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Romantismo: poesia. A linguagem do Romantismo. Prof. Adriano Melo.
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Romantismo: poesia A linguagem do Romantismo Prof. Adriano Melo
Canção do TamoioGonçalves DiasINão chores, meu filho;Não chores, que a vidaÉ luta renhida:Viver é lutar.A vida é combate,Que os fracos abate,Que os fortes, os bravosSó pode exaltar.IIUm dia vivemos!O homem que é forteNão teme da morte;Só teme fugir;No arco que entesaTem certa uma presa,Quer seja tapuia,Condor ou tapir.IIIO forte, o cobardeSeus feitos invejaDe o ver na pelejaGarboso e feroz;E os tímidos velhosNos graves concelhos,Curvadas as frontes,Escutam-lhe a voz!
O arranco da morte Junqueira Freire Pesa-me a vida já. Força de bronzeOs desmaiados braços me pendura.Ah! já não pode o espírito cansadoSustentar a matéria. Eu morro, eu morro. A matutina brisaJá não me arranca um riso. A rósea tardeJá não me doura as descoradas facesQue gélidas se encovam. O noturno crepúsculo caindoSó não me lembra o escurecido bosque,Onde me espera, a meditar prazeres,A bela que eu amava. A meia-noite já não traz-me em sonhosAs formas dela - desejosa e lânguida - Ao pé do leito, recostada em cheioSobre meus braços ávidos.
Os escravos Castro Alves IV Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais...