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Ligue o Som. Rolagem Automática de Textos; Rolagem Manual de Slides. Telegrafia no Brasil. Cabo Submarino - Parte II. Nos tempos do Brasil Império
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Ligue o Som. Rolagem Automática de Textos; Rolagem Manual de Slides. Telegrafia no Brasil Cabo Submarino - Parte II
Nos tempos do Brasil Império A eletricidade e o fio telegráfico eram pensados, como os meios modernos capazes de atar as províncias, costurá-las umas às outras, evitando dessa forma a desagregação do território nacional. Princesa Izabel e Dom Pedro II (1870).
Um dos maiores incentivadores da telegrafia no Brasil, foi Guilherme Schüch de Capanema - Barão de Capanema. Fundou a Repartição Geral dos Telégrafos (RGT) e a dirigiu, de 1852 até a queda do Império em 1889. Rio de Janeiro, capital do Império, 1889.
Em 11 maio de 1852, foi inaugurada a primeira linha telegráfica no Brasil, com 3 Km de extensão,ia da Quinta Imperial ao Quartel do Campo, no Rio de Janeiro. Visava expedir ordens rápidas para a repressão ao tráfico de escravos.
Objetivando atender necessidades da coroa, cinco anos após, em 1857, foi criada uma linha telegráfica que interligava a Praia da Saúde no Rio de Janeiro com a cidade de Petrópolis. Com extensão total de 50 km, possuía 15 km em cabo submarino.
Em 1861, foi cogitado, implantação de uma rede telegráfica nacional que alcançasse as principais cidades brasileiras. Províncias do Império do Brasil (1822 -1889) Questionava-se: As linhas seriam aéreas, subterrâneas ou submarinas? Seriam construídas pelo governo ou terceirizadas?
O relatório do Ministério da Agricultura e Obras Públicas, 1861, apontou a estratégia escolhida naquele momento para o desenvolvimento da telegrafia : A Repartição Geral dos Telégrafos (RGT) deveria construir suas próprias linhas, avançando inicialmente para o norte e, ano a ano, progredir com a extensão desta conforme crédito aprovado.
Em 1865, o país entra na guerra do Paraguai e a telegrafia,com grande ênfase,em vez de rumar para o norte, encaminha-se para o sul. Pintura - Pedro Américo – Museu nacional de Belas Artes Maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. A guerra foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança composta por Brasil, Argentina e Uruguai (dez.1864 - mar.1870).
O encouraçadoRiachuelo, da marinha imperial brasileira, atuou no teatro da guerra. Atendendo necessidades militares da guerra, um grande mutirão nacional foi orquestrado pela Repartição Geral dos Telégrafos, para a construção de uma linha da Corte até o front.Esta teve uma parte terrestre e outra via cabo submarino.
A parte terrestre se iniciou em setembro de 1865 e foi concluída em junho do ano seguinte. A empreitada contou com a colaboração de autoridades dos locais por onde o fio passava, assim como dos proprietários de terras que custearam boa parte das despesas com o fornecimento dos postes e mão-de-obra, tirados das suas fazendas.
Na parte via cabo submarino o império promoveu, inicialmente, a ligação entre o Morro da Viúva (Botafogo) e a Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói. Morro da Viúva Fortaleza de Santa Cruz A seguir, foi implementada a rede telegráfica submarina na chamada Linha Sul, que ligou a capital do império ao front.
Na comunicação entre a Corte e a província do Rio Grande do Sul, iniciada também em 1865, 17 barras (estações) foram atravessadas por cabos submarinos. 1 2 3 5 4 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 17 16
Sob a direção de Capanema, as linhas telegráficas se estenderam de norte a sul, por todo o litoral, de Belém às fronteiras do Uruguai e Argentina.
A conquista da “telegrafia transatlântica” através do cabo submarino, estendido pelo magnífico navio inglês Great Eastern, em 27 de julho de 1866, uniu Europa e América do Norte. A barreira “imensidão do oceano”havia sido vencida. No Brasil, esse acontecimento acendeu os ânimos: a telegrafia poderia tornar o país “vizinho da Europa”, as relações externas melhorariam, acenavam-se divisas políticas e econômicas.
Em 1872, o governo concedeu a Irineu Evangelista de Sousa- Barão de Mauá, o direito de explorar a telegrafia no país por 20 anos. O império contratou também, nesta época, empresas inglesas para lançamento de cabo submarino na costa brasileira, vez que dispunham de recursos e realizavam a empreitada de forma rápida. Em troca dos serviços lhe concedia concessões, em prazos de até 100 anos, de exploração do uso da telegrafia submarina no país.
Coube ao navio Hooper estender 1150 milhas náuticas de cabo submarino, de Recife até o banco de Bragança a 75 milhas de Belém, na linha Pernambuco-Pará. Navio Hooper - Museum, Cornwall, Inglaterra. O vapor britânico Hooper foi construído em 1872, com fins específicos de lançamento de cabos submarinos. Segundo maior navio do mundo no ramo, perdia apenas para o Great Eastern.
A obra foi custeada e realizada pela empresa inglesa - Western and Brazilian Telegraph Company. A supervisão, da instalação telegráfica da linha Pernambuco-Pará, foi feita pelo grande físico inglês William Thompson (Lord Kelvin) e por seu colega Fleeming Jenkin. Engenheiros e especialistas na colocação de cabos submarinos, que vieram para o Brasil a bordo do navio Hooper.
O Hooper, que havia chegado ao porto de Recife um dia antes, deixou a cidade em 08 de agosto de 1873. Aportou em Belém, sendo recebido com muita festa, dezessete dias após. Coube ao navio Great Northern, em 31 de agosto, trazer o cabo que foi soldado na extremidade do estendido pelo Hooper, completando assim as 75 milhas faltantes da ligação até Belém.
Na ligação entre Recife e Belém foram imersos 2130 km de cabo. A linha foi inaugurada em 5 de setembro de 1873, com trocas de telegramas entre os governantes das duas províncias. Em 23 de dezembro de 1873, concluía-se a ligação entre Belém, Recife e Salvador ao Rio de Janeiro.
Don Pedro II enviou cabogramas aos presidentes das três Províncias, nos termos: “Já se acha o cabo submarino no território da capital do Brasil. A eletricidade começa a ligar as cidades mais importantes deste Império, como o patriotismo reúne todos os brasileiros no mesmo empenho pela prosperidade de nossa majestosa pátria. O Imperador saúda, pois, a Bahia, Pernambuco e Pará por tão fausto acontecimento, na qualidade de seu primeiro compatriota e sincero amigo”.
Em 1874 o Brasil inaugurava seu primeiro cabo submarino que cruzava o Atlântico, saindo de Recife foi até São Vicente (Cabo Verde) daí a ilha da Madeira e então a Carcavelos em Portugal. Idealizado por Mauá e por esse financiado, o cabo submarino, que ligou América do Sul a Europa, foi construído e colocado por uma companhia inglesa (Telcon) e funcionou até 1973.
Quando a ligação com a Europa foi completada, em 22 de junho de 1874, a notícia foi alcançar o Imperador em visita à Biblioteca Nacional. Sua Majestade mandou passar cabogramas: - ao presidente da Brazilian Submarine Telegraph Company (mais tarde, Western Telegraph Co.) e aos monarcas de Portugal, Inglaterra e Áustria. Houve manifestações na Câmara e júbilo popular. A Imprensa divulgou, por vários dias, notícias à respeito. Imperador Dom Pedro II - 1873
O período entre 1866-1886 foi considerado o momento áureo da expansão da rede telegráfica sob o Império. Em vinte anos, o Império construiu 10.969 Km de linhas ligando 182 estações, capazes de“estreitar num sólido e vigoroso laço de fio telegráfico todo o vasto litoral de um ao outro extremo do país”.
A República, proclamada em 15 de novembro de 1889, cobrou agilidade e desempenho da telegrafia à fim de alcançar todos os pontos do país. A epopéia duraria até o primeiro quartel do século XX, particularmente com os trabalhos de Rondon e equipe.
A década de 80, encontrou o Brasil unido ao mundo civilizado por cabos ópticos submarinos, que permitiam circulação rápida de informações, um pouco à semelhança das redes que, atualmente, permitem a Internet. Convém destacar: muito embora os satélites de comunicação cubram uma parte da demanda de transmissão, especialmente para Televisão e Internet, os cabos submarinos de fibra óptica seguem sendo, na atualidade, a base da rede mundial de telecomunicações.
Músicas: • Aguarela do Brasil.wav • Hino Nacional Brasileiro - Pássaros • “Conquest of Paradise” - Dana Winner Formatação – Maiara - 2010.
Referências: Carlos Henrique Brack - Curiosidades carioca - O Cabo Submarino - rio-curioso.blogspot.com- 2007 José Mª F. BassaloI e Luís C. B. Crispino - Sir William Thomsom e a instalação do cabo telegráfico submarino entre Pernambuco e o Pará. Rev. Bras. Ensino Fís. vol.29, no.4, São Paulo, 2007. Mauro C. da Silva e Ildeu de C. Moreira - A introdução da telegrafia elétrica no Brasil (1852-1870) – UFRJ, RJ