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Quinhentismo e Barroco. Quinhentismo – século XVI. A literatura de viagens Textos essencialmente informativos, caracterizados como uma espécie de crônica histórica. Estrutura descritiva, com uso frequente das comparações.
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Quinhentismo – século XVI A literatura de viagens • Textos essencialmente informativos, caracterizados como uma espécie de crônica histórica. • Estrutura descritiva, com uso frequente das comparações. • São reconhecidos como manifestações literárias, não como textos literários.
Autores e obras - Carta de Descobrimento (Pero Vaz de Caminha)- Diário de Navegação (Pero Lopes de Sousa)- Tratado da Terra do Brasil e História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil (Pero de Magalhães Gândavo)- Tratado Descritivo do Brasil (Gabriel Soares Sousa)- Diálogos das Grandezas do Brasil (Ambrósio Fernandes Brandão)- História do Brasil (Frei Vicente do Salvador)- Duas Viagens ao Brasil (Hans Staden)- Viagem à Terra do Brasil (Jean de Léry)- Auto de São Lourenço (José de Anchieta)
A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita a modo de roque de xadrez. E trazem-no ali encaixado de sorte que não os magoa, nem lhes põe estorvo no falar, nem no comer e beber.
Literatura de Catequese – 1549 a 1605 • Presença de missionários jesuítas – sinônimo de educação. • Textos escritos pelos religiosos com o objetivo de converter os índios brasileiros. • Inspiração medieval: autos religiosos encenados nos dias de festas da cristandade. • Utilização de cantos, narrativas e o diálogo. • Poemas líricos de José de Anchieta.
Barroco – século XVII Características 1- Fusionismo: fusão das visões medieval e renascentista, antagônicas: • mistura entre luz e sombra na pintura; • associação entre o racional e o irracional, entre a razão e a fé na literatura; • uso de antíteses e paradoxos.
2- Culto do contraste: tentativa de conciliar os extremos: • carne e espírito; • pecado e perdão; • juventude e velhice; • terra e céu; • erotismo e espiritualidade. Essa indefinição dos contrastes concretiza-se no crepúsculo – transição entre dia e noite – e na aurora – transição entre noite e dia.
3- Pessimismo: vida terrena caracterizada por traços que sugerem tristeza e sofrimento, de forma oposta à felicidade e à glória celestial; 4- Feísmo: manifestando o pessimismo, explora-se a miséria da condição humana, apresentada em seus aspectos cruéis, dolorosos e até repugnantes. 5- Rebuscamento: gosto pela ornamentação excessiva que acaba por criar um efeito de suntuosidade nas obras de arte. A linguagem trabalhada, cheia de imagens é característica da literatura do período.
6- Dinamismo e teatralidade: sensação de movimento, linhas curvas, caráter teatral. 7- Reflexão sobre a fragilidade humana: fugacidade do tempo, crítica à vaidade, contradições do amor. 8- Agudeza e engenho na linguagem: capacidade de dizer algo de modo imprevisto e inteligente; capacidade de promover correspondências inesperadas, sintetizar algo de forma brilhante.
A vós correndo vou, braços sagrados, Nessa cruz sacrossanta descobertos Que, para receber-me, estais abertos, E, por não castigar-me, estais cravados. A vós, divinos olhos, eclipsados De tanto sangue e lágrimas abertos, Pois, para perdoar-me, estais despertos, E, por não condenar-me, estais fechados. A vós, pregados pés, por não deixar-me, A vós, sangue vertido, para ungir-me, A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me A vós, lado patente, quero unir-me, A vós, cravos preciosos, quero atar-me, Para ficar unido, atado e firme. Buscando a Cristo – Gregório de Matos
Inconstância das coisas do mundoNasce o Sol e não dura mais que um dia,Depois da Luz se segue a noite escura,Em tristes sombras morre a formosura,Em contínuas tristezas e alegria. Porém, se acaba o Sol, por que nascia?Se é tão formosa a Luz, por que não dura?Como a beleza assim se transfigura?Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz falta a firmeza,Na formosura não se dê constância,E na alegria sinta-se a tristeza, Começa o mundo enfim pela ignorância,E tem qualquer dos bens por natureza.A firmeza somente na inconstância. Gregório de Matos
Cultismo e Conceptismo 1- Cultismo: predominante na poesia, caracteriza-se pelo rebuscamento da linguagem: jogos de palavras (trocadilho, sinonímia, antonímia), pelo uso das figuras de linguagem e pela estruturação sintática elaborada = gongorismo. 2- Conceptismo: predominante na prosa, busca a sedução do leitor pela construção intelectual, valorizando o conteúdo, a significação.