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Geografia Capítulo 12 Prof. Bruno Batista. Observe as imagens. Marc Ferrez/ Acervo Instituto Moreira Salles. Parte integrante da obra Geografia homem & espaço , Editora Saraiva. Delfim Martins/ Pulsar Imagens. Colheita de café no fim do século XIX. Colheita de café no ano de 2001.
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Geografia Capítulo 12 Prof. Bruno Batista
Observe as imagens. Marc Ferrez/ Acervo Instituto Moreira Salles Parte integrante da obra Geografia homem & espaço, Editora Saraiva Delfim Martins/ Pulsar Imagens Colheita de café no fim do século XIX. Colheita de café no ano de 2001.
Observe os dados. Parte integrante da obra Geografia homem & espaço, Editora Saraiva *Inclui indústria de transformação. ** inclui outros serviços coletivos, sociais e pessoais e atividades não definidas ou não declaradas. Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. 2005-2006.
A mudança de um setor para o outro decorreu do processo de industrialização e modernização da economia e da sociedade brasileira. Predominam no Brasil as atividades do setor terciário. Nem sempre foi assim: Há cerca de 50 anos, a maior parte dos trabalhadores brasileiros exercia atividades no setor primário. Agência Estado Transporte de contêiner no porto de Santos (SP).
A industrialização brasileira No decorrer do século XX Sobretudo após 1950 A atividade industrial se expandiu para diversos lugares do globo Acervo Iconographia A partir Dos países que se industrializaram primeiro (Reino Unido, França, Alemanha, Holanda, Itália, Estados Unidos, Japão). Linha de montagem de uma fábrica de automóveis, São Paulo, SP, no fim dos anos 1950.
Esse processo de expansão da atividade industrial foi marcado: Pela expansão de empresas multinacionais, grandes grupos empresariais que haviam acumulado enormes quantias de capital e queriam ampliar ainda mais seus lucros instalando-se em outros países. Multinacionais de diversos ramos instalaram-se nos países subdesenvolvidos. No Brasil instalaram-se indústrias têxteis, alimentícias, químicas, farmacêuticas, de eletrodomésticos, cigarros, bebidas e máquinas, com destaque para a indústria automobilística. Investimentos do Estado em infraestrutura e inúmeros incentivos criaram condições para que essas empresas se instalassem fora de seus países.
Agência Estado Indústria siderúrgica em Cubatão (SP). Fabio Colombini/ Kino Fotoarquivo Construção de fábrica de indústria automobilística na década de 1950, em São Bernardo do Campo (SP).
O Estado teve participação significativa nesse processo, pois estimulou a vinda das multinacionais por meio de uma série de incentivos, como diminuição ou isenção de impostos e doação de terrenos. • Além disso, o Estado garantiu: • fornecimento de energia, por meio da construção de usinas hidrelétricas; • fornecimento de matérias-primas para a indústria, como o aço, por meio de construção de indústrias siderúrgicas; • criação de infraestrutura de transporte, com modernização de portos e aeroportos e, principalmente, construção de rodovias; • produção de combustíveis e matérias-primas para as indústrias químicas, com a formação da Petrobras, e com a construção de diversas refinarias; • proteção em relação a concorrência externa por meio de impostos altos de importação e fixação de cotas.
A falta de produtos durante a Segunda Guerra Mundial; • as quedas de preço do café no mercado internacional nos anos 1930; • a forte dependência da economia brasileira em relação a este produto. Também contribuíram para que o governo estimulasse intensamente o processo de industrialização. Havia se formado um mercado consumidor, com condições de adquirir produtos industrializados, além de terem acesso aos benefícios da energia elétrica. Dessa forma, o Brasil foi, a partir da década de 1930 e mais intensamente a partir da década de 1950, conhecendo uma mudança na estrutura de sua economia.
Observe o gráfico: Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005-2006.
A partir do gráfico é possível perceber que o Brasil foi se transformando gradativamente num país de economia basicamente industrial e terciária, cujas atividades são desenvolvidas principalmente no espaço urbano.
A concentração industrial e econômica no Centro-Sul A concentração de atividades industriais no Centro-Sul foi uma característica marcante do processo de industrialização, o que contribuiu para a concentração na região das atividades econômicas em geral. Vista aérea parcial do distrito industrial de Campinas (SP). Essa região, principalmente os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, era a área do país que reunia melhores condições de infraestrutura, mão-de-obra qualificada e mercado de consumo amplo.
A industrialização brasileira foi acompanhada de profundas desigualdades regionais. É nesse período que passa a existir um mercado interno integrado no país: por exemplo, mercadorias industrializadas produzidas no Centro-Sul são distribuídas em outras regiões do país, matérias primas dessas regiões são encaminhadas para o Centro-Sul. O Centro-Sul consolidou-se como polo econômico do país, especialmente a partir dos anos 1950. Até meados da década de 1960, praticamente todas as multinacionais, empresas siderúrgicas, refinarias de petróleo e boa parte das usinas hidrelétricas que se instalaram no país concentraram-se nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Distribuição de empresas no território brasileiro – início da década de 2000 Carlos Tadeu de Carvalho Gamba Fonte: Hervé Théry e Neli Aparecida de Mello. Atlas do Brasil – disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: EDUSP, 2005. p. 147 (adaptado). Onde há maior concentração de empresas?
Urbanização e integração da economia brasileira O espaço geográfico do Centro-Sul conheceu, desde 1950, profundas modificações. A urbanização • Entre elas: • o aumento da concentração populacional nas cidades, • a ampliação do número de municípios, • o estabelecimento de áreas industriais, • a construção de novas rodovias, portos e aeroportos. Processo caracterizado, entre outros fatores, pela expansão das cidades e pelo crescimento da população urbana. É consequência imediata da industrialização, apesar de não ser causada exclusivamente por ela.
A integração entre os mercados das diversas regiões do país e a integração da economia brasileira com a economia mundial foram possíveis em virtude dos avanços nos setores de produção e distribuição de energia, de transportes e de telecomunicações. Produção de suco de laranja em industria de Bebedouro (SP). Trata-se de um exemplo de integração entre indústria e agricultura. Transporte de contêiner no porto de Santos (SP).
S/C Comunicação A fonte petróleo e derivados aparece como mais utilizada porque o gráfico agrupa o combustível veicular com o utilizado por usinas na geração da energia elétrica. Fonte: Empresa de Pesquisa Energética – EPE, maio 2008.
Crescimento e modernização da economia Entre 1950 e 1980, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em média 7,5% ao ano. No setor secundário, o PIB industrial apresentou crescimento um pouco maior, atingindo 8,3%. Apesar do crescimento bastante expressivo, as desigualdades sociais permanecem. Foram até reforçadas. Assim, a economia brasileira cresceu e o país se modernizou, mas em um processo dependente do capital e da tecnologia estrangeiros, que não trouxe melhorias significativas para a população mais carente, tanto da cidade quanto do campo, a miséria está presente tanto nas localidades mais pobres como nas mais desenvolvidas do Brasil.
Os anos 1990 foram caracterizados por grandes aumentos dos preços de mercadorias e serviços, e elevação do desemprego. Assim, a situação das camadas mais pobres da população acabou se agravando. Em razão disso, tem havido aumento no número de moradias que oferecem pouco conforto às famílias. O aumento desses tipos de moradia não se limita às grandes cidades, atinge também cidades médias e pequenas. Gerson Gerlof Narciso Lourenço/ Pulsar Imagens Favela do Manguezal, no Guarujá, SP (2003). Morador de rua, em Santa Maria, RS (2008).
Desemprego, subemprego e trabalho infantil No Brasil as taxas de desemprego aumentaram bastante, sobretudo entre o final do século XX e o início do século XXI. Por consequência dos baixos índices de crescimento econômico, com redução da produção de mercadorias e da geração de empregos. Isso foi resultado de uma política econômica adotada pelos governos, a partir do início dos anos 1990. Outro fator que contribuiu para o aumento do desemprego foi a introdução da microeletrônica e da informática, que possibilita o aumento da capacidade de produção e a substituição da mão-de-obra na agricultura, na indústria, nos serviços e no comércio.
Observe o gráfico e a fotografia a seguir: Juca Martins/ Olhar Imagem Este trabalhador, como os camelôs, guardadores de carro, empregadas domésticas diaristas, são pessoas que exercem atividades de subemprego. Muitos deles estão sem proteção social, ou seja, estão na informalidade, não contribuem com a previdência social e não pagam impostos. Fonte: Ciência hoje. V.39, n 234, jan/fev. 2007.
Outra consequência do aumento do desemprego e do subemprego é a grande quantidade de crianças e jovens no mercado de trabalho: mão-de-obra infantil. Marcos Michael/ JC Imagem A exploração do trabalho infantil, proibida por lei para menores de 16 anos, acontece em todos os estados brasileiros e pode levar à evasão escolar. Sem poder continuar estudando, as crianças terão poucas chances de competir futuramente no mercado de trabalho e de encontrar emprego que lhes garanta uma renda razoável, a fim de satisfazer suas necessidades e as de seus familiares. Crianças trabalhando em plantação em Caetés, PE (2006).
A Modernização da agropecuária A industrialização modernizou a agricultura, com a introdução de produtos químicos, máquinas e implementos. As multinacionais estão presentes nos setores de produção e distribuição de agrotóxicos, fertilizantes e adubos, sementes, entre outros. Grande grupos empresariais passaram a controlar a produção, comercialização e a industrialização de gêneros agrícolas. É no grupo de pequenos agricultores que se encaixa a agricultura familiar, responsável por aproximadamente 60% da produção de alimentos consumidos pelos brasileiros. A falta de incentivo governamental às pequenas propriedades fez com que muitos agricultores precisassem vender suas terras às grandes empresas agropecuárias. Com isso, a concentração da propriedade rural nas mãos de poucos aumentou.
Reforma agrária Observe a fotografia ao lado. Ela mostra uma ocupação de terras promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), criado em 1984. O MST é um movimento que promove ocupações de terras com o objetivo de pressionar o governo a acelerar o processo de reforma agrária. Marcelo Ruschel /NextFoto Acampamento de trabalhadores rurais sem-terra ligados ao MST, em Japaratuba, SE (2007). Além disso, ampara o pequeno agricultor e luta pelo fim do latifúndio. Também organiza as famílias em cooperativas de produção que recebem terras do governo. Assim, os pequenos produtores podem comprar máquinas, equipamentos, adubos, fertilizantes e pesticidas e ter condições de inserir seus produtos no mercado de forma competitiva.
O campo e o turismo Outra modificação importante que vem ocorrendo no espaço rural brasileiro nas últimas décadas é o crescimento de atividades do setor de serviços, como as de jardineiro, caseiro, cozinheiro, arrumadeira, gerente de hotel, garçom. Com o turismo rural, novos empregos surgem em pousadas e hotéis-fazenda, além de equipamentos ligados às atividades de lazer rural, como pesqueiros, trilhas para caminhadas, instalações para esportes de aventura, serviços para visitação a parques e reservas, entre outros. Dorival Moreira/ Pulsar Imagens Grupo fazendo trilha no Parque Nacional da Chapada do Veadeiros, em Goiás (2007). Nessas atividades é importante a presença de um guia que conheça bem a região.
Observe o gráfico. Fonte: Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) Folha de S. Paulo. 10 de fevereiro de 2002. p.B-1.
Observe a charge. Parte integrante da obra Geografia homem & espaço, Editora Saraiva Charge “Círculo vicioso” de Angeli, publicada na Folha de S. Paulo, 1º de março de 2004.