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Baixa Idade Média A Baixa Idade Média corresponde ao período entre os séculos XII e meados do século XV. Nesse momento histórico ocorreram inúmeras transformações no feudalismo, como o renascimento do mundo urbano e o reaquecimento das atividades comerciais; surgimento da burguesia; a centralização política nas mãos dos monarcas; e as crises da Igreja Católica. Toda a trama histórica levou o sistema feudal ao seu limite, produzindo uma grave crise que desembocou na transição para o capitalismo.
Baixa Idade Média • A passagem do século X ao XI foi um momento de mudanças na Europa feudal. Com o fim das invasões bárbaras (vikings e magiares), o mundo medieval conheceu um período de paz, segurança e desenvolvimento. • O primeiro dado importante refletindo esse novo momento foi o aumento da população. O crescimento demográfico foi ocasionado pelo fim das guerras contra os bárbaros e pelo recuo das epidemias, gerando uma queda da mortalidade.
Expansão do feudalismo • As inovações técnicas, o aumento da mão-de-obra e o fim das invasões permitiram a produção de um excedente da produção nos senhorios que era vendido. Isso cria um certo comércio e uma classe mercantil, que transportava e comercializava essa produção. Novas terras começam a ser exploradas e o feudalismo se expande, surgindo grandes movimentos mercantis como o comércio marítimo e as Cruzadas, expansão do feudalismo europeu para o Oriente
Renascimento Comercial e Urbano • O renascimento comercial na idade média beneficiou principalmente as cidades italianas, Gênova e Veneza, e alguns dos motivos foram • » Localização geográfica favorável ( Mar Mediterrâneo); • » Fortalecimento das ligações comerciais com o Oriente, durante o movimento das cruzadas.
As especiarias • O termo especiaria, a partir dos séculos XIV e XV na Europa, designou diversos produtos de origem vegetal (flor, fruto, semente, casca, caule, raiz), de aroma e/ou sabor acentuados. • Além de utilizadas na culinária, com fins de tempero e de conservação de alimentos, as especiarias eram utilizadas ainda na preparação de óleos, ungüentos, cosméticos, incensos e medicamentos. • Exemplos: Açafrão, Canela, Cânfora, Cravo-da-índia, Gengibre, Incenso, Noz-moscada, Pimenta preta.
Especiarias • Embora cada região do planeta possua as próprias especiarias, na Europa, a partir das Cruzadas, desenvolveu-se o consumo das variedades oriundas das regiões tropicais, oferecidas pelo mundo islâmico. Para atender a essa demanda, ampliou-se o comércio entre o Ocidente e o Oriente, através de várias rotas - terrestres e marítimas - que uniam não apenas a Europa internamente (pontilhando-a de feiras), mas esta e a China (rota da Seda) e as Índias (rota das especiarias).
Renascimento comercial • As feiras eram os locais de compra e venda de produtos dos negociantes. Até o século XIV, as feiras mais importantes eram na região de Champanhe, França. • Esse comércio possibilitou o retorno das transações financeiras, o reaparecimento da moeda, ou seja, deu vida as atividades bancárias. • Com isso a terra deixava de ser a única fonte de riqueza e um novo grupo social surge, os mercadores ou comerciantes.
Renascimento Comercial • FATORES QUE CONTRIBUIRAM PARA O RENASCIMENTO COMERCIAL: • » esgotamento das terras: com o esgotamento de terras férteis, muitos camponeses se viram sem alternativa de trabalho ou emprego. Por isso o comércio foi uma opção achada por eles para entrada nas atividades comerciais. • » Cruzadas: ajudou a expandir as atividades comerciais, pelo menos por três motivos: os cruzados não eram os únicos a irem as expedições cruzadistas, os viajantes mercadores iam juntos, e assim serviam como abastecedores dos peregrinos com seus produtos. • » O contato com o Oriente: esse contato fez nascer o gosto pelos artigos luxuosos, nos ocidentais, o qual fez ampliar largamente o consumo destes artigos na Europa. • » O enriquecimento dos nobres: estes iam para as cruzadas, aumentando a riqueza em circulação.
Renascimento Urbano • As cidades assumiam papeis diversificados durante o passar dos tempos. Na época do feudalismo, as cidades serviam apenas como centros religiosos e militares além de serem ligadas ao feudo. O crescimento delas só começou a surgir quando o comércio se expandiu.
Renascimento Comercial: os burgos • Na época do feudalismo, o Senhor feudal tinha controle tanto no campo como na cidade. Não havia distinção de cidade e campo. No começo a maioria das cidades eram cercadas por altas muralhas, fazendo assim um núcleo urbano, chamado burgo. Mas com o aumento da população os burgos ultrapassaram os limites das muralhas. Então os habitantes dos burgos passaram a ser os comerciantes e artesãos, também chamados de burgueses. Com o progresso do comércio e do artesanato, o crescimento social da burguesia também foi notado. Estes eram homens livres de laços com senhores feudais
Renascimento Urbano • Surgimento de um novo ator social: a burguesia. Essa classe foi muito criticada pela Igreja pela prática do lucro e da usura. A figura ao lado mostra um burguês rodeado de diabos. • Usura: cobrança de juros pelo empréstimo de dinheiro
A morte do Usurário e do Mendigo.Gautier de Coincy (1177-1236). La Vie et les miracles de Notre-Dame. França (c. 1260-1270 Imagem e texto in: http://www.ricardocosta.com/pub/morte.htm
Hieronymus Bosch (c. 1450-1516). A Morte e o Avarento (c. 1490)
Usura Uma figura de um pequeno demônio dirigindo o banqueiro. Do The English Usurer or Usury Condemned de John Blaxton, Londres, 1634.
The Rohan Master: A book of hours: Bibliotheque nationale, Paris (M.S. Latin 9471). New York: G. Braziller, 1973.
Formação de uma nova classe social: a burguesia • Burgueses e artesãosOs burgueses compravam dos senhores feudais os direitos para trocar suas atividades. Para proteger seus interesses, organizavam-se em associações. Os artesãos se organizaram em corporações de ofício, que defendiam seus membros da concorrência externa e fiscalizavam a qualidade e o preço dos produtos.
As cidades medievais • As muralhas e as portas demarcam espacialmente a cidade medieval, dando-nos indicações sobre sua dinâmica, crescimento e desenvolvimento. A razão primordial da sua edificação é defensiva. A presença física de torres e fossos contíguos à muralha ressalta essa funcionalidade. E protegida por muralhas, a vila se comunicava com o exterior através das portas, que são em maior ou menor número conforme a importância e dimensão de uma povoação. Guardiãs da passagem entre o interno e o externo, as portas também possuem a função fiscal.
Higiene • Quanto à higiene urbana destaca-se que o fornecimento de água era feito através de chafarizes e fontanários que as vereações iam erguendo nas povoações. Mas na própria urbe os problemas se avolumavam. Mal pavimentadas as ruas medievais costumavam acumular lama e detritos que eram focos de muitas doenças. Nas cidades medievais portuguesas tinha-se hábito de despejar os bacios pelas janelas ao grito de “água vai” manteve-se até muito tarde, apesar posturas cada vez mais rigorosas quanto a esse tipo de atitude.
Arte e imaginário medieval • Os melhores artistas do século XI se reuniam ao redor dos soberanos e a arte era uma arte sacra. O contexto de florescimento da arte românica se dá em 980, quando cessam as pilhagens. O movimento de expansão do último quartel do século XI culmina nas conquistas e no “renascimento do século XII”.
Arte e imaginário medieval • O que mais surpreende na arte românica é a unidade profunda da criação artística, marca de uma civilização ainda largamente espalhada por um espaço difícil de vencer. Entre os fatores de coesão coloca-se o “cimento carolíngeo” e a peregrinação da corte régia pelo território do reino. • A arte desempenhava também papel de “pedagogia” do povo fiel.
Arte Românica • No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja a estrutura era semelhante às construções dos antigos romanos. As características mais significativas da arquitetura românica são: * abóbadas em substituição ao telhado das basílicas; * pilares maciços que sustentavam e das paredes espessas; * aberturas raras e estreitas usadas como janelas; * torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; e * arcos que são formados por 180 graus.
Arte Românica • A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas: fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as formas volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da arte românica não ser fruto do gosto refinado da nobreza nem das idéias desenvolvidas nos centros urbanos, é um estilo essencialmente clerical.
Arte Românica • A arte desse período passa, assim a ser encarada como uma extensão do serviço divino e uma oferenda à divindade.
Arte Gótica • O estilo Gótico - Arte das Catedrais. • Estilo da Baixa Idade Média – França • A partir do século XII - desenvolvimento comercial e urbano e pela centralização política. • A arraigada cultura religiosa - preservação do papel da Igreja na sociedade.
Arte Gótica • Arte Românica - caráter religioso – localização rural (mosteiros) • Arte Gótica - desenvolvimento das CIDADES. Porém deve-se entender o desenvolvimento da época ainda preso à religiosidade.
Arte Gótica • - Elevação e desmaterialização • Uso da luz • Inovações arquitetônicas – arco em ponta e abóboda cruzada.
Arte gótica • A iconografia gótica coloca a figura do homem no centro das catedrais. Nos grandes vitrais das catedrais coloca-se a figura do Deus vivo. • Mas os teólogos e artistas do período gótico não viam Jesus como criança e sim como Rei. • A catedral é sobretudo a igreja da cidade, a igreja régia. • A ideia fundamental: Deus é Luz. A arte que nasce nas Catedrais é da claridade, da irradiação.
Arte Gótica Catedral de Burgos , construída entre os século XIII e XV
Arte gótica Porta do Sarmental, Catedral de Burgos
Rosácea do transepto norte da basílica de Saint-Denis. O tema é a Criação, com Deus no centro, os seis dias da Criação no segundo círculo, o Zodíaco no terceiro círculo representando a harmonia da ordem celeste e, no círculo maior, os trabalhos dos homens que representam a ordem da terra. Tudo se expande e difunde a partir da irradiação do Bem.
Saint- Denis – Nave Central A busca do luxo e da suntuosidade no cerimonial, e sobretudo a escolha da inundação da luz através dos vitrais.