100 likes | 383 Views
Baixa Idade Média. As mutações na expressão da religiosidade O ensino medieval. MUTAÇÕES NA EXPRESSÃO RELIGIOSA. Surto urbano e prosperidade económica da Europa dos séculos XII-XIII. Mundanização da Igreja. Surgimento de seitas religiosas (heresias) (Albigenses, Valdenses, etc.).
E N D
Baixa Idade Média As mutações na expressão da religiosidade O ensino medieval
MUTAÇÕES NA EXPRESSÃO RELIGIOSA Surto urbano e prosperidade económica da Europa dos séculos XII-XIII Mundanização da Igreja Surgimento de seitas religiosas (heresias) (Albigenses, Valdenses, etc.) REACÇÃO DA IGREJA Ordens Mendicantes: Franciscanos e Dominicanos IV Concílio de Latrão Inquisição Confrarias
IV Concílio de Latrão • O IV Concílio de Latrão foi convocado pelo Papa Inocêncio III, em10 de Abril de 1213. • O Concílio iniciou-se a 1 de Novembro de 1215. • Daí saiu um projecto de reforma eclesiástica que assentou em quatro pontos fundamentais: • Organização e centralização de toda a hierarquia eclesiástica, submetida ao pontífice romano; • Luta contra o poder laico na Igreja; • Disciplina do clero; • Combate às heresias – criação de um tribunal episcopal (a Inquisição). Em 1231, o Papa Gregório IX, colocou este tribunal sob a direcção e controlo directo dos legados pontifícios, criando assim uma instituição cuja função era “inquirir” e castigar as doutrinas contrárias à ortodoxia.
A expansão do ensino O renascimento urbano trouxe consigo o aparecimento de escolas ligadas às catedrais que progressivamente vieram a ganhar autonomia, até dar origem às universidades. • Escolas monásticas e laicas • Escolas catedrais • Universidades (Estudos Gerais)
No século VI, S. Bento de Núrsia elabora, no Mosteiro de Monte Cassino, na Campânia (Itália), a regra - regula - que tantos mosteiros viriam a adoptar. • Esta regra beneditina recomenda que os monges permaneçam num mesmo lugar, façam voto de pobreza e de castidade, prestem obediência ao abade, pratiquem a hospitalidade e a caridade para com os pobres, trabalhem manualmente de forma a garantir a sua subsistência, rezem e, mais importante do que tudo, que se dediquem ao estudo e ao ensino. • Os mosteiros beneditinos tornam-se assim centros culturais que vão desempenhar um papel decisivo na história da civilização ocidental. Fechados no seu scriptorium (a oficina de escrita e iluminura) e nas suas bibliotecas, os monges copistas, contribuíram de forma decisiva para salvar do esquecimento as obras literárias da Antiguidade.
É nos mosteiros espalhados pela Europa, longe do rebuliço das novas cidades emergentes na Europa, que surgem as Escolas Monásticas que visam, inicialmente, apenas a formação de futuros monges. • Funcionando de início apenas em regime de internato, estas escolas abrem mais tarde escolas externas com o propósito da formação de leigos cultos (filhos dos Reis e os servidores também). • O programa de ensino, de início, muito elementar - aprender a ler, escrever, conhecer a Bíblia (se possível de cor), canto e um pouco de aritmética - vai-se enriquecendo de forma a incluir o ensino do latim, gramática, retórica e dialéctica .
Escolas Catedrais • Se, até ao século XI, a vida intelectual era praticamente monopólio da Igreja, a partir do século XII, inaugura-se uma nova fase. • À margem da sociedade feudal, emerge um novo grupo social, a burguesia, urbana, mercantil e manufactureira, dedicada à finança, acumulando riquezas, poder e importância cultural. • É com o seu apoio que se vai operar a renovação da ideia de escola, a sua abertura para além das paredes dos mosteiros e abadias rurais. O ensino literalmente deixa o campo e instala-se definitivamente nas cidades. • As Escolas Catedrais (escolas urbanas), saídas das antigas escolas episcopais (que alargaram o âmbito dos seus estudos), tomaram a dianteira em relação às escolas dos mosteiros. Instituídas no século XI por determinação do Concilio de Roma (1079), passam, a partir do século XII (Concilio de Latrão, 1179), a ser mantidas através da criação de benefícios para a remuneração dos mestres, prosperando nesse mesmo século. • A actividade intelectual abre-se ao exterior, ainda que de forma lenta, absorvendo elementos das culturas judaica, árabe e persa, redescobrindo os autores clássicos, como Aristóteles e, em menor escala, Platão.
Universidades • Supõe-se que a primeira universidade europeia tenha sido na cidade italiana de Salerno, cujo centro de estudos remonta ao século XI. Além desta, antes de 1250, formaram-se no Ocidente a primeira geração de universidades medievais. São designadas de espontâneas porque nascem do desenvolvimento de escolas preexistentes. As universidades de Bolonha e de Paris estão entre as mais antigas. Outros exemplos são a Universidade de Oxford e a de Montpellier. • Mais tarde, é a vez da constituição de universidades por iniciativa papal ou real. Exemplo desta última é a Universidade de Coimbra, fundada em 1290. • Originalmente, estas instituições eram chamadas de studium generale(Estudo Geral), agregando mestres e discípulos dedicados ao ensino superior de algum ramo do saber (Medicina, Direito, Teologia). Porém, com a efervescência cultural e urbana da Baixa Idade Média, logo se passou a fazer referência ao estudo universal do saber, ao conjunto das ciências, sendo o nome studium generale substituído por universitas Aula numa Universidade Medieval, iluminura do século XIII (Museu Britânico, em Londres)
As sete Artes Liberais e os Estudos Superiores As Sete Artes Liberais estão divididas em dois grupos: • Trivium: gramática, retórica e dialéctica (disciplinas que se ocupavam do discurso, da palavra) • Quadrivium: aritmética, geometria, astronomia e música (disciplinas dedicadas ao estudo da natureza, representadas pelos números) • As sete Artes Liberais eram, nas universidades da Idade Média, a preparação indispensável para os estudos superiores. • As disciplinas ditas superiores formavam a parte central e preparatória do currículo das universidades medievais, preparando o aluno para entrar em contacto com as três principais formações de tais centros de saber: a Medicina, o Direito e a Teologia (e a Filosofia). As Sete Artes Liberais, figura do 'Hortus deliciarum' de 'Herrad von Landsberg' (século XII)