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IV Simpósio Internacional ABRAPA de Inocuidade de Alimentos e II Seminário ITAL de Segurança Alimentar São Paulo, 13 e 14 de junho de 2005. Barreiras Não Tarifárias a Exportação de Carnes: Resíduos de Drogas Veterinárias em Aves. Ariel Antonio Mendes Professor Titular da FMVZ/UNESP
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IV Simpósio Internacional ABRAPA de Inocuidade de Alimentos e II Seminário ITAL de Segurança Alimentar São Paulo, 13 e 14 de junho de 2005 Barreiras Não Tarifárias a Exportação de Carnes: Resíduos de Drogas Veterinárias em Aves Ariel Antonio Mendes Professor Titular da FMVZ/UNESP Vice-Presidente Técnico-Científico da UBA arielmendes@fca.unesp.br
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE CARNES NOS ÚLTIMOS ANOS
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO BRASILEIRA DE DE CARNES (mihões de toneladas) 2004 7,8 8,5 2,7 Fontes: Agroconsult, MAPA, FAO Abef, Abiec e UBA
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO BRASILEIRA DE DE CARNES (%) NO PERÍODO 1994/2004 BOVINA 51% SUINA 102% FRANGO 150%
PRODUÇÃO E EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CARNE DE PERU Fonte: UBA, ABEF e APINCO
FATOS SOBRE AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CARNE DE FRANGO • Segundo produto nas exportações do agronegócio • Sexto lugar na pauta brasileira de exportação
FATOS SOBRE AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CARNE DE FRANGO • Maior exportador mundial em volume e em receita cambial • 2,470 milhões de toneladas exportadas • 2,6 bilhões de dólares • 43% das exportaçòes mundiais • Mais cortes exportados que frango inteiro • 58,7% Cortes • 39,5% Inteiro • 1,8% industrializado
FATOS SOBRE AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CARNE DE FRANGO… Embora os volumes exportados ainda sejam pequenos, existe uma tendência de aumento na quantidade e variedade de produtos industrializados fabricados sob encomenda de importadores
FATOS SOBRE AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CARNE DE FRANGO… • O Brasil exporta para 141 países • 30,5% Oriente Médio (frango inteiro) • 26,6% Ásia (cortes) • 17,7% Europa (cortes) • 10,0% África • 7,9% Russia • 3,5% América do Sul • 2,7% América Central • 0,9% América do Norte • 0,2% Oceania
CONCLUSÃO 1 SE NÃO OCORRER NENHUMA CATÁSTROFE SANITÁRIA EM NOSSO PAÍS, O BRASIL SERÁ O MAIOR PRODUTOR E EXPORTADOR DE CARNES DO MUNDO
COMO AS BARREIRAS NÃO TARIFÁRIAS AFETAM O MERCADO INTERNACIONAL DE CARNES
BARREIRAS NÃO TARIFÁRIAS “ São aquelas medidas distintas das tarifárias, controladas direta ou indiretamente pelo governo e que tendem a restringir ou alterar o volume, a composição por produtos e o destino do comércio internacional. ” Conferência da ONU sobre o Comércio e Desenvolvimento - UNCATAD.
BARREIRAS NÃO TARIFÁRIAS • Classificação: • Quotas e contingenciamento de importação • Subsídios dados aos produtores locais • Barreiras técnicas • Exigências quanto ao bem estar animal • Exigências ambientais e laborais. • Barreiras sanitárias e fitosanitárias
TAXAÇÃO IMPOSTA PELA COMUNIDADE EUROPÉIA – O CASO DO PEITO SALGADO Legislação de 1994: Carne com mais de 1,2% de sal paga 15,4% Carne congelada pagaria 1024 Euros/Ton Isso equivale a um imposto de 75% Vendas brasileiras de peito salgado para industrialização explodiram depois de 1998 Em 2002 os europeus mudaram a legislação, dizendo que o sal só poderia ser adicionado com a finalidade de conservação do produto. Brasil entra na OMC e ganha em março de 2005.
BARREIRAS TÉCNICAS São restrições ao fluxo de comércio relacionadas às características dos produtos a serem importados ou ao seu método e processo de produção. Essas restrições baseiam-se ora no conteúdo do produto, ora nos testes que indicam a conformidade destes aos padrões exigidos pelo importador. Representam uma categoria das barreiras não-tarifárias.
REGULAMENTAÇÀO SOBRE BARREIRAS TÉCNICAS AO COMÉRCIO • Celebrado durante a Rodada Tóquio (1973-1979) • Objetivos legítimos: resguardar a segurança nacional, evitar práticas enganosas ao comércio, proteger a saúde e a segurança humana, vida e saúde animal e vegetal e o meio ambiente. Serviu como base para a criação dos acordos da OMC: • Acordo sobre Barreiras Técnicas (TBT) • Acordo sobre a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitosanitárias (SPS)
ACORDO SOBRE BARREIRAS TÉCNICAS AO COMÉRCIO (TBC) DA OMC • Foi criado na Rodada Uruguai e regula a aplicação de barreiras técnicas ao comércio • Objetivos legítimos: segurança nacional, prevenção de práticas enganosas, proteção da saúde ou segurança humana, vida e saúde animal e vegetal, e meio ambiente; • Verificação do risco deve considerar as informações técnicas e científicas disponíveis, tecnologias de processamento e a destinação final dos produtos.
ACORDO SOBRE A APLICAÇÃO DE MEDIDAS SANITÁRIAS E FITOSANITÁRIAS (SPS Agreement) • Objetivo: facilitar o comércio mas salvaguardando a saúde humana, animal e das plantas • Princípios básicos: • Base científica • A menor restrição possível para atingir o nivel adequado de proteção • Não deve ser discriminatório • Consistente • As medidas do acordo SPS não podem ser usadas como barreiras pelos países
Acordo SPS PONTOS CHAVES DO ACORDO SPS
Acordo SPS Inocuidade alimentar Saúde Animal Saúde vegetal
CODEX ALIMENTARIUS • Criado em 1963 • É um órgão da FAO e da OMS • Objetivo: elaborar normas sobre inocuidade e qualidade dos alimentos • Está constituído por uma Comissão Central e um Comitê Executivo, também por vários Comitês de Assuntos Gerais e de Produtos
COMITÊS DE ASSUNTOS GERAIS (Também chamados de Comitês Horizontais) • Comitê sobre Princípios Gerais (França) • Comitê sobre Rotulagem (Canadá) • Comitê sobre Métodos de Análises e Coleta de Amostras (Hungria) • Comitê sobre Higiene dos Alimentos (Estados Unidos) • Comitês sobre Nutrição e Alimentos para Regimes Especiais (Alemanha)
COMITÊS DE ASSUNTOS GERAIS (Também chamados de Comitês Horizontais) • Comitê sobre Resíduos Praguicidas (Holanda) • Comitê sobre Aditivos Alimentares e Contaminantes (Holanda) • Comitê sobre Sistemas de Inspeção e Certificação das Importações e Exportação (Austrália) • Comitê de Resíduos de Medicamentos Veterinários nos Alimentos (Estados Unidos)
COMITÊS DE PRODUTOS • São 13 Comitês, sendo que os de interesse avícola são: • Comitê sobre Gorduras e Azeites (Reino Unido) • Comitê sobre Higiene da Carne ( Nova Zelândia)
GRUPOS DE ESPECIALISTAS (Órgãos Auxiliares) • JECFA - Joint FAO/WHO Expert Commette on Food Additives • JMPR - Joint FAO/WHO Meetings on Pesticide Residues • JEMRA - Joint FAO/WHO Meetings on Microbiological Risck Assessment
Organização Mundial de Saúde Animal • Fundada com 28 países em 1924 • Reconhecida pela OMC como referência para questões de saúde animal em 1994 • Hoje são 167 os países membros • Comitê International da OIE • Cada país, um voto
49 13 29 29 47 167 países membros Americas: 29 – Africa: 47 – Europa: 49 – Oreinete Médio: 13 – Asia: 29
NOVOS MANDATOS DA OIE • Bem-estar animal • Grupo de Trabalho • Grupos Ad hoc • Transporte • Abate • Bem-estar dos animais aquáticos • Produção e inocuidade de alimentos • Da granja ao prato
BARREIRAS SANITÁRIAS São restrições ao fluxo de comércio relacionadas com aspectos sanitários e fitosanitários
MOTIVOS PARA APLICAÇÃO DE BARREIRAS SANITÁRIAS POR UM PAÍS IMPORTADOR Proteger a vida e a saúde humana, animal e vegetal certificando de que o alimento a ser importado é seguro e que o país/região de origem do produto é considerado(a) livre da febre aftosa, por exemplo, ou que a embalagem de madeira que acondiciona os produtos a serem exportados passou por um tratamento capaz de assegurar que não transportará pestes ou doenças.
PORQUE EXISTEM TANTAS BARREIRAS SANITÁRIAS ATUALMENTE • Opinião dos consumidores • Aspecto legal, definido pelos políticos • Exigência dos importadores • Dificultar processos de competição internacional
ESSAS EXIGÊNCIAS SURGIRAM DEPOIS DA OCORRÊNCIA DE VÁRIAS CRISES ENVOLVENDO A CADEIA ALIMENTAS, COMO POR EXEMPLO: • BSE – (Vaca louca) – 1996, 1998, 2000 ... • Dioxina – Bélgica 1998/1999; • Peste suína clássica – 1997/1998; • Febre aftosa – Reino Unido – 2001; • Adulteração de produtos no Japão; • Resíduos de nitrofuranos – 2002; • Contaminação por salmonella em 2002, 2003 • Contaminação por Listeria nos USA - 2003 • Influenza aviária na Holanda – 2002. • Influenza aviária na Ásia – 2003/2004.
COM ISSO, HOUVE UMA REAÇÃO EM CADEIA.... • Exaustiva atenção da mídia com críticas ao sistema intensivo de produção • Aumento de interesse para orgânicos, mais no debate que no consumo • Muita emoção antes que fatos • Extensivas novas Legislações (fator emocional) • Aumento dos controles própriosna Indústria - Rastreabilidade - Programas de Certificação
POR ISSO, O MERCADO IMPORTADOR EXIGE: • Avaliação do risco • Qualidade e segurança do alimento • Sanidade e bem-estar animal • Meio ambiente • Bem-estar do homem • Saúde do homem • Rastreabilidade
NA UNIÃO EUROPÉIA, FORAM IMPLEMENTADAS POLÍTICAS PARA: • Controlar a BSE • Monitorar as zoonoses • Banir antibióticos promotores de crescimento • Banimento UCO– Setembro de 2002 • Definir LMRs para dioxina, PCB’s (bifenilas policloradas) , metais pesados, pesticidas, resíduos de antibióticos e aditivos, micotoxinas • Rotulagem para OGMs • Eliminar a contaminação por patógenos (Salmonella, Campylobacter e Liseria)
AINDA EM FUNÇÃO DESSESFATOS, SURGIRAM NOVAS REGULAMENTAÇÕES SOBRE ALIMENTAÇÃO ANIMAL • Proibido alimentar animais com sub-produtos da mesma espécie • Proibido uso de restos de cozinha • Proibido uso de adubo orgânico em pastagens, exceto esterco • Excepcionalmente, peixes e animais de peleteria poderão ser alimentados com proteína animal • Uso obrigatório de etiquetado, com origem dos componentes do alimento
CONCLUSÃO 2 ALÉM DA COMUNIDADE EUROPÉIA, OUTROS MERCADOS (JAPÃO, ORIENTE MÉDIO) ESTÃO CADA VEZ MAIS EXIGENTES, POIS A EUROPA É FORMADORA DE OPINIÃO
MAS EXISTEM LIMITES PARA A APLICAÇÃO DE PROTEÇÃO SANITÁRIA E FITOSANITÁRIA (acordo SPS da OMC). • Não existe risco zero e toda transação de produtos agropecuários está associado com um certo nível de risco • Os países membros devem atender prontamente pedidos para a abertura de análise de risco • A decisão sobre a importação ou não de um produto agropecuário deve ser fundada em análise de risco • A partir do resultado da análise de risco o país importador estabelece os requisitos sanitários e o nível adequado de proteção – sanidade animal e saúde pública • O processo é dinâmico e pois sempre estão surgindo novos perigos e com isso, novas exigências
BARREIRAS SANITÁRIASPODEM SER: • Justificadas ou não justificadas • Impostas por países com mercados abertos ou fechados
EXEMPLO DE BARREIRA SANITÁRIA INJUSTIFICADA EM PAÍSES COM MERCADOS FECHADOS • Alguns países utilizam seus serviços sanitários como instrumento de política comercial • Serviços veterinários não realizam análise de risco ou o fazem de maneira morosa. Com isso, o processo pode durar de seis meses a 20 anos
O EXEMPLO DA RÚSSIA... Com a ocorrência de surtos de aftosa no Amazonas em setembro de 2004, a Rússia suspendeu as importações de carnes do Brasil, liberando alguns Estados para a carne bovina e suína recentemente, para alguns Estados, apenas. Além disso, a carne não será vendida diretamente ao consumidor russo pois será utilizada apenas como matéria-prima.
O EXEMPLO DA INDONÉSIA... Com a ocorrência de surtos de aftosa no Amazonas em setembro de 2004, a Indonésia suspendeu as importações de farelo de soja do Brasil, no dia 25 de novembro de 2004.
O EXEMPLO DOS ESTADOS UNIDOS E DO CHILE... Há anos o Brasil tenta negociar um acordo sanitário com os Estados Unidos para exportar carne de aves, sem resultados práticos. Alegação dos americanos: doença de Newcastle O mesmo ocorre com o Chile e outros países....
EXEMPLO DE BARREIRA SANITÁRIA INJUSTIFICADA EM PAÍSES COM MERCADOS ABERTOS • Argumentos cientícos com pouca consistência motivados por pressões políticas – Ex. promotores de crescimento • Análise de risco tendenciosa – determinam análise de risco alto quando ele é manejável. Ex Japão e vacinação de aftosa • Requisitos impossíveis de serem cumpridos . Ex. Listeria em produtos crus • Princípio da precaução • Perigos inexistentes – Ex exigência de análise de de hormonios em frangos por parte da UE
O EXEMPLO DA LISTÉRIA (Espanha)… Em 2004 a Espanha exigiu Listeria zero de carne de frango in natura, o que é um absurdo já que essa exigência é válida apenas para produtos cosidos. Essa exigência caiu após intensas negociações entre Brasil e Espanha….
CONCLUSÃO 3 EXISTEM NORMAS E REGULAMENTOS QUE DISCIPLINAM O COMERCIO INTERNACIONAL E QUE OS PAÍSES MEMBROS DA OMC DEVEM SEGUIR, SOB PENA DE SEREM LEVADOS AOS TRIBUNAIS INTERNACIONAIS.
CONCLUSÃO 3 cont.... Os países membros deverão fazer com que as medidas de proteção por eles adotadas mantenham-se dentro de um nível apropriado de exigências que não imponham restrições ao comércio internacional e devem levar em conta os aspéctos de viabilidade técnica e econômica de sua aplicação (Segundo o acordo SPS da OMC) .
ANTIBIÓTICOS • Surgiram na década de 50 (Penicilina) • Inibem o crescimento de bactérias e microorganismos correlatos. - redução no sofrimento e/ou morte por infecções bacterianas. • Na produção animal - produtores buscam criar seus animais de forma a produzir alimentos saudáveis a partir de criações saudáveis.