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Modelo de Contágio para Avaliação de Risco Sistêmico. Adriana Soares Sales Mardilson Fernandes Queiroz Rogério Antônio Lucca Agosto - 2003. 1. Introdução. Motivação Overseer do Sistema de Pagamentos; Importância sistêmica (possibilidade de transmitir choques adversos) de câmaras LDL;
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Modelo de Contágio para Avaliação de Risco Sistêmico Adriana Soares Sales Mardilson Fernandes Queiroz Rogério Antônio Lucca Agosto - 2003
1. Introdução • Motivação • Overseer do Sistema de Pagamentos; • Importância sistêmica (possibilidade de transmitir choques adversos) de câmaras LDL; • Comprometimento entre custo e eficiência. • Necessidade de metodologia de avaliação. • As opiniões expressas neste trabalho são exclusivamente dos autores e não refletem a visão do Banco Central do Brasil
2. Objetivo • Propor metodologia de avaliação ex-ante quanto à importância sistêmica de câmaras LDL de varejo, com base em simulação de risco de contágio (sistêmico).
3. Conceito • Análise mais compreensiva do risco sistêmico => racionalidade da regulação do setor financeiro e condução da política monetária. • Evento sistêmico: “choque que causa efeitos em uma ou mais Ifs ou mercados, de forma seqüencial ou simultânea”.
4. Conceito - classificação Evento sistêmico (resultado) Fraco: não afeta significativamente outras IFs Forte: causa problemas significativos em outras IFs Estreito*: choque idiossincrático de uma IF ou grupo limitado Evento sistêmico (origem do choque) Amplo: choque agregado ou sistemático, não seqüencial (macro) Exposicional: operações interbancárias e liquidações de transações próprias ou de terceiros, via SP. Evento Sistêmico Estreito (canais de propagação) Informacional: mudança na expectativa dos agentes motivada pela assimetria de informação e incerteza geral.
4. Conceito - Classificação Evento Sistêmico Fraco Não caracteriza risco sistêmico Exposições interbancárias Risco/Crise sistêmica dependendo do número de IF’s ou mercados afetados Estreito Forte Motivos Informacionais Amplo
5. Metodologia • Foco : evento sistêmico financeiro, por contágio direto, cujo meio de transmissão é o sistema de pagamento (LDL). • Resultado : cálculo da probabilidade (P) e magnitude (M) do evento sistêmico originado a partir de choque idiossincrático em uma câmara, impedindo a fluidez dos pagamentos.
5.1 Metodologia - Racionalidade • Seja is evento s com banco i cuja probabilidade é Pt(is), onde: • i1 : i fica inadimplente por motivo idiossincrático (choque exógeno); • i2 : i fica inadimplente devido ao recálculo das posições multilaterais (unwinding) no sistema LDL; • i3 : i não fica inadimplente. • Existem n bancos.
5.1 Metodologia - Racionalidade • Supondo banco A é credor em X do banco B, o risco assumido por A em função do crédito implícito concedido ao banco B enquanto não ocorrer a liquidação é: • A externalidade negativa (chamada de contágio) está presente se Pt(B2/J1) > 0. Na prática, quando a dívida de J para B é grande o suficiente, para tornar B incapaz de realizar seus pagamentos ao banco A. Banco A não incorpora Banco A incorpora
6. Simulação - Probabilidade • Para cada dia de um período, executam-se os seguintes passos: • Apura-se o resultado multilateral líquido para cada participante da câmara; • Simula-se a inadimplência de um participante, retirando-se todos os seus créditos e débitos bilaterais; • recalcula-se o novo resultado multilateral dos demais participantes; • Verifica-se se algum participante ficou inadimplente ( é negativa e maior que a sua liquidez), o que caracteriza uma ocorrência de contágio (i2); • Retiram-se todos os créditos e débitos bilaterais do participante inadimplente, e repete-se o processo a partir do passo 3; • Não existindo ocorrência de contágio, repete-se o processo a partir do passo 1, simulando-se a inadimplência de outro participante, até que seja simulada a inadimplência de todos os bancos em cada dia.
6.2 Simulação - Magnitude • P = = [(nº de i2)/ (nº de combinações bilaterais vezes nº dias úteis)] • Magnitude (M): medir a importância dos participantes contagiados no sistema como todo. • Sendo C conjunto dos bancos afetados no sistema,
6.3 Avaliação • Definindo a importância sistêmica (I) da câmara como o par (P , M), qualitativamente teremos: P I alta I média P* I média I baixa M M*
6.3 Avaliação • Questões em aberto: • Definição dos limites M* e P* • Deve-se levar em consideração o custo associado à segurança da câmara (Cs) – garantias prévias e acesso; • Se M* < M < Cs, dado P < P*=> melhor decidir por induzir uma diminuição de I (Ex. limitar valor instrumento, aumentar freqüência de liquidação da câmara); • Se M* < Cs < M, dado P < P* => pode-se decidir por tornar o sistema seguro ou diminuir I. • Freqüência de avaliação • Deve ser maior que a freqüência de alteração da estrutura de mercado ou da liquidez do sistema.
7. Adequação ao caso Brasileiro • Liquidação das posições multilaterais da câmara ocorre num sistema LBTR e sem possibilidade de saque a descoberto ao longo do dia => o participante deve ter liquidez a qualquer hora do dia após possível unwinding; • LIi,t (liquidez imediata) = TPF em custódia mais compulsórios (exceto recursos a vista); • Si,t = S0mais todas as operações no STR menos redesconto, compulsório e selic; • NLi,t = -1* Si,t : necessidade de liquidez no instante t;
7. Adequação ao caso Brasileiro • Após simulação de unwinding na câmara cada participante terá novo saldo (Si,t): • Se Nli,t > LIi,t => evento i2
8. Conclusão • Metodologia proposta permitirá avaliação preventiva de sistema de varejo quanto à importância sistêmica: => decisão quanto à exigência para que tal sistema adote mecanismo de proteção ou que se busque alternativa para torná-lo não sistemicamente importante. • O custo da exigência diminui a eficiência do sistema de varejo, podendo torná-lo inviável. • Estudos futuros devem ser realizados para responder às questões dos limites e de periodicidade de avaliação conforme metodologia proposta, tornado-a uma ferramenta útil nas decisões sobre importância sistêmica de câmara de varejo e seu acompanhamento.