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Ressecções sublobares no carcinoma brônquico estágio I, Quando indicar?. DARCY RIBEIRO PINTO FILHO Universidade de Caxias do Sul. Graham 1933. Ginsberg 1995. Landreneau 2007. Nódulo solitário de pulmão x carcinoma brônquico. 20% a 30% se apresentam como nódulos solitários
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Ressecções sublobares no carcinoma brônquico estágio I, Quando indicar? DARCY RIBEIRO PINTO FILHO Universidade de Caxias do Sul
Graham 1933 Ginsberg 1995 Landreneau 2007
Nódulo solitário de pulmão x carcinoma brônquico • 20% a 30% se apresentam como nódulos solitários • 88% são ressecáveis • > 50% curados Viggiano, Clin.Chest Med:13(1), 1992
Estágio IA T1a 2 < T1b > 2cm < 3 cm RESSECÇÃO SUBLOBAR Ressecção segmentar anatômica Ressecção em cunha Ressecção conservadora Ressecção limitada Ressecção menor do que um lobo Ressecção pulmonar mínima Miniressecção Ressecção sublobar , estágio IA
Dogmas ou mitos? • A lobectomia com linfadenectomia mediastinal sistemática é o tratamento cirúrgico padrão para o CBNPC com doença limitada ao lobo. • A segmentectomia regrada é um procedimento cirúrgico de maior complexidade, muitas vezes associado à maior morbi-mortalidade( fístulas broncopleurais, maior tempo de internação, infecções...) • As ressecções sublobares têm um maior índice de recidiva local. • As ressecções sublobares preservam parênquima pulmonar • As ressecções sublobares estão reservadas para pacientes idosos e/ou incapazes, do ponto de visto cardio-pulmonar, de suportarem os efeitos fisiológicos da lobectomia.
O contemporâneo • Avanço tecnológico nos métodos de imagem trouxe um maior número de casos diagnosticados precocemente ( < 3cm ) em pacientes de risco • Avanços na técnica perioperatória ( vídeo, grampeadores endoscópicos, analgesia, intensivismo, reabilitação...) • Densidade da literatura médica, resultados consistentes equiparando sublobar com lobectomia. Apontamento de critérios sustentados para a indicação de ressecções sublobares • Eficácia da terapêutica adjuvante • Melhores resultados aumentando a chance do segundo primário • Aumento do número de pacientes com mais de 70 anos candidatos à ressecção pulmonar
O que precisa ser respondido ? Ressecções sublobares são oferecidas para o estágio I, onde temos as melhores chances de cura com a ressecção completa. • Vale a pena submeter à ressecção sublobar um paciente com capacidade cardiopulmonar suficiente para submeter-se à lobectomia? • Vale a pena submeter à ressecção sublobar um paciente com capacidade cardiopulmonar suficiente para submeter-se à lobectomia, numa lesão subcentimétrica? • Todos os tipos de ressecção sublobar alcançam os mesmos resultados? • Nas ressecções em cunha , qual a margem ideal? • Todos os pacientes podem se submeter a ressecção sublobar? • Há a necessidade de terapêutica adjuvante? Quais as opções?
Vale a pena submeter à ressecção sublobar um paciente com capacidade cardiopulmonar para submeter-se à lobectomia? I A Semin Thoracic Sur 22:22-31 2010
Vale a pena submeter à ressecção sublobar um paciente com capacidade cardiopulmonar para submeter-se à lobectomia?
Vale a pena submeter à ressecção sublobar um paciente com capacidade cardiopulmonar suficiente para submeter-se à lobectomia, numa lesão subcentimétrica?
Todos os tipos de ressecção sublobar alcançam os mesmos resultados? A segmentectomia anatômica, ao estabelecer a dissecção brônquica e vascular aos moldes da lobectomia, estendendo a margem no parênquima (segmentectomia estendida) permite a remoção completa do segmento vascular e da distribuição linfática, possibilitando uma maior margem de ressecção em comparação à excisão em cunha convencional. El- Sherif ( Ann Surg Onc 2007), avaliando 81 pacientes com CBNPC estágio I , submetidos a ressecção em cunha (n= 55) ou segmentectomia anatômica (n= 26) , risco significativamente maior de recorrência locorregional com ressecção em cunha (14/ 55, 25,5% ) em comparação à segmentectomia anatômica (1/26 , 3,8%) .
Nas ressecções sublobares, qual a margem ideal? • Sawabata e cols. (Ann Thorac Surg 2004) sugeriram que, para minimizar o risco de recidiva local, a distância deve ser maior do que o diâmetro máximo de tumor. • El- Sherif e cols.( Ann Surg Onc 2007) analisaram o impacto da margem cirúrgica em 87 pacientes submetidos à ressecção sublobar no CBNPC estagio I. Margens do tumor > 1 cm esteve associada à uma taxa de recorrência significativamente inferior, quando comparado a margens < 1 cm ( 8% vs 19% , P = 0,003) • Schuchert et al ( Ann Thorac Surg 2007) demonstraram igualmente que quando a distância da margem em relação ao tamanho do tumor foi menor de 1 cm, observou-se um aumento significativo das taxas de recidiva em comparação aos casos em que esta relação esteve acima de 1 cm (25,0% vs 6,2% , P = 0,0014 ) . • Mohiuddin (JTCVS 2014 ) 479 casos submetidos a ressecção em cunha. Os pacientes que foram submetidos a excisão em cunha, com uma distância de margem de 1,5 cm, apresentaram um risco 113 % menor de recorrência local do que os pacientes com uma distância de margem de 2 mm. lesões < 2 cm, com distância de margem até 1,5 cm, diminui significativamente a taxa de recidiva local, sem nenhum benefício em distâncias superiores a 1,5 cm.
Todos os pacientes podem se submeter a ressecção sublobar? • Nas series que compararam a ressecção sublobar com lobectomia em pacientes com mais de 75 anos de idade, observou-se uma redução nas taxas de morbidade (29% x 50%), e mortalidade (1,3% x 4,7%), nenhuma diferença na recidiva local (6% x 4%) ou sobrevida (49,8% x 45,5%), mostrando que a opção pela ressecção menor pode ser segura e efetiva nesta faixa etária.Schuchert Semin Thoracic Surg 22:22-31 2010 • O limite superior de 2 cm de diâmetro, para indicação de ressecções sublobares, esta assentado em vários estudos retrospectivos que mostraram os mesmos índices de sobrevida para pacientes submetidos a lobectomia e segmentectomia anatômica 87,4% x 84,6% (Okada JTCVS 2005) e 72,5% e 69,7% (Iwasak JTCVS 2007)
Há a necessidade de terapêutica adjuvante? Quais as opções? T1b > 2cm < 3 cm ARF Grupo de Pittsburgh 2003-2005 JTCVS , 129: 261-267, 2005 Braquiterapia 10.000 a 12.000 cGy Estágio I Sublobar com BCt recidiva local 2% x 18,6%
II Consenso terapêutico Ca. Pulmão SOCITORS – Novembro 2007e-JBCT www.sbct.org.br Ressecção sublobar. Há evidencias suficientes para sua indicação? A indicação de cirurgia em tumores no estágio I, sem contra-indicações médicas, é consensual e com um grau de recomendação 1 A. Para o nível de conhecimento atual se pode recomendar com segurança o uso de ressecção sublobares em duas condições: - Tumores menores do que 2 cm. - Pacientes com má reserva funcional (FEV1 previsto para o pós-operatório menor do que 40%). Estas indicações tem um grau de recomendação 1 B. Para pacientes com o estágio I, que não tenham condições médicas ou funcionais respiratórias para a lobectomia, a indicação de ressecções sublobares deve se sobrepor a alternativas terapêuticas, com um grau de recomendação 1 B. As ressecções sublobares impõem a disponibilidade de patologia de congelação para exame contemporâneo de linfonodos regionais (é imprescindível à condição de No) e de limites cirúrgicos, considerando-semargem adequada a distância equivalente, pelo menos, ao diâmetro do tumor. Quando a opção for pela ressecção em cunha, esta deverá ser preferentemente retangular por oferecer margens mais amplas que a ressecção triangular.
Conclusões • A lobectomia representa a melhor opção cirúrgica para pacientes portadores de cbnpc estágio1 • A ressecção sublobar ( segmentectomia regrada) representa uma alternativa eficaz para tumores periféricos , < 2 cm, em pacientes incapazes de suportar a lobectomia • A tendência atual com o crescimento da experiência com as cirurgias video-assitidas é oferecer esta opção , mesmo para pacientes com boa reserva funcional. • Nos tumores subcentimétricos não há necessidade de ressecção lobar. • A segmentectomia regrada deve ser extendidas em sua margem e acompanhada de linfadenectomia sistemática. • A ressecção em cunha é uma ressecção sublobar aceitável somente para tumores subcentimétricos • Nos paciente com estágio I , acima de 71 anos não há benefício comprovado da lobectomia • Na opção pela ressecção sublobar a margem deve ser, no mínimo, igual ao diâmetro da lesão, idealmente com a relação margem/tumor > 1 ou > 1cm < 1,5cm • Para as lesões Ib é imprescindível a associação com braquiterapia
“ Não defendo a sublobar porque há maior preservação pulmonar menor morbi-mortalidade menor tempo internação (menor custo), mas porque tem uma pergunta a ser respondida: será necessário tirar um lobo para curar um doente com um carcinoma de 2mm ? “ Prof. Vicente Forte III Congresso Sulbrasileiro de Cirurgia Torácica Porto Alegre Abril de 2006