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Literatura Contemporânea

Profa.Karla Faria. Literatura Contemporânea. Em suma, o panorama da poesia brasileira contemporânea assemelha-se a uma imensa constelação de estrelas solitárias, cada qual com o seu brilho e a sua trajetória. Fabiano Lucas- Teórico da Literatura. Cronologia. 1922-1945- Modernismo

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Literatura Contemporânea

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Presentation Transcript


  1. Profa.Karla Faria Literatura Contemporânea Em suma, o panorama da poesia brasileira contemporânea assemelha-se a uma imensa constelação de estrelas solitárias, cada qual com o seu brilho e a sua trajetória. Fabiano Lucas- Teórico da Literatura

  2. Cronologia • 1922-1945- Modernismo • 1945- INÍCIO DA LITERATURA CONTEMPORÂNEA • 1945- Geração de 45 • Décadas de 50 e 60- poesia concreta • Décadas de 60 e 70 – literatura / ditadura (a poética da resistência e o Tropicalismo) • Década de 70 aos nossos dias (Poesia Marginal/ E-Poemas)

  3. Características gerais • Literatura multifacetada. • Gosto por textos curtos, de rápida leitura, assim como a sociedade. • Fragmentação de idéia, apresentação de flashes, assim como o pensamento. • Temas ecléticos. • Realismo Fantástico

  4. O professor Domício Proença Filho (cit. in. Faraco e Moura, Língua e Literatura, vol. 3 Ed. Ática), defende a idéia de que "nas três últimas décadas, a cultura brasileira tem vivido sob o signo da multiplicidade seja na área política, social ou artística". Para ele, a cultura pós-moderna apresenta as seguintes características:eliminação entre fronteiras entre a arte erudita e a popular; presença marcante da intertextualidade ( diálogo com obras já existentes e presumivelmente conhecidas) mistura de estilos (ecletismo que contenta gostos diversificados) preocupação com o presente, sem projeção ou perspectivas para o futuro. Na dramaturgia, especificamente, surgiu um espectador mais ativo que passou a fazer parte de uma interação entre atores e platéia.Música e cinema sofrendo concorrência e pressão por parte da "moda" imposta pelos países mais desenvolvidos.

  5. Nesta há duas constantes:a) Uma reflexão cada vez mais acurada e crítica sobre a realidade e a busca de novas formas de expressão; mantêm nomes consagrados como João Cabral, Mário Quintana, Drummond no painel da literatura. b) Afirmação de grupos que usavam técnicas inovadoras como: sonoridade das palavras, recursos gráficos, aproveitamento visual da página em branco, recortes, montagens e colagens. As principais vanguardas poéticas prendem-se aos grupos:Concretismo, Poema-Processo, Poesia-Social, Tropicalismo; Poesia-Social e Poesia-Marginal.

  6. Poesia • Concretismo • Poesia-Práxis (década de 60) • Poesia-Processo (década de 60) • Poesia- Social (década de 60) • Tropicalismo(década de 70) • Poesia Marginal (década de 70) • Outras tendências (anos 80 até hoje)

  7. Tropicalismo • O movimento musical popular chamado Tropicalismo originou-se, ainda na década de 60, nos festivais de M. P. B. realizados pela TV Record, que projetaram no cenário nacional, os jovens Caetano Veloso, Gilberto Gil, o grupo Os Mutantes e Tom Zé, apoiados em textos de Torquato Neto e Capinam e nos arranjos do maestro Rogério Duprat.Com humor, irreverência, atitudes rebeldes e anarquistas os tropicalistas procuravam combater o nacionalismo ingênuo que dominava o cenário brasileiro, retomando o ideário e as propostas do Movimento Antropofágico de Oswald de Andrade. Dessa forma, propunham a devoração e de deglutição de todo e qualquer tipo de cultura, desde as guitarras elétricas dos Beatles até a Bossa Nova de João Gilberto e o "nordestinismo" de Luiz Gonzaga. • Características dos textos:ironia e paródia, humor e fragmentação da realidade; enunciação de flashes cinematográficos aparentemente desconexos, ruptura com os padrões tradicionais da linguagem ( pontuação sintaxe etc.).Suas influências foram fundamentais na música, mas repercutiram também na literatura e no teatro.Com o AI-5, seus representantes foram perseguidos e exilados.A partir daí, a linguagem artística ou se cala ou se metaforiza ou apela para meios não convencionais de divulgação.

  8. Poesia Marginal Segundo a professora Samira Youssef Campedelli "a poesia desenvolvida sob a mira da polícia e da política nos anos 70 foi uma manifestação de denuncia e de protesto, uma explosão de literatura geradora de poemas espontâneos, mal-acabados, irônicos, coloquiais, que falam do mundo imediato do próprio poeta, zombam da cultura, escarnecem a própria literatura. A profusão de grupos e movimentos poéticos, jogando para o ar padrões estéticos estabelecidos, mostra um poeta cujo perfil pode ser mais ou menos assim delineado ele é jovem, seu campo é a banalidade cotidiana, aparentemente não tem nem grandes paixões nem grandes imagens, faz questão de ser marginal". Experimentalismo, moralidade, ideologia e irreverência são algumas de suas características.A divulgação dessa obra foge do "circuito tradicional": são textos fechados em muros; jornais, revistas e folhetos mimeografados ou impressos em gráficas de fundo de quintal e vendidas em mesas de restaurantes, portas de cinemas, teatros e centros culturais; happening e shows musicais; até uma "chuva de poesia" foi realizada no centro de São Paulo, da cobertura do edifício Itália, em 1980.

  9. Poesias- Exemplos

  10. Poema Brasileiro / Ferreira GularNo Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade No Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade No Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade                     (1962)

  11. XXII Não me procures ali Onde os vivos visitam  Os chamados mortos. Procura-me Dentro das grandes águas Nas praças Num fogo coração Entre cavalos, cães, Nos arrozais, no arroio Ou junto aos pássaros Ou espelhada Num outro alguém, Subindo um duro caminho Pedra, semente, sal Passos da vida. Procura-me ali. Viva. Hilda Hilst 'Amor, então,também acaba?Não, que eu saiba.O que eu seié que se transformanuma matéria-primaque a vida se encarregade transformar em raiva.Ou em rima.'(Paulo Leminski)

  12. Prosa Caráter multifacetado de temas e características, ora é inovação. regionalista Intimista urbano e social político Memorialista Policial Histórico

  13. Prosa • Conto e crônica A crônica é o gênero mais produzido e lido.

  14. Crônica • A crônica é um tipo de texto leve em que o autor oferece a sua visão pessoal de um fato cotidiano. Surgiu no jornal, que continua a ser o principal meio em que é divulgada. Além do jornal, na era da mídia digital, a crônica também é divulgada em blogs e sites. • Muitas vezes emprega o humor para comentar eventos do dia-a-dia, atitudes tomadas por pessoas de diversas classes sociais ou para fazer críticas, seja ao governo, a certos hábitos da sociedade ou até a eventos culturais. • Em geral é um texto curto, que tem o objetivo de ser lido depressa.

  15. Crônica • Apresenta linguagem simples, muito próxima ao leitor. • Às vezes aparece em forma de diálogo, mas também pode apresentar narrador em 1ª ou 3ª pessoa. • Pode se inspirar em notícias publicadas no jornal, em acontecimentos vividos pelo autor, ou em histórias que ele ouviu – desde que, é claro, elas possam interessar ao grande público a que a crônica se destina.

  16. Crônica • Em geral, a crônica envolve poucos personagens e sua ação ocorre num único espaço e tempo, correspondendo a apenas alguns minutos ou poucas horas. Entretanto, nem toda crônica é uma narrativa. • Há muitas crônicas em que o autor discute de forma descontraída algum tema do dia-a-dia ou alguma vivência pessoal sua. • É comum que crônicas desse tipo tenham um tema político ou ofereçam comentários sobre eventos noticiados pelos jornais e que se tornaram de interesse geral. • A crônica é acima de tudo parte do cotidiano. Ela participa da rotina de muita gente que a lê enquanto toma café ou espera um ônibus, por exemplo, porém, mais importante que isso, ela nos ajuda a enxergar esse cotidiano, a nos revelar as riquezas que ele esconde, a nos mostrar a quantidade de significados que se encontram por trás dos atos mais simples

  17. O que dizem sobre a crônica? • “A crônica é um passeio literário. Uma volta pela cidade, pelo pensamento, ao redor do quarto ou do próprio umbigo. È um gênero vira-latas: pode nascer de uma notícia engravidada por um conto, de um ensaio apaixonado por uma poesia ou ser filha de uma piada com pai desconhecido. Já disseram que a crônica é um gênero a é. É amicíssima da lentidão e do imprevisto. Nasce da desatenção do todo, do esbarrão no detalhe. Brota do olhar meio zarolho que não repara no Coliseu, mas no pipoqueiro da calçada em frente. Sabe aquela criança que as tias achavam meio boba, de boca aberta, olhando o vazio? Virou cronista. Não é exlusividade brasileira. Coronista era quem escrevia para El Rey contando o que seus súditos andavam fazendo lá onde Judas perdeu as botas (...)”. Antonio Prata. • “A crônica é um gênero essencialmente literário e não jornalístico, é o pingente do jornal. Se o pingente é uma jóia ou não, depende do estilo do cronista. Crônica não é notícia, embora possa refletir sobre o noticiário. Pode também criar sua própria realidade e ser livremente ficcional. A crônica revela um único e soberano ponto de vista: a do cronista (...)”. João Paulo Cuenca.

  18. Exemplos de crônicas • Abrir o arquivo = crônicas seleção 3ªsérie 2010. doc

  19. Inferno nacional Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) A historinha abaixo transcrita surgiu no folclore de Belo Horizonte e foi contada lá, numa versão política. Não é o nosso caso. Vai contada aqui no seu mais puro estilo folclórico, sem maiores rodeios. Diz que era uma vez um camarada que abotoou o paletó. Em vida, o falecido foi muito dado à falcatrua, chegou a ser candidato a vereador pelo PTB, foi diretor de instituto de previdência, foi amigo do Tenório, enfim... ao morrer nem conversou: foi direto para o Inferno. Em lá chegando, pediu audiência a Satanás e perguntou: – Qual é o lance aqui? Satanás lhe explicou que o Inferno estava dividido em diversos departamentos, cada um administrado por um país, mas o falecido não precisava ficar no departamento administrado pelo seu país de origem. Podia ficar no departamento do país que escolhesse. Ele agradeceu muito e disse a Satanás que ia dar uma voltinha para escolher o seu departamento

  20. Está claro que saiu do gabinete do Diabo e foi logo para o departamento dos Estados Unidos, achando que lá devia ser mais organizado o inferninho que lhe caberia para toda a eternidade. Entrou no departamento dos Estados Unidos e perguntou como era o regime ali. – Quinhentas chibatadas pela manhã, depois passar duas horas num forno de duzentos graus. Na parte da tarde: ficar numa geladeira de cem graus abaixo de zero até as três horas e voltar ao forno de duzentos graus. O falecido ficou besta e tratou de cair fora, em busca de um departamento menos rigoroso. Esteve no da Rússia, no do Japão, no da França, mas era tudo a mesma coisa. Foi aí que lhe informaram que era tudo igual: a divisão em departamento era apenas para facilitar o serviço no Inferno, mas em todo lugar o regime era o mesmo: quinhentas chibatadas pela manhã, forno de duzentos graus durante o dia e geladeira de cem graus abaixo de zero pela tarde.

  21. O falecido já caminhava desconsolado por uma rua infernal, quando viu um departamento escrito na porta: Brasil. E notou que a fila à entrada era maior do que a dos outros departamentos. Pensou com suas chaminhas: “Aqui tem peixe por debaixo do angu”. Entrou na fila e começou a chatear o camarada da frente, perguntando por que a fila era maior e os enfileirados menos tristes. O camarada da frente fingia que não ouvia, mas ele tanto insistiu que o outro, com medo de chamarem a atenção, disse baixinho: – Fica na moita, e não espalha não. O forno daqui está quebrado e a geladeira anda meio enguiçada. Não dá mais de trinta e cinco graus por dia. – E as quinhentas chibatadas? – perguntou o falecido. – Ah ... o sujeito encarregado desse serviço vem aqui de manhã, assina o ponto e cai fora. (Dois amigos e um chato, 15ª edição. São Paulo: Moderna, 1986.)

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