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folclore brasileiro. A Literatura infantil e seu caráter popular. Um pouco de teoria . Folclore: “um corpo orgânico de modos de sentir, pensar e agir peculiares às camadas populares das sociedades civilizadas” Édison Carneiro in Dinâmica do folclore. Giuseppe Maria Sciacca.
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folclore brasileiro A Literatura infantil e seu caráter popular
Um pouco de teoria Folclore: “um corpo orgânico de modos de sentir, pensar e agir peculiares às camadas populares das sociedades civilizadas” Édison Carneiro in Dinâmica do folclore.
Giuseppe Maria Sciacca “tecido único que inclui: Lendas Usos Costumes Ritos Festas ... e que substancia a língua, a arte, a religião e a vida dos povos”
Luís da Câmara Cascudo Sempre haverá, para qualquer agrupamento humano, por mais rudimentar que seja, a memória coletiva de duas origens de conhecimento: “o oficial, regular, ensinado pelo colégio dos sacerdotes ou direção do rei, e o não-oficial, tradicional, oral, anônimo, independente de ensino sistemático, porque é trazido nas vozes das mães, nos contos de caça e pesca, na fabricação de pequenas armas, brinquedos, assombros” CASCUDO, Luís da Câmara. O folclore; literatura oral e popular. In: “A literatura do Brasil”. 2ed. Rio de Janeiro: Sul-Americana, 1971, p.21.
Ricardo Azevedo “O folclore, ou seja, o universo onipresente e transitório formado pelos mitos, contos, versos, festas, comidas, danças, rezas, simpatias, crendices, anedotas, adivinhas, cantigas, ditados, parlendas, frases feitas etc., inventados pelo povo, é do tamanho do infinito.”
Folclore e cultura popular “...é a cultura popular, com suas narrativas intrigantes e mágicas, suas brincadeiras de palavras, sua poesia e sabedoria que sobrevivem até hoje, contadas de boca em boca, reinventadas através dos tempos.” AZEVEDO, Ricardo. Meu livro de folclore. Um punhado de literatura popular. São Paulo: Ática, 1997, p.71.
O caráter do folclore • Popular • Anonimato • Tradicional* * O conceito de tradicional tem sido revisto por alguns folcloristas, em face de um novo aspecto.
O dinamismo do folclore • Para Édison Carneiro, o fenômeno folclórico deve ser visto por sua dinâmica, e não como alguma coisa estável, imutável, em repouso. • As formas costumam conservar-se (o auto, a ronda, a quadra, o conto), mas o conteúdo tende a reformular-se. • Para Câmara Cascudo, tais reformulações variam de região para região, conforme o povo que recebe essas composições.
Folclore e a criança “Considerando a criança, o folclore é a melhor forma de verdadeiramente fazê-la penetrar na alma do povo, de conhecer as vidas diferentes do país, de criar uma consciência nacional e o amor às nossas coisas” Maria Antonieta A. Cunha
O folclore na escola Henriqueta Lisboa destaca a importância do caráter espontâneo na apresentação do folclore à criança: “(...) o folclore não deve ser ministrado à infância a feitio de estudo, mas, sim, proporcionado de modo recreativo, espontâneo, sem insistência. O que se define como popular, tradicional e anônimo, não lograria viver em clima de oposição.” LISBOA, Henriqueta. Literatura oral para a infância e a juventude. São Paulo: Cultrix, 1970, p. 12.
O folclore em Lobato Publicado pela 1ª vez em 1921, O Saci, então um livrinho de 38 páginas, é um dos livros de Lobato que mais direta e ostensivamente incorpora elementos da cultura brasileira. Seguindo conselhos de tio Barnabé, Pedrinho prende um saci numa garrafa e, através dele, é iniciado nos mistérios dos personagens folclóricos da mata brasileira.
Histórias de tia Nastácia “Folclore são as coisas que o povo sabe e transmite contando de um para o outro, de pais a filhos. São contos, histórias, anedotas, superstições, sabedoria popular, ditados... Quem, então, melhor que tia Nastácia para desfiar as histórias do nosso folclore?”
Bibliografia • AZEVEDO, Ricardo. Meu livro de folclore. Um punhado de literatura popular. São Paulo: Ática, 1997, p.71. • CARNEIRO, Édison. Dinâmica do folclore. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1965. • CASCUDO, Luís da Câmara. O folclore; literatura oral e popular. In: “A literatura do Brasil”. 2ª ed. Rio de Janeiro: Sul-Americana, 1971. p.21. • CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura infantil: teoria e prática. 18ª ed. Série Educação. São Paulo: Ática, 1999, pp. 155-159. • LAJOLO, Marisa; ROCHA, Ruth; MARANHÃO, Ricardo. Monteiro Lobato. 2ª ed. Literatura comentada. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 65. • LISBOA, Henriqueta. Literatura oral para a infância e a juventude. São Paulo: Cultrix, 1970, p. 12. • LOBATO, Monteiro. Histórias de tia Nastácia. 32ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1995, p. 7.