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PALÁCIO NACIONAL DA P E N A. SINTRA - PORTUGAL. Apresentação de GUIDA PINTO.
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PALÁCIO NACIONAL DA P E N A SINTRA - PORTUGAL Apresentação de GUIDA PINTO
É um dos Palácios senhoriais mais bonitos em Portugal. Constitui uma das expressões máximas do romantismo em Portugal. Em plena Serra de Sintra, no alto de um rochedo destacando-se no meio da vegetação, ele parece querer chamar a nossa atenção, como uma confortadora miragem para os nossos olhos.
Os primeiros registos do local remontam à Época Medieval, ano de 1493, quando se faz referência a uma aparição da Virgem. Este facto terá levado à construção de uma ermida dedicada a Nossa Senhora da Pena. Dizem que D. João II e sua mulher D. Leonor, terão ali ido em pagamento de promessa. Mais tarde em 1503, D. Manuel I dedicaria também a este santuário um carinho especial, construindo ali um pequeno convento destinado à Ordem de São Jerónimo. Com o passar dos anos o mosteiro cresce favorecido pelas boas graças dos soberanos de Portugal. No reinado de D. João III e D. Catarina, a casa religiosa da Pena conhece novas beneficiações, não deixando no entanto, de ser sempre um pequeno espaço de meditação e contemplação, incapaz de albergar mais do que 18 monges.
Com o terramoto de 1755, o Mosteiro sofreu graves danos, julgando-se então a sua recuperação como algo quase impossível. Apenas a Capela, na zona do Altar-mor, com o magnífico retábulo em mármore negro e alabastro, datado de 1532 da autoria de Nicolau de Chanterene, permaneceu intacto. No ano de 1836, reinando D. Maria II, esta, casa-se com o príncipe alemão D. Fernando de Saxe Cobourg-Gotha. Este príncipe viria a revelar-se um homem detentor de uma sensibilidade invulgar e apurado gosto, um verdadeiro romântico, no sentido mais lato do termo. É assim, pois, que nos meados do século XIX, encontrando-se o mosteiro quinhentista de Nossa Senhora da Pena, completamente votado ao abandono, após a extinção das ordens religiosas em Portugal, D. Fernando o adquire em hasta pública.
Inicialmente, foi o arquitecto português Possidónio da Silva o encarregue por D. Fernando, da reconstrução do antigo convento e anexar-lhe uma parte nova para complemento desta residência de verão. Mas, muito pouco teve a ver com a lindíssima edificação que viria a materializar-se num dos picos mais altos da Serra de Sintra. De facto, foi o arquitecto germânico Eschwege quem comandou todas as obras, desde o seu início (1844) até à morte do Rei-Artista (1885). Conseguiu erigir no cimo daqueles cerros, o mais belo Palácio, inserindo-lhe os estilos: Gótico, Mourisco e Manuelino e o seu magnifico parque ao estilo alemão. Os trabalhos foram supervisionados directamente pelo Rei-Consorte. A construção foi bastante interrompida por espaços temporais largos, as obras do Palácio da Pena e respectivo Parque arrastaram-se por 47 anos.
Do mosteiro hieronimita conservou-se apenas a uso o que foi possível: o claustro, a sala de jantar, a sacristia e a magnifica capela manuelino-renascentista da Senhora da Pena. Com a morte de D. Maria II em 1853, assume a regência D. Fernando, até à maioridade do príncipe D. Pedro mais tarde Pedro V. O Rei-Artista passa a refugiar-se sempre que possível, na sua Quinta da Pena, preferindo Sintra a qualquer outro local de Portugal. Em 1869, D. Fernando II casa-se em segundas núpcias com Elisa Hens, uma cantora lírica do Teatro de São Carlos em Lisboa. Esta, que mais tarde viria a ser a Condessa d’Edla, apaixona-se pelo Palácio da Pena onde fixa residência. Com a morte do Rei-Artista em 1885, Edla herda não só o Palácio, como também todo o frondoso Parque envolvente.
Como a opinião pública se indignasse contra as cláusulas testamentárias de D. Fernando II, em 1889 a Condessa d’Edla opta por vender o Palácio e o Parque da Pena ao Estado Português. Os últimos habitantes deste Palácio foram D. Carlos e sua mulher D. Amélia. Foi daqui que D. Amélia partiu para o exílio em 1910, após a implantação da República. Actualmente o Palácio da Pena constitui um dos mais deslumbrantes estabelecimentos museológicos do País, encontrando-se tanto o imóvel como o seu recheio, praticamente intactos.
O Pórtico do Tritão Tem que se salientar este Pórtico. Sobre este e em relevo, existe uma janela, que recebeu na sua base, a figura de um ser híbrido, meio-peixe meio-homem saindo de uma concha, com a cabeça coberta por cabelos que se transformam num tronco de videira, cujos ramos são sustentados pelo enigmático personagem, um ser monstruoso de carácter quase demoníaco. Este conjunto, conhecido por Pórtico do Tritão, foi imaginado por D. Fernando II, que o desenhou como um «Pórtico allegórico da creação do mundo» e parece condensar em termos simbólicos a teoria dos quatro elementos. O Arco do Tritão, que recebeu uma profusa decoração em relevo a imitar corais, é ladeado por duas torres onde se encontram duas janelas, que copiam com alguma liberdade, a célebre janela do Capítulo do Convento de Cristo em Tomar.
Convento Do mosteiro quinhentista integrado no Palácio, resta apenas a pequena igreja e anexos, o refeitório e o claustro. A Igreja, de planta em ângulo recto encontra-se inteiramente revestida de azulejos seiscentistas, tipo “tapete” verdes e brancos na nave e “policromos” na capela-mor como no coro. Sob a abóbada mestra ergue-se no altar-mor, um magnífico retábulo em alabastro e mármore negro. Cada um dos nichos representa uma cena da vida de Cristo. Claustro Este é ainda o claustro original do Convento de N. Sra. da Pena. Está decorado com azulejos “ Mudéjar” do século XVI e tem ao centro, uma concha pétrea gigante. Desta, assente e sustentada por quatro tartarugas, emana um feto arbóreo, sugerindo-nos a interpretação romântica da vida vegetal a brotar do mundo marinho.
No interior do Palácio, são várias as salas nuamente decoradas segundo o sabor e o colorido românticos. É uma das casas reais, que ainda hoje mantém intacto todo o seu espólio, mobiliário e adereços originais. É de salientar, a Sala Árabe, a Sala de Jantar, o Salão Nobre e a Cozinha. A estes espaços vêem juntar-se inúmeras construções e recantos do Parque. Nichos, fontes, cascatas, chalets, pontes, pérgolas, etc., etc., que transforma este lugar num autêntico emblema paradigmático do Romantismo Europeu. Este Palácio faz parte de um local classificado pela UNESCO, como Património Mundial, com a designação de Paisagem Cultural de Sintra. Faça uma visita !!!