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Conjuntura Econômica e Perspectivas para 2012 a 2016. Junho/2012. Juan Jensen jensen@tendencias.com.br. Estrutura. Cenário Mundial EUA Europa China Cenário Doméstico Atividade Econômica Inflação Política Fiscal Política Monetária Taxa de Câmbio. Cenário Mundial. EUA.
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Conjuntura Econômica e Perspectivas para 2012 a 2016 Junho/2012 Juan Jensen jensen@tendencias.com.br
Estrutura • Cenário Mundial • EUA • Europa • China • Cenário Doméstico • Atividade Econômica • Inflação • Política Fiscal • Política Monetária • Taxa de Câmbio
EUA • Economia mantém sinais de recuperação moderada, embora com predomínio de números recentes negativos. • Mercado de trabalho vem perdendo fôlego ao longo do semestre. Taxa de desemprego voltou a subir em maio, para 8,2%. • Confiança dos consumidores tem oscilado em patamares satisfatórios, mas acomodação do emprego e piora na Europa impõem cautela • Neste ambiente, amplia-se a pressão sobre o Federal Reserve para a adoção de um novo quantitativeeasing. Ainda não há consenso no board. Fonte: Bloomberg e BLS
Europa Autoridades devem seguir atuando para evitar ruptura Espanha: resgate do setor financeiro tinha caráter de urgência. Detalhamento do empréstimo de € 100 bilhões deverá ser anunciado a partir do dia 21, quando se encerra o 1º estágio da auditoria externa nos bancos. Grécia: resultado das eleições parlamentares do último domingo foi positivo, com vitória da nova democracia. Itália: país também segue sob pressão, com alto endividamento público e temores relacionados aos bancos. Fonte:Bloomberg (Elaboração: Tendências)
Europa Aposta em cenário de não-ruptura, entretanto, não significa que os desafios para a região foram minimizados. Tais ações representam apenas um importante “ganho de tempo”, enquanto avanços estruturais necessários são discutidos e lentamente implementados. Dentre estes desafios, destacam-se: Reduzir o desemprego Reduzir o diferencial de competitividade entre os países do bloco Equacionar as elevadas dívidas Retomar o crescimento econômico Elaboração:Tendências
Europa • Desemprego segue elevado, tendo atingido recorde histórico de 11% em abril. Pior cenário é observado na Espanha, com taxa de desemprego acima de 24%. • Endividamento é outro aspecto que merece atenção. Tentativas de afrouxamento das medidas de austeridade serão limitadas pela delicada situação fiscal e alto custo de financiamento. Fonte: Bloomberg e Eurostat
China 8 • Atividade está em desaceleração, fato sinalizado pela ampla maioria dos dados. • Com inflação sob controle, Banco Central tem atuado para estimular a economia. Taxa dos compulsórios foi reduzida por 2 vezes neste ano e em 07 de junho a taxa de juros foi reduzida pela primeira vez desde o final de 2008. • Revisamos projeção de crescimento do PIB em 2012 e 2013 para 8,0% (de 8,5%). • Seguimos avaliando que governo está dotado de instrumentos para conduzir o inevitável processo de desaceleração de maneira suave. Fonte: Bloomberg (elaboração Tendências)
China – Inflação • Inflação tem mantido trajetória de desaceleração nos últimos meses, refletindo acomodação da demanda interna e deterioração do cenário global. • CPI teve variação anual de 3,0% em maio, menor desde abril/2010. • PPI intensificou a deflação em maio (1,4%), maior queda de preços desde novembro/2009.
China – Política monetária • Ou seja, cenário aponta arrefecimento da atividade e inflação em baixa. • Com isso, abre-se o espaço para ações de estímulo por parte do Banco Central. Nos últimos meses foram promovidas 3 reduções da taxa dos compulsórios bancários e 1 redução da taxa de juros em, 7 de junho. • A queda da taxa de juros para 6,31% ao ano foi o primeiro movimento neste sentido desde o final de 2008. Entretanto, pode ser considerada apenas uma resposta inicial à alta dos juros reais nos últimos meses, em meio à inflação mais baixa.
China - Crédito • Gradativamente, como resposta às reduções do compulsório, o crédito começa a se expandir novamente. • Porém, há enorme diferença em relação ao movimento adotado como reação à crise no final de 2008 e início de 2009.
China - Crescimento • Com base nos sinais de desaceleração expostos, revisamos projeção para crescimento em 2012 e 2013 para 8,0%, de 8,5% • Ações mais firmes do governo/BC devem evitar desaceleração mais acentuada. Agência estatal Xinhua divulgou na última semana projeção de 8,0% feita pelo departamento de pesquisa macroeconômica do Conselho de Estado.
PIB 14 • Economia vem patinando nos últimos trimestres, com taxas de -0,15% no 3T11, +0,16% no 4T11 e +0,21% no 1T12. • Crescimento este ano foi revisto para apenas 1,9% e isto requer recuperação ao longo dos próximos trimestres (+0,5% no 2T12; +1,4% no 3T12 e +1,2% no 4T12) • Aspecto a ser enfatizado: em nossa visão, crescimento potencial está limitado entre 3,5% a 4% , diante de restrições estruturais. Fonte: IBGE e Tendências (projeção Tendências)
PIB 15 • Abertura oferta e demanda: Fonte: IBGE e Tendências (projeção Tendências)
Confiança do consumidor 16 • Confiança tem apresentado comportamento mais volátil, mas está próxima do patamar mais elevado desde setembro/2005 • De um lado, reajustes salariais e emprego sustentam otimismo. Por outro, aumento do endividamento, inflação e crise externa impõem cautela aos consumidores. Fonte: FGV
Mercado de trabalho 17 • Taxa de desemprego está atualmente está em 5,5% (maio, dessazonalizado). Geração de empregos voltou a ganhar fôlego no início de deste ano (+0,4% em jan, +0,6% em fev, 0,1% em março, 0,3% em abril e 0,8% em maio). • Renda real teve alta de 0,5% em maio e está 4,9% acima de maio/2011. Com a alta de 2,5% da ocupação, massa real está com crescimento de 7,5% na comparação anual. • Para os próximos anos, desemprego deve seguir em queda, porém em ritmo mais modesto, dada a proximidade com a taxa neutra (estimamos em 5,0%). Há claros sinais de escassez de mão de obra em determinados setores. Fonte: IBGE (projeção Tendências)
Crédito – Pessoa Física 18 • Para 2012, esperamos crescimento de 10,2% nos saldos de crédito, após +9,1% em 2011. • Nos primeiros meses de 2012, observou-se comportamento mais cauteloso dos bancos que está relacionado ao aumento da inadimplência e das incertezas quanto ao cenário econômico. • Destaque mais negativo: financiamento de veículos, com retração de 12,5% nas novas concessões no 1T12 (ante 1T11), considerando a média diária deflacionada. • Para os próximos meses, espera-se recuperação no crédito, cenário reforçado pelas recentes medidas de estímulo anunciadas (liberação de compulsório especificamente para financiamento de veículos e redução de IOF sobre operação de crédito PF). Fonte: Banco Central (projeção Tendências)
Crédito – Taxa de juros e spread bancário 19 • Taxa de juros à pessoa física deve reverter a tendência de alta do período recente e passar a mostrar queda ao longo de 2012, reflexo do afrouxamento da política monetária em curso e as medidas de estímulo adotadas pelo governo • Os spreads vinham mostrando resistência, a despeito do atual ciclo de afrouxamento monetário e da reversão de medidas macroprudenciais, porém já mostraram recuo em março e abril. Em abril spread PF atingiu 33,2% (-1,9 pp. em relação a março). • Para 2013, um novo ciclo de aperto monetário é esperado, o que deve pressionar novamente as taxas de juros dos financiamentos. Spreads – Pessoa Física (%) Taxa de Juros – Pessoa Física (% a.a.) Fonte: Banco Central (projeção Tendências)
Crédito – Inadimplência 20 • Com a melhora esperada para as condições de crédito e a manutenção do cenário favorável para a renda das famílias, a inadimplência deve mostrar trajetória de queda ao longo dos próximos meses. • Apesar disso, em abr/12, a taxa de inadimplência da carteira de PF registrou elevação para 7,6%. Em março, taxa estava em 7,4%. • Nossa projeção contempla taxa de inadimplência em 6,9% em 2012. Taxa de Inadimplência PF (%) Fonte: Banco Central (projeção Tendências)
Consumo • Em janeiro, PMC registrou expansão de 3,2% MoM (há mudança metodológica devida a nova POF). Em fevereiro houve estabilidade (-0,1%) dada a base de comparação mais alta, em março alta de 0,3% e em abril alta de 0,8%. Trajetória ainda é de expansão robusta. • PMC ampliada subiu 1,8% em janeiro, caiu 0,9% em fevereiro e subiu 0,6% em março e 0,7% em abril. Veículos tem puxado desempenho negativo (-3,3%, -2,2% -1,3% e +0,2% em jan, fev, mar e abr). • Mas cenário para o consumo é positivo, nossa projeção para 2012 foi revista para alta de 6,5% Fonte: IBGE (projeção Tendências)
Inflação • Após inflação ter encerrado o ano no teto da meta (6,50%), tivemos um período mais benigno para o quadro inflacionário. Em 12 meses, IPCA desacelerou de 6,50% para 4,99% em maio. • Comportamento das commodities em reais e fatores pontuais ajudaram a explicar melhora maior que a esperada. No entanto, núcleos continuam instáveis, apontando riscos para a sustentação do recuo recente. Convergência para 4,5% segue pouco provável. • Para 2012, projeção está 5,1%. Fonte: IBGE (projeção Tendências)
Inflação - Serviços • Há ocorrido melhora na inflação de serviços, mas grande parte da melhora tem relação com mudança de POF, principalmente devido a queda do peso de educação. • Peso de educação (cursos) no IPCA total passou de 6,14% para 3,69%. • Peso de educação em serviços passou de 17,52% para 10,10%. Fonte: IBGE (projeção Tendências)
Inflação – Expectativas • Expectativas para 2013 seguem totalmente desancoradas. • Dúvidas em relação à real meta perseguida pelo BC e sobre sua política monetária em 2013 (se elevará os juros no montante necessário) explicam tal dispersão. • Os próprios modelos do BC mostram previsão elevada, em 5,3%. • Nossa projeção para IPCA de 2013 é de 6,0%. IPCA 2013 Fonte: Banco Central
Política Fiscal 25 • Governo cumpriu meta de primário de 3,1% do PIB em 2011. • Para 2012, contando com receitas extraordinárias, como dividendos (via BNDES), e contenção de gastos na “boca do caixa” , devemos ter mais uma ano de cumprimento de meta. Na margem há especulações de não cumprimento da meta. • Sinalização este ano de contenção de gastos com pessoal é positiva mas não deve ser padrão em 2013 e 2014. • A partir de 2013 projetamos não cumprimento, relacionado a maiores gastos, especialmente com pessoal e investimentos. Fonte: Banco Central (projeção Tendências)
Política Monetária • Redução de juros desde meados do ano passado está ancorado em viés desinflacionário do cenário externo e desaceleração doméstica. • Comunicação do BC tem sido errática, dificultando os prognósticos para os próximos passos. • Nosso cenário contempla Selic a 7,5% em dezembro. • Política tem que ser revertida em 2013, a fim de evitar risco de estouro do teto da meta. Fonte: Banco Central (projeção Tendências)
Taxa de câmbio • Desde 18 de maio, Banco Central promoveu 8 leilões de swaps cambiais, a fim de atender a demanda por hedge e conter a pressão de desvalorização do real. • Decisão de reduzir a incidência do IOF de 6% nos empréstimos externos (de 5 para 2 anos) reforça a visão de que governo deseja impor limites para a alta do dólar. • Entrevista dada pelo Ministro Mantega para comentar a mudança sinaliza claramente que o padrão atual da política cambial será mantido, na base de decisões de curto prazo e respondendo a aspectos conjunturais. • Gudo Mantega (14/junho) • “Única medida cambial em cogitação era essa” • “Vamos ver a eficácia da medida, pode ser revertida a qualquer momento” • “ Se aumentar o fluxo cambial, podemos aumentar o prazo de novo” Fonte: Banco Central (projeção Tendências)
Taxa de câmbio • Estamos em um modelo de “Bandas Cambiais”? Fonte: Banco Central (projeção Tendências)
Taxa de câmbio • Analisando os fundamentos, piora dos termos de troca merece atenção. • Ainda assim, desvalorização do Real tem sido maior do que outras moedas, dado as as ações do governo para desvalorizar o Real ao longo dos primeiros meses do ano. Essas atuações do governo dificultam projeções baseadas em fundamentos. • Para os próximos anos, está mantida a expectativa de desvalorização cambial por conta da perda nos termos de troca e da gradual normalização das condições monetárias nas regiões avançadas. Termos de troca Fonte: Banco Central (projeção Tendências)
Resumo • Cenário atual é marcado por grandes incertezas, externas e internas. Lá fora, risco de deterioração adicional na Europa existe, enquanto economias dos EUA e China mostram desempenho inferior ao esperado. • No Brasil, PIB terá desempenho novamente modesto em 2012 (1,9%), mas no segundo semestre do ano ritmo deve melhorar gradualmente. • Decisões políticas recentes mostram apego ao modelo baseado no consumo, mas não criam condições estruturais para melhora da oferta. • Diante de contexto internacional e da desaceleração interna atual, BC seguirá reduzindo a taxa Selic até 7,5%. • Inflação seguirá acima do centro da meta nos próximos anos. Mercado de trabalho ainda relativamente aquecido sustenta renda real. • Fiscal deve apresentar cumprimento de meta em 2012, mas há dificuldade para anos posteriores. • Intervenção crescente do governo no mercado de câmbio mantém taxa descolada dos fundamentos. Depreciação no médio prazo se deve a fatores estruturais.
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