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ATOS DOS APÓSTOLOS. Tudo começa no dia de Pentecostes. Fase inicial: eram (quase todos) judeus convertidos. Eram vistos com um dos muitos dos movimentos de contestação dentro do Judaísmo. Formavam pequenas comunidades ao redor da Sinagoga.
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ATOS DOS APÓSTOLOS • Tudo começa no dia de Pentecostes. • Fase inicial: eram (quase todos) judeus convertidos. Eram vistos com um dos muitos dos movimentos de contestação dentro do Judaísmo. Formavam pequenas comunidades ao redor da Sinagoga. • Início da proclamação da Boa Nova: anúncio da Chegada do Reino Mt 10, 5-10 e da morte e ressurreição de Jesus At 2,23—3.
Bíblia dos primeiros cristãos: Sagrada Escritura dos Judeus. • A expressão “Antigo Testamento” ou “Antiga Aliança” vem de Paulo 2Cor 3,14. (Mt 21,42); Assim ao primeiros cristãos liam e reliam a Bíblia com novos olhos, nascidos da prática nova, onde as palavras da Escritura dos Judeus não eram suficientes, os cristãos começavam a lembrar as palavras e gestos do próprio Jesus. (Lembrança baseada no TESTEMUNHO – At 1,22).
Divergência dessa fase: • Grupo ligado a Estevão – judeus da diáspora (abertura aos helenistas) At 7,1-53. • Grupo ligado a Tiago – judeus da Palestina (fidelidade estrita à Lei de Moisés e a Tradição dos Antigos) Mc 7,5.
POLÍTICA ROMANA • Intensificação do culto ao imperador. Ameaçando as comunidades judaicas que se fecharam mais para manter-se fiel. Dificultou-se ainda mais a convivência com os judeus cristãos e os não cristãos. • Império sediado em Cesaréia (muito próximo da terra dos judeus, reacendendo o sentimento anti-romano. • Novos movimentos messiânicos foram surgindo (a partir dos anos 40).
EXPANSÃO MISSIONÁRIA NO MUNDO GREGO (anos 40 a 60) • Perseguições, mudança de conjuntura, vontade de anunciar a Boa Nova “a toda criatura” Mc 16,15, levando os cristãos para fora da Palestina. Assim, o Evangelho se espalha pelo Império e penetra em praticamente todas as grandes cidades, inclusive Roma, a capital, o “fim do mundo” At 1,8. • O levante dos judeus e a brutal destruição de Jerusalém pelos romanos (70) cria uma nova situação e marca o fim desse período.
A passagem da expansão missionária • 3 viagens de Paulo e seus companheiros (cerca de 16.000 km) • Muitos problemas 2Cor 11,25-26. • Fase lenta e de difícil passagem: • Do oriente para o ocidente; • Da Palestina para a Ásia menos, Grécia e Itália; • Do mundo cultural judeu para para o mundo cosmopolita da cultura grega; • Realidade do mundo rural para o mundo urbano;
De comunidades que surgiram ao redor da Sinagoga, espalhadas pela Palestina e Síria, para comunidades mais organizadas que surgem ao redor da casa (oiko) nas periferias das grandes cidades da Ásia e da Europa. • Passagem do mundo da observância da Lei, que acusa e condena, para o mundo da gratuidade do amor de Deus que acolhe e perdoa (Rm 8,1-4.31-32). • As comunidades começam a despertar para sua própria identidade e recebem o nome de “Cristãos” pelo povo da Antioquia.
O LIVRO DOS ATOS • Destaca o período histórico de quarenta anos entre a ressurreição de Jesus e a organização das Igrejas. • Não narra os acontecimentos de todos os Apóstolos, nem sequer todos os acontecimentos de Pedro e Paulo. Trata-se de uma história teológica, não pode ser lido como livro histórico. • O livro mostra a obediência à ordem dada por Jesus em At 1,8: “recebereis o Espírito santo e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e a Samaria, até os confins da Terra”.
TEMA CENTRAL DO LIVROS DOS ATOS DOS APÓSTOLOS • Missão essencial de testemunhar a ressurreição de Jesus. • O Livro é guiado pelo “ESPÍRITO SANTO”.
Atos 2,14-41 • Núcleo essencial do primeiro anúncio cristão: Jesus, o homem aprovado por Deus, mas morto como um criminoso pelos homens, foi ressuscitado da morte (2,22-24b). • Nas três fases de Jesus – atividade, morte e ressurreição – domina soberana a iniciativa de Deus : Deus opera milagres, prodógios e sinais por meio de Jesus. • milagres (δυναμις = dynamis): faculdade, força, poder, potência... obras de portência, milagres, etc. • prodígios (Τερας = téras): prodígios (talvez mais ligado a curas). • sinais (σημειον = semeión): sinal (que indica uma presença sobrenatural) • Os três são sinônimos. É usado para indicar ação, força e poder de Deus. • A ressurreição é a última intervenção decisiva de Deus. • Testemunho dos Apóstolos (2,32).
O fato de Jesus ter ressuscitado não é casual mas entra no projeto de Deus: a escritura anunciou a ressurreição do Messias. Segundo a mentalidade Bíblia, uma promessa da Escritura deve tornar-se realidade histórica. • No discurso de Pedro a ressurreição não é uma simples libertação da morte, mas a entronização régia e messiânica de Jesus. • O homem Jesus, morto no choque com as forças históricas de pecado, ressuscitou, por isso, ele é o Senhor da História. • A vitória e senhorio de Jesus tornam-se visíveis nas novas relações livres e corajosas daqueles que receberam o seu Espírito.
CONSEQÜÊNCIAS PRÁTICAS DO QUERIGMA PROPOSTO • “Irmãos, que devemos fazer?” (2,37) • QUATRO etapas: a conversão, o batismo, o perdão dos pecados e o dom do Espírito Santo. • A conversão é mudança de mentalidade, de concepção de vida (interior e exterior). • O sinal visível e exterior da ruptura com o passado é o rito do batismo “em nome de Jesus Cristo”. • A ruptura com o passado é um dom de Deus que arranca o homem da escravidão e da alienação sob o domínio do pecado. • Batizados: membros da comunidade messiânica Ez 36,25-28).
A VIDA DA PRIMEIRA COMUNIDADE 2,42-47 • Comunidade ideal cristã. • Ensinamentos dos Apóstolos: Escuta e aprofundamentos e interiorização da PALAVRA; • PALAVRA que é testemunho autorizados dos Apóstolos, isto é, dos garantes da revelação histórica de Deus; • O ensinamento dos Apóstolos é a transmissão fiel do que Jesus ensinou
Comunhão Fraterna: • - Comunhão espiritual dos crentes baseada na mesma fé e no mesmo projeto de vida. • A comunidade cristã realiza o ideal dos amigos entre os quais tudo é comum. Tudo é participação e solidariedade. • Fração do pão: • - Esta refeição tem lugar nas casa privadas. Acontece num clima de alegria (tema caro par a Lucas) e simplicidade de coração. “fração do Pão” indica a refeição fraterna dos cristãos que se unia às refeições de Jesus com os discípulos e, de modo particular, à última ceia, com esperança de comunhão plena no reino de Deus (Lc 22,14-20).
As orações: • Trata-se daquelas orações que demarcam o da do judeu piedoso. • O grupo de cristãos toma parte assiduamente e unido na liturgia do Templo (o Templo de Jerusalém é o centro da história salvífica para Lucas).
TESTEMUNHO CORAJOSO E LIVRE • Três momentos : • Um acontecimento que revela a nova força salvífica do nome de Jesus (3,1-10) • Discurso de Pedro ao povo, com o qual se dá um significado cristão ao milagre (3,11-26) • Confronto de Pedro e João com o Sinédrio judaico (corajoso testemunho cristão). • Enfim, a comunidade descobre a sua confiança e liberdade na oração (4,23-31).
Cura de um paralítico em Jerusalém • Fatos e gestos prodigiosos que acompanham o testemunho autorizado dos Apóstolos. • “Em nome de Jesus” acontece a cura. • O Templo: não é casual a ambientação deste primeiro gesto prodigioso dos Apóstolos no Templo de Jerusalém (mencionado 5 vezes neste trecho). A primeira comunidade cristã vive a sombra do Templo e, só se distancia dele quando é obrigada pela violência do grupo sacerdotal saduceu.
Pedro e João estabelecem um contato humano e pessoal com o aleijado. • A palavra é seguida por um gesto: “tomando-o pela mão”. • “Então o coxo saltará como um cervo...” (Is 35,6) • A salvação de Deus já presente nos gestos curadores de Jesus continua agora a revelar-se em favor dos homens através dos Apóstolos. • A cura do aleijado é apenas um “sinal” da nova esperança de salvação que agora tem um nome: Jesus.
Da mesma forma que acontece com Jesus o caminho dos gestos miraculosos não conduz ao sucesso fácil, mas desencadeia o conflito e a perseguição. Lógica Evangélica – Lógica da cruz.
Salvação por meio de Jesus • Ambiente solene: Templo! • Elementos essenciais : situação imediata (3,12); proclamação do querígma sobre a morte e ressurreição de Jesus (3,14-15), argumentação escriturística (3,13.22-23.35); apelo à conversão (3,19.26) • A cura do paralítico é um sinalvisivel que evoca a ação soberana e libertadora de Deus na história • Síntese da Paixão (3,14-15)
A cura engloba a reintegração física e social de um homem: é uma salvação que se enxerta na carne dos homens para sustentar a esperança da libertação total. • A cristologia do texto: o servo ( de Deus) – santo – o justo (3,13) – o príncipe da vida (3,14) [Cântico de Isaías 52,13; 53,10-12 – Esta alusão velada ao Texto de Isaías dá um sentido salvífico à vida e morte de Jesus]. • Para Lucas a conversão é uma ruptura com o passado de ignorância e infidelidade, e a abertura ao projeto de Deus revelado em Jesus. • CONVERSÃO, FÉ e PERDÃO DOS PECADOS são três momentos do processo de salvífico que tem sua iniciativa EM DEUS e o CENTRO de realização EM JESUS. • “Na sua descendência serão abençoadas todas as nações” – quando Lucas escreve os Atos, o caminho universal e ecumênico do movimento cristão já é uma realidade. (ver Gn 12,3)
Testemunho de Pedro e João diante do Sinédrio: 4,1-22 • Inicia-se o conflito com o judaísmo oficial. Jesus também foi refutado e perseguido pelos chefes, mas acolhido com entusiasmo pelo povo. • Saduceus: grupo de judeus ricos e poderosos, do qual fazem parte as grandes famílias sacerdotais e a aristocracia leiga. Tinham boas relações com o poder romano de ocupação e, no campo religioso, eram conservadores rígidos, opondo-se às tradições e práticas propugnadas e recomendadas pelos fariseus.
A cena do interrogatório: de uma lado a liberdade e coragem dos dois Apóstolos, e de outro, o embaraço e as contradições da autoridade suprema, sinédrio de Jerusalém. • Salmo 118,22 (Lc 20,17). • A palavra livre a franca corrói e põe em crise um poder que não tem razões. A liberdade diante dos homens se fundamenta na fidelidade a Deus, isto é, ao que é justo à consciência.
ENTRE O IDEAL E A REALIDADE NA PRIMEIRA IGREJA 4,32—5,42 • Duas características definem a comunidade cristã: a unidade e a fé (DT 6,5). • Com sua opção de fé, os cristãos, tentam uma inspiração mais profunda com os homens: uma perfeita comunhão, que se exprima também em novas relações humanas no plano social e material (vida também dos essênios). Mas, a novidade da motivação é a fé em JESUS CRISTO RESSUSCITADO (4,33).
A expressão: “não havia necessitados entre eles”, evoca o texto de Dt 15,4. Lucas, apresenta a comunidade cristã primitiva como o povo messiânico no qual se realiza a promessa da benção por parte de Deus: o fim da pobreza e da miséria. Isso acontece de forma natural, graças a uma renovação interior, que cria um novo estilo de vida e instaura relações diferentes e estruturas de participação (Lc 12,33; 14,33; 16,9).
Dois exemplos: a generosidade de Barnabé e a fraude de Ananias e Safira: 4,36—5,11. • O exemplo de Barnabé confirma o quadro ideal da partilha dos bens da primeira comunidade, em contraste com a hipócrita mesquinhez de Ananias e Safira. • Barnabé é um personagem importante da Igreja da Antioquia e animador da primeira missão dos pagãos (At 11,25-26).
INSTITUIÇÃO DOS SETE • A comunidade neste período é caracterizada por dois fatos: o aumento dos discípulos e as tensões internas entre dois grupos, diferentes pela cultura e mentalidade. Falta uma organização adequada para o numero de discípulos. • Os DOZE instituem os SETE. • DOZE -> Tribos de Israel • SETE -> Nações pagãs que habitavam em Canaã
Moisés -> autoridade dos DOZE. • 70 COLABORADORES (Nm 11,1-24) -> os SETE. A comunidade cristã toma o lugar do antigo povo de Israel (encara-se assim, sob uma nova luz a autoridade dos DOZE)
Em Jerusalém havia sinagogas para os judeus provenientes da diáspora ou dispersão. • Os que falavam língua grega e liam a Bíblia na tradução litúrgica chamada “Setenta”, por sua proveniência e contato com um mundo diferente e pluralista, eram mais aberto e inovadores na interpretação e prática da lei -> grupo dos Helenistas. • Os originários da Palestina falavam aramaico e liam a Bíblia em hebraico -> grupo dos Hebreus.
O problema é a assistência cotidiana aos pobres. • Aos DOZE, cabe , por excelência, testemunhar a ressurreição, isto é, o serviço da Palavra, o anúncio público e catequético. Enquanto aos SETE, devem prover à gestão dos bens, à assistência aos pobres. • Há a suspeita legítima de que os SETE, mais que uma comissão de assistência dependente dos DOZE, constituem na realidade o grupo dirigente presidindo os cristãos de língua grega, paralelo ao grupo dos anciãos u presbíteros, cujo chefe é Tiago, para os cristãos de língua aramaica.
O episódio trata-se de uma direção colegiada em vista de um serviço, diakonia, em favor da comunidade. • As estruturas essenciais que se pode reconhecer na comunidade de Jerusalém são três: o serviço da Palavra, o da oração e o serviço da assistência ou solidariedade com os pobres.
ATIVIDADE E PRISÃO DE ESTEVÃO: 6,8-15 • Estevão : um defensor da liberdade e coragem espirituais extraordinárias. Se Lucas dá um realce tão forte à atividade e ao fim trágico deste cristão de língua grega, é porque recebeu, sem dúvida, a sua lembrança da tradição. É um homem dotado de qualidades carismáticas e de força espiritual. • Prodígios e sinais(v.8) -> atividade taumatúrgica que acompanha o testemunho da ressurreição por parte dos apóstolos.
A oposição que encontra estevão neste ambiente judaico não faz senão comprovar a verdade da promessa de Jesus aos seus missionários perseguidos: “ Eu vos darei uma eloqüência e uma sabedoria às quais não poderão resistir seus adversários” (Lc 21,15). • É o primeiro amplo debate entre a velha instituição judaica e o novo movimento cristão.
Estevão é modelo de justo mártir • Sua acusação acompanha temas do relato tradicional da paixão de Jesus: os “falsos testemunhos”, a acusação de “blasfemia” e a imputação mais grave, a sua constatação das observâncias legais do lugar do culto, o Templo. • Os dois títulos de acusação contra o primeiro mártir cristão são um eco das acusações lançadas contra Jesus de Nazaré: inovação de leis ou instituições tradicionais mosaicas (repouso do Sábado, leis de pureza ritual, tabus alimentares etc. e a contestação do lugar santo, o Templo ( 6,11.13.13).
Lucas ressalta a dimensão espiritual do conflito: de uma parte, a cegueira irracional dos adversários judeus; de outra, a sabedoria espiritual de Estevão. • A reação dos judeus recorre à violência e à mentira, para reprimir a liberdade e a força do Espírito. • O discurso que se segue (7,2-53) é a justificação teórica da nova posição cristã em relação à velha instituição judaica, da qual o Sinédrio é representante oficial.
O discurso de Estevão é o mais longo dos Atos. • Há nele uma reconstrução da História Bíblica de Abraão a Salomão à base de um mosaico de textos emendados por notas e comentários redacionais. • A concepção histórico-teológica de Lucas plasmou todo o caso de Estevão, do qual o discurso é ponto central e a justificação teórica. O movimento cristão toma distância do judaísmo oficial, representado pela Lei e pelo Templo.
Lucas tinha boas probabilidades de demonstrar aos cristãos, que tinham visto em 70d.C. a destruição do templo, a provisoriedade das estruturas e instituições judaicas. Dessa forma, estava plenamente justificada a passagem de um cristianismo que gravitava em torno das tradicionais instituições judaicas, o Templo e a Lei, para um cristianismo disperso entre os pagãos, mas autônomo e livre.
A chave hermenêutica • A chave hermenêutica de toda essa síntese de história Bíblica é justamente a conclusão. A figura do justo prometido pelos profetas, refutado e morto pelos descendentes dos “pais”, projeta a sua luz sobre os Principais personagens lembrados na exposição bíblica de Estevão.
Morte de estevão e perseguição dos helenistas: 7,54-8,4 • A reação dos judeus explode só após a sua declaração deque o Filho do Homem está de pé à direita de Deus (7,55-56) • Jesus está de pé: Ele agora é “juiz” constituído por Deus e como tal intervém não só em favor do seu primeiro corajoso mártir, mas também para sancionar, com sentença autorizada, a auto-exclusão do povo judeu infiel, acusado por Estevão (Lc 12,8-9). • A confissão de fé em Jesus ressuscitado e juiz da história é o motivo determinante da condenação de Estevão. • O luto e sepultamento por parte de judeus piedosos, pode ressaltar um último detalhe, a concordância com o sepultamento de Jesus por parte de José de Arimatéia, “homem bom e justo”
Presença de Paulo • Enquanto morre Estevão, que paga com o sangue a sua tomada de posição em favor da reviravolta histórica do projeto salvífico de Deus, que dos judeus passa para os pagãos, aparece no horizonte o primeiro líder da missão aso pagãos. Mais, aquele Saulo que antes dá uma mão aos assassinos de estevão, e depois se transforma no fanático perseguidor que arruína a Igreja de Jerusalém, justamente ele, será animador da missão que realizará a nova linha de desenvolvimento da Igreja entre os pagãos.
ATIVIDADE DE FILIPE: A MISSÃO CRISTÃ ATINGE OS EXCLUÍDOS 8,5--10 • O protagonista agora é Filipe, o “evangelista”, um dos SETE. • Destinatários da missão: os samaritanos. • Pedro e João legitimam a missão tão discutida na Igreja (Mt 10,5; Lc 9,51-56; Jo 4,20-26).
A MISSÃO DE FILIPE NA SAMARIA: 8,5-25. • Lucas alcança dois objetivos com esse relato: mostra a progressiva expansão da Igreja segundo o projeto traçado pelo ressuscitado (1,8) e ressalta a superioridade vitoriosa da experiência cristã sobre a magia no ambiente circunstante. • Simão, representante do mundo da magia, entra em contato com a força irresistível da palavra e o poder do Espírito (8,9-10).. • A presença dos Apóstolos é a autenticação da missão na Samaria e a derrota da magia sob a intervenção decisiva de Pedro.
Filipe, é um dos SETE, conhecido como “evangelista” (21,8), refugiado por causa da perseguição judaica que levou estevão à morte, anuncia o Evangelho pela primeira vez na Samaria. • Os samaritanos era um grupo de excluídos, separados da ortodoxia judaica. Habitavam a região central da Palestina, chamada Samaria. Eram considerados heréticos ou cismáticos pelo judeus. No aspecto religioso eram equiparados aos pagãos, porque não reconheciam o lugar do culto legítimo, o Templo de Jerusalém, nem observavam todas as minuciosas prescrições legais.
A atividade missionária de Filipe : anúncio verbal e sinais, gestos de libertação dos espíritos malignos e curas de doente (obtém sucesso imediato). • A figura e atividade de Simão entra em crise com a chegada do Evangelho. • Fundação da Igreja na Samaria. • O batismo de Filipe não dá o Espírito. Cabe aos Apóstolos de Jerusalém a tarefa de comunicar aos batizados o dom do Espírito, por meio da imposição das mãos.
Um novo “pentecostes” sela a fundação da Igreja da Samaria. • Simão simonia: compra e venda de dignidades ou bens espirituais na Igreja. Onde o Espírito, dom gratuito de Jesus ressuscitado, é trocado, sob qualquer forma, por privilégios ou compensações econômicas, cessa a genuína experiência cristã, e a tentação da magia corrompe a liberdade e a verdadeira fé. • A condenação mais severa do Livro do Atos é a de Pedro em relação a Simão, o mago.
CONVERSÃO E BATISMO DO EUNUCO ETÍOPE: 8,26-40 • Nova etapa de expansão e progressão da Igreja: Conversão de um africano da longínqua Etiópia, cidade situada nos confins do império romano. Um homem excluído da comunidade santa (Dt 23,2). • A força do Evangelho supera as barreiras raciais e culturais (Is 53,3-7 – conhece a escritura) e as distancias étnicas e sociais (Sl 68,32). • Cumpre-se agora as esperanças messiânicas. A salvação é oferecida a todos.
Lucas destaca nesse relato a iniciativa de Deus! (O Anjo do Senhor – O Espírito do Senhor). • Não basta o missionário, mas a abertura sincera de coração de quem busca a verdade. • O texto de Isaías referido nos vv.32-33, é o único a ser citado de modo amplo em Atos. • O catecúmeno, o etíope, escutou e acolheu o anúncio, está pronto para o batismo (referência a catequese pré-batismal que parte da escritura). • Encontro, anúncio, catequese, batismo caminho cristão
PAULO EM DAMASCO: DE PERSEGUIDOR A APÓSTOLO 9,1-31 • Paulo é o protagonista principal da nova etapa histórica que levará a mensagem cristã para fora da Palestina e entre os pagãos. • O fanático perseguidor dos cristãos, graças à intervenção prodigiosa de Deus, se transforma num pregador indomável da nova mensagem que diz respeito a Jesus, o Messias. • Lucas pretende propor um modelo ideal de cristão e Apóstolo.
CONVERSÃO E VOCAÇÃO DE SAULO 9,1-19a • A conversão de Saulo provoca uma reviravolta histórica na expansão do movimento cristão. • Saulo o perseguidor: promotor de uma campanha de inquisição nas comunidades judaicas situadas fora da Palestina (Damasco, Síria). • Iniciativa divina. • Jesus é solidário com os cristãos (Lc 10,16).
A conversão de Paulo coincide com a sua vocação ou investidura de apóstolo, enviado em missão. • Igreja de Damasco: a missão origina-se em Jesus, mas realiza a continuidade histórica com a Igreja. • “Cai por terra”, como acontecia com os profetas no AT. A cegueira é significativa, Paulo viu o esplendor divino. • A iluminação da fé coincidirá, para Paulo, com o seu caminho catecumenal, que se conclui com o batismo e o dom do Espírito.