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Jorge Tavares Ribeiro, Prof. Aux. FAUTL, Inv. CERENA Março ‘10

Centro de Recursos Naturais e Ambiente. Escher's "Relativity" em LEGO, 2003 . C E R E N A. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado. Escher ( Relativity , 1953) . Jorge Tavares Ribeiro, Prof. Aux. FAUTL, Inv. CERENA Março ‘10.

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Jorge Tavares Ribeiro, Prof. Aux. FAUTL, Inv. CERENA Março ‘10

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  1. Centro de Recursos Naturais e Ambiente Escher's "Relativity" em LEGO, 2003 C E R E N A Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Escher (Relativity, 1953) Jorge Tavares Ribeiro, Prof. Aux. FAUTL, Inv. CERENA Março ‘10 UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA F A C U L D A D E D E A R Q U I T E C T U R A

  2. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado • Objectivos • Proporcionar o conhecimento dos métodos de trabalho científico e formas de organização de artigos e relatórios científicos; • Desenvolver conceitos de colecta de dados e concepção e organização de questionários e inquéritos; • Sensibilizar os alunos para o tratamento estatístico de dados de diferentes naturezas e proveniências;

  3. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado • Bibliografia • Eco, Umberto (2005) – Como se faz uma tese em ciências humanas. 12ª edição, Editorial • Presença. Lisboa. 238 p. • Escofier, Brigitte; Pagès, Jérôme (1997) – Initiation aux Traitements Statistiques – méthodes, méthodologie. Presses Universitaires de Rennes. • Escofier, Brigitte; Pagès, Jérôme (1998) – Analyses Factorielles Simples et Multiples – • objectifs, méthodes et interprétation. 3e édition. Dunod. • Foddy, W. (1996) – Como perguntar. Teoria e prática da construção de perguntas para • entrevistas e questionários. Celta Editora. Oeiras. • Ghiglione, Rodolphe; Matalon, Benjamin (2005) – O Inquérito – Teoria e Prática. 4ª Edição, • Celta Editora. Oeiras. 336 p. • Guimarães, Rui Campos; Cabral, José A. Sarsfield (1998) – Estatística. McGraw Hill. • Murteira, Bento J. (1993) – Análise exploratória de dados. Estatística descritiva. McGraw Hill. • Pereira, Alexandre ; Poupa, Carlos (2003) – Como escrever uma tese, monografia ou livro • científico: usando o Word. 3ª edição, Edições Sílabo. Lisboa. 226 p. • Silvestre, António Luís (2007) – Análise de dados e estatística descritiva.Escolar Editora.

  4. UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA F A C U L D A D E D E A R Q U I T E C T U R A MÉTODO CIENTÍFICOE EXPERIMENTAL JORGE MANUEL TAVARES RIBEIRO 2008, 2009 FA - UTL, LISBOA

  5. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado “Science is only the image of the truth”Sir Francis Bacon (1561-1626)

  6. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica É um trabalho planeado • O trabalho científico caracteriza-se por: • trabalho muito bem planeado; • com alguns objectivos iniciais; • algumas fases ou etapas que habitualmente, porém nem sempre, ocorrem numa certa ordem. • O trabalho planeado permite abordar problemas, explicar fenómenos, realizar descobertas e obter conclusões de carácter geral. • fenómeno – qualquer modificação observável e passível de repetição.

  7. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado “Um objectivo sem um plano é só um desejo”Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944)

  8. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica É um trabalho de equipa Ainda que no princípio os cientistas concebessem as suas ideias e as experimentassem solitariamente, na actualidade essa forma de trabalho está ultrapassada. Hoje em dia, homens e mulheres de Ciência associam-se em equipas mais ou menos numerosas, na maior parte das vezes multidisciplinares e transdisciplinares, trabalhando organizadamente com a intenção de explicar os factos e fenómenos em estudo.

  9. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica É um trabalho que procura encontrar soluções Quando um investigador ou grupo de investigadores estuda algum fenómeno, normalmente começa por enquadrá-lo sob a forma de QUESTÃO cuja resposta é desconhecida. Ou seja, o homem de ciência entende que a busca para a explicação de um facto é tal e qual a apresentação do enunciado de um problema para o qual ele deve encontrar uma solução. facto – fenómeno de reconhecimento indiscutível. A razão pela qual um cientista decide estudar um determinado fenómeno e não outro, prende-se com o interesse pessoal que esse fenómeno lhe desperta e com a preparação académica que tem, ainda que, por vezes, também seja influenciado pelas necessidades da sociedade, uma vez que, um certo trabalho científico tem, em determinadas ocasiões, um caráter social marcante.

  10. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica É um trabalho que se baseia em conhecimentos já existentes Os investigadores não partem do 'zero'. A investigação aproveita os conhecimentos existentes e já consolidados sobre o objecto de estudo. Devido a isso, diz-se que a Ciência é cumulativa, i.e., que os novos conhecimentos se constroem sobre os anteriores e, dessa forma, tais conhecimentos vão-se ampliando.

  11. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica É um trabalho qualitativo e quantitativo O investigador realiza observações do tipo qualitativo. Nestas observações analisa-se um determinado fenómeno, procurando-se estabelecer por que motivo ele acontece, que factores intervêm nele, que relação tem com outros fenómenos, etc. Em geral, esse é um primeiro procedimento entre o facto observado e a tentativa de descrevê-lo.

  12. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica É um trabalho qualitativo e quantitativo Porém, sempre que possível, o investigador efectua também medições rigorosas e precisas do tipo quantitativo e, se possível, formula matematicamente as suas observações e conclusões. A Matemática é uma ferramenta forte na estruturação e estabelecimento de padrões na Ciência. Assim, por exemplo, para determinar a velocidade de propagação do som em diferentes meios, os cientistas constataram em primeiro lugar que essa velocidade dependia da massa específica do meio (aspecto qualitativo) e logo depois puderam, com equipamento adequado, medir a velocidade do som em diferentes meios (aspecto quantitativo), obtendo que, no ar se propaga a 340 m/s, na água a 1 500 m/s, no ferro a 5 130 m/s, etc.

  13. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica É um trabalho que obtém resultados Quando um trabalho científico é concluido, os resultados obtidos têm valor universal, i.e, baseando-se neles poderemos predizer que, sempre que se tomem as mesmas condições em que foi feito o trabalho, se produzirá o mesmo fenómeno que foi observado e explicado. Para que uma teoria científica tenha valor universal deverá ser comprovada repetidas vezes nos laboratórios e na realidade, mas, ainda assim, nunca poderemos estar seguros de que no futuro não possa ocorrer uma dessas experiências na qual a citada teoria não se confirme. Basta que, apenas em um caso, uma experiência contradiga uma teoria para que esta se torne inválida. A história da ciência tem-nos mostrado diversas dessas 'quedas de teorias‘ e suas substituições por novas. Todas as teorias científicas têm um carácter provisório, e podem modificar-se quando se encontram outras que explicam de uma forma mais completa o fenómeno ou fenómenos que se pretendiam explicar.

  14. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica É um trabalho que usa o método científico e experimental Este método alterou a maneira de fazer ciência, que até aí se limitava quase só à observação. As teorias começaram a ser postas à prova pela experiência. Problema Instrumentos e Técnicas Observação Pesquisa Experimentação Hipótese(s) Análise de Dados Resultados Conclusões

  15. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Exemplo Imagine-se no papel de investigador tendo como OBJECTIVO dar uma explicação para um fenómeno natural como, por exemplo, o arco-íris. Como planearia a sua actividade e que passos daria até encontrar resposta a todas as perguntas que envolvem o fenómeno do arco-íris?

  16. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica A observação do fenómeno Uma vez definido o fenómeno a estudar – arco-íris, a primeira coisa a fazer é observar o seu acontecimento, as circunstâncias em que se produz e suas características. Esta observação deve ser realizada várias vezes (deve ser repetida – reiterada); minuciosa(deve-se tentar apreciar o maior número possível de detalhes), rigorosa(deve ser realizada com a maior precisão possível) e sistemática (deve ser efectuada de forma ordenada).

  17. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Em que circunstâncias aparece o arco-íris? A observação reiterada e sistemática do fenómeno permitirá constatar que o arco-íris aparece quando chove(mais tarde poder-se-á simular a chuva, em laboratório, e não será necessário ficar à espera que 'chova') e, além disso, que há Sol(mais tarde, no laboratório, um boa lâmpada irá simular o Sol). A mesma sequência de observações fará com que se perceba que o arco-íris só será visível quando estiver situado entre o sol e a chuva, de costas para o Sol. Anotará no seu caderno de campo: "O arco-íris não é visto de qualquer lugar em que eu fique e, quando o vejo, estou de costas para o Sol, entre o Sol e a chuva".

  18. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Qual é a forma do arco-íris? A forma do arco-íris é a de um arco de circunferência. Porém, não deverá anotar apenas isso no seu caderno de campo. Anote também: “Será que observando do alto de uma montanha o tamanho desse arco aumenta ou diminui?” “O raio médio da circunferência altera-se?” “Se eu estiver num avião terá ele, ainda, a forma de um arco?”

  19. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Que cores ele nos mostra e em que ordem aparecem? Poderá observar (apenas usando a visão) que existem 7 cores diferentes no arco-íris e que são, de dentro para fora do arco: VAAVAAV – Violeta, Anilado, Azul, Verde, Amarelo, Alaranjado e Vermelho.

  20. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Recolha de informações Como passo seguinte e com o objectivo de confirmar e reafirmar as observações efectuadas, devem-se consultar livros, enciclopédias, sites da internet ou revistas científicas que já descrevem algo sobre o fenómeno que está a ser, uma vez mais, estudado. Não esquecer que nos livros se encontram os conhecimentos científicos acumulados ao longo da história. Por esse motivo, a busca de informações e a utilização dos conhecimentos existentes são imprescindíveis em todo trabalho científico.

  21. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Coincidem as informações encontradas com as obtidas durante as observações? A consulta de qualquer livro de Física Elementar confirmar-lhe-á que as conclusões a que chegou através de suas observações são correctas. Ou seja: a) O arco-íris só aparece e pode ser visto quando chove e, além disso, quando há sol. b) O arco-íris apresenta sempre as mesmas cores e essas sucedem-se na mesma ordem. Tome nota de que o livro de texto elementar não deu resposta às suas dúvidas anotadas no seu caderno de campo; talvez outros livros as dêem.

  22. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Que outras informações foram obtidas nos livros consultados? A consulta de livros e revistas poderão informá-lo que, por exemplo, por vezes, aparecem dois arcos-íris, se bem que um deles é bem mais ténue que o outro e, portanto, mais difícil de ver.

  23. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Arco-íris principal e secundário. A formulação de hipóteses Depois de observar o fenómeno e de reunir documentação suficiente sobre observações já efectuadas por outros, o investigador deve procurar uma argumentação que permita explicar e justificar cada uma das características de tal fenómeno. Como primeiro passo desta fase, o investigador começa a fazer várias conjecturas ou suposições a partir das quais, posteriormente, mediante uma série de comprovações experimentais, elegerá como explicação do fenómeno a mais completa e simples, a que melhor se ajuste aos conhecimentos gerais da ciência no momento. Essa explicação racional, razoável e suficiente denomina-se hipótese científica.

  24. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica O arco-íris é um fenómeno luminoso? Parece que sim, uma vez que só se produz quando existe uma fonte luminosa (o Sol).

  25. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica A sua existência está relacionada com a água? A resposta também é afirmativa, dado que o arco-íris só aparece quando chove.

  26. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica É um fenómeno de reflexão ou de refracção? Parece que, à priori, podemos descartar a reflexão, dado que o aparecimento do fenómeno não se observa em nenhum corpo opaco reflector. Por outro lado, podemos propor a hipótese de que o arco-íris seja um fenómeno de refracção da luz e que seu aparecimento se dá por causa da decomposição da luz solar quando essa passa através das gotas de água da chuva. É uma hipótese razoável.

  27. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica A comprovação experimental Uma vez formulada a hipótese, o investigador deve comprovar que esta é válida em todos os casos e, para tal, deve realizar experiências nas quais se reproduzam o mais fielmente possível as condições nas quais se verifique o fenómeno estudado. Se sob tais condições o fenómeno acontece, a hipótese terá validade, ou seja, será uma proposição verdadeira nas condições estipuladas.

  28. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Como fazer para reproduzir as condições de aparecimento do arco-íris? Começar por simular a chuva e, para tal deve-se ter água a cair em gotas. Não é difícil fazer isso, basta pegar numa mangueira de regar o jardim e apertar a extremidade de saída com as mãos de modo a fazer um jacto fino e largo. Dirigir o jacto para cima e voltar-se de costas para o Sol. Reproduziu-se com fidelidade os requisitos indispensáveis para o aparecimento do arco-íris; simulou a chuva, há sol e colocou-se entre ambos.

  29. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Que acontecerá quando realizar essa experiência? Seguindo todos os passos descritos anteriormente, poderá comprovar que no horizonte da “chuva” irá aparecer um pequeno arco-íris. Poder-se-á admitir como válida a hipótese formulada? Tudo indica que sim, porque com as mesmas condições da Natureza, porém em escala reduzida, consegue-se obter um arco-íris.

  30. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Trabalho de laboratório Uma das principais actividades do trabalho científico é a de realizar medidas sobre as diversas variáveis que intervêm no fenómeno que se estuda e que são susceptíveis de serem medidas. Com a experiência realizada anteriormente dificilmente se poderá fazer alguma medida, por isso, é conveniente repetir a experiência num lugar adequado onde isso possa ser feito – o laboratório. Artist’s conception of the University of Miami’s new laboratory research building, slated to open in 2008

  31. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Trabalho de laboratório As experiências realizadas nos laboratórios – “experiências científicas” – devem cumprir os seguintes requisitos: a) Devem permitir realizar uma observação sobre a qual se possa extrair dados. b) Devem permitir que os distintos factores que intervêm no fenómeno (luminosidade, temperatura, etc.) possam ser individualmente controlados. c) Devem permitir que se possam realizar (repetir) tantas vezes quanto necessárias e por distintos operadores. Habitualmente, em ciências experimentais, os trabalhos de laboratório permitem estabelecer modelos, que são situações ou suposições teóricas mediante as quais se efectua uma analogia entre o fenómeno que ocorre na Natureza e a experiência realizada.

  32. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica • Como se pode fazer uma montagem em laboratório na qual se possa efectuar medidas sobre o fenómeno arco-íris? • Preparar um modelo que verifique as seguintes equivalências na Natureza e no Laboratório: • o Sol substitui-se por uma fonte de luz (projetor); • os raios de Sol substituem-se por um estreito feixe de luz procedente da fonte; • as gotas de chuva substituem-se por um balão cheio de água; • o fundo do céu substitui-se por uma tela na qual se recolhe a luz. • Efectuando-se a montagem acima e dirigindo o feixe de luz proveniente da fonte para o balão cheio de água (e isso pode ser substituído por um bolbo de lâmpada incandescente da qual se extraiu seu “miolo”), poderá observar projectado sobre a tela, uma a seguir à outra, as cores que formam o arco-íris.

  33. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Como explicar o que ocorreu? Quando o estreito feixe de luz branca passa pela água, ocorre uma mudança de direcção e uma ampliação da abertura do feixe – fenómeno da refracção. As luzes coloridas provenientes dessa decomposição atingem a tela. Cada gota da chuva tem esse comportamento. Os milhares de gotas de chuva que participam nessa decomposição é que tornam possível ver o arco-íris no horizonte. Além dessa importante observação, a experiência permite medir os diferentes ângulos de desvio de cada uma das cores em relação ao estreito feixe incidente inicial. Assim, se comprova que a formação do arco-íris pode ser explicada pelas leis que regem a refracção da luz.

  34. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica • O tratamento dos dados • As medidas efectuadas sobre os factores que intervêm num determinado fenómeno devem permitir encontrar algum tipo de • relação matemática entre as grandezas físicas que caracterizam o fenómeno em estudo. • Para chegar a essa relação matemática os investigadores procuram seguir dois passos prévios: • a análise dos factores pertinentes; • a construção de tabelas e gráficos.

  35. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica • O tratamento dos dados • Análise dos factores (análise de sensibilidade) • O estudo em profundidade de um fenómeno requer, em primeiro lugar, • a determinação de todos os factores intervenientes. • Para que esse estudo se realize de forma mais simples, fixa-se uma série de grandezas que não variem (variáveis controladas) e • estuda-se a maneira como varia uma dada grandeza (variável dependente) • quando se produz uma variação de outra grandeza (variável independente). • Assim, se reconhecidamente existem 10 factores a intervir num dado fenómeno, fixam-se os valores de 8 deles, varia-se deliberadamente (de modo muito bem determinado) • um dos dois restantes e determina-se, mediante cuidadosas medidas que variação sofreu o factor restante. • Este procedimento é repetido ciclicamente até se esgotar toda a série. 

  36. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica O tratamento dos dados exemplo: Quer-se estudar o efeito da espessura de um tipo de isolamento térmico de um edifício. Há um conjunto de grandezas que, de início, poderão ser consideradas com valores invariáveis (temperatura exterior, a pressão atmosférica, a humidade relativa do ar, etc.), que correspondem às variáveis controladas. A medida da temperatura interior será a variável dependente e a espessura do isolamento das paredes e cobertura será a variável independente (fazem-se variar as espessuras desses isolamentos).

  37. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica • O tratamento dos dados • Construção de tabelas • A construção de tabelas consiste em ordenar • os dados numéricos obtidos para a variável dependente em correspondência com os dados numéricos da variável independente. • Tipo de isolamento A • espessura (cm) 1 2 3 4 5 • temperatura (ºC) 28 26 22 20 20

  38. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica • O tratamento dos dados • Construção de gráficos • A representação gráfica consiste em transferir os dados das medidas (pares ordenados) para um sistema de eixos cartesianos ortogonais onde, normalmente, a • variável independente se faz corresponder ao eixo X (eixo das abscissas) • enquanto que a • variável dependente se faz corresponder ao eixo Y (eixo das ordenadas). • Denomina-se “ajustamento do gráfico” ao processo pelo qual se determina qual a melhor linha (modelo) que passa (que se ajusta) por todos os pontos (ou pela maioria deles) do gráfico, representativo dos pares ordenados.

  39. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica As conclusões e a comunicação de resultados A análise dos dados e a comprovação das hipóteses levam os investigadores a emitirem as suas conclusões, que podem ser empíricas (baseadas na experimentação), ou dedutivas (obtidas mediante um processo de raciocínio do qual se parte de uma verdade conhecida (premissa verdadeira) até chegar à explicação do fenómeno). Uma vez bem solidificadas essas conclusões, estas devem ser comunicadas e divulgadas para a restante comunidade científica para que sirvam de ponto de partida para outras descobertas ou como fundamento de uma aplicação tecnológica prática.

  40. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Revistas Científicas (Journals from Routledge)

  41. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Revistas Científicas (Journals from Elsevier)

  42. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Qual o caminho trilhado para se chegar à explicação da formação do arco-íris? O primeiro cientista que estudou de forma rigorosa a decomposição da luz foi Sir Isaac Newton (1642 - 1727) e as suas publicações serviram para que, posteriormente, a formação do arco-íris pudesse ser bem explicada. Mais tarde, a tecnologia aproveitou o fenómeno da refração da luz e foram inventados numerosos instrumentos ópticos, como: máquinas fotográficas, projetores, etc., cujo funcionamento está relacionado com este fenómeno.

  43. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Elaboração de Leis e Teorias O estudo científico de todos os aspectos de um fenómeno pode conduzir à elaboração de leis e teorias. Uma lei científica é uma hipótese, cuja validade tenha sido comprovada. Uma teoria científica é um conjunto de leis que explicam um determinado fenómeno ou um grupo de fenómenos. Assim, por exemplo, a hipótese comprovada de que o arco-íris se forma devido à refracção da luz branca (solar) ao atravessar as gotas de chuva, é uma lei integrante de um conjunto de leis que regem outros fenómenos luminosos (reflexão, dispersão, difracção etc.). Esse conjunto é conhecido como a Teoria da luz.

  44. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica Requisitos das Leis e Teorias: a) Devem ser gerais, ou seja, não devem explicar apenas casos particulares de um fenómeno. b) Devem ser comprovadas, ou seja, devem ser suportadas pela experimentação. c) Devem, quando possível, estar 'matematizadas', ou seja, devem poder expressar-se mediante funções matemáticas. As teorias científicas têm validade até que sejam incapazes de explicar determinados factos ou fenómenos, ou até que alguma descoberta nova comprovada se oponha a elas. A partir de então, os investigadores começam a elaborar outra teoria que possa explicar essas novas descobertas. A Ciência é conhecimento evolutivo e dinâmico e não estacionário.

  45. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado Metodologia da investigação científica A que conclusão chegaria se visse um arco-íris num dia sem chuva?

  46. UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA F A C U L D A D E D E A R Q U I T E C T U R A PROCESSOSEREGRASGERAIS DETRABALHOSCIENTÍFICOS JORGE MANUEL TAVARES RIBEIRO 2008 FA - UTL, LISBOA

  47. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado O artigo científico (paper) • Título – TITLE • Resumo – ABSTRACT • Introdução – INTRODUCTION • Objectivos – OBJECTIVES • Estado da Arte – REVIEW OF THERESEARCH / STATE OF THE ART • Hipóteses – HYPOTHESES • Metodologia – METHODOLOGY • Amostragem – SAMPLING • Instrumentação – INSTRUMENTATION • Análise de Dados – DATA ANALYSIS • Resultados – RESULTS • Discussão de resultados – DISCUSSION / IMPLICATIONS • Conclusões – CONCLUSIONS • Referências Bibliográficas – REFERENCES

  48. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado O plano de trabalho da dissertação Título e tema da dissertação 1.Introdução 2. Objectivo(s) 3. Estado da Arte 4. Metodologia 5. Cronograma 6. Resultado(s) esperado(s) 7. Referências bibliográficas e bibliografia

  49. Mestrado Integrado em ARQUITECTURA Seminários de Apoio ao Projecto Final de Mestrado A Dissertação • Capa; • A primeira página deve ser uma cópia da capa. As páginas seguintes devem respeitar a sequência indicada: • Resumo em português com cerca de 200 palavras e cerca de 5 palavras chave; • Resumo em inglês com cerca de 200 palavras e cerca de 5 palavras chave; • Agradecimentos (opcional); • Índices; • Glossário de termos e abreviaturas; • Texto da dissertação; • Referências bibliográficas; • Anexos. • A capa e a primeira página não são numeradas. O texto referido nas alíneas f) a h) do número anterior deve ser numerado, com numeração árabe, sequencialmente começando no número 1 • As páginas referidas nas alíneas a) a e) devem ser numeradas sequencialmente com numeração romana.

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