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Toda palavra é grávida!. A imparcialidade jornalística e outros mitos Palestrante: Leonardo Sakamoto. É possível não tomar partido diante da realidade?. Mas, existe “realidade”?. O que é o “mundo real”?. O que é a “verdade”?.
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Toda palavra é grávida! A imparcialidade jornalística e outros mitos Palestrante: Leonardo Sakamoto
(Cena de Matrix. Diálogo entre Neo e Morfeus sobre “o que é real”)
"Todas as coisas humanas têm dois aspectos... para dizer a verdade todo este mundo não é senão uma sombra e uma aparência. Tudo na vida é tão obscuro, tão diverso, tão oposto, que não podemos nos assegurar de nenhuma verdade." Erasmo, Elogio da Loucura, 1509
1) A influência da memória individual e coletiva na interpretação do mundo As pessoas vêem e sentem o mundo de forma diferente. Cada um “filtra” o mundo da sua maneira. Cada um possui preconceitos, medos, interesses pessoais, que mudam a forma como entende as coisas. Duas pessoas que estão lado a lado vendo um fato podem não contar a mesma história.
Reconstituição da cena do crime Motorista Ambulância Atropelado Curiosos
Reconstituição da cena do crime Motorista Ambulância Atropelado Curiosos
Reconstituição da cena do crime Motorista Ambulância + Atropelado (se ainda estiver vivo) Curiosos
Reconstituição da cena do crime Ambulância + Atropelado (se ainda estiver vivo) + Motorista Curiosos
Reconstituição da cena do crime Ambulância + Atropelado (se ainda estiver vivo) + Motorista + Curiosos
Reconstituição da cena do crime Ambulância + Atropelado (se ainda estiver vivo) + Motorista + Curiosos Retrato mais fiel do ocorrido
É importante eliminar os ruídos de comunicação na produção de uma matéria
2) Reconstruindo a realidade A melhor forma de contar uma história é assistindo-a pessoalmente. E, mesmo assim, deve-se ouvir o maior número possível de pessoas que viram ou participaram do fato. Cada um vai dar sua versão, recheada de opiniões pessoais. Cada um vai contribuir com a reconstrução de uma realidade que passou. Com a sobreposição de versões é possível montar um retrato aproximado do fato. Quanto mais versões ouvidas, mas fiel será o retrato.
Não busque apenas a versão dos poderosos, das autoridades. Vá atrás também da versão dos pequenos, dos excluídos, pois esses são o combustível que movimenta a roda da História
Com isso, você nunca encontrará a “verdade” mas terá um bom reflexo dela
Para garantir, um conselho: Seus olhos e ouvidos podem te enganar.
Manipulamos a informação quando: • Escolhemos determinado entrevistado e não outro por conta de afinidades pessoais ou de opinião • (é normal a gente procurar pessoas que pensam como a gente) • Tomamos como referência apenas uma fonte bibliográfica • (um livro bonito não conta necessariamente a verdade)
Manipulamos a informação quando: • Não ouvimos o “outro lado” da notícia • (não ter direito à defesa pode acabar com a vida de alguém) • Por preguiça ou incompetência, não checamos as informações. • (surge cada besteira)
"Diferentemente do que foi publicado no texto 'Artistas 'periféricos' passam despercebidos', à pág. 5-3 da edição de ontem da Ilustrada, Jesus não foi enforcado, mas crucificado, e a frase 'No princípio era o Verbo' está no Novo, não no Velho Testamento." Folha de S. Paulo 07 de dezembro de 1994
"Diferentemente do que foi publicada à pág. 1-5 (Brasil) de 6/6, o nome do prefeito de Araxá não é Geová Pereira da Costa, mas Jeová Moreira da Costa. Seu partido não é o PFL, mas o PL. O nome da secretária municipal de Educação é Romalia Porfírio, não Porfíria. O instrutor-chefe do Tiro de Guerra na cidade é o primeiro-sargento José Roberto Montandon, não tenente Montanom. O nome correto da escola municipal de Araxá é Escola Municipal Dona Gabriela. Os cerca de cem atiradores que reforçaram a segurança do presidente Fernando Henrique Cardoso na cidade não são de elite." Folha de S. Paulo 16 de junho de 1995
Manipulamos a informação quando: - Enquadramos uma determinada imagem em uma fotografia (Por que tal pessoa ficou de fora? Por que ela aparece bocejando?)
Manipulamos a informação quando: • Alteramos manipulamos digitalmente para retirar algo que consideramos incômodo ou para passar uma idéia diferente, mesmo com boa intenção.
+ Los Angeles Times – março de 2003 =
“Um pelicano bota um ovo bem branquinho De onde sai, inevitavelmente Um outro que faz tudo igualzinho” Robert Desnos
Liberdade de fazer (mas como se deve)
3) Censura versus autocensura Os veículos não são imparciais, mas não são os únicos culpados pela censura nas redações. O alinhamento automático do jornalista com a linha editorial do veículo, seja por medo, preguiça ou conivência, faz com que uma boa pauta morra antes mesmo de nascer. Tendo interiorizado a lógica do sistema, a maior parte dos jornalistas adere alegremente às suas exigências. Agem de forma orquestrada, sem necessidade de serem orquestrados.
Elementos de Opinião: Charge Artigo Editorial Elementos Noticiosos: Reportagens Notícias Fotografias
É possível um elemento jornalístico ser totalmente opinativo ou totalmente noticioso?
4) Posicionamento político e ideológico do jornalista Muitas empresas de mídia recomendam que seus empregados evitem alinhamento público com um dos lados de uma questão que ele trate como profissional. Porém, se a imparcialidade é impossível, não seria melhor ser sincero com o leitor e revelar o seu “lado” na história ao mesmo tempo em que se abre espaço para ouvir o maior número possível de lados de uma questão?
Palmeiras X Corinthians
5) Ética Como evitar que os preconceitos e interesses pessoais mudem (muito) o conteúdo de uma história. “Jabás”, presentinhos e outros favores.
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