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CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ANCHIETA. TOYOTISMO: O MODELO JAPONÊS DE ADMINISTRAÇÃO. Prof. Dr.Vivaldo José Breternitz. Ao contrário do que muitos pensam, o mundo e a Administração não começaram em 1911, quando Frederick W. Taylor (1856-1915) publicou “Princípios de Administração Científica”
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CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ANCHIETA TOYOTISMO: O MODELO JAPONÊS DE ADMINISTRAÇÃO Prof. Dr.Vivaldo José Breternitz
Ao contrário do que muitos pensam, o mundo e a Administração não começaram em 1911, quando Frederick W. Taylor (1856-1915) publicou “Princípios de Administração Científica” O Modelo Japonês tem origem num passado remoto
Os valores da sociedade japonesa foram consolidados a partir da Era Tokugawa (1600-1868) • Em 1600, Tokugawa Ieyasu passou a dirigir o pais, usando o título de Xogum e transformando o Imperador em figura decorativa • Promulgou leis que consolidaram o feudalismo, mas que deram ao pais 250 anos de paz, estabilidade política, crescimento econômico e florescimento cultural
Nesse período, • Estabeleceu-se o confucionismo como filosofia “oficial”, o que em conjunto com as medidas de Tokugawa, acabou gerando uma sociedade: • Hierarquicamente orientada • Em que o coletivo prevalece sobre o individual • As ações e os conceitos de bem e mal são julgados pelo que representam para o grupo • O medo da desonra ou rejeição pelo grupo dita os padrões de comportamento • O país se tornou extremamente fechado em termos culturais e econômicos
Em 1853, Forçadas pela presença de uma frota comandada pelo comodoro Mathew C. Perry, foram abertas negociações que levaram à assinatura, em 1854, de um acordo comercial (tratado de Kanagawa) com os Estados Unidos, ao qual se seguiram outros com várias potências ocidentais. Conflitos decorrentes da abertura provocaram a renúncia do último Xogum, Tokugawa Yoshinobu, e levaram à restauração do poder do Imperador em 1868.
O período pós restauração • Rápido processo de modernização, porém havia a idéia de preservar os valores básicos da sociedade (espírito japonês, tecnologia ocidental) • Formação dos zaibatsu, grandes corporações familiares (Mitsui, Iwasaki (Mitsubishi), Yasuda, Sumitomo, etc.) • Busca da expansão territorial, política e econômica, com ocupação militar de áreas no Extremo Oriente (partes dos atuais Vietnã, Coréias, China, etc).
A tragédia A busca da expansão culminou com a participação e derrota, com destruição da economia (e humilhação), na 2ª Guerra Mundial A Guerra foi um ponto de virada para o Japão Tragédia: a busca da expansão culminou com a participação e derrota, com destruição da economia (e humilhação), na 2ª Guerra Mundial
A derrota Deveu-se também à capacidade americana de produzir mais e melhor (soldados, armas, suprimentos etc.)
Nas raízes da derrota, estavam as sementes do crescimento • Por razões geopolíticas, os americanos investiram muito no Japão, que durante alguns anos foi praticamente governado pelo General MacArthur (embora o Imperador Hirohito continuasse no cargo)
Era preciso investir... • Ainda mais porque • O Japão é pobre em recursos naturais • Sua indústria gozava de conceito muito ruim em termos de qualidade dos produtos, que eram considerados apenas cópias baratas
Vale a pena ler • Made in Japan, de Akio Morita (a história da Sony, por seu criador)
O pós-guerra • Ascensão dos keiretsu (trustes industriais – Toyota, Mitsubishi) • Atuação do MITI (Ministério do Comércio Exterior e Indústria): força total à exportação • Ênfase à gestão da produção, com aplicação das idéias de Deming, Juran, Ishkawa e outros – evolução do Fordismo • Exemplo típico: Toyota (JIT, Kanban, Kaizen, etc.) • Economia passa por situação não muito confortável desde os anos 90
UMA PRÁTICA POUCO DISCUTIDA: POKA- YOKE • Técnicas (simples) de prevenção de defeitos (do projeto à entrega do produto)
A aplicação dessas práticas têm gerado resultados, pois em 2008 A Toyota vendeu 8,97 milhões de veículos, contra 8,36 milhõesdaGM Em2005, a Toyota obteve lucros recordes de US$ 11 bilhões, que ultrapassa os ganhos da GM, Ford e Daimler-Chrysler juntas. Nada mauparaumaempresaquepassou a fabricarveículosem 1935 Toyota A1 e G1, 1936
Tenho uma dúvida: • Os japoneses desenvolveram muitos produtos, mas poucos conceitos • Os ingleses desenvolveram muitos conceitos mas poucos produtos • Será verdade? • Por que?
Resumindo The Toyota Way: “4P” model • Philosophy (long-term thinking) • Process (eliminate waste) • People and partners (respect, challenge them to achieve more, grow leaders) • Problem-solving (continuous improvement and learning)
Toyota Way: alguns pontos mais • Start with the customer, by asking yourself– “what value are we adding from the customer’s perspective?” • Not a single Toyota car is on the dreaded “vehicles to avoid” list published by Consumer Reports. About 50% of the GMs and more than 50% of the Chryslers are to be avoided. • It may not be a top priority to keep your workers busy making parts as fast as possible. • Toyota system demonstrates that focusing on quality actually reduced cost more than focusing only on cost.
Toyota: finalizando • In 1959 opened first plant outside of Japan, in Brazil.
Açlguns acreditam que o modelo japones, (de forma ampla, não o Toyota apenas) não se sustentará: “Japan will disappear – it will become inorganic, empty, neutral-tinted; it will be wealthy and astute” Yukio Mishima (escritor ultra-nacionalista, nasceu em 1925 e suicidou-se em 1970, praticando “harakiri” em um quartel, após conclamar inutilmente os soldados a se revoltarem “pela salvação do Japão”)
Vulnerabilidades do Japão/Sistema Toyota • Dependência da cooperação irrestrita dos envolvidos (reação às idéias de Carlos Ghosn?) • Sistema sem folgas – erros prejudicam o processo • Atividades administrativas não tão eficientes • Diminuição do ciclo de vida dos produtos • Consumismo ambientalmente irresponsável • Sistema financeiro em dificuldades • Parcos recursos naturais • A bomba demográfica: até 2050 a população deve cair 14%, com 94 aposentados para cada 100 trabalhando
Dúvidas... • O Japão em 2010 deixou de ser a 2ª economia do mundo • Será que ainda se pode falar em “modelo japonês/Toyota”? • Ou será que foi uma feliz combinação de aspectos culturais, boas técnicas e ambiente, que dificilmente pode ser reproduzida? • Carlos Ghosn e a Nissan, Howard Stringer e a Sony
RECOMENDA-SE • FERREIRA, Ademir A. Gestão empresarial de Taylor aos nossos dias. São Paulo: Pioneira, 1997 • MORITA, Akio. Akio Morita e a Sony. São Paulo: Cultura, 1997 • Lean Institute Brasil , www.lean.org.br