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Pré-eclâmpsia precoce e tardia: uma classificação mais adequada para o prognóstico materno e perinatal?. Reis, ZSN; Lage, EM; Teixeira, PG; Porto, LB; Guedes, LR; Oliveira, ECL; Cabral, ACV. Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade
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Pré-eclâmpsia precoce e tardia: uma classificação mais adequada para o prognóstico materno e perinatal? Reis, ZSN; Lage, EM; Teixeira, PG; Porto, LB; Guedes, LR; Oliveira, ECL; Cabral, ACV. Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG – Belo Horizonte (MG), Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2010; 32(12):584-90 www.paulomargotto.com.br Brasília, 15 de agosto de 2011 Internos: Amadeu Monteiro Neto Caio César Barbosa Virgílio Luiz Ordones Orientadora: Dra. Lucíla Nagata
Introdução * Síndrome multifatorial * Etiologia desconhecida * Incidência: 5 a 7% * Importante causa de morbidade e mortalidade * Formas clínicas, início do aparecimento e gravidade são variáveis
Classificação (NHBPEPWG, 2000): 1- PRÉ-ECLAMPSIA LEVE * Presença de hipertensão e proteinúria, sem sinais e/ou sintomas característicos de PRÉ-ECLAMPSIA grave. 2- PRÉ-ECLAMPSIA GRAVE * PA ≥ 160 x 110mmHg (persistindo após repouso de 30 min em DLE) * Proteinúria > 2g/l/24h ou 3 a 4(+) no labstix * Plaquetas<100 mil ou anemia hemolítica microangiopatica (>LDH)
Classificação (NHBPEPWG, 2000): 2- PRÉ-ECLAMPSIA GRAVE * Elevação das enzimas hepáticas * Creatinina sérica ≥ 1,2mg% * Cefaléia, torpor, obnubilação, turvação visual, escotomas, diplopia, amaurose * Persistência de dor epigástrica ou em hipocôndrio direito OBS.: Isoladamente, nem a PA, nem a proteinúria são bons preditores do resultado materno ou fetal adverso em gestações complicadas pela hipertensão
Nova Classificação 1) Precoce: mais grave, refletindo lesões isquêmicas placentárias. Seu componente genético é mais acentuado, há maior taxa de recorrência, CIUR é mais frequente; 2) Tardio: maior que 34 semanas, mais frequente, placentação adequada, ausência ou leve resistência ao fluxo nas artérias uterinas, menor comprometimento do crescimento fetal e resultados perinatais mais favoráveis.
Objetivo Reavaliar os casos de pré-eclâmpsia, à luz da classificação tradicionalmente usada nas formas leve/grave e em pré-eclâmpsia de início precoce /tardio
Métodos * Estudo retrospectivo * Informações consideradas: > idade, raça, paridade, histórico de hipertensão prévia, pré-eclâmpsia prévia, doplervelocimetria das artérias uterinas, parâmetros indicadores de gravidade materna e resultado gestacional
Métodos * O diagnóstico de gravidade basearam-se nos valores da PA, proteinúria, achados clínicos e laboratoriais * Diagnóstico de CIUR: peso de nascimento e IG calculada pela DUM confiável e/ou US primeira metade da gestação * Peso: > P10 da curva de Battaglia e Lubchenco
Métodos -Os dados foram analisados em termos de frequência, média e desvio padrão ou ainda mediana e valores máximos e mínimos, conforme a característica da variável. -Teste t de médias para comparação das variáveis de distribuição paramétrica, Teste de Mann-Whitney para as não-paramétricas e teste do tipo χ2 ou teste exato de Fisher -O nível de significância p<0,05 foi considerado significativo -As análises foram realizadas empregando-se o programa estatístico Minitab, versão 14.13 (Minitab, State College, PA, USA).
Resultados * Forma grave da doença (82,8%) * A maior parte das gestantes tinha cor de pele não-branca e quase a metade era primigesta * A frequência de fetos classificados como portadores de CIUR foi de 23,1%, entre os 147 casos com peso de nascimento registrado * Metade dos casos (50,7%) apresentou quadro de pré-eclâmpsia de início precoce
Resultados Tabela 1: Caracterização das gestações complicadas pela pré-eclâmpsia
Resultados Tabela 2: Resultados perinatais das gestações complicadas pela pré-eclâmpsia
Resultados Tabela 3: Características das gestações segundo a classificação da pré-eclâmpsia em suas formas precoce/tardia
Resultados Tabela 4: Características das gestações segundo a classificação da pré-eclâmpsia em suas formas leve/grave
Discussão * Etiopatogenia incerta * Dekker et col, 1995: quadro clínico e laboratorial vs idade gestacional do diagnóstico * Dekker et col, 1995: prognóstico reservado para o grupo com pré-eclâmpsia precoce * von Dadelszen, Magee, Roberts, 2003: alerta para a dicotomização da classificação
Discussão * A prevalência de formas graves (82,8%) não reflete a ocorrência na população geral * Necessário cautela na análise deste trabalho, porém apresenta a vantagem da uniformidade * Literatura: - a forma tardia é mais prevalente em primigestas - taxa de recorrência: precoce → 60%; tardia → 10-20%
Discussão * Literatura: - quadro clínico: precoce vs tardia: ausente - quadro clínico: idade materna: ausente * Precoce: proteinúria e PAM mais elevados → maior gravidade * Valores de proteinúria e PAM também mostraram diferenças quanto à classificação leve/grave
Discussão * Dopplervelocimetria com persistência da incisura bilateral: presença na forma precoce * Merwen et col, 2010: forma precoce está relacionada com uma placenta menor, com mais infartos (OR = 4,03) e sinais de imaturidade (OR = 16,6) * Análise da dopplervelocimentria na classificação leve/grave: sem significância estatística * Não há uma relação de exatidão entre a dopplervelocimetria e o CIUR
Discussão • * Resultado perinatal imediato → o Apgar e o peso ao nascimento foi pior nos casos precoce • * A classificação leve/grave foi vantajosa ao se associar com o diagnóstico de CIUR
Conclusão * Essa nova classificação é mais vantajosa no entendimento da pré-eclâmpsia e deveria ser mais explorada em estudos clínicos * A classificação baseada em parêmetros clínicos maternos refletiu melhor as condições de nutrição fetal, enquanto o surgimento precoce se associou melhor à vasculopatia placentária detectada à dopplervelocimetria.