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A INTELIGÊNCIA TEOLÓGICAGEFFREANA E A SUA CONTRIBUIÇÃO À TEOLOGIA CATÓLICA MUNDIAL. VERDADE E REVELAÇÃO. 1. A VERDADE.
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A INTELIGÊNCIA TEOLÓGICAGEFFREANA E A SUA CONTRIBUIÇÃO À TEOLOGIA CATÓLICA MUNDIAL VERDADE E REVELAÇÃO
1. A VERDADE • Como se vê, “a teologia como hermenêutica não renuncia a uma lógica rigorosa das verdades de fé, mas tem consciência do limite constitutivo da linguagem em relação a um ideal de sistematização conceitual” . Por isso, o ponto de partida para se pensar a verdade é reconhecê-la como “[...] um caminho sempre inacabado para uma verdade mais plena”
1.1 Verdade originária • Por isso, “a verdade cristã é uma verdade que acontece apenas no evento sempre atual de sua enunciação e que é toda voltada para uma plenitude de manifestação de ordem escatológica”
Nesse caso, diz Claude Geffré, a verdade é “evento-advento de Deus que se desvela ao homem definido como acolhida, abertura, Gelassenheit” .
O Verbo encarnado “[...] tem um sentido objetivo que pode ser posto no discurso humano. A única condição para que esse discurso não se torne um discurso objetivante é que se mova sempre no horizonte do pensamento aberto pela própria Verdade revelada” .
À Verdade convém o amor, a admiração e a entrega como o sedento mergulha no oásis para saciar a sede; mas agora, satisfeito, vê-se compelido a registrar a aventura que o levou até às aguas salvadoras para que outros viajantes bebam da mesma água que o salvou.
1.2 Verdade histórica • A linguagem teológica, por mais especulativa que seja, deve ressentir-se dessa passividade primeira. Dizemos que a linguagem teológica como celebração da verdade que veio em Jesus Cristo tem necessariamente uma dimensão doxológica. Mas, ao mesmo tempo, a linguagem teológica terá sempre um alcance prático, porque testemunha uma verdade que não cessa de advir ao coração do mundo e que tende a se encarnar em figuras históricas novas
“não é a verdade que é verdadeira, mas algo ou alguém [...] a verdade não é da ordem do que se pode demonstrar, mas da ordem de uma promessa e de uma visitação [...] A verdade não é um registro, mas abertura. De alguma maneira, ela está sempre além dela mesma” .
1.3 Verdade comunitária • a. A verdade é caminho • “na verdade, concorda-se em dizer hoje que ‘as grandes narrativas’ estão desaparecendo a favor de uma perspectivismo radical e que torna impossível fixar verdades definitivas por e em uma linguagem absolutamente relativa”
“a verdade do evangelho é um caminho andado dentro de uma relação com o mesmo e rumo ao mesmo” .
b. A verdade é plural • “o progresso da verdade se faz-se mediante reconhecimento mútuo de vários sujeitos, que testemunham uma verdade sempre inacessível” .
Nas palavras do apóstolo São João: “o Espírito da verdade vos introduzirá em toda verdade” (Jo 13, 13). Isto significa que a igreja, como corpo de Cristo, porta a verdade em si mesma. É ela mesma que é a verdade em primeiro lugar. A Verdade está encarnada nela, vive nela e faz dela a própria verdadena história da relação Deus-homem e homem-Deus. É só sendo a verdade que a igreja pode testemunhar a verdade da fé como acolhida do homem na imortalidade de Deus. Isto leva à sacramentalidade da verdade na des-figuração, re-figuração e trans-figuração do crente no mistério crístico no culto.
d. A verdade é escatológica • “[...] desvelamento progressivo, tendido para plenitude de ordem escatológica. A verdade do evangelho é um advir permanente, medido pela distância entre o Cristo ontem e o Cristo amanhã” .
A fé assume a esperança da razão fundando-a e justificando-a, entretanto, sem se impor como necessária. Esta assunção da escatologia da razão à da fé confere à escatologia da razão seu senso crístico; ela faz da razão uma figura da esperança da fé. Assim, associada ao próprio mistério do Cristo, a razão se descobre interior ao fato cristão
Mas, sobretudo, a verdade da teologia hermenêutica é a celebração da Verdade oculta no mistério trinitário revelada na transparência da condição humana de Jesus Cristo. É por ele, nele e sempre rumo a ele que a teologia hermenêutica evoca o seu princípio mais excelente: fazer a verdade na Verdade por amor à Verdade. Essa exigência teológica da verdade exige que se volte para a “revelação” como “o pressuposto do qual se parte e sem o qual todas as verdades que a teologia trata vacilam” .