220 likes | 389 Views
BOCA DE OURO. Nelson Rodrigues. NELSON RODRIGUES (1912 – 1980). Cronista e comentarista esportivo; Romancista; Dramaturgo ➥ revolucionou o teatro brasileiro ➥ “Vestido de Noiva” (1943). “Tarado, pornográfico, moralista, revolucionário, Genial !”. NELSON RODRIGUES (1912 – 1980).
E N D
BOCA DE OURO Nelson Rodrigues
NELSON RODRIGUES (1912 – 1980) • Cronista e comentarista esportivo; • Romancista; • Dramaturgo ➥revolucionou o teatro brasileiro ➥ “Vestido de Noiva” (1943) “Tarado, pornográfico, moralista, revolucionário, Genial!”
NELSON RODRIGUES (1912 – 1980) “Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico(desde menino)”. Tarado, pornográfico, moralista, revolucionário, Genial!” Dramaturgo, cronista, comentarista esportivo romancista, ...
REVOLUCIONÁRIO / REACIONÁRIO • Revolucionou o teatro brasileiro ➥“Vestido Noiva” (1943) • Temas polêmicos para a época (1950/60): incesto, adultério, sexo, prostitutas e assassinatos; • Peças evidenciam o lado “mau” do ser humano, paixões obscuras, desejos inconfessos, sentimentos inconscientes; • Modernizou o teatro e foi um transgressor, apesar da postura conservadora na política; • Censurado e atacado pela direita conservadora e rechaçado pela esquerda;
DRAMATURGIA • Peças Psicológicas ➥Vestido de noiva, Viúva, porém honesta,... • Peças Míticas ➥Álbum de família, Senhora dos afogados,... • Tragédias Cariocas ➥ O beijo no asfalto, Boca de Ouro, Toda nudez será castigada, Os sete gatinhos, ...
CARACTERÍSTICAS • Comportamento obsessivo e repentino; • Morbidez; • Ironia feroz ; • Diálogo direto, preciso. • Linguagem coloquial e urbana; • Família e sexo; • Violência nas relações interpessoais: traição, antagonismo e exploração; • Crítica à imprensa.
BOCA DE OURO • Escrita em 1959, encenada em 1960 (SP); • Tragédia carioca em 3 atos; • 3 versões para o mesmo assunto: ➥morte do bicheiro de Madureira; • Versões ligadas à condição psicológica da narradora (D. Guigui); • Boca de Ouro ➥Dimensão mítica • Rubricas específicas que orientam o comportamento dos atores
BOCA DE OURO / PERSONAGENS Leleco Celeste Preto 1ª Grã-Fina 2ª Grã-Fina 3ª Grão-Fina Maria Luísa Locutor Morador • Boca de Ouro • Dentista • Secretário • Caveirinha • Repórter • Fotógrafo • D. Guigui • Agenor
PRIMEIRO ATO • Boca no dentista; • Boca suborna dentista para que seus dentes sejam arrancados e substituídos por dentes de ouro; • Na redação: Notícia da morte de Boca de Ouro; • Posição do jornal: ontem, elogio; agora, cancro social; • Secretário sugere entrevista com D. Guigui; • Caveirinha e fotógrafo vão a casa de Guigui.
PRIMEIRO ATO / Casa de Guigui • Conversa entre Caveirinha, Fotógrafo, Guiomar (Guigui) e Agenor. • “Dona Guigui, a senhora sabe de algum crime do Boca de Ouro?” • Cena de um lar suburbano: Celeste e Leleco; • 1ª versão: visão degradada de Boca de Ouro: • Leleco procura Boca para pedir dinheiro para o enterro da sogra; • Boca oferece 100 mil cruzeiros, mas exige que Celeste venha sozinha buscar o dinheiro.
PRIMEIRO ATO / 1ª Versão • Boca recebe Celeste entre tom ameaçador e amigável; • Oferece o dinheiro, mas tenta agarrá-la; • Celeste chama o marido; • Boca ameaça Leleco e exige que ele mande Celeste entrar no quarto; • Leleco manda Celeste entrar; • Como Boca se recusa a entregar o dinheiro, Leleco xinga-o (“Tu nasceu numa pia de gafieira!”); • Indignado, Boca derruba-o com uma coronhada.
SEGUNDO ATO / Guigui muda o tom • Guigui reafirma o assassinato e conta como Boca se livrou do cadáver; • Surge Agenor e conta que Guigui o abandonou e a seus três filhos para viver com o Boca; • Caveirinha conta que o Boca de Ouro morreu! • Agenor fica eufórico, mas Guigui muda e começa a defender o ex-amante; • Guigui: “O Boca tinha até uma pinta de Lorde ... Eu disse aqueles troços, mas te juro, foi a maldita vaidade...”
SEGUNDO ATO / Mãe de Boca • Conversa entre Boca e um Preto sobre a mãe de Boca: alegre, gorda, cara cheia de bexigas; • Cena de Leleco e Celeste: • Leleco acusa Celeste de ter um amante, ela confessa, mas diz que já romperam; • Leleco exige que ela procure o Boca para tirar dinheiro dele; • Surge Boca com uma aparência diferente, mais refinada;
SEGUNDO ATO / As Grã-finas • Boca recebe a visita de Celeste que chega com alegre desenvoltura; • Guigui aparece anunciando a chegada de uma comissão de grã-finas; • As grã-finas dizem ser da “Campanha Pró-Filhos dos Cancerosos”; • Boca mostra o jornal que fala dele como sendo “Drácula de Madureira” e “Assassino de Mulheres”; • Uma das mulheres pergunta sobre a história da pia; • Indignado, Boca apresenta Celeste e decide contar a história.
SEGUNDO ATO / Pia da Gafieira • Boca se emociona ao contar a história de seu nascimento: mãe, tão gorda que não se notava a barriga da gravidez, saiu para dançar na Imperadores da Floresta. No banheiro ele nasceu e foi lavado com água da pia, depois a mãe voltou para o salão...
SEGUNDO ATO / 2ª Versão • Boca propõe um concurso: aquela que tiver os peitinhos mais bonitos vai ganhar um colar de pérolas; • As grã-finas mostram os peitos, Celeste também quer participar; • Boca entrega o colar para Celeste e esta expulsa as grã-finas; • Leleco aparece, Celeste diz que vai ficar com Boca; • Leleco ameaça Boca com um revólver; • Celeste vem por trás e crava um punhal nas costas do marido.
TERCEIRO ATO / Briga de Casal • Guigui reafirma a “macheza” de Boca de Ouro; • Agenor, indignado, decide abandonar Guigui; • Caveirinha e o fotógrafo interferem na briga do casal e eles acabam se reconciliando; • Novamente, Guigui muda o tom; • Guigui confirma que Boca era “Assassino de Mulheres”; • Guigui acusa-o de covarde e diz que vai contar o caso da Grã-fina
TERCEIRO ATO / Leleco X Celeste • Casa de Celeste e Leleco: casal em crise; • Ameaçada pelo revólver, Celeste confessa que seu amante era o Boca de Ouro; • Leleco conta que apostou no Bicho o número da placa do táxi; • Se ele perder, mata Celeste; • Leleco perde, Celeste diz que consegue o dinheiro com Boca;
TERCEIRO ATO / 3ª versão • Casa de Boca: Guigui, com ciúmes, informa de telefonema de Granfa; • Chega Celeste e conta que o marido descobriu o caso deles e que estava armado; • Leleco ameaça Boca com o revólver diz que Boca deve pagar o prêmio do Bicho; • Celeste entra na sala, Leleco se distrai, Boca acerta-o com uma coronhada na cabeça. • Boca entrega um punhal para Celeste e os dois juntos concluem o assassinato.
TERCEITO ATO / Visita de Mª Luísa • Grã-fina aparece na porta; • Celeste e Maria Luísa estudaram juntas, inimigas de escola; • Mª Luísa diz que quer batizar Boca e que ele é um santo; • Celeste mostra o cadáver de Leleco; • Boca ameaça Mª Luísa, mas acaba matando Celeste; • Boca fala do caixão de ouro, coisa de deus asteca; • Mª Luísa vai para o quarto...
CONSIDERAÇÕES • Peça enigmática: infinitas possibilidades de se ver a personalidade humana; • Papel ambíguo da imprensa; • 3 possibilidades de análise: sociológica, psicológica e mítica; • Questões que permanecem: Por que substituir a dentadura perfeita por uma toda de ouro? Por que a dentadura foi roubada? • Personagem mítica: ➥Boca = Jasão / Imprensa = Medeia
FLASH RADIOFÔNICO • Na porta do Instituto Médico Legal, fala do locutor da Rádio Continental; • Radialista anuncia a morte de Boca de Ouro, o Al Capone, o Drácula de Madureira, O Dom Quixote do Jogo do Bicho, é uma apoteose fúnebre! • Conversa entre Caveirinha e o radialista; • O grande paradoxo: mataram Boca com 29 facadas e roubaram sua dentadura; • Assassinado por uma mulher: Mª Luísa!! • Caveirinha vai embora, sem espiar o cadáver desdentado.