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Principal exorcista da Santa Sé afirma: «diabo está no Vaticano».Há 25 anos que Gabriele Amorth é o principal exorcista da Santa Sé. Agora, o padre vem a público denunciar que «o diabo está a trabalhar dentro do Vaticano».«O diabo mora no Vaticano e as consequências são visíveis», afirmou Amorth, em entrevista ao La Repubblica.Para o padre de 85 anos, os recentes escândalos de abusos sexuais de menores em instituições da Igreja ou os episódios de luta pelo poder na hierarquia católica, entre «cardeais que não acreditam em Jesus e bispos que estão ligados ao demônio», são o exemplo claro da presença de belzebu.
Ao respeitado príncipe da Igreja Católica Apostólica Romana: Dirijo-me ao Papa a fim de manifestar a minha tristeza com relação ao estado no qual o Vaticano se encontra. Sendo evidente que essa situação estava além das possibilidades do Papa de resolvê-la, e sendo esta uma situação emergencial, o que deve ser feito nesse caso é se chamar a uma pessoa realmente competente para solucionar fato tão grave. Resumindo: se o Papa não consegue resolver o problema é melhor chamar um diabólogo, e o único diabólogo que eu conheço e que é capaz de extirpar o diabo do Vaticano é o Mestre. Por tudo o que já assisti e vi em mais de dez anos e por todo trabalho que o Mestre vem realizando há mais de trinta e cinco anos no sentido de livrar os homens da ilusão em que eles viviam, tirar um diabo do Vaticano é um serviço bem simples, principalmente para quem já neutralizou a ação de centenas de discípulos que se encontravam a serviço do diabo, que na União do Vegetal nós denominamos de ‘força inferior’. Eu sou testemunha do afastamento realizado em vários desses discípulos que infelizmente se encontravam sob a influência do inimigo.
O Mestre teve que fazer uma verdadeira limpeza no ambiente. E da mesma forma que o Mestre fez uma limpeza no âmbito da União do Vegetal, com certeza ele pode fazer o mesmo no âmbito do Vaticano. O Mestre é comprovadamente a maior autoridade no assunto. Esse é o trabalho que ele vem fazendo há anos: desendiabrar o diabo e auxiliar os homens a deixarem de ignorar a existência do diabo, fazendo com que eles se dêem conta cada vez mais de todas as formas de atuação daquele que é considerado o confundidor. E o melhor é que é tão grande o Amor do Mestre pela humanidade que penso que ele faria esse trabalho de limpeza de GRAÇA!! E como a limpeza agrada a Deus, com certeza todo o planeta vem sentir os benéficos eflúvios desse misterioso trabalho que só ele capaz de fazer.
Portanto, respeitado Papa, antes que seja tarde demais é bom chamar quem sabe e pode resolver essa situação. Tal possibilidade deve ser motivo de profunda reflexão, uma vez que não é por acaso que estavam acontecendo tantos desastres no mundo em tantas áreas como a econômica, política, social, geográfica e a responsabilidade está em cima das pessoas que estão investidas da autoridade. Elas só não devem confundir a pessoa física delas com a autoridade sob pena de ter que responder pelas inevitáveis e inexoráveis conseqüências. E se precisar de uma pessoa para intermediar as tratativas entre o senhor e o Mestre, estou à disposição para auxiliar em tudo o que for preciso. Melania Deborah AdjiKeter Ex-judia e discípula do Mestre da União do Vegetal
Diabologia A arte de conhecer Satan
Falar sobre o diabo não é um desafio qualquer: é um dos maiores desafios. Só se pode falar com propriedade sobre aquilo que se conhece, e conhecer o diabo é privilégio de bem poucos. De forma corajosa, lúcida e original, o Mestre Joaquim José de Andrade Neto, autor de diversas obras de cunho espiritual, discorre de cátedra sobre o mais temível adversário dos homens, cuja origem, formas de atuação e destino são o tema de seu novo livro Meu amigo, o diabo. Símbolo? Mito? Ficção? Lenda? Superstição? Ou uma ameaça constante e invisível em nossas vidas? A verdade é que o diabo está muito mais associado à existência humana do que se imagina. Esse poderoso e degenerado anjo, versado há milhões de anos na excepcional arte de iludir, dedica-se a atormentar os homens que ignoram suas inúmeras faces. E essa ignorância generalizada a seu respeito é o traço mais marcante e trágico da humanidade, causa de todo o sofrimento e aflição registrados na História. Por ser a origem de todo o mal sobre a Terra, Satan tem sido largamente repudiado e execrado. Mas, apesar de todo o perigo que ele representa, e embora bem poucos o saibam, o fato é que sua atuação pode revelar-se de grande utilidade.
E é este, justamente, o tema da recém-lançada obra do diabólogo Joaquim José de Andrade Neto, que apresenta a mais abominável das criaturas como um indispensável auxiliar no processo do autoconhecimento e evolução humana. O escritor, Mestre Geral Representante do Centro Espiritual Beneficente União do Vegetal Luz Paz e Amor, que tem atraído pessoas do mundo inteiro pelo singular trabalho de educação espiritual que vem realizando, esclarece que querer alcançar Deus sem levar em conta o adversário é uma ilusão, pois o homem não chega a Ele senão pelo diabo, observando e vencendo o inimigo interno. Nesse sentido, a Teologia – o estudo da natureza de Deus – é, a seu ver, algo de uma flagrante inutilidade, mesmo porque não compete ao homem conhecer Deus, mas senti-Lo. E o homem só pode sentir Deus na medida em que se livra do diabo. Entrevistado, Joaquim José de Andrade Neto falou com incontestável sabedoria sobre esta e diversas outras questões referentes ao livro, sobre a importância da Diabologia para a conquista da paz de espírito e da harmonia nos relacionamentos humanos e sobre seu trabalho de humanização do homem.
Humanus – O que é um diabólogo? Mestre – É alguém que se dedica a observar a natureza humana, conhecendo e desmascarando os mais variados artifícios usados pelo Filho da Queda. Não deve ser confundido com um satanista ou cultuador do diabo, que é dependente do diabo, ou seja, que usa o diabo como meio de vida, fazendo dele um arrimo capaz de sustentar as crenças que iludem e fanatizam os incautos. Humanus – Por que esse tema? Mestre – Trata-se do assunto mais importante que existe, pois a chave para deixar de viver no inferno e começar a viver no paraíso é o conhecimento sobre as formas de atuação do diabo. Quem ignora essas formas fica sujeito às sugestões dele, mas quem as conhece aprende a ficar imune a elas. Então, a tendência a se deixar influenciar pelo diabo é proporcional ao grau de desconhecimento a seu respeito. E, sendo assim, suas inúmeras formas de atuação só poderão ser interditadas à medida que se tornem públicas e notórias.
Humanus – O senhor acha que a sociedade atual está mais suscetível às tentações do diabo? Mestre – Essa idéia de que a sociedade atual seria mais suscetível às tentações do diabo que as sociedades do passado não reflete a realidade. Trata-se, em outras palavras, de uma questão psicológica, mesmo porque, por mais que existam problemas, a situação pode ser cambiada de um momento a outro. Para que isto aconteça, bastará que, ao invés de influências negativas, as pessoas comecem a receber, constantemente, influências positivas. Os que fizerem um bom proveito da leitura de Meu amigo, o diabo, por exemplo, estarão menos vulneráveis que antes ao poder do confundidor. Diante dos inumeráveis milênios de atuação do diabo, falar em influência dele na sociedade atual é tão insensato quanto querer diferenciar a natureza de uma gota de água do mar da natureza do próprio mar. Ele vem realizando seu trabalho, de forma constante, insistente e devastadora, desde que o homem surgiu sobre a face da Terra, titereando e influenciando os mais débeis, os que se submetem às suas tentações. A única diferença entre o que acontecia antes e o que acontece atualmente é que, pela força do mistério, o diabo não mais se limita a exercer influências malignas apenas com o objetivo de atormentar os homens. Porque, depois de milhões de anos de trabalho inútil, ele finalmente compreendeu que se o homem ficasse cada vez menos homem ele ficaria cada vez mais diabo.
Então, não querendo ficar na contramão da História, uma vez que tudo é dinâmico e evolui, ele sente agora uma vontade quase desesperada de reverter sua situação. E eu, sensibilizado por essa situação, ofereço-lhe meus préstimos, porque a desendiabração do diabo só acontece à medida que ele sente aumentar a luz no coração do homem. Humanus – Quer dizer então que o senhor é um advogado do diabo? Mestre – Eu, apesar de ser advogado, raras vezes exerci essa profissão. E nessas poucas vezes, foi em causa própria. Isso no plano material; mas, no espiritual, encontrei um “cliente” irrecusável, porque sua causa, supostamente perdida, poderá, uma vez revertida, provocar uma transformação como jamais houve na Terra. E, ciente disto, venho me sentindo estimulado a fazer em nome dessa reversão tudo o que estiver ao meu alcance. Se o diabo se reabilitar, esse será o maior acontecimento da História, e é justamente na luta por essa vitória que consiste o meu trabalho. Humanus – No seu livro o senhor fala sobre a existência do diabo e de como ele surgiu. Denomina-o Íblis e diz ter sido um arcanjo que foi expulso do Paraíso. Na -Bíblia não existe este arcanjo. Como chegou até ele?
Mestre – O fato de o nome de Íblis não constar na Bíblia não permite concluir que Íblis não exista. Esse nome é um dos muitos usados pelo confundidor. A Bíblia relata uma história genealógica do povo hebreu que foi enriquecida com símbolos e ensinamentos provenientes de muitos povos que se encontram na bruma do tempo. Por isso mesmo, ela não pode servir de referência. Além disso, o fato de haver ou não menção a ele na Bíblia é irrelevante. O importante é cada um conseguir extrair, a partir do conhecimento de sua existência, o esclarecimento de que seu espírito necessita. Quanto à sua pergunta sobre como cheguei até ele, esclareço que ele é que chegou até mim. Mas já foi embora. Nossa amizade, agora, é marcada por uma distância estelar. Humanus – Segundo seu relato da história da Criação, os homens são filhos do diabo... Mestre – Sim, de forma direta ou indireta, todos são, exceto os que vêm para cá com a missão de alertar a humanidade a respeito desse fato. Mas apesar de quase todos os homens, de uma forma ou de outra, serem filhos do diabo, são também, indiretamente, filhos de Deus, uma vez que o diabo, diretamente, é Seu filho. E por ser filho de Deus, o demônio traz em sua essência o divino, traz Deus em seu interior.
O nome Lúcifer significa portador da luz, e é por isso que esse anjo caído já foi chamado de Estrela da Manhã. Em verdade, ele está tentando retornar à Corte Celestial, e sabe que isso só acontecerá no dia em que cada homem tiver conseguido libertar-se de sua influência. Assim, embora constitua um obstáculo, ele não é um inimigo, mas sim um amigo, pelo menos em potencial. São duas faces de um mesmo rosto, que se complementam como a noite e o dia, ou como a morte e a vida. Uma é a porta da outra. A compreensão é a ponte que conduz o inferior ao superior, o diabo a Deus. Tudo é uma questão de grau. Humanus – O senhor afirma que Eva traiu Adão e teve um caso de amor com Íblis. Mas então o diabo também ama? Mestre – Não é por acaso que, no Fausto de Goethe, Mefistófeles diz: “Sou o espírito que deseja eternamente o mal, mas que faz eternamente o bem.” A utilidade do diabo, como se vê, já era pressentida pelo célebre poeta alemão. Tais palavras permitem entrever o milenar segredo de que é possível fazer do diabo um amigo. Conforme dizem os franceses: “Danslavietoutc’est une question de savoirfaire.” (Na vida tudo é uma questão de saber fazer.)
Humanus – Ao falar em infidelidade terapêutica, o senhor faz uma analogia entre o primeiro casal e a maioria dos casais da atualidade. Mestre – A dificuldade que os casais enfrentam para se entender, causa das maiores neuroses, frustrações e problemas humanos, é tão antiga quanto o próprio homem. E, embora possa ser superada, por ter se arrastado já por tanto tempo acabou sendo identificada pela maioria das pessoas como uma espécie de doença crônica. As pseudo-religiões, a psicanálise e as mais variadas psicoterapias se encontram em seus últimos estertores, impotentes diante deste milenar problema. É fácil comprovar que a sensibilidade feminina, em 90% dos casos, transcende a masculina, o que permite às mulheres captar do éter inspiração e compreensão espontâneas, que são por elas transmitidas aos homens de forma consciente ou inconsciente. Assim, a mulher, por sua própria natureza, aspira a encontrar no homem atributos capazes de despertar nela admiração e respeito. Mas os homens raramente têm autoridade para tal, e é esta, justamente, a raiz do problema. O impasse é um reflexo do drama vivido pelos casais Eva-Íblis-Adão-Lilith. Esse drama permite entrever, aos que possuem capacidade para decifrar sua rica simbologia, que a questão só pode ser resolvida através do combate à inveja, ao orgulho e ao ciúme, que não são senão efeitos da influência do diabo. Diante do quase irresistível magnetismo do Adversário, cabe aos homens se tornarem menos machistas e mais competentes, pois só assim é que as mulheres, por sua vez, poderão tornar-se cada vez menos bruxas.
Humanus – Embora possua semelhanças com o relato bíblico, a saga de Íblis não coincide com o relato do Gênese. Que fonte de pesquisa o senhor usou? Mestre – Trata-se de um antigo e milenar registro histórico gravado no arquivo da natureza chamado memória espiritual, arquivo esse que não é a primeira vez que foi consultado. Humanus – O senhor acredita na Bíblia? Mestre – Eu interpreto a Bíblia. Faço uma leitura, sob a ótica do espírito, dos significados que nela se encontram ocultos na forma de antigos símbolos que têm a idade do tempo. Humanus – Sua teoria sobre a existência do diabo contrapõe-se à teoria cristã da existência do demônio? Mestre – Não tenho uma teoria a respeito da existência do diabo. Trata-se de uma constatação da forma como ele age mesmo através de sua não existência, ou seja, da ilusão. Enquanto o homem é um ser, o diabo é um parecer ser. Sua existência apenas toma forma para aqueles que ele consegue influenciar. E a constatação disto não se contrapõe à noção cristã do demônio, mas reflete a experiência de Jesus com o infeliz.
Humanus – O senhor já escreveu outros livros ou realizou outros trabalhos sobre o tema? Mestre – A fim de que meus ensinamentos não fiquem restritos aos meus 300 discípulos, sirvo-me dos mais diferentes instrumentos. As obras publicadas representam uma parte deles. Em Um Conto de Tolstoi à luz da Oaska (obra publicada em 1999), trato também do tema do diabo e suas formas de atuação, mas desta vez interpretando um conto de Léon Tolstoi – Ivan, o imbecil – sob a luz da espiritualidade. Porém, o trabalho mais importante que eu realizo é o da distribuição do misterioso chá Oaska, que, quando preparado e distribuído por quem verdadeiramente o conhece e faz parte de sua história, tem o poder de auxiliar as pessoas a transformar seu pior inimigo num amigo. E para dar início a essa transformação, cada um tem que começar de si mesmo, uma vez que o primeiro e maior inimigo de um homem inconsciente é ele próprio. Somente vivendo esse processo é que ele aprende a reverter sua situação, deixando de ser influenciável para tornar-se influenciador e passando da condição de sujeitado à de senhor. Essa reversão é resultado de uma arte, a arte real, que pode ser exercida por todos os que têm busca espiritual.
Humanus – Então o senhor relaciona, de alguma forma, as vitórias sobre o diabo com a sabedoria? Mestre – A sabedoria de viver está totalmente associada à questão da vitória sobre o diabo. Ela é proporcional à capacidade de transformar as investidas do inimigo em benefícios e de descobrir em cada um de seus ataques uma chance de aprendizagem e aperfeiçoamento. Esse trabalho é mais do que fazer o chumbo tornar-se ouro: é fazer o inútil tornar-se útil; o medonho, bonito; o medíocre, interessante; e o impuro, puro. Humanus – No preâmbulo, o senhor agradece ao diabo pelos problemas que ele lhe causou e que contribuíram para o seu trabalho. Que tipos de problemas foram esses? Mestre – Trata-se de uma longa história permeada de diversos tipos de obstáculo (palavra que em grego é diabolos). O maior problema da humanidade sempre foi a ignorância, por ser ela geradora de incompreensões e por levar os homens a resistirem ao bem. E a ignorância sempre se manifestou através dos inumeráveis secretários do diabo que habitam o planeta. A mídia do sistema, por exemplo, está cheia deles, e é por isso que ela usou dos mais vis recursos não só para impedir a circulação de minhas idéias como também para deturpá-las. Houve até mesmo quem, temendo ver desmascarados os seus artifícios, sofismas, sutilezas e ambigüidades, não titubeou em ameaçar humildes jornaleiros, donos de bancas de jornal, a fim de impedir a circulação de minhas obras.
Já era de se esperar que tudo isso acontecesse, porque quem se arrisca a expor a verdade normalmente enfrenta todo tipo de incompreensão. Mas tudo é bom. Graças a esses obstáculos é que pude alcançar o imprescindível conhecimento sobre a origem do mal, conhecimento do qual resultou a obra Meu amigo, o diabo. A publicação desta obra e o surpreendente interesse que tem despertado nas pessoas constituem mais uma prova de que as investidas do diabo conduzem sempre à vitória quando direcionadas aos que o conhecem, o que vem a confirmar a assertiva, com que encerro o livro, de que o poder do mal é grande, mas a coroa pertence ao bem. Humanus – Em nossa sociedade a transgressão é considerada um valor. Como o senhor vê esse gosto por descumprir as regras? Seria esse um comportamento influenciado pelo diabo? Mestre – Se a regra é estabelecida por alguém consciente e, conseqüentemente, cumpridor da mesma, por suposto provém de uma inspiração divina. Não é o que se observa, por exemplo, no caso dos sacerdotes e políticos em geral, que, por terem se acostumado a desobedecer às ordens de comando de suas consciências, submetendo-se assim às seduções e artimanhas do confundidor, tornaram-se ainda mais inconscientes que os outros homens. Tanto é que, apesar de viverem a ditar regras a todos, e embora se digam, respectivamente, representantes e amigos de Deus, são os principais causadores do devastador flagelo e do caos que assola tanto o planeta como o mundo interior de cada um.
A confusão generalizada que faz com que as regras sejam instrumento de poder e com que a transgressão seja considerada uma justa vingança pode ser ilustrada através da seguinte alegoria. Numa linda manhã de sol, quando Deus tomava banho, Satan, de passagem, observou as belas vestes do Criador, que se encontravam sobre uma pedra, e então, não mais que de repente, delas se apropriou e as vestiu. A partir daí, o confundidor deu início a uma longa jornada pelo mundo, atraindo, por onde passava, legiões de seguidores. Tratava-se de pessoas que, embaçadas pela ignorância e desprovidas portanto de suficiente capacidade para discernir a aparência da realidade, não se deram conta de que haviam passado a seguir e adorar algo diametralmente oposto a Deus, ainda que revestido de Sua aparência. Mas, conforme digo no livro, o mistério de Deus está em tudo, e por isso toda essa confusão não passou, na verdade, de uma grande cilada teogônica. E haverá de ser através dessa cilada que milhares de homens e mulheres despertarão do letárgico estado em que viviam, devendo começar inicialmente a suspeitar, e mais tarde a reconhecer, que quem estavam servindo era o próprio diabo. Em vista dos malefícios causados por esses obreiros do mal que se dizem amigos de Deus, eu, com certeza, só poderia mesmo ser amigo do diabo.
Humanus – O senhor diz que é importante conhecer o diabo para saber como e quando ele age e para se prevenir contra ele. Como saber quando o diabo está agindo? Mestre – O diabo atua, em síntese, quando o espírito não está comandando a mente. E as maiores evidências de que isso está acontecendo são as manifestações de egoísmo (ou seja, de indiferença em relação ao bem-estar do próximo), cujos efeitos mais freqüentes são o tormento, a dúvida e a ansiedade. Só o conhecimento sobre o diabo pode desendiabrar o diabo e humanizar o homem, e, a partir de então, permitir a cada um alcançar o conforto de que seu espírito necessita. Humanus – Por que o senhor não menciona o nome de Jesus Cristo no livro nem mesmo quando descreve passagens bíblicas como a da quarentena no deserto? Mestre – O nome de Jesus tem sido tão explorado e desgastado – devido ao fato de Sua imagem ser usada com grande freqüência como instrumento para alcançar poder e, principalmente, dinheiro – que eu não vejo sentido em ficar repetindo-o insistentemente.
O fato de a cada dia surgir alguma nova religião que usa o nome de Jesus é um assunto que também tem a ver com o diabo. Existe até uma história a esse respeito. Dois diabos caminhavam por uma ladeira quando viram um homem abaixar-se e apanhar algo do chão. Disse então um deles: “É melhor nos prevenirmos, pois aquele homem encontrou uma partícula da verdade!” O outro diabo sorriu e nem se abalou. “Isso não fará nenhuma diferença”, respondeu, “vão sistematizá-la e fazer dela uma nova religião.” Humanus – Ser um diabólogo é uma condição exclusiva de um Mestre? Mestre – Apesar dos benefícios que cada vez mais venho sentindo no exercício da Diabologia, para mim não deixou de ser uma surpresa deparar-me com a responsabilidade inerente a este mister. A palavra Diabologia não consta de nenhum dicionário, mas, mesmo assim, sinto que com o tempo essa ciência tenderá a fazer parte do cotidiano de todas as pessoas, uma vez que a paz e a presença de espírito (que em essência todos buscam) estão relacionadas com a capacidade de cada um para conhecer as manhas e manifestações do Adversário. Só que essas manifestações são tanto mais sutis quanto mais se tiver avançado no caminho do autoconhecimento e, portanto, para conhecê-las é preciso atenção e cuidado permanentes.
Humanus – O senhor acredita em Deus? Mestre – Eu não preciso acreditar em Deus. A crença é um estágio que antecede o saber. Minha existência é a maior prova da existência de Deus, uma vez que Ele é a causa sem causa e a causa de todas as causas. A causa única. Humanus – Qual a sua religião? Mestre – A consciência. ***