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TEOLOGIA MORAL. Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou. Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a”. Gn 1,27-28. Teologia Moral o que é?.
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TEOLOGIA MORAL Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou. Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a”. Gn 1,27-28
Teologia Moral o que é? • É um assunto que toca diretamente a nossa vida. Moral tem a ver com os costumes, os comportamentos, as regras que organizam a nossa vida. Assim, a Moral busca dar uma direção clara à vida, traça ideais inspiradores, apresenta os caminhos necessários e/ou possíveis para a felicidade do ser humano. • A Moral é essencialmente prática.
Teologia o que é? • Quando falamos em Teologia, estamos tratando de Deus (=Théos, em grego) através da nossa fala, de nosso discurso (= logia) organizado. • Estamos falando de um encontro do ser humano com Deus, ser humano este que interpreta a sua vida e a realidade toda à luz de Deus. Este encontro só é possível na fé. Sem a experiência da fé, nossa fala vira tagarelice vazia e inútil.
A Teologia Moral é • a parte da Teologia que, à luz da fé em Deus e da fé vivida e celebrada nas nossas comunidades (Igreja), busca apontar o caminho prático de amor e felicidade para o ser humano. • Com isto, quer abrir o caminho para a realização plena das pessoas e da sociedade. O nosso jeito de realizar isso é o de Jesus Cristo que veio pregar a Boa-Nova do Reino de Deus.
JESUS O BOM PASTOR “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância.” Jo 10,10
O agir moral • vem a ser a conjugação, às vezes tensa, outras vezes serena, do divino e do humano, a exemplo de Jesus Cristo. • O sentido profundo do humano, nós o encontramos na medida em que o ser humano se coloca na esfera do Divino.
RESGATE DOS GRANDES REFERENCIAIS • Ethos • Ética • Moral • Alteridade
ETHOS • A palavra ethos vem do grego e conforme é escrita significa “costume”, “caráter”. • Pode tanto significar “residência”, “lugar onde se vive” quanto apontar para o nosso mode de ser no mundo ou “caráter”
MORAL • A palavra moral vem do latim mos-mores e designa os costumes, o comportamento ou as regras que regem nossa vida. • Quando nos esquecemos de nosso ethos, perdemos nossas raízes, e facilmente engolimos “enlatados” de fora, esquecendo-nos da riqueza que temos como povo, a riqueza que vem de nossas raízes.
ÉTICA • É uma palavra que vem do ethos. • Designa os costumes, o comportamento, as regras. • Historicamente no Ocidente cristão, a palavra moral ganhou conotação religiosa e a ética por causa dos filósofos, foi tomando conotação de moral não-religiosa.
ALTERIDADE • Alter = outro. • Supomos um diálogo em o “eu” e o “tu”, entre o “si-mesmo” e o “diverso de si” (o “outro”). • Este encontro sensível com o “outro” nos leva a criar o espaço para que o “tu” também “seja” e “exista” no diferente/diverso/distinto que ele é.
MORAL É... • O conjunto das normas que têm como objetivo a perseverança dos homens na justiça. • É a forma pela qual os homens se tornam crescentemente santos e justos pelas obras; ou seja, o progresso espiritual sob a graça - a cooperação do homem com a vontade e com a obra divina.
OS MANDAMENTOS – Ex 20,1-17 ANTIGA ALIANÇA MOISÉS
1º mandamento – “amar a Deus sobre todas as coisas” - Proibição de servir a outros deuses. • 2º mandamento – “Não falar o nome de Deus em vão” - Proibição de usar o nome do Deus libertador para acobertar injustiça e opressão.
3º mandamento – “guardar e santificar o sábado” - Proibição de explorar o trabalho do irmão, tornando-o escravo. • 4º mandamento – “Honrar pai e mãe” - Mostra que a honra é devida em primeiro lugar aos pais e não aos poderes do Estado ou de qualquer outra autoridade.
5º mandamento – “ Não matar” - É o mandamento central. Não proíbe apenas atentar contra a vida do outro; condena também qualquer sistema social que, pela opressão e exploração, reduz o povo a uma condição sub-humana, levando-o à morte prematura.
6º mandamento – “Não cometer adultério” – O mandamento não se refere propriamente à castidade e à vida sexual, mas ao respeito pela relação matrimonial: não só é preciso respeitar a própria família, mas respeitar também a família do outro; o adultério destrói a relação familiar.
7º mandamento – “Não roubar” – Não se trata apenas de atos isolados de roubos entre pessoas; o mandamento condena qualquer sistema social que se estrutura a partir do roubo (= lucro), seja o roubo da força de trabalho (salário mal pago), seja do produto do trabalho (impossibilidade de usufruir do fruto do próprio trabalho), seja ainda do direito ao descanso (lazer).
8º mandamento – “Não apresentar falso testemunho” – Não se trata apenas de falar mal dos outros. O mandamento condena a corrupção na administração da justiça, pois este é o único recurso para os pobres e fracos reivindicarem e defenderem seus direitos contra os ricos e poderosos.
9º e 10º - mandamento – “Não cobiçar as coisas alheias” – Proíbem a cobiça em todos os níveis e formas. Condenam qualquer sistema social que tenha como única meta o ter mais, incentivando espertezas e tramas para se apoderar do que pertence a outros.
NOVA ALIANÇA – JESUS CRISTO • Um novo mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.” (Mt 22, 34-40)
A IGREJA E A DOUTRINA SOCIAL • A Igreja com a autoridade e o poder a ela confiados por Cristo, aprofunda essa doutrina moral em diversos aspectos. • Como, por exemplo , na questão da pobreza que atinge milhões de pessoas, nos problemas específicos da mulher , dos idosos, dos doentes , dos indígenas, dos jovens e assim sucessivamente.
Os católicos portanto , devem rejeitar o relativismo moral e também a chamada ' moral da situação '; porque efetivamente a sua doutrina possui verdades morais absolutas, dogmáticas, que não estão ao sabor dos modismos que dominam as sociedades, em cada contexto histórico.
A IGREJA REJEITA • O aborto, a eutanásia, o uso de métodos contraceptivos, a clonagem humana, o genocídio, a guerra justa, a pena de morte, a união civil homossexual. • São temas bastante atuais que ocupam posição central nas análises da teologia moral.
A Igreja afirma o seu direito perante o poder civil e o seu dever inalienável, de levar a Boa Nova a todos os homens, e o dever dos homens de perseguir a verdade e de abraçá-la quando a encontrarem.
DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA A encíclica "Rerum Novarum" de Leão XIII, serve de parâmentro para todas as demais encíclicas chamadas "sociais".
DEPOIS DO VATICANO II • A Igreja se empenha em um compromisso mais criativo de transformação das estruturas da sociedade. • Dois são os desafios que enfrenta a Igreja nesse período pós-conciliar: a secularização e a pobreza.
CARACTERÍSTICA DA DSI • 1ª. São documentos históricos, que respondem a situações bem concretas. • 2ª. Conteúdo ético, sem querer propor técnicas. É um apelo à conversão. • 3ª. Usa disciplinas diferentes da Teologia. O Magistério não faz afirmações dogmáticas, mas fala com autoridade. • 4ª. Deve ser colocada em prática com a sensibilidade em relaçãoaos pobres.
OS GRANDES PRINCÍPIOS • 1- A dignidade inalienável da pessoa humana, • 2 —A primazia do bem comum. • 3- A primazia da destinação universal dos bens sobre a apropriação individual • 4 — A primazia do trabalho sobre o capital. • 5- O princípio da subsidiariedade. • 6 — O princípio da solidariedade.
BENTO XVI - DOUTRINA SOCIAL Bento XVI recolhe a acusação marxista contra as atividades caritativas da Igreja: “Os pobres não têm necessidade de obras de caridade, mas de justiça”. À Igreja cabe formar a consciência das pessoas e praticar a caridade. Mesmo na sociedade mais justa, “sempre haverá sofrimento que necessita de consolação e ajuda” (Deus caritas est, n. 28).
MISSÃO DA IGREJA E DOUTRINA SOCIAL Evangelização e Doutrina Social • A Igreja, participando das alegrias e esperanças, das angústias e das tristezas dos homens, é solidária com todo homem e com toda mulher, de todo lugar e de todo tempo, e leva-lhes a Boa Nova do Reino de Deus, que com Jesus Cristo veio e vem em meio a eles (GS).
A Igreja é, o sacramento do amor de Deus e, por isso mesmo, da esperança maior, que ativa e sustém todo autêntico projeto e empenho de libertação e promoção humana (Ap 21,3).
A QUEM DESTINA A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA • Ao homem e a mulher a Igreja se dirige com a sua doutrina social. “Perita em humanidade”, a igreja é apta a compreendê-lo na sua vocação e nas suas aspirações, nos seus limites e nos seus apuros, nos seus direitos e nas suas tarefas, e a ter para ele uma palavra de vida que ressoe nas mudanças históricas e sociais da existência humana.
A Igreja com sua doutrina social assume a tarefa de anúncio que o Senhor lhe confiou. Ela atualiza no curso da história a mensagem de libertação e de redenção de Cristo, o Evangelho do Reino.
DOUTRINA SOCIAL PARTE INTEGRANTE DA EVANGELIZAÇÃO • A doutrina social é parte integrante do ministério de evangelização da Igreja. Entre evangelização e promoção humana há laços profundos:
“Laços de ordem antropológica, dado que o homem que há de ser evangelizado não é um ser abstrato, mas é sim um ser condicionado pelo conjunto de problemas sociais e econômicos;
laços de ordem teológica, porque não se pode nunca dissociar o plano da criação do plano da Redenção, um e outro a abrangerem as situações bem concretas da injustiça que há de ser combatida e da justiça a ser restaurada;
laços de ordem evangélica, a ordem da caridade: como se poderia proclamar o mandamento novo, sem promover na justiça e na paz o verdadeiro e autêntico progresso do homem?
IGREJA MESTRA DAS VERDADES DE FÉ • A Igreja tem o direito de ser para o homem mestra de verdades da fé: da verdade não só do dogma, mas também da moral que brota da própria natureza humana e do Evangelho. A palavra do Evangelho, não deve somente ser ouvida, mas também posta em prática (Mt 7,24; Lc 6,46-47; Jo 14,21.23-24; Tg 1,22).
TRÊS NÍVEIS DE REFLEXÃO • o nível fundante das motivações; • o diretivo das normas do viver social; • o deliberativo das consciências, chamadas a mediar as normas subjetivas e gerais nas situações sociais concretas e particulares.
IGREJA SUJEITO DA DOUTRINA • A doutrina social é da Igreja porque a Igreja é o sujeito que a elabora, difunde e ensina. Toda a comunidade eclesial – sacerdotes, religiosos e leigos – concorre para constituir a doutrina social, segundo a diversidade, no seu interior, de tarefas, carismas e ministérios.
MAGISTÉRIO DO PAPA • O Magistério universal do Papa, é integrado pelo Magistério episcopal, que especifica, traduz e atualiza o seu ensino na concretude e peculiaridade das múltiplas e diferentes situações locais. Essa integração exprime de fato a colegialidade dos Pastores unidos ao Papa no ensinamento social da Igreja.
A doutrina social, com efeito, não oferece somente significados, valores e critérios de juízo, mas também as normas e as diretrizes de ação que daí decorrem. • Com a doutrina social, a Igreja não persegue fins de estruturação e organização da sociedade, mas de cobrança, orientação e formação das consciências.
COMUNIDADE PRIMEIRA DESTINATÁRIA DA DOUTRINA • A primeira destinatária da doutrina social é a comunidade eclesial em todos os seus membros, porque todos têm responsabilidades sociais a assumir.
A DOUTRINA SE DESTINA A TODO CRISTÃO • Nas tarefas de evangelização, a saber, de ensinamento, de catequese e de formação, que a doutrina social da Igreja suscita, essa é destinada a todo cristão, segundo as competências, os carismas, os ofícios e a missão de anúncio próprios de cada um.
DESTINAÇÃO UNIVERSAL DA DOUTRINA • A doutrina social tem também uma destinação universal. A luz do Evangelho, que a doutrina social reflete sobre a sociedade, ilumina todos os homens, e cada consciência e inteligência se torna apta a colher a profundidade humana dos significados e dos valores por ela expressos, bem como a carga de humanidade e de humanização das suas normas de ação.
DOUTRINA SOCIAL NO NOSSO TEMPO – ACENOS HISTÓRICOS LEÃO XIII • Suas raízes: nas Sagradas Escrituras; na doutrina dos Padres da Igreja e dos grandes Doutores da Idade Média. • A primeira manifestação por escrito do Magistério é a partir de Leão XIII (1891) com a Encíclica Rerum novarum (Das coisas novas – A questão operária.
Os eventos de natureza econômica que se deram no séc. XIX tiveram conseqüências sociais, políticas e culturais angustiantes. • A questão operária é explorada em todas as suas articulações sociais e políticas, para ser adequadamente avaliada à luz dos princípios doutrinais baseados na Revelação, na lei e na moral natural.
A “Rerum novarum” – • enumera os erros que provocam o mal social, • exclui o socialismo como remédio e expõe, precisando-a e atualizando-a, “a doutrina católica acerca do trabalho, • do direito de propriedade, • do princípio de colaboração contraposto à luta de classe como meio fundamental para a mudança social, • sobre o direito dos fracos, sobre a dignidade dos pobres e sobre as obrigações dos ricos, • sobre o aperfeiçoamento da justiça mediante a caridade, • sobre o direito a ter associações profissionais”.
O tema central • instauração de uma ordem social justa, em vista do qual é necessário especificar critérios de juízo que ajudem a avaliar os ordenamentos sociopolíticos existentes e formular linhas de ação para uma sua oportuna transformação.