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Jesus, modelo de pessoa. PEREZ-COTAPOS L., Eduardo, Jesús , modelo de varón . Testimonio . Santiago de Chile, n. 202, mar/abr 2004, p. 15-29. Introdução. Ver alguns traços do tema na Sagrada Escritura. As fontes são limitadas. Escritos patriarcalistas e tardios.
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Jesus, modelo de pessoa PEREZ-COTAPOS L., Eduardo, Jesús, modelo de varón. Testimonio. Santiago de Chile, n. 202, mar/abr 2004, p. 15-29.
Introdução • Ver alguns traços do tema na Sagrada Escritura. • As fontes são limitadas. • Escritos patriarcalistas e tardios. • Crise que endureceu o judaísmo e modificou profundamente as estruturas sociais. Há uma nova síntese.
I. O Varão e a Mulher no mundo bíblico 1. A família Israelita: • ninguém vive só; quem se isola ou é isolado está condenado à morte; • Seres de relação; • Estrutura nitidamente patriarcal; • Família estendida (novos membros...); • Possibilidade de poligamia, mas a maioria do povo vive de forma monogâmica; • Existem vínculos de solidariedade muito forte; • A mulher chama o marido de “meu senhor”. • O homem representa a mulher em tudo na sociedade; • A mulher fica em casa.
I. O Varão e a Mulher no mundo bíblico 2. A condição do varão: • O varão é antes de tudo “pai”: a tarefa educacional do varão não se reduz ao ensinamento de técnicas de trabalho, mas aos grandes valores da vida. • O varão é a “autoridade” do lugar: encabeça a família; representa a mulher em tudo na sociedade. • O varão é também “esposo”: a esposa é importantíssima para o varão, mas do que somente a potencial mãe de seus filhos (Ecle 36,24-25).
I. O Varão e a Mulher no mundo bíblico 3. A condição da mulher: • Difícil precisar o rolo social da mulher. • Mulher e homem foram criados por Deus com a mesma dignidade. Ambos são imagem de Deus. • Mulher vista a partir da maternidade. • Afastada das atividades sociais e religiosas. • A esterilidade é uma vergonha.
II. A sociedade judaica • Patriarcal. • Segregada e desigual. • Empobrecimento da experiência humana. • Modo autoritário de se organizar. • “O repúdio ao patriarcalismo vai de mãos dadas com o fortalecimento dos laços fraternos e sororais, com o estabelecimento de relações horizontais marcada por um espírito democrático” (p. 24).
III. De que modo Jesus anunciou a Boa Nova aos varões de seu tempo. Questionamento ao patriarcalismo 1. Uma consideração metodológica: • O discipulado de iguais, impulsionado por Jesus, é um discipulado judeu. • A questão central: havia algo fermentado na sociedade que encontrou no ministério de Jesus terreno propício para tomar forma e força. • “A práxis e a visão de Jesus e de seu movimento são mais fáceis de compreender como movimento de renovação no interior do judaísmo, que apresentava uma grande opção alternativa às estruturas patriarcais dominantes, que como grupo opositor que repudiava os valores e a práxis do judaísmo” (p. 23).
III. De que modo Jesus anunciou a Boa Nova aos varões de seu tempo. Questionamento ao patriarcalismo 2. “Todos vocês são irmãos”: • Centralidade do Pai e de seu plano na vida de Jesus - liberdade (Lc 2,49; Mc 3,33; Lc 13,31-32; 23,8-9; Jo 19,10-11). • Estilo de vida para os fiéis (Mt 23,8-10; Gal 3,26-28). • Superação do autoritarismo e da desigualdade.
IV. Jesus, modelo de varão 1. Um homem com um coração sensível e um olhar atento: Olha carinhosamente às pessoas concretas, valorizando o que cada pessoa é na sua vida cotidiana. Conhece: • o amor dos pobres por seus filhos (Lc 11,9-13); • A angustia do pai ao qual morre a filha que ia se casar (Lc 8,40-56); • A fúria do pai ao qual matam o filho (Mc 12,1-12); • O desconsolo do pai ao ver o filho desviar-se (Lc 15,11-32); • O trabalho silencioso de amassar o pão (Mt 13,33), e de acender as luzes no final do dia (Mc 4,21); • A angústia da mulher que não consegue fazer tudo o que deve (Lc 10,38-42); • A maneira de semear (Mc 4,26-29), de esperar que semente cresça (Mc 4,26-29), o cuidado dos animais (Lc 15,4-7;12,32); • As mudanças climáticas (Lc 12,54-55).
IV. Jesus, modelo de varão 1. Um homem com um coração sensível e um olhar atento: Conhece também: • O desprezo que seu povo tem pelos publicanos ( Mc 2,15-17) e pelas prostitutas (Lc 7,36-38). • O pouco valor dado às criançinhas (Mc 10,13-16) e às mulheres. • A generosidade que se pode ter diante dos amigos (Lc 11,5-8). • O aborrecimento diante o muito insistente (Lc 18,2-5). • A misericórdia que se pode ter frente ao desconhecido (Lc 10,29-37). • A generosidade heróica das viúvas pobres (Mc 12,41-44).
IV. Jesus, modelo de varão “Quando se olha o conjunto dos evangelhos, resulta muito claro que Jesus se colocou profundamente no coração de seu povo, para o conhecer a partir de dentro... Não observava para tirar exemplos que logo poderia usar para dar mais vivacidade ao seu ensinamento, mas observava para aprofundar seu afeto por seu contemporâneos e aprender deles mais profundamente o que significa ser pessoa humana” (p. 26).
IV. Jesus, modelo de varão 2. Um homem com um tratamento especial em relação à mulher: Numa sociedade patriarcal, Jesus vive uma atitude diferente em relação à mulher. Respeito profundo, tratamento digno, aceitação na tarefa de anunciar o Reino. • A sogra de Pedro (Mc 1,19-31); • A Samaritana (Jo 4,1-42); • A viúva de Naim (Lc 7,11-15); • A hemorroísa (Mt 9,20-22); • A pecadora perdoada (Lc 7,36-50); • Joana, Susana e outras (Lc 8,3); • Marta e Maria (Lc 10,38-42); • A mulher siro-fenícia (Mt 15,21-28); • A anônima mulher do povo (Lc 11,27-28); • A viúva pobre (Mc 12,41-44); • A mulher encurvada (Lc 13,10-16); • A mulher que unge Jesus (Mt 26,6-13); • A mulheres de Jerusalém que choram (Lc 23,27-31); • As mulheres ao pé da cruz (Jo 19,25-27); • Madalena (Jo 20,11-18).
IV. Jesus, modelo de varão “Jesus não só conversava amigavelmente com mulheres, o que para muitos era considerado uma perda de tempo, mas aceita Maria como discípula. Este parece ser o sentido da anotação lucana de que Maria ‘estava sentada aos pés de Jesus ‘ (cf. Lc 8,35 e At 22,3)” (p. 27). Em algumas parábolas é apresentado o comportamento feminino como modelo para todos (Lc 18,2-5).
IV. Jesus, modelo de varão 3. Um homem capaz de compaixão: • O traço mais luminoso de Jesus é a sua compaixão (Mt 9,39; 11,28.36). • Uma compaixão pela pessoa concreta com suas debilidades e falhas. Incluindo quando a falta está atestada (Jo 8,1-11).
Conclusão • “Ser pessoa humana em plenitude é ser varão ou mulher em plenitude, sabendo que em ambos se manifestam diversas virtualidades do único rosto de Deus... De um Deus que nos convida a entrar no pleno reconhecimento da igualdade e da dignidade de toda pessoa humana. Mas que, mais profundamente, nos convida a adentrar-nos no misterioso caminho da misericórdia, o único capaz de dar vida verdadeira” (p. 29).