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Comunicação comparada. Resumos. Relação de textos. Ribamar Bessa Freire – “A nossa miopia e o olhar dos índios” José Carlos Rodrigues – “Uma paixão cega pelos meios visuais?” Georg Simmel – “A metrópole e a vida mental”
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Comunicação comparada Resumos
Relação de textos • Ribamar Bessa Freire – “A nossa miopia e o olhar dos índios” • José Carlos Rodrigues – “Uma paixão cega pelos meios visuais?” • Georg Simmel – “A metrópole e a vida mental” • Juremir Machado da Silva – “Os suportes da comunicação: entre meio e poder”
“Nossa miopia e o olhar dos índios” • Ressalta como a condição biológica se ajusta ao ambiente conforme a cultura em que o indivíduo se desenvolve. • Compara os mundos da oralidade e da escrita no tocante às aptidões visuais dos indivíduos. • “...não existe um sujeito idealizado, dotado de uma fisiologia única e comum, (...) as condições visuais são socialmente determinadas não apenas por fatores inatos, mas pela cultura e pela história. Quem é capaz de ler a floresta tem um olhar diferente de quem foi treinado para ler livros e vice-versa”. • Uma visão relativista sobre a diversidade visual.
“Uma paixão cega pelos meios visuais? • Dois mundos: (1) um preexistente, absoluto, comum a todos e (2) os mundos interiores dos seres vivos, dependentes dos “modos diversos por que operam os órgãos dos sentidos de cada forma de vida”. • Os aparatos de sensibilidade diferem entre as espécies. • Humanos: dotados de aparatos perceptuais específicos que definem os parâmetros de possibilidades e de limitações de acesso ao mundo. • Os órgãos dos sentidos codificam biologicamente as percepções e as convenções e valores codificam socialmente as percepções.
“Uma paixão cega pelos meios visuais? • As “convenções a valores (...) os retiram da pura biologia e os inscrevem no reino das relações sociais e da cultura”. • “...se os homens codificam o mundo por meio dos sentidos, as sociedades codificam os sentidos e as relações entre estes”. • Entre os modernos a visão assumiu um papel proeminente, desde pelo menos o Renascimento. • Trata-se de uma civilização da imagem, que se dedica às técnicas e tecnologias associadas à visão. • No passado, a palavra escutada era um dos principais critérios de verdade. Hoje, é a imagem.
“Uma paixão cega pelos meios visuais? • “...depois de tanto conhecermos o real e o verdadeiro por meio de fotografias, talvez tenhamos passado a precisar de imagens e de fotografias para sentir que as coisas e os acontecimentos são reais ou verdadeiros”. • Os registros visuais: ilusão de fixar o tempo. • A visão como critério de verdade na cultura contemporânea se manifesta na importância assumida por técnicas e tecnologias que fornecem tradução visual do mundo. • Uma importante estratégia persuasiva: “utilizar um presumido realismo da visão e da imagem como argumento para fazer crer e fazer aceitar”.
“Uma paixão cega pelos meios visuais? • A questão do poder: “A aura que atribuímos à escrita nos faz desprezar o fato de que desde os tempos mais remotos ela venha sendo um dispositivo fundamental de coletividades fundadas na desigualdade”. • “...as classes que detiveram a escrita nunca diferiram das que controlaram o poder”. • Foucault: toda tecnologia é poder, toda ela depende de uma ética determinada que a inspira, autoriza e viabiliza. • Multiplicação de telas e câmeras: nos tornamos todos agentes e pacientes de um mesmo poder que nos vigia e controla.
“Uma paixão cega pelos meios visuais? • Uma “democratização” que “faz de cada um, simultaneamente, emissor e receptor, produtor e consumidos, algoz e vítima do sistema de controle”. • Tornamo-nos componentes intrínsecos de um sistema, pessoas vigiadas que se sabem sempre vigiadas. Assim, internalizamos o sistema de vigilância e fazemo-lo existir e funcionar mesmo quando ele está “ausente” ou “inativo”.
“A metrópole e a vida mental” • Descreve um individuo que luta para não ser nivelado, uniformizado e manter sua individualidade na vida na metrópole moderna. • Alguns aspectos da vida urbana põem a individualidade em situação de ameaça: • A intensificação dos estímulos nervosos que conduz à atitude blasé, isto é, ao embotamento do olhar, à dificuldade de estabelecer diferenciações dado o fluxo excessivo de imagens, impressões e sensações. • A economia do dinheiro conduz a um nivelamento das pessoas e objetos, todos referidos a valores, a números • A dimensão calculista da mente moderna, que reduz valores qualitativos a quantitativos.
“A metrópole e a vida mental” • A vida urbana é organizada em uma estrutura da mais alta impessoalidade. • “Pontualidade, calculabilidade, exatidão, são introduzidas à força na vida pela complexidade e extensão da existência metropolitana”. • “Uma vida em perseguição desregrada ao prazer torna uma pessoa blasé porque agita os nervos até seu ponto de mais forte reatividade por um tempo tão longo que eles finalmente cessam de reagir”. • “Surge assim a incapacidade de reagir a novas sensações com energia apropriada”.
“A metrópole e a vida mental” • “A autopreservação de certas personalidades é comprada ao preço da desvalorização de todo o mundo objetivo...” • Há ainda o desenvolvimento da atitude de reserva em relação às outras pessoas. “Se houvesse, em resposta aos contínuos contatos externos com inúmeras pessoas, tantas reações interiores quanto as da cidade pequena (...) a pessoa ficaria completamente atomizada internamente e chegaria a um estado psíquico inimaginável”. • E se a divisão social do trabalho oportuniza uma maior liberdade de diferenciação, por outro lado ela pode levar a um desenvolvimento cada vez mais unilateral do indivíduo.
“A metrópole e a vida mental” • Síntese: A metrópole / sociedade industrial é o lugar da (1) economia do dinheiro; (2) divisão social do trabalho; (3) aceleração da vida e intensificação dos estímulos. • O homem metropolitano vive um auto-exílio na sua esfera privada. • Desenvolve-se (1) a atitude blasé; (2) um predomínio do intelecto sobre as emoções; (3) atitude de reserva, aversão, estranheza e antipatia; (4) relações impessoais mediadas pela economia monetária; (5) um desenvolvimento unilateral que deriva da divisão social do trabalho; (6) uma desconexão entre interior (cultura subjetiva) e exterior (cultura objetiva).