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Luiz Sanches Neto Leandro Pedro de Oliveira Luciano Nascimento Corsino

GOELLNER, S. V. A PRODUÇÃO CULTURAL DO CORPO. IN: LOURO, G. L.; FELIPE, J.; GOELLNER, S. V. (ORG .) CORPO, GÊNERO E SEXUALIDADE: UM DEBATE COMTEMPORÂNEO NA EDUCAÇÃO. RIO DE JANEIRO: VOZES, 2008. Luiz Sanches Neto Leandro Pedro de Oliveira Luciano Nascimento Corsino.

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  1. GOELLNER, S. V. A PRODUÇÃO CULTURAL DO CORPO. IN: LOURO, G. L.; FELIPE, J.; GOELLNER, S. V. (ORG.) CORPO, GÊNERO E SEXUALIDADE: UM DEBATE COMTEMPORÂNEO NA EDUCAÇÃO. RIO DE JANEIRO: VOZES, 2008. Luiz Sanches Neto Leandro Pedro de Oliveira Luciano Nascimento Corsino

  2. A produção Cultural do Corpo • Pensar o corpo como algo produzido na e pela cultura é, simultaneamente, um desafio e uma necessidade; • Desafio porque rompe, de certa forma, com o olhar naturalista sobre o qual muitas vezes o corpo é observado, explicado, classificado e tratado; • Necessidade porque ao desnaturalizá-lo revela, sobretudo, que o corpo é histórico.

  3. O corpo é uma construção sobre a qual são conferidas diferentes marcas em diferentes tempos, espaços, conjunturas econômicas, grupos sociais, técnicos, etc.; • O corpo não é Universal, é provisório, mutável e mutante, suscetível a inúmeras intervenções consoante o desenvolvimento científico e tecnológico de cada cultura bem como suas leis, seus códigos morais, as representações que cria sobre os corpos, os discursos que sobre ele produz e reproduz.

  4. Não são as semelhanças biológicas que o definem mas, fundamentalmente, os significados culturais e sociais que a ele se atribuem; • O corpo é construído, também, pela linguagem, ela tem o poder de nomeá-lo, classificá-lo, definir-lhe normalidades e anormalidades, instituir, por exemplo, o que é considerado um corpo belo, jovem e saudável.

  5. Relação do corpo com nossa identidade Exemplos de produção do corpo: • Adornos, cosméticos, roupas inteligentes, tatuagens, próteses, dietas, suplementos alimentares, academias, cirurgias, estéticas, medicamentos e drogas químicas etc.

  6. O texto é subsidiado pelos Estudos Culturais e a História do Corpo, um dos principais motivos é a possibilidade que estes campos permitem para um olhar que possa desnaturalizar o corpo, ou seja, questionar saberes considerados pela teorização como verdadeiros ou, por vezes, únicos; • É importante ressaltar que estes campos não negam a materialidade biológica do corpo, porém, não compartilham da ideia de justificar as determinações culturais pela biologia.

  7. Exemplo de explicações centradas na biologia: • Atividades esportivas (ginástica, esportes e lutas) não eram recomendadas às mulheres porque poderiam ser prejudiciais à natureza de seu sexo considerado mais frágil em relação ao masculino. • Porém, a partir do século XIX, apesar das exigências, muitas mulheres rompiam estas fronteiras e praticavam diversas atividades consideradas masculinas e nem por isso deixaram de ser mulheres ou sucumbiram frente às exigências de força física.

  8. É necessário problematizar o corpo • Problematizar, por exemplo, os significados e a valorização que determinadas culturas atribuem a alguns corpos, as práticas narrativas a eles associados, as hierarquias que a partir da sua anatomia se estabelecem

  9. A partir do final do século XVIII e no decorrer do século XIX, a ciência passa a tentar entender o corpo no detalhe, assim algumas teorias científicas o analisam a partir de suas características biológicas, conferindo-lhes diferentes lugares sociais, assim este período tem grande importância para o entendimento do corpo contemporâneo;

  10. A ciência do século XIX que classifica e analisa o corpo em seu detalhe é aquela que vai legitimar uma educação do corpo visando torná-lo útil e produtivo; • Em nome da saúde e do bem-estar, o corpo passou a ser alvo de diferentes métodos disciplinares, entendidos como um conjunto de saberes e poderes que investigam no corpo e nele se instauram.

  11. A higiene passa a ser “um campo específico da medicina que objetiva qualificar não apenas a higiene do corpo, mas a higiene da cidade conferindo, a ambos, mais energia e vigor (Vigarello, 1996); • Assim, duas transformações se põem em curso neste período, no que se relaciona com a educação do corpo: o banho e as prática de atividades físicas

  12. Muitos daqueles hábitos, ainda existem em nosso corpo de hoje, corpo que simultaneamente mantém vínculos com o passado e carregam em si potencialidades do futuro; • A tecnociência produz novos corpos, potencializados pelo uso de diferentes produtos e técnicas: Exemplo: • Próteses, suplementos alimentares , lentes de contato, vitaminas, vacinas, drogas químicas, estimulantes etc.

  13. A produção do corpo se opera, simultaneamente, no coletivo e no individual. Nem a cultura é um ente abstrato a nos governar nem somos meros receptáculos a sucumbir às diferentes ações que sobre nós se operam; • O corpo é uma unidade biopolítica, por isso, podemos pensá-lo como algo que se produz historicamente.

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