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A Crise do Sistema Feudal:. O fim da Idade Média e o Renascimento Comercial e Urbano. O homem Medieval.
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A Crise do Sistema Feudal: O fim da Idade Média e o Renascimento Comercial e Urbano
O homem Medieval “O homem medieval não tinha nenhum sentido de liberdade segundo a concepção moderna. Para ele, a liberdade era o privilégio, e a palavra era usada frequentemente no plural. (...) O homem livre era aquele que tinha um senhor poderoso. Quando, na época da Reforma Gregoriana, os clérigos reclamavam a ‘liberdade da Igreja’, entendiam por isso subtrair-se a dominação dos senhores terrenos para exaltar diretamente apenas o senhor mais alto, Deus.” Jacques Le Goff, em A Civilização do Ocidente Medieval.
As Cruzadas O embate entre muçulmanos e cristãos na “Terra Santa”
Visões diferentes Afinal, o que foram as cruzadas? Um ato de fé e heroísmo? Um massacre covarde? “Não faz sentido buscar hoje bandidos e mocinhos”, diz o holandês Peter Demant, historiador da USP. “As batalhas tiveram significados diferentes para o Ocidente e o Oriente”. São olhares diferentes que ajudam a entender por que, nove séculos depois, o assunto continua fascinando – e causando polêmica – nos dois lados do mundo.
A herança para o Ocidente Houve a separação da Igreja do Ocidente e do Oriente e um rastro de violência que fez aumentar a desconfiança entre cristãos e muçulmanos nos anos seguintes. Em compensação, é inegável que a Europa, apesar de não ter conquistado seus objetivos, saiu fortalecida. As cruzadas reforçaram a autoridade dos reis, abrindo caminho para a criação dos Estados Nacionais. Elas também impulsionaram o comércio com o Oriente, enriquecendo as cidades italianas que teriam papel fundamental na sofisticação das transações financeiras até resultar na criação do sistema bancário.
Além disso, reforçaram a identidade cristã no Ocidente. Apresentaram os costumes orientais aos ocidentais, dos tapetes às especiarias. Essas novidades gerariam curiosidade na Europa, o que impulsionaria a busca por outras terras, como o Brasil.
O progresso agrícola O excedente da produção facilitou o crescimento demográfico da população medieval, incentivou o comércio, dinamizou a economia e promoveu a urbanização na Europa.
Um mundo em transformação Lentamente um novo mundo começou a ser construído: o mundo dos negócios. A burguesia estava preocupada em poupar, investir, em obter lucro e administrar seus interesses com mais autonomia.
A mentalidade econômica “A fraqueza das técnicas de produção reforçada pelos hábitos mentais condenava a economia medieval à estagnação; a satisfazer apenas a subsistência, e os gastos com produtos de luxo de uma minoria.” Jacques Le Goff, ao comentar sobre a vida material dos feudos.
As Guildas ou Corporações de Ofício Não haverá incentivo à competitividade. Portanto, era bastante diferente de hoje, em que a concorrência prevalece e cada empresa faz aquilo que crê ser melhor para seu crescimento. “Era normal que esta indiferença e mesmo hostilidade ao crescimento econômico se refletisse no setor de economia monetária e opusesse forte resistência ao desenvolvimento de um espírito de lucro de tipo pré-capitalista.” (Le Goff)
As Comunas e as Cartas de Franquia (Forais) Os habitantes dos burgos sentiam necessidade de se libertarem e, para tal, era necessária a compra de uma carta (foral), a qual podia conceder-lhes a libertação total ou parcial do domínio do senhor, dependendo da quantia paga. Surgia assim, o movimento comunal, ou seja, o desejo dos burgueses de obterem liberdade, segurança, isenção de impostos feudais e justiça própria, desejos estes que eram sobretudo resultado do desenvolvimento comercial. Pode-se dizer que este foi o nascimento das comunas.
A Usura Sua condenação como uma prática ilícita e pecaminosa tem uma longa tradição na história do pensamento cristão. A começar pelos textos contidos na Bíblia, livro sagrado do cristianismo, onde são explícitas as citações que condenam tal ato, podendo ser citados pelo menos quatro textos do Antigo Testamento e um do Novo Testamento. Textos estes provenientes da versão em latim, conhecida como Vulgata, edição largamente utilizada durante todo o período medieval.
O século XIV: o século das crises “A fome, a peste e a guerra.”
A Peste Negra Na época, as cidades medievais agrupavam desordeiramente uma grande quantidade de pessoas. O lixo e o esgoto corriam a céu aberto, atraindo insetos e roedores hospedeiros da peste. Os hábitos de higiene pessoal ofereciam grande risco. Os banhos nãofaziam parte da rotina das pessoas. (Ver texto em destaque no material didático)
Auto-flagelação Estudiosos calculam que cerca de 1/3 de toda população européia teria sucumbido ao terror da epidemia. Ao mesmo tempo em que a Peste Negra era compreendida como um sinal de desgraça, indicava o colapso de alguns valores e práticas do mundo feudal.
“Um mundo em equilíbrio marginal”: a fome. A Grande fome de 1315-1317 na Europa foi a primeira de uma série de crises em larga escala que atingiram a Europa no inicio do século XIV, causando milhões de mortes por um grande número de anos, marcando o fim de um período anterior de prosperidade durante o século XIII. Iniciando com um tempo ruim na primavera de 1315, quebras universais de colheitas passaram por 1316 até o verão de 1317. A Europa não se recuperou totalmente até 1322.
As revoltas camponesas na França e na Inglaterra (Jacqueries e John Ball)
A Guerra dos Cem Anos Aconteceu no final da idade média, entre 1337 e 1453, não foram 100, mas sim 116 anos de guerra entre a França e a Inglaterra. Os normandos, que haviam se estabelecido na Inglaterra, tinham coroado sua descendência como monarcas ingleses, estes possuíam na França grandes extensões de terra. Quando, na França, foi extinta a dinastia dos Capetos, o rei Felipe de Valois foi nomeado seu sucessor.
Joana D’arc Evitando certo exagero, é neste episódio que encontramos a participação de Joana D’Arc. Os franceses impuseram seguidas derrotas aos exércitos britânicos. Em 1453, a conquista da cidade de Bordeaux obrigou os ingleses a admitir sua derrota, dando fim à Guerra dos Cem Anos. Depois disso, a monarquia francesa ganhou amplos poderes sob a tutela do reiCarlos VII.
A Guerra das Duas Rosas Foi uma série de longas e intermitentes lutas dinásticas pelo trono da Inglaterra, ocorridas ao longo de trinta anos de batalhas esporádicas (1455 e 1485). Em campos opostos encontravam-se as casas de York e de Lancaster. As lutas pelo trono de Inglaterra entre famílias rivais dos descendentes de Eduardo III devem o seu nome aos símbolos das duas facções: uma rosa branca para a Casa de York, uma vermelha para a Casa de Lancaster.
A Idade da Fé “Enfim, penso que ao se esforçar para descrever e explicar a civilização medieval, convém não esquecer duas realidades essenciais. A primeira relaciona-se com a própria natureza do período. A Igreja desempenhou aí um papel central, fundamental. Mas é preciso ver que o Cristianismo aí funcionou em dois níveis: como ideologia dominante, apoiada num poder temporal considerável, e como religião propriamente dita. Negligenciar um desses papéis levaria à incompreensão e ao erro.” Jacques Le Goff