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Dificuldades para aprender. Alunos com ritmos de aprendizagem diferentes dos colegas. Alunos dispersos. Alunos com estilos específicos de aprendizagem. Desenvolvimento emocional. Todos temos dificuldades de aprendizagem. POR QUÊ?.
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Dificuldades para aprender • Alunos com ritmos de aprendizagem diferentes dos colegas. • Alunos dispersos. • Alunos com estilos específicos de aprendizagem. • Desenvolvimento emocional. • Todos temos dificuldades de aprendizagem. POR QUÊ?
Aprender é trabalhoso, difícil, e exige um reconhecimento fundamental: O de saber que não se sabe. • Difícil admitir angústia. • Em tempos de aparências e extrema competitividade, admitir que não se sabe incomoda.
Os menores percebem esse clima, e incorporam a atitude (como a criança aprende?). “Eu sei, mãe”. “Já conheço, pai”. Recusa do desconhecimento. • O mundo contemporâneo nos leva a ser hiperativos. • Aprender exige: concentração, esforço, dedicação, foco, perseverança...
Os obstáculos que surgem são vistos como impedimento e não como desafios. • Impedimento Contorna Desafio Enfrenta • Ato de ler é natural. • Café da manhã, jornal, rua, revista, banho... • Sabemos e admitimos que nossa caligrafia parece rabisco, mas podemos fazer melhor se formos escrever cartas ou preencher formulário.
E se nossa habilidade for limitada? E se simplesmente não conseguimos lembrar a sequência das letras ou soletrar palavras?Como nos sentiríamos se, ao abrir um bestseller, que todos estão lendo e comentando, ele nos parecesse apenas um amontoado de símbolos indecifráveis? “אויב מער מי"
Ato de ler, para a maioria, é automático. • 17% (população mundial) – disléxica. • 3 meninos/1 menina. • Angústia de perceber que você é “estúpido” naquilo que todos fazem tão facilmente. • É, principalmente, na escola que a dislexia aparece. • “O educador deve estar aberto para lidar com as diferenças, deve ser um estimulador do prazer de aprender, e um especialista em despertar a auto estima”. FrederichLitto – Escola do Futuro/USP (Núcleo de Pesquisa de Novas Tecnologias para a Educação)
Uma educação para todos precisa valorizar a heterogeneidade, pois a diversidade dinamiza os grupos, enriquece as relações, levando a despertar no educando o desejo de se comprometer e aprender. • A escola deveria ser uma oficina.
A escola que conhecemos certamente não foi feita para o disléxico. Objetivos, conteúdos, metodologias, organização, funcionamento e avaliação nada têm a ver com ele. Não é por acaso que muito portadores de dislexia não sobrevivem à escola e são por ela preteridos. • E os que conseguem resistir a ela e diplomar-se o fazem, astuciosa e corajosamente, por meio de artifícios, que lhe permitem driblar o tempo, os modelos, as exigências burocráticas, as cobranças dos professores, as humilhações sofridas, e principalmente as notas.
A auto estima é fundamental na construção da identidade. Seu desenvolvimento está ancorado no desenvolvimento sensório motor (importância do brincar, do movimento). • Medo e desconhecimento são companheiros inseparáveis da omissão. • Se a criança disléxica não aprende da maneira como você ensina, você será capaz de ensiná-la da maneira como ela aprende?
O que é Dislexia : • A Dislexia, é um universo complexo e contraditório. Um universo interessante, constituído de indivíduos igualmente interessantes, que convivem diariamente com um mundo de coisas tão fáceis, as quais podem dominar rapidamente, e com outras tão complicadas para eles, que, entretanto, parecem ser tão óbvias para os outros. • Estão sempre assombrados pela sensação do fracasso. • A Dislexia é uma dificuldade e não uma impossibilidade.
A Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem, é específico da linguagem, de origem constitucional e hereditária, caracterizado pela dificuldade em decodificar palavras simples. • Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Apesar de instrução convencional, inteligência média e acima da média, oportunidade sócio cultural e ausência de distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de linguagem, incluídos aí leitura, escrita e a capacidade de soletrar.
Constatou-se também que os portadores de Dislexia possuem o volume do lobo temporal esquerdo menor do que o direito. (Aí se encontram as funções responsáveis pelo aprendizado da leitura, escrita e dos cálculos matemáticos). • Trocas de fonemas (sons) e grafemas (letras) diferentes: • moto : modo • vaca : faca • pato : bato
Alterações na ordem das letras e sílabas: • azedo : adezo • Omissões e acréscimos: • escola : ecola • nem : neim • Trocas de palavras por outras visualmente semelhantes (reconhecimento global): • infâmia : infância • Outros exemplos: • comigo : com – migo • fazer isso : fazerisso • ser humano : cerumano
Sintomas mais comuns da Dislexia: • Desempenho inconstante. • Demora na aquisição na leitura e escrita. • Lentidão nas tarefas de leitura e escrita, mas não nas orais. • Dificuldade com os sons das palavras e, consequentemente, com a soletração. • Escrita incorreta, com trocas, omissões, junções e aglutinações de fonemas. • Dificuldade em associar o som ao símbolo.
Dificuldade com rima. • Discrepância entre as realizações acadêmicas, as habilidade linguísticas e potencial cognitivo. • Dificuldade para organização sequencial: letras do alfabeto, meses do ano, tabuada, etc. • Dificuldade em nomear objetos, tarefas. • Dificuldade em organizar-se com o tempo, no espaço (antes e depois) e direção. • Dificuldade em memorizar números de telefone, mensagens, fazer anotações ou efetuar tarefas que sobrecarreguem a memória imediata.
Dificuldade em organizar suas tarefas. • Dificuldade com cálculos mentais. • Desconforto ao tomar notas e/ou relutância para escrever. • Persistência no mesmo erro, embora conte com ajuda profissional. • Essas características podem se manifestar de forma combinada ou isolada, ou ainda, se combinarem de diferentes modos em cada disléxico.
A importância do diagnóstico: • O diagnóstico deve ser feita por uma equipe multidisciplinar: psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo. Eventualmente neurologista, oftalmologista, geneticista, otorrinolaringologista. • Informações sobre o desenvolvimento da criança, histórico familiar, desempenho escolar, métodos de ensino e repertório adquirido são importantes, por isso, os pais e a escola também são fontes essenciais. • Estabelecer o FUTURO e não o RÓTULO.
Alguns sinais na Pré-Escola: • Fraco desenvolvimento da atenção. • Imaturidade na capacidade de brincar com outras crianças. • Atraso no desenvolvimento da fala. • Atraso no desenvolvimento visual. • Dificuldade de aprender rimas e canções. • Falta de coordenação motora fina-grossa. • Dificuldade com quebra-cabeça. • Falta de interesse por livros e impressos.
Orientações básicas • Trate o aluno com naturalidade. • Use linguagem direta, clara e objetiva. • Fale olhando diretamente para ele. • Traga-o para perto da lousa ou da mesa do professor. • Verifique sempre e discretamentese ele demonstra estar entendendo a sua exposição.
Certifique-se que as instruções para determinadas tarefas foram compreendidas. • Verifique, discretamente,se ele fez as anotações da lousa antes de apagá-las. • Observese ele está se integrando com os colegas. • Criar uma cultura de INCLUSÃO (para todos). • Estimule-o, incentive-o, faça-o acreditar em si, ajude-o a sentir-se forte, capaz e seguro.
Estimule-o a descobrir dicas, atalhos, jeitos de fazer, que o ajudem a resolver problemas (agenda). • Não lhe peça para fazer coisas na frente dos colegas, principalmente ler em voz alta. • Procure descobrir COMO ELE APRENDE. • Permita, sugira e estimule o uso de gravador, calculadora e outros meios. • Fotografia, filmagem, informática.
Avaliações: • Sempre que possível, avaliação individualizada. • Se for idêntica à dos colegas: leia os enunciados em voz alta, esclareça dúvidas, respeite seu ritmo. • Corrija-a, considerando suas dificuldade, valorizando também o que está implícito. • Retome e verifique a natureza dos erros cometidos.
Dê-lhe opção de fazer prova oral: o que você sabe sobre... O que você gostaria de comentar a respeito... O que você lembra sobre... Qual a sua opinião sobre... • Ou utiliza atividades com diferentes expressões e linguagens (corporal, plástica, dramatização, etc).
“Finalmente a última semana de aula pareceu tão longa. Eu não via a hora de ficar livre, entretanto, senti um estranho sentimento quando a professora disse adeus. Senti tristeza – tristeza porque não pude fazê-la gostar de mim. (...) Todo o grupo que não poderia lidar com a máquina da aprendizagem, eu imaginava o que aconteceria a eles... a nós.
Imagino quantas sementes foram semeadas em alcoolismo, suicídio, problemas conjugais e vidas frustradas. Depois de tudo, crianças frustradas e descontentes se tornariam adultos frustrados e descontentes, e adultos frustrados e descontentes fariam coisas frustradas e descontentes”. James Bauer
“Quando as crianças liam em minha classe eu achava que acontecia alguma mágica com elas, por isso elas liam. Aí perguntei a Deus: você funciona mesmo? Por que eu não leio? Então minha professora dizia: você não sabe ler? Não quer ler? Não sabe se concentrar? ESFORCE-SE MAIS seu preguiçoso.
Eu deveria ter dito para ela: E você, não sabe o que é Dislexia, não sabe o que é uma disfunção do sistema nervoso? O fato é que eu não disse. Vivi infeliz, isolado e muito solitário durante muito tempo”. “...eu comparo este sistema escolar a uma loja de sapatos que vende dois tamanhos de sapatos. Se um não servir a gente irá fazer o outro servir”. James Bauer
O papel dos pais: • Encorajamento, ajuda e compreensão. • Paciência. O disléxico leva mais tempo para realizar algumas tarefas, e poderá ter de repetí-las várias vezes para retê-las. • Ir em busca de alguma escola que atenda da melhor maneira às necessidades da criança. • Ter uma relação de troca, fazendo um intercâmbio entre os acontecimentos em casa, na escola e com o profissional indicado.
Ler para o filho todos os dias, coisas que realmente o interessem. • Encoraje-o a ler todo tipo de texto: pequenas notas na geladeira, livros engraçados, letras de música, qualquer coisa que pareça agradá-lo. • Permita o uso de marcadores para seguir a leitura. • Alguém deve ler os textos para ele. • Grave os textos para ajudá-lo.
Divida a leitura em partes. • Use caneta marca texto para ressaltar o que deve ser lembrado. • Depois que a criança leu um texto: • peça-lhe para reler o título e explicá-lo. • solicite que observe as leituras e interprete. • crie perguntas para verificar a interpretação. • reveja o vocabulário do texto. • peça à criança para fazer um desenho do que foi lido.
“Lembre-se se quão frágil e impressionável é uma criança ou um jovem. Quando alguém não está atingindo como se espera, considere soluções alternativas ao invés de dizer: esforce-se mais”. “Distúrbios de aprendizagem são realmente distúrbio, entretanto, com paciência, amor e atenção especial, pessoas com distúrbio de aprendizagem podem aprender, sentindo-se bem a respeito delas mesmas. É o começo.” James Bauer
“Imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado, enquanto a imaginação abraça o mundo inteiro.” - Einstein - Amor e humor: ingredientes fundamentais no ensino. É frustrante e doloroso não saber fazer o que todos fazem automaticamente. Não se trata de preguiça, nem de desleixo, muito menos de falta de esforço. O disléxico é muito inteligente, criativo e capaz. A pressão amedronta, espreme, diminui. Estimule seu aluno a acreditar que há mais para viver do que a vida escolar.
A letra bonita é difícil para o disléxico. A inconstância e o cansaço são realidades. O esforço diário para aprender é verdadeiro, intenso e consome. Deixe de lado erros ortográficos e troca de letras, dando importância a auto confiança, auto estima e a certeza de que seu aluno é amado e traz alegria aos professores, aos amigos e a família. Jamais ria dele... ria com ele.
A informação não é adquirida apenas através de textos escritos. O coração ensina, ideias criativas estimulam, o mundo e a vida viva estão repletos de ensinamentos. O disléxico não tem culpa, nem desculpa. Ele tem um desafio. Todos nós somos únicos. Não há um único caminho para ensinar. Diversidade para a mais completa felicidade. São tantos os talentos do disléxico! Não permita que seu aluno enterre-os em incertezas, inseguranças, humilhações e frustrações. Seja parceiro! Marielza Oliveira Fernandez