E N D
1. BAIXA ESTATURA
3. Conceito Pode-se definir como portadores de baixa estatura, adolescentes cuja estatura para idade esteja abaixo dos percentis 2,5 ou 3,0 (cerca de dois desvios-padrão abaixo da média dos indivíduos estudados).
4. Diagnóstico O diagnóstico gráfico de baixa estatura deve ser interpretado com cautela, pois deve ser visto dentro de um contexto para que possa dar uma idéia de todo o processo de crescimento. A estatura para a idade depende do potencial genético, das condições da gestação e do parto, da presença ou ausência de patologia, das condições nutricionais pregressas e atuais, do crescimento na infância, do estadiamento pubertário e da velocidade de crescimento.
5. Causas As causas não patológicas de baixa estatura constituem número significativo de casos. São conhecidas como variantes normais do crescimento e compreendem a baixa estatura familiar e o retardo constitucional do crescimento. Nas duas situações, segue-se um padrão familiar de crescimento e desenvolvimento físico, tratando-se de indivíduos saudáveis.
As causas patológicas de baixa estatura, nos países em desenvolvimento, são as principais: desnutrição e as doenças crônicas.
6. BAIXA ESTATURA ETIOLOGIA Baixa estatura familiar*
Retardo constitucional do crescimento*
Desnutrição crônica*
Doenças crônicas*
Retardo no crescimento intra-uterino
Síndromes congênitas
Doenças endócrinas
Doenças esqueléticas
Deprivação psicossocial
(* causas mais frequentes)
7. Avaliação Inicia-se com a história pré e perinatal. Muitos problemas na gestação podem determinar comprometimento da estatura em outros momentos da vida.
Os antecedentes pessoais dão indicações de doenças que, dependendo de sua gravidade e do tempo de atuação na infância, podem acarretar prejuízos no crescimento e repercutir na estatura do adolescente. É importante obter dados do acompanhamento anterior do crescimento(medições de estatura, curva de crescimento), pois permite estabelecer o padrão de crescimento seguido até então.
8. Avaliação Em relação aos familiares, obter dados de crescimento e maturação dos pais e irmãos(estatura, menarca materna, maturação do pai como a época em que começou a se barbear).
O ISDA precisa ser feito com muita atenção, investigando-se dados como dor abdominal, alteração do campo visual, cefaléia, entre outros que podem sugerir patologias comprometedoras do crescimento.
Em relação as condições habituais de vida, determinar com preocupação como a estatura está influenciando no desenvolvimento psicossocial do adolescente. Geralmente o jovem com baixa estatura apresenta baixa auto estima e sentimento de inferioridade, levando ao isolamento social ou à agressividade, entre outras formas de lidar com a situação.
9. Avaliação O EFG deve incluir a medição da estatura, avaliação do peso e a determinação dos seguimentos corporais (PC, envergadura, seguimentos superior e inferior). As determinações de peso e estatura devem ser feitas com o adolescente usando o mínimo de roupas e com aparelhos calibrados de modo a minimizar os erros de medida.
No diagnóstico nutricional, além do exame físico, a avaliação das condições socioeconômicas, bem como a determinação quantitativa e qualitativa da ingesta alimentar tornam-se necessárias.
10. Avaliação A solicitação de exames laboratoriais vai depender do grau de déficit estatural, da presença de sintomas e sinais sugestivos de doença e da velocidade de crescimento. Geralmente inicia-se a investigação laboratorial com exames que dão uma visão global do estado de saúde do adolescente como hemograma completo, VHS, urina tipo I, parasitológico de fezes, e pode-se prosseguir até a avaliação hormonal específica a cargo do endocrinologista.
A idade óssea está mais ligada ao prognóstico do que ao diagnóstico. É realizada pela radiografia de mão e punho esquerdos. Quando atrasada, geralmente está associada a um melhor prognóstico de estatura final.
11. Avaliação Estígmas sindrômicos devem ser procurados ativamente, pois nem sempre são evidentes.
O EFE deve ser completo, destacando-se o exame da tireóide e o exame neurológico para se detectar possíveis tumores do sistema nervoso central.
O exame da genitália permite estadiamento pubertário pelos critérios de Tanner, os quais mantém correlação com a velocidade de crescimento.
12. BAIXA ESTATURA FAMILIAR Embora seja diagnóstico de exclusão, esta situação pode ser sugerida pela história e exame físico.
13. CARACTERÍSTICAS EM INDIVÍDUO COM BAIXA ESTATURA FAMILIAR geralmente, pequenos ao nascimento
crescimento paralelo e abaixo dos percentis 2,5 ou 3,0
altura final abaixo dos percentis 2,5 ; 3,0
história familiar positiva
puberdade em época apropriada
velocidade de crescimento normal
idade óssea compatível com idade cronológica
Sem evidência clínica ou laboratorial de doença
14. RETARDO CONSTITUCIONAL DO CRESCIMENTO Trata-se também de diagnóstico de exclusão. Nesta condição o prognóstico da estatura final é melhor.
15. CARACTERÍSTICAS DO INDIVÍDUO COM RETARDO CONSTITUCIONAL DO CRESCIMENTO Peso e estatura normais ao nascimento
Crescimento ao nível ou abaixo dos percentis 2,5 ou 3,0; possibilidade de mudança de percentil com o estirão pubertário
História familiar positiva
Atraso no maturação sexual
Velocidade de crescimento compatível com o estádio pubertário
Idade óssea atrasada de dois a quatro anos
Sem evidência clínica ou laboratorial de doença
16. TRATAMENTO A terapêutica depende de sua etiologia
Em relação as variantes normais do crescimento é preciso orientar o adolescente e seus responsáveis quanto ao padrão familiar da condição e garantir o acompanhamento e o suporte psicoemocional necessários. Até o momento nenhuma terapêutica hormonal ou não, comprovadamente aumenta, ao menos de modo significativo a estatura final nesses casos.
17. TRATAMENTO Nos casos de baixa estatura patológica, o tratamento é direcionado a doença de base. Em situações especiais como na deficiência clássica do hormônio de crescimento, na insuficiência renal crônica e na síndrome de Tanner, o tratamento com hormônio de crescimento está indicado.