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A MISSÃO DO REDENTOR “ REDEMPTORIS MISSIO ” Carta Encíclica de João Paulo II A validade permanente do mandato missionário. “O tempo é favorável! Povos todos, abri as portas a Cristo!”. A ESSÊNCIA MISSIONÁRIA DA IGREJA.
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A MISSÃO DO REDENTOR “REDEMPTORIS MISSIO” Carta Encíclica de João Paulo II A validade permanente do mandato missionário
“O tempo é favorável! Povos todos, abri as portas a Cristo!”
A ESSÊNCIA MISSIONÁRIA DA IGREJA “A Igreja, enviada por Deus a todas as gentes para ser sacramento universal de salvação, por íntima exigência da própria catolicidade, obedecendo a um mandato do seu fundador, procura incansavelmente anunciar o Evangelho a todos os homens”. Decreto Conciliar “Ad Gentes”
O FUNDAMENTO MISSIONÁRIO EM JESUS CRISTO Jesus levou o plano de Deus ao seu pleno cumprimento. Ele manifesta a sua vocação messiânica nestes moldes: percorre a Galileia, “pregando a Boa Nova de Deus: ‘Completou-se o tempo, o Reino de Deus está perto! Arrependei-vos, e acreditai na Boa Nova’” (Mc 1, 14-15; cf. Mt 4, 17; Lc 4, 43). A proclamação e a instauração do Reino de Deus são o objetivo da Sua missão: “pois foi para isso que fui enviado” (Lc 4, 43).
O FUNDAMENTO MISSIONÁRIO EM JESUS CRISTO Jesus é o Missionário por excelência. Seu anúncio proclama a Verdade e convida todos à Salvação n’Ele. Frente a este anúncio, todos são convidados à conversãoe a crerno amor misericordioso de Deus.
A MISSÃO NA VIDA DA IGREJA Os próprios Apóstolos em que a Igreja se alicerça, seguindo o exemplo de Cristo, pregaram a palavra da verdade e geraram as Igrejas.
A MISSÃO NA VIDA DA IGREJA Aos seus sucessores compete perpetuar esta obra.
INFORMAÇÕES FUNDAMENTAIS • Encíclia “Redemptoris Missio” • Promulgada em 07 de dezembro de 1990; • 25º aniversário do decreto conciliar “Ad gentes”; • Temática: A urgência da atividade missionária hoje.
PROPOSTA DO DOCUMENTO • Encíclia “Redemptoris Missio” • Arenovação da fé e da vida cristã; • Dissipar dúvidas e ambiguidades sobre a missão “ad gentes”; • Promover as vocações missionárias;
PROPOSTA DO DOCUMENTO • Encíclia “Redemptoris Missio” • Relançar a missão, comprometendo as Igrejas particulares a mandarem e a receberem missionários.
JESUS CRISTO, ÚNICO SALVADOR A tarefa fundamental da Igreja de todos os tempos e, particularmente, do nosso, é a de dirigir o olhar do homem e orientar a consciência e experiência da humanidade inteira para o mistério de Cristo. A missão universal da Igreja nasce da fé em Jesus Cristo. Portanto, no acontecimento da Redenção se fundamenta e se compreende a missão.
JESUS CRISTO, ÚNICO SALVADOR • Interrogações do tempo presente • Ainda é atual a missão entre os não cristãos? • Não estará por acaso substituída pelo diálogo interreligioso? • Não se deverá restringir ao empenho pela promoção humana? • O respeito pela consciência e pela liberdade não exclui qualquer proposta de conversão?
JESUS CRISTO, ÚNICO SALVADOR Esclarecimentos sobre o porquê da missão A Verdade de fé Remontando às origens da Igreja, aparece clara a afirmação de que Cristo é o único salvador de todos, o único capaz de revelar e de conduzir a Deus. Cristo é, assim, o único mediador entre Deus e os homens.
JESUS CRISTO, ÚNICO SALVADOR Diz São Paulo: “ainda que haja alguns que são chamados deuses, quer no céu quer na terra, existindo assim muitos deuses e muitos senhores, para nós há apenas um único Deus, o Pai de Quem tudo procede e para Quem nós existimos; e um único Senhor, Jesus Cristo, por meio do Qual todas as coisas existem, e igualmente nós existimos também” (1 Cor 8, 5-6).
A fé em Cristo é uma proposta à liberdade do homem Conhecendo a Cristo, o único Senhor, o discípulo sente-se impelido a anunciá-lo. Desta forma, a urgência da atividade missionária deriva da radical novidade de vida, trazida por Cristo e vivida pelos Seus discípulos. Esta nova vida é dom de Deus, e, ao homem, é-lhe pedido que a acolha e desenvolva, se quiser realizar integralmente a sua vocação, conformando-se a Cristo.
A fé em Cristo é uma proposta à liberdade do homem • O “porquê” da missão • O homem não é sua causa nem seu fim. É criado para a transcendência. É preciso que todos encontrem a Verdade.
A fé em Cristo é uma proposta à liberdade do homem A missão “viola” a liberdade humana? O anúncio e o testemunho de Cristo, quando feitos no respeito das consciências, não violam a liberdade. A fé exige a livre adesão do homem, porém, deve ser anunciada, pois, todos têm o direito de conhecer as riquezas do mistério de Cristo.
PROPOSTA DO DOCUMENTO “A missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações”.
OS DIFERENTES TIPOS DE MISSÃO As diferenças de atividade, no âmbito da única missão da Igreja, nascem não de motivações intrínsecas à própria missão, mas das diversas circunstâncias onde ela se exerce. Olhando o mundo de hoje, do ponto de vista da evangelização, podemos distinguir três situações distintas.
OS DIFERENTES TIPOS DE MISSÃO Missão “ad gentes” Em primeiro lugar, temos a missão cujo o anúncio evangélico é destinados a povos, grupos humanos, contextos sócio-culturaisonde Cristo e o Seu Evangelho não é conhecido. Esta é propriamente a missão “ad gentes”.
OS DIFERENTES TIPOS DE MISSÃO • Missão “ad gentes” • Trata-se de uma atividade primária essencial da Igreja, jamais concluída; missão de levar o Evangelho a todos que, ainda, não conhecem a Cristo. Esta é a tarefa mais especificamente missionária que Jesus confiou e continua a confiar à Sua Igreja.
OS DIFERENTES TIPOS DE MISSÃO Missão em Igrejas estruturadas Aparecem depois as comunidades cristãs que possuem sólidas e adequadas estruturas eclesiais, são fermento de fé e de vida, irradiando o testemunho do Evangelho no seu ambiente, e sentindo o compromisso da missão universal. Nelas se desenvolve a atividade ou cuidado pastoral da Igreja.
OS DIFERENTES TIPOS DE MISSÃO Missão em lugares de “secularização” Finalmente, existe a situação intermédia, especialmente nos países de antiga tradição cristã, mas, por vezes, também nas Igrejas mais jovens, onde grupos inteiros de batizados perderam o sentido vivo da fé. Neste caso, torna-se necessária uma novaevangelização, ou uma reevangelização.
OS DIFERENTES TIPOS DE MISSÃO Missão em lugares de “secularização” As Igrejas de antiga tradição cristã, preocupadas com a dramática tarefa da nova evangelização, estão mais conscientes de que não podem ser missionárias dos não-cristãos de outros países e continentes, se antes não preocuparem-se seriamente com os não-cristãos da própria casa.
“As Igrejas de antiga tradição cristã carecem de ser reevangelizadas”.
CONSTATAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA HOJE • Do Concílio Vaticano II aos dias atuais: • Multiplicaram-se as Igrejas locais, dotadas do seu bispo, clero e agentes apostólicos próprios; • Inserção mais profunda das Comunidades cristãs na vida dos povos; • Empenho dos leigos no serviço da evangelização;
CONSTATAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA HOJE • Do Concílio Vaticano II aos dias atuais: • Igrejas particulares abrem-se ao encontro, ao diálogo e à colaboração com os membros de outras Igrejas cristãs e outras religiões; • Uma nova consciência: a missão compete a todos os cristãos, a todas as dioceses e paróquias, instituições e associações eclesiais.
CONSTATAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA HOJE “No estado atual das coisas, em que surgem novas condições para a humanidade, a Igreja [...] é com mais urgência chamada a salvar e a renovar toda a criatura, para que tudo seja instaurada em Cristo e n’Ele os homens constituam uma só família e um só Povo de Deus”. Decreto Conciliar “Ad Gentes”
CONSTATAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA HOJE • A missão de Cristo Redentor, confiada à Igreja, está ainda bem longe do seu pleno cumprimento; • A missão, tendo em vista a dimensão da evangelização, está ainda no começo; • É necessário caminhar até aos confins da terra para manifestar asolicitude missionáriaaos povos que ignoram Cristo e aos que, já conhecendo, dele se esquecem.
CONSTATAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA HOJE • Faz-se preciso renovar a vida e a atividade da Igreja, de acordo com as necessidades do mundo contemporâneo; • A missão da Igreja deve estar fundamentada na própria atividade missionária de Jesus, enviado pelo Pai, unidos pelo vínculo do amor no Espírito Santo.
DIFICULDADES PARA A MISSÃO • Certas realidades sociais e religiosas, que, tempos atrás, eram claras e definidas, hoje evoluem em situações complexas. Verifica-se isso: • No urbanismo; • Nas migrações em massa; • Na “descristianização” de países de antiga tradição cristã;
DIFICULDADES PARA A MISSÃO • Nas dificuldades missionárias em países de minoria cristã; • No surgimento de “messianismos” e de seitas religiosas.
DIFICULDADES PARA A MISSÃO • Em alguns países, está proibida a entrada de missionários. Em outros, é proibida tanto a evangelização como a conversão, e até mesmo o culto cristão; • Há outros lugares em que a conversão é considerada como abandono do próprio povo e cultura.
DIFICULDADES PARA A MISSÃO • No mundo de hoje, a humanidade, apesar de conhecer realizações maravilhosas, parece ter perdido o sentido último das coisas e da sua própria existência; • O número daqueles que ignoram Cristo, e não fazem parte da Igreja, está em contínuo aumento; • Poucos dedicam-se às missões.
DIFICULDADES PARA A MISSÃO • Dificuldades internas e externas enfraqueceram o dinamismo missionário da Igreja ao serviço dos não-cristãos; • Constata-se uma crescente secularização das sociedades e uma profunda crise de fé; • Surgimento de fundamentalismos religiosos, doutrinários e Estados/Organizações opressores, que inibem a atividade missionária da Igreja.
DIFICULDADES PARA A MISSÃO • Dificuldades “internas” • Falta de fervor nas Igrejas; • Cansaço, desilusão, acomodamento, desinteresse e, sobretudo, falta de alegria e de esperança; • Divisões entre os cristãos; • Diminuição das vocações para o apostolado.
DIFICULDADES PARA A MISSÃO • Dificuldades “internas” • Contratestemunho de fiéis e de comunidades cristãs que não reproduzem em suas vidas o modelo de Cristo; • Indiferentismo e relativismo religioso (tanto vale uma religião como outra).
DIFICULDADES PARA A MISSÃO Este cenário não pode nos deixar pessimistas e inativos. O que deve contar é a confiança que provém da fé, ou seja, a certeza de não sermos nós os protagonistas da missão, mas Jesus Cristo e o Seu Espírito. Somos apenas colaboradores e, depois de termos feito tudo o que estava ao nosso alcance, devemos dizer: “somos servos inúteis, só fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17, 10).
“Igreja não pode aceitar que fronteiras geográficas e impedimentos políticos sejam obstáculos à sua presença missionária”.
EVANGELIZAÇÃO E MODERNIDADE Hoje, a imagem da missão muda rapidamente: os lugares privilegiados para a tarefa evangelizadora deveriam ser as grandes cidades, nas quais surgem novos costumes e modelos de vida, novas formas de cultura e comunicação que, depois, influenciam toda a população.
EVANGELIZAÇÃO E MODERNIDADE Não é possível esquecer os jovens que, em numerosos países, constituem mais de metade da população. Como evangelizar os jovens, o futuro da humanidade? Evidentemente já não bastam os meios tradicionais da pastoral: são necessárias associações e instituições, grupos e centros específicos, iniciativas culturais e sociais para os jovens.
EVANGELIZAÇÃO E MODERNIDADE • No mundo moderno, é necessário que a Igreja se relacione com: • O mundo da mídia; • O mundo da cultura; • O mundo do saber científico.
EVANGELIZAÇÃO E MODERNIDADE O drama da existência humana e a resposta da Igreja
EVANGELIZAÇÃO E MODERNIDADE No mundo moderno, se, por um lado, parece que os homens vão no encalço da prosperidade material, mergulhando cada vez mais no consumismo materialista, por outro lado, manifesta-se a angustiante procura de sentido, a necessidade de vida interior, o desejo de aprender novas formas e meios de concentração e de oração. Hoje, nas sociedades secularizadas, procura-se a dimensão espiritual da vida como antídoto à desumanização.