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Definição, significação e fins dos sacramentos A palavra grega “ mysterion” foi traduzida para o latim por dois termo: “ mysterium” e “sacramentum”. Na interpretação anterior, o termo “sacramentum” exprime mais o sinal visível da realidade escondida da salvação, indicada pelo termo “mysterium”. Nesse sentido, Cristo mesmo é o mistério da salvação: “ Non est enimaliud Dei mysterium, Christus - Pois não existe outro mistério de Deus a não ser Cristo”.
A obra salvifica de sua humanidade santa e santificante é o sacramento da salvação que se manifesta e age nos sacramentos da Igreja ( que as Igrejas do Oriente denominam também “ os santos mistérios”). Os sete sacramentos são os sinais e os instrumentos pelos quais o Espírito Santo difunde a graça de Cristo, que é a cabeça, na Igreja, que é seu Corpo. A Igreja contém, portanto, e comunica a graça invisível que ela significa. É neste sentido analógico que ela é chamada de “ sacramento”.
A eficácia dos sacramentos Sacramentos da salvação Celebrados dignamente na fé, os sacramentos conferem a graça que significam. São eficazes porque neles age o próprio Cristo, é ele quem batiza, é ele que atua em seus sacramentos, a fim de comunicar a graça significada pelo sacramento. O Pai sempre atende à oração da Igreja de seu Filho, a qual, na epiclese de cada sacramento, exprime sua fé no poder do Espírito. Assim como o fogo transforma nele mesmo tudo o que toca, o espirito Santo transforma em vida divina o que é submetido ao seu poder
MATÉRIA E FORMA DOS SACRAMENTOS O elemento material tem o nome de matéria dos sacramentos e as palavras que o completam e dão a sua eficácia denominam-se forma. Quando a forma é pronunciada pelo ministro com a intenção de fazer o que a Igreja faz, Deus confere a sua graça através dos sacramentos, que é o instrumento de que se serve para nos santificar.
A NECESSIDADE DOS SACRAMENTOS • I. Se a graça tem de chegar ao homem necessariamente através dos sacramentos? • II. Se é necessário ao homem recebê-lo para conseguir a salvação?
Em relação ao primeiro questionamento é possível à graça divina chegar ao homem por intermédio de outros canais. Deus pode comunicá-la sem os sacramentos, de maneira puramente espiritual. Não havia, portanto, em Deus a iniludível de instituí-los, visto que, conforme ensina Santo Tomás: “o poder de Deus não está ligado aos sacramentos” (S. Th. IIIq. 76, a.6,ad1). No entanto, considerando a natureza, ao mesmo tempo material e espiritual, do homem, tal instituição era muito conveniente: assim somos levados a participar do invisível mediante o visível.
Já em se tratando do segundo questionamento, devemos dizer que nem todos os sacramentos são necessários para cada pessoa, mas, como Cristo vinculou a eles a comunicação da graça, todos os homens têm necessidade de alguns deles para se salvarem.
Para todos os homens é absolutamente necessário receber o batismo; e, para os que pecaram mortalmente depois do batismo, é também imprescindível receber o sacramento da penitencia ou reconciliação (cf. Dz. 388, 413, 847, 996, 1071). A recepção da Eucaristia se faz também necessária aos batizados que chegaram ao uso da razão (cf. João 6,53). A recepção real ou efetiva destes sacramentos pode ser substituída, em certos casos, pelo o desejo de receber o sacramento. Os outros sacramentos são necessários na medida em que, com eles é mais fácil conseguir a salvação.