evolução atual do mundo, cada dia são mais numerosos os que põem ou sentem com nova acuidade as questões fundamentais: Que é o homem? Qual o sentido da dor, do mal, e da morte, que apesar do enorme progresso alcançado continuam a existir? Para que servem essas vitórias ganhas a tão grande preço?

  21. Cai a onipotência do EU racional, e as grandes soluções dadas pela racionalidade moderna. Como pode a RAZÃO HUMANA ser a medida de tudo se levará o ser humano a não saber Quem de fato é ? Surgem as crises.

  22. A CRISE DO ESTADO O Estado foi criado para o reordenamento das relações entre homens e mulheres que vivem em sociedade, para agir pelo bem comum. Porém, o Estado se revela incompetente para dar as respostas esperadas por Ele. Não consegue também fazer frente aos poderes paralelos, tanto internamente, mas muito mais dos grupos em redes internacionais.

  23. Da forma como está organizada sua Economia, tem sido presa fácil do poder econômico, das grandes empresas, do capital financeiro, do poder econômico do crime organizado. Por outro lado, vivemos uma perda de legitimidade dos governos, dos parlamentos, dos partidos políticos, dos processos eleitorais, das ideologias que nos moviam e até mesmo dos movimentos sociais. Há um desprestígio completo de quem exerce cargo em qualquer um dos três Poderes.

  24. O aparato burocrático constituiu-se em instância para si, voltado para a busca de seus direitos e do “status quo” e o aparato repressivo muitas vezes se vê na impossibilidade de cumprir a sua função. Diminui drasticamente a força das lutas coletivas que tanto impulsionaram o Brasil nas últimas décadas. O Estado minimiza o cuidado aos menos favorecidos e maximiza a atenção aos grandes sistemas econômicos financeiros.

  25. CRISE DA DEMOCRACIA A democracia representativa pensada numa forma do povo exercer seu poder, concede apenas aos eleitores serem políticos na hora do voto. A partir daí o eleitor delega aos eleitos a função de agirem em seu nome. São necessários outros rituais para que o próprio povo retorne seu ser político e atue da forma mais direta possível no controle do Estado e seus aparelhos.

  26. CRISE DA SUSTENTABILIDADE . É o alerta de que se nada for mudado não haverá mais condições de vida digna no planeta, sendo irremediável a degradação da espécie humana e das relações humanas que se estabeleceram ao longo dos últimos milênios

  27. Degelo por causa do calor Efeito estufa Essa crise não é natural, mas o efeito colateral de um modelo civilizacional de construção histórica dos processos econômicos. Acúmulo de lixo Estamos imersos num modelo suicida de desenvolvimento. A água como mercadoria

  28. CRISE NO MUNDO DO TRABALHO Leva um grande contingente de pessoas a ser massa sobrante, excluídas e descartáveis. Esta crise tem razões na lógica do capitalismo que vem convertendo a concorrência e a busca da produtividade num processo destrutivo

  29. Como resultado dessa crise no • A super-exploração da força humana de trabalho • Eliminação dos direitos sociais • Trabalhadores/as transformados em animais de • trabalho • A relação homem-natureza torna-se predatória • Cria uma monumental sociedade do descartável. temos

  30. CRISES INSTITUCIONAIS – A CRISE DA RELIGIÃO Crise na Religião As instituições todas estão sendo questionadas. Crise nas Igrejas

  31. Em épocas de angústia, de muitas interrogações como estamos vivendo, o ser humano se pergunta sobre a razão de sua existência e sente que o sentido de sua vida tem a ver com profunda aspiração religiosa, mas experimenta um mundo incapaz de responder a essa necessidade mística e espiritual.

  32. TODA EXPERIÊNCIA RELIGIOSA É BUSCA DE SALVAÇÃO. Para nós cristãos, salvação é todo o processo de revelação divina na história da humanidade, é a história da reconciliação e união com Deus, em Cristo, no Espírito.

  33. Salvação diz respeito à totalidade do nosso ser e é uma construção demorada, porque somos seres inacabados;nos construímos a todo momento e a todo momento experimentamos a graça de Deus.

  34. Hoje, a nossa relação com Deus a quem servimos sofre uma inversão nessa Crise da Modernidade. “Em lugar de servir a Deus, a religião passa a servir-se de Deus transformada num espaço para a resolução de problemas pessoais, consolo, compensação.”

  35. Hoje, o conceito de salvação sofreu um processo de materialização e passou a ser entendida com cura. As pessoas se deixam fascinar: Pelas promessas de libertação das forças do mal; Pela satisfação das necessidades espirituais e materiais; Transformam a religião em mercadoria, em espetáculo, em shows, em mercado da fé; Abre-se espaço para uma religiosidade terapêutica e curandeirista.

  36. Todos acreditam em Deus, mas nem todos acreditam nas instituições que dizem falar em nome Dele. Preferem uma religião invisível de pouca prática e sem adesão total. Ou ainda constroem um mosaico religioso com pedaços de todo o tipo de religião.

  37. EM CRISE O Cristianismo é uma religião, mas também é umacompleta visão de mundo. E essa, está em crise. Por isso não pode ficar parado frente às novas realidades, às crises, às ofertas do religioso, ao mercado da fé; não pode continuar dando respostas antigas a questionamentos novos que lhe são feitos.

  38. Fechada em si mesma, ao longo dos séculos, somente com o Vaticano II se abre ao diálogo com as novas formas de pensar, de fazer política, com o ecumenismo e outras denominações religiosas. Porém forças internas teimam em reeconduzí-la ao enquadramento dos séculos passados. Esse descompasso impede seu avanço dialogal com o mundo e gera crise. REALIDADE ECLESIAL

  39. A Igreja se estruturou num mundo rural. Mas a cidade e o urbano venceram. Não é possível mais manter estruturas que não respondem à vida urbana. O mundo rural era masculino.Hoje a presença da mulher é marcante. A autoridade vinha de fora, hoje as pessoas querem ser sujeitos da sua própria história Não havia pressa, hoje a velocidade impõem decisões rápidas. A liturgia deve responder aos anseios do urbano. O mundo rural O mundo urbano

  40. LEIGOS E LEIGAS ENTRE LUZES E SOMBRAS Leigos e leigas garantem a Celebração da Palavra onde não há Celebração Eucarística além de exercerem outros ministérios. Não fosse assim e o problema do trânsito religioso seria maior. Um número cada vez maior de leigos/as buscam uma formação mais sistemática e estruturada. Muitos fazem teologia e se preparam para sua atuação na sociedade. luzes

  41. Ainda temos uma parcela do laicato que exerce seus ministérios como sombra dos ministérios ordenados. • Alguns não se movem sem que o padre lhes diga o que fazer. • Não se sentem como sujeitos eclesiais porque pouco entendem de sua vocação laical. • Há ainda os que tem postura autoritária e clerical criando no interno da Igreja uma hierarquia entre o laicato. sombras

  42. Todas essas crises da MODERNIDADE se dão quando esta visão de mundo não dá mais respostas aos novos sujeitos históricos. Quando essa Economia se mostra produtora de exclusão e de morte, da pessoa e da terra.

  43. Esse desfecho levou à seguinte realidade; Não há porquê propor grandes projetos para a humanidade se eles tendem ao fracasso. Perde-se então o desejo de lutar por transformações. É nesta situação que lentamente vai-se dando o fim de uma civilização e o começo de outra.

  44. Alguns sentem as mudanças, temem-nas e buscam acreditar que são passageiras, que são conjunturais e vivem um mundo mais de fantasia do que de realidade. Outros se fecham à realidade e não querem perceber as mudanças.

  45. HÁ QUEM ESTEJA DE OLHOS BEM ABERTOS certos de construir um NOVO que valha a pena!

  46. Só continuarão existindo no próximo momento civilizacional quem souber fazer as perguntas certas, tiver uma análise corajosa da crise e buscar o processo histórico não para se adaptarem ao NOVO, mas para construírem o NOVO.

  47. Neste momento em que a Modernidade se mostra incompetente para a realização plena do ser humano porque se fecha no EU absoluto, nós cristãos, conforme Jesus Cristo, podemos mostrar o que seja realmente humano. É possível construir algo novo e melhor!

  48. 1- Como é abandonar uma situação com a qual convivemos e acreditamos estável de valores e de costumes e construir uma nova? 2-Como é atravessar esse período que vai do que conhecemos para o desconhecido? As pessoas estão se dando conta disso? 3- Como nós cristãos podemos mostrar o que realmente seja humano na construção do NOVO? Questões para o debate

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