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A ARTE NO SÉCULO XIX NA EUROPA (II) As inovações na arte. O NASCIMENTO DA FOTOGRAFIA.
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A ARTE NO SÉCULO XIX NA EUROPA (II) • As inovações na arte
O NASCIMENTO DA FOTOGRAFIA • No início do século XIX, as descobertas científicas na área de ótica e química convergiam para a produção de uma nova forma de arte: a fotografia. Em 1826, o químico francês NicéphoreNiépce (1765-1833) fez a primeira imagem fotográfica que sobreviveu, uma vista do pátio de sua casa. Para obter a imagem nublada, ele deixou uma placa de estanho polido em exposição durante oito horas. • Seu colaborador, o francês Jean Louis M. Daguerre (1789-1851), inventou um processo mais prático para fixar uma imagem num papel especial, surgindo assim oficialmente a fotografia em 1837. Tanto o processo quanto o aparelho utilizado e o resultado final receberam o nome de daguerreótipo(processo fotográfico feito sem uma imagem negativa). • Dagurerre também foi pintor, cenógrafo, físico e inventor. Foi o primeiro a conseguir uma imagem fixa pela ação direta da luz. • Sua primeira fotografia, Natureza-morta, era uma vista detalhada de um canto de seu ateliê, que ficou em exposição de dez a 15 minutos. Em 1839, Daguerre tirou a primeira fotografia conhecida de um ser humano. Isso só foi possível quando um homem (engraxando os sapatos) conseguiu ficar parado o tempo suficiente para que sua imagem fosse registrada durante longa exposição. • Logo se seguiram outros avanços, outros pesquisadores foram aperfeiçoando o invento até produzir o que hoje conhecemos como fotografia. • Por volta de 1858, a fotografia instantânea substituiu o daguerreótipo. Nos anos 1880, as câmeras portáteis de mão e o filme em rolo tomaram a cena.
NICÉPHORE NIÉPCE (1765-1833) Primeira imagem fotográfica que sobreviveu, uma vista do pátio de sua casa.
JEAN LOUIS DAGUERRE (1787-1851) Daguerreótipo Mecanismo fotográfico feito sem uma imagem negativa. (Recebeu esse nome em homenagem ao seu criador)
“Natureza-morta”, vista detalhada de um canto do ateliê de Daguerre, que ficou em exposição de dez a 15 minutos.
FOTOGRAFIA • A fotografia é a arte de fixar, por meio de agentes químicos, com ajuda de uma câmera escura e com uma fonte de luz externa, uma imagem qualquer de objeto posto à frente desta câmera. • A fotografia depende basicamente de quatro elementos: LUZ, CÂMERA, EMULSÃO E QUÍMICOS. • A fotografia nada mais é que a arte de desenhar com a luz, encontrando equilíbrio entre o claro e escuro, e assim moldando texturas de objetos fotografados.
FOTOGRAFIA É ARTE? Claro que é! Pois o fotógrafo não se limita a registrar a realidade por intermédio de uma máquina. O simples fato de escolher o que vai fotografar já revela sua sensibilidade. Em seguida ele decide focalizar de determinada maneira objeto escolhido, procurando a intensidade de luz que acha mais adequada e selecionando os demais elementos que poderão compor a foto. Com isso ele, de certa forma, altera a realidade e imprime na foto seu modo original de ver o mundo que o rodeia.
Com a invenção desse novo processo de reprodução da realidade, as artes plásticas adquiriram muito mais liberdade de criação, visto que não precisavam ater-se ao real, criar cópias deste. Paralelamente à invenção e difusão do daguerreótipo, surgia na Europa, e principalmente na França, o Impressionismo, que trazia técnicas inovadoras de pintura por meio da luz.
IMPRESSIONISMO • Foi um movimento artístico que surgiu na pintura francesa do século XIX. O nome do movimento é derivado da obra Impressão, nascer do sol(1872), de Claude Monet. Tudo começou com um grupo de jovens pintores que rompeu com as regras da pintura vigentes até então. • Os autores impressionistas não se preocupavam mais com os preceitos do Realismo ou da academia. A busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os pintores impressionistas a pesquisar a produção pictórica não mais interessados em temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma. A luz e o movimento utilizando pinceladas soltas tornam-se o principal elemento da pintura, sendo que geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as variações de cores da natureza.
Os efeitos ópticos descobertos pela pesquisa fotográfica, sobre a composição de cores e a formação de imagens na retina do observador, influenciaram profundamente as técnicas de pintura dos impressionistas. • Os impressionistas não mais misturavam as tintas na tela, a fim de obter diferentes cores, mas utilizavam pinceladas de cores puras que colocadas uma ao lado da outra, sendo elas misturadas pelos olhos e decisão do observador, durante o processo de formação da imagem.
CARACTERÍSTICAS DO IMPRESSIONISMO • A pintura deve mostrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz do sol num determinado momento, pois as cores da natureza mudam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol. • É também, com isto, uma pintura instantânea (captação domomento), recorrendo, inclusive, à fotografia. • As figuras não devem ter contornos nítidos pois o desenho deixa de ser o principal meio estrutural do quadro, passando a ser a mancha/cor. • As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam. O preto jamais é usado em uma obra impressionista plena.
PERÍODO: 1862-1886 • ARTISTAS: Manet, Monet, Renoir, Degas, Pissarro, Sisley, Morisot, Cassalt. • TEMAS: Paisagens ao ar livre, beira de mar, ruas e cafés parisienses. • PROPÓSITO: Retratar sensações visuais imediatas de uma cena.
MANET (1832-1883) Prefere os jogos de luz e de sombra. O trabalhado das texturas é apenas sugerido, as formas, simplificadas. Os temas deixaram de ser impessoais ou alegóricos, passando a traduzir a vida da época, e, em certos quadros, seguiam a estética naturalista. “Bar em Follies-Bergère” ,1882, Londres
MONET (1840-1926) “Impressão: Nascer do Sol”, 1872
Obseve nas duas obras a ausência de contornos nítidos, evidência das pinceladas coloridas, reflexo dos barcos, das casas e das árvores. Nas duas telas a paisagem é a mesma, o que difere é o ponto de onde ela é vista e a luz do dia que cada uma reflete. Na primeira há sol e a água parece tranquila; na outra, o dia está nublado e com vento, pois as pinceladas sugerem uma agitação na água. Monet procura a paisagem na cena. Regata em Argenteuil (1872) Regata em Argenteuil (1874)
La Grenouillière, 1869 Nome de um restaurante nos arredores de Paris. Detalhe da obra de Monet
RENOIR (1841-1919) Observe neste quadro a descontração das personagens, a sombra imposta pela copa das árvores, os resquícios de luz natural que recaem sobre os vestidos das senhoras, e os chapéus dos senhores em primeiro plano. Renoir procura o humano na cena, a preocupação com a figura na paisagem. Le Moulin de La Galette, 1876 Renoir se especializou em figuras humanas banhadas em luz e cor, expressando as alegrias cotidianas da vida.
DEGAS (1834-1917) Degas construiu cenas de leveza e movimento com linhas e cores suaves. Prima Ballerina ("A PrimeiraBailarina“), 1876, Paris Bailarinas de Azul, 1895
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PÓS-IMPRESSIONISMO • O Pós-Impressionismo, assim como o Impressionismo, foi um fenômeno francês, incluindo os artistas Seurat, Gauguin, Cézanne, Toulouse-Lautrec e o holandês Van Gogh, que criou a maior parte da sua obra na França. Eles desenvolveram suas carreira em 1880- 1905, depois da vitória do Impressionismo sobre a arte acadêmica. Os estilos pós-impressionistas derivaram das rupturas de seus antecessores. Em vez do “molho marrom” da pintura histórica feita em ateliês fracamente iluminados, suas telas brilhavam com manchas de cor vivas como arco-íris. No entanto, os pós-impressionistas sentiam-se insatisfeitos em relação ao Impressionismo. Queriam que a arte fosse mais substancial, não dedicada apenas a captar um momento passageiro, o que frequentemente resultava em pinturas que pareciam descuidadas e sem planejamento. • A resposta que deram a esse problema dividiu o grupo em dois campos.Seurat e Cézanne se concentraram no desenho formal, quase científico: Seurat com sua teoria dos pontos (pontilhismo) e Cézanne com os planos de cor. Já Gauguin , van Gogh e Lautrec, como os românticos da última hora, enfatizaram a expressão de suas emoções e sensações através de cor e luz. A arte do século XX, com seus extremos de estilos individuais do Cubismo ao Surrealismo, nasceu dessas tendências.
GEORGES SEURAT (1859-1891) Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte, 1884-86
Seurat, como Monet, abandonou a paleta e passou a utilizar cores puras, aplicando-as diretamente na tela. Ao agrupar as pinceladas em forma de pontos, criou uma nova técnica que recebeu o nome de pontilhismo.
HENRI TOULOUSE-LAUTREC (1864-1901) Moulin Rouge,1892
Toulouse-Lautrec buscava inspiração nas figuras humanas, na realidade dos cabarés e bares da França no final do século XIX.
PAUL CÉZANNE (1839-1906) MontSainte-Victoire, 1902-4
Para Cézanne, seus quadros eram “construções da natureza” e não a cópia dela. Ele estudava as formas geométricas e as proporções de cada objeto retratado. Seus quadros são considerados reconstruções da natureza e dos objetos. Seus temas preferidos: pintura de flores, frutas, objetos, animais mortos e naturezas-mortas.
PAUL GAUGUIN (1848-1903) La Orana Maria, 1892
Gauguin, perturbado com a sociedade Europeia moderna, que se preocupava com o materialismo e a ascensão social, deixa a Europa para buscar inspiração na Martinica e no Taiti, acreditando poder estar assim mais próximo à natureza e encontrar a liberdade.
VINCENT VAN GOGH (1853-1890) A Noite Estrelada, 1889
Van Gogh vivia uma dualidade emocional: oscilava entre o amor e o ódio, a alegria e a tristeza. Pintar passou a ser seu refúgio. Utilizava cores fortes para expressar seus sentimentos. Dizia ele: “pinto o que sinto e não apenas o que vejo”.
Referências bibliográficas e ilustrações: • TREVISAN, Armindo. Como Apreciar a Arte, AGE Editora, 2002. • CALABRIA, Carla Paula Brondi. MARTINS, Raquel Valle. Arte, História e Produção (2). FTD , 1997. • GOMBRICH, E. H., A História da Arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. • PRETTE, Maria Carla, Para entender a arte, São Paulo, Editora Globo S.A, 2008. • GRAÇA, Proença. Descobrindo a História da Arte, São Paulo, Ática, 2006. • _________,História da Arte, São Paulo, Ática, 2009.