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Cap. 8 ? A estrutura conceitual b?sica da contabilidade nos EUA e no Brasil (foco p.107-137). LOPES A. B.
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1. Teoria da Contabilidade André Goulart
2. Cap. 8 – A estrutura conceitual básica da contabilidade nos EUA e no Brasil (foco p.107-137) LOPES A. B. & MARTINS, E. Teoria da contabilidade: uma nova abordagem. São Paulo: Atlas, 2005.
3. 3 Contexto norte-americano Securities and Exchange Comission (SEC):
criada em 1934
poderes p/ prescrever práticas contábeis
Delegou ao Committee on Accounting Procedure (CAP), do AICPA, o estabelecimento de práticas contábeis
1958: CAP substituído pelo APB (Accounting Principles Board)
APB sofria oposição pelo fato de seus membros serem exclusivamente do AICPA (contadores)
4. 4 Contexto norte-americano 1973: Criada a FAF (Financial Accounting Foundation) e Fasb (Financial Accounting Standards Board)
Patrocinadores da FAF: vários grupos: AICPA, analistas financeiros, executivos financeiros, etc.
FAF indicava membros do Fasb
Fasb:
força política ? ampla base de constituidores da FAF
apoio da SEC (passou a considerar pronunciamentos como PCGA)
Exemplo pronunciamento: SFAS133: Accounting for Derivative Instruments and Hedging Activities
5. 5 Estrutura conceitual básica da contabilidade americana (tema já abordado no cap.5 de Hendriksen & Breda)
Uma espécie de constituição na qual deveriam se basear os princípios e práticas
Não estabelecem práticas e procedimentos, mas linhas gerais, princípios
6. 6 Hierarquia de elementos OBJETIVOS da contabilidade financeira (SFAC1)
INFORMAÇÃO DEMANDADA: categorias de informação que os usuários necessitam
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO: atributos que aumentam utilidade da inf. (SFAC2)
FUNDAMENTOS: conceitos básicos: entidade, ativos, receitas, passivos (SFAC5 e 6)
PADRÕES: soluções gerais p/ problemas contábeis
INTERPRETAÇÕES: clarificam/explicam pronunciamentos
PRÁTICAS CONTÁBEIS APLICADAS (menor nível hierárquico)
7. 7 Objetivos da contabilidade Fornecer infs. úteis p/ usuários na tomada de decisões de investimento, crédito e similares
Infs. p/ ajudar atuais e potenciais investidores e credores na estimação das quantidades, tempo e incerteza dos futuros recebimentos de caixa (dividendos ou juros)
Fluxos de caixa de investidores relacionados aos fluxos de caixa da empresa ? DC devem ajudar na previsão de fluxos de caixa da empresa (montantes, tempo e incerteza)
8. 8 Usuáriosda informação Fasb privilegia usuarios externos desprovidos de autoridade para demandar informações
Usuários envolvidos com decisões de investimento e crédito
Não busca atender necessidades específicas
Relatórios de finalidades genéricas: prover informações comuns que atendam maior no de usuários
9. 9 Características qualitativas da informação Atributos necessários p/ que informação seja útil
Inteligibilidade e benefício > custo (pré-requisitos)
Relevância
valor preditivo, feedback, oportunidade
Confibalidade
verificabilidade, neutralidade, representação fidedigna
Comparabilidade
uniformidade, consistência
10. 10 Conceitos fundamentais ELEMENTOS: Ativos, Passivos, Patrimônio, Resultado, Receitas e Despesas, Ganhos e Perdas
PREMISSAS/POSTULADOS: Entidade, Continuidade, Unidade Monetária, Periodicidade
PRINCÍPIOS: custo histórico, competência, confrontação de receitas e despesas, evidenciação
RESTRIÇÕES: relação custo x benefício; materialidade, conservadorismo
11. 11 O caso brasileiro Influência:
tempos remotos: escola italiana
? teórica na percepção conceitual, formal, voltada aos interesses fiscais
tempos mais recentes: escola anglo-saxônica
? modelo contábil americano
? mais pragmático, voltada p/ o mercado de capitais, utilidade da informação p/ investidores
? Lei 6.404/76 reflete essa tendência e migração
12. 12 Entidades atuantes e influentes ? No estabelecimento da estrutura geral da contabilidade
Ibracon (Inst. Brasileiro de Contadores e Auditores)
CVM
Conselho Federal de Contabilidade
Depto. Contabilidade da FEA-USP e Fipecafi
13. 13 Modelo Ipecafi x Resolução CFC Aparentemente similares, mas há divergências significativas
Em termos de normatização contábil no Brasil:
Lei 6.404/76: norma máxima p/ cias. capital aberto
CVM: autoridade p/ normatizar
CVM, legalmente, pode adotar um modelo
CVM adotou modelo Ipecafi (referendado também pelo Ibracon) ? pelo menos em tese, cias. abertas têm que segui-lo
14. 14 Modelo Ipecafi/Ibracon/CVM Base: definição de um objetivo maior da contabilidade
Em seguida: desenvolvimento dos princípios norteadores
Contabilidade voltada para o atendimento das demandas dos usuários
Essa é a razão de ser da Contabilidade (não é um fim em si mesma)
Contabilidade subordinada aos objetivos dos usuários
15. 15 Modelo IpecafiObjetivos da Contabilidade Um sistema de informações destinado a prover usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira e de produtividade.
Função: servir às necessidades do usuário
Visão voltada aos “clientes” da contabilidade
Para consecução do objetivo:
evidenciação
essência sobre a forma:
forma jurídica x realidade econômica
16. 16 Modelo Ipecafi – POSTULADOS: premissas orientadoras da contabilidade ENTIDADE:
contabilidade para entidade (e sócios)
não se confunde com proprietários e administradores
aspectos jurídicos não constituem única possibilidade de definição de entidade (obj. é fornecer inf. útil)
CONTINUIDADE
não havendo evidências contárias, entidade opera por tempo indeterminado (indefinidamente)
Impacto nas práticas: não registrar ativos pelo valor de saída, vez que existem p/ uso na produção e não p/ serem vendidos
17. 17 Modelo Ipecafi – Princípios contábeis Núcleo central da teoria da contabilidade
Estruturam a contabilidade dentro do ambiente delimitado pelos postulados
Papel de orientar procedimentos contábeis definindo a produção da informação
18. 18 Modelo IpecafiCusto histórico como base de valor Custo de aquisição de um ativo (+ custos necessários p/ colocá-lo em condições de gerar benefícios p/ entidade) é base de valor p/ a contabilidade, expresso em poder aquisitivo de moeda constante
Requer correção do valor histórico p/ refletir perdas de poder aquisitivo da moeda ? CUSTO HISTÓRICO CORRIGIDO (importância maior nos períodos de alta inflação)
Vantagem: objetividade, verificabilidade
19. 19 Modelo IpecafiDenominador comum monetário DCs expressas em termos de moeda nacional na data do último balanço
Idéia: homogeneização da informação apresentada
(necessidade de manutenção da moeda de poder aquisitivo constante)
Não impede que empresa mantenha registros internos sobre características físicas e operacionais
Proposta das DC: infs. de objetos mensurados em termos financeiros (não em outras variáveis, a princípio)
20. 20 Modelo IpecafiPrincípio da realização da receita Receita: registrada quando
de sua realização
ocorre fato gerador (prod. transferido p/ outra entidade)
transferência do bem ocorre normalmente quando maior parte do esforço de venda já realizado e valor de mercado da transação é mais objetivamente determinado
Não é necessário receber pagamento (caixa)
Pode haver alguns problemas práticos:
operações de período muito longo
construções de grandes obras de infra-estrutura
21. 21 Modelo Ipecafi Confrontação das receitas com as despesas Despesas diretamente associadas às receitas de um período devem ser reconhecidas juntamente com essas receitas
Se há dificuldade de identificação de despesas com receitas, devem ser reconhecidas imediatamente, em princípio
Exceções: gastos pré-operacionais (qdo. permitido diferimento); gastos com P&D
Princípios: “realização da receita” e “confrontação das receitas com despesas” ? REGIME DE COMPETÊNCIA (x caixa)?
22. 22 Modelo Ipecafi – Convenções Restrições a aplicação dos princípios: restringem as diferentes opções na aplicação de princípios
? OBJETIVIDADE
Quando há alternativas na aplicação de princípios, escolher a que tem maior possibilidade de ser objetivamente verificada
Relação com a confiabilidade da informação
Busca-se imparcialidade e evitar viés
23. 23 Modelo Ipecafi – Convenções ? MATERIALIDADE
Remete à relação custo-benefício da informação
Não há definição universal, quantitativa, do que é material
Possibilidade de a omissão da informação gerar erro no processo decisório
Materialidade ? Relevância
informações podem ser imateriais, mas relevantes
pequeno erro na atribuição de custos a produto: podem ser imateriais, mas constantes, revelando problema no sistema de custeio (relevante)
24. 24 Modelo Ipecafi – Convenções ? CONSERVADORISMO
Contabilidade sempre optará em menor valor para os ativos e maior valor para os passivos
“Prudência”
Preocupação em resguardar usuários da informação x otimismo da administração
25. 25 Modelo Ipecafi – Convenções ? CONSISTÊNCIA
Consciência: usuário pode traçar tendências com base em dados contábeis passados
Evitar mudanças de critérios
Se necessário mudança para aprimoramento da informação, evidenciar claramente os efeitos
26. 26 Modelo CFCResolução 750/1983 Relativamente ao modelo Ipecafi: diferenças de estrura e filosofia adotadas
Princípios contábeis são ponto central, devendo ser observados de forma doutrinária e objetiva
Estrutura não é dedutiva (? Ipecafi)
Não há destaque p/ objetivos da contabilidade
Princípios não são resultado de dedução lógica
Princípios apresentados de forma direta, quase dogmática, sem dedução a partir de premissas
27. 27 Modelo CFC – Res. 750/83Princípios Fundamentais da Contabilidade ? Princípio da Entidade
Afirma
patrimônio como objeto da contabilidade
necessidade de diferenciação de patrimônio da entidade e dos acionistas (proprietários)
Não ressalta que entidade contábil pode ir além da entidade jurídica
Princípio não é “deduzido” do objetivo da contabilidade
28. 28 Modelo CFC – Res. 750/83Princípios Fundamentais da Contabilidade ? Princípio da Continuidade
Considera indispensável a aplicação deste princípio na determinação de valores de ativos e passivos
Estabelece o aspecto indeterminado de duração do empreendimento empresarial
29. 29 Modelo CFC – Res. 750/83Princípios Fundamentais da Contabilidade ? Princípio da Oportunidade
Refere-se a tempestividade e integridade da informação
Registros devem ser feitos de acordo com a possibilidade de existência de estimativas razoáveis
? Princípio do Registro pelo Valor Original
Componentes patrimoniais devem ser registrados pelos valores originais das transações realizadas com mercado, em valor presente da moeda, permitindo atualização pelas variações monetárias
30. 30 Modelo CFC – Res. 750/83Princípios Fundamentais da Contabilidade ? Princípio da Atualização Monetária
Necessidade de adequação dos números às flutuações no poder aquisitivo da moeda.
? Princípio da Competência
Receitas e despesas incluídas na DRE no período de sua “ocorrência”, correlacionadas sempre que possível; não relevante o pagamento ou recebimento.
? Princípio da Prudência
Conservadorismo
31. 31 Análise comparativa entre modelos Ipecafi e CFC Definições semelhantes, mas com diferenças filosóficas e estruturais
Ipecafi:
parte dos objetivos da contabilidade, considera premissas gerais orientadoras e, então, desenvolve os princípios
destaque hierárquico p/ objetivos (premissas e princípios desenvolvidos depois)
CFC:
princípios apresentados de maneira dogmática, sem considerar objetivos que a contabilidade deve atender
Princípios desenvolvidos de forma normativa, sem dar ao usuário papel central