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Não há docência sem discência. Suelen Martins Borges. Goiânia, Março, 2007. A relação Teoria / Prática exige reflexão crítica. Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção.
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Não há docência sem discência Suelen Martins Borges Goiânia, Março, 2007 Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
A relação Teoria / Prática exige reflexão crítica. Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Não há docência sem discência porque os sujeitos, mesmo que diferentes, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Ensinar: verbo transitivo-relativo. Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Viver com autenticidade a prática do ensinar-aprender se participa de uma experiência total. Quanto mais criticamente se exerce a capacidade de aprender tanto mais se constrói e desenvolve a “curiosidade epistemológica”, essencial para o alcance do conhecimento pleno do objeto. O educando tem de manter vivo o gosto da rebeldia, que aguça sua curiosidade e estimula sua capacidade de arriscar-se, de aventurar-se. Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Ensinar exige rigorosidade metódica. Nas condições verdadeiras de aprendizagem os educandos se transformam em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo. Papel do educador ensinar a pensar certo Uma das condições necessárias para o pensar certo é nem sempre estar demasiadamente certos de nossas certezas. Ensinar, aprender e pesquisar lida com dois momentos: um que se ensina e se aprende o conhecimento já existente e o em que se trabalha a produção do conhecimento ainda não existente. Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Ensinar exige pesquisa. • Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos. Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina? Por que não estabelecer uma “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos? Por que não discutir as implicações políticas e ideológicas de um tal descaso dos dominantes pelas áreas pobres da cidade? A ética de classe embutida nesse descaso? Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Ensinar exige criticidade. A curiosidade ingênua, sem deixar de ser curiosidade, se criticiza. Ao criticizar-se, tornando-se, então, curiosidade epistemológica, metodicamente torna-se rigorosa na sua aproximação ao abjeto, conota seus achados de maior exatidão. • Ensinar exige estética e ética. Decência e boniteza de mãos dadas. Pensar certo demanda profundidade na compreensão e interpretação dos fatos. Supõe a disponibilidade à revisão dos achados, reconhece não apenas a possibilidade de mudar de opção, de apreciação, mas o direito de fazê-lo. Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo. Pensar certo é fazer certo. • Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação. Ensinar a pensar certo não é uma experiência em que ele – o pensar certo – é tomado em si mesmo e dele se fala ou uma prática que puramente se descreve, mas algo que se faz e que se vive enquanto dele se fala com a força do testemunho. Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática. A prática docente crítica, implica um pensar certo envolvendo um movimento dinâmico, dialético entre o fazer e o pensar sobre o fazer. É preciso possibilitar que a curiosidade ingênua, se voltando sobre si mesma, através da reflexão sobre a prática, percebendo-se como tal, vá se tornando crítica. O discurso teórico é necessário e indispensável à reflexão crítica, e precisa ser concreto de maneira que quase se confunda com a prática. Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Quanto mais me assumo como estou sendo e percebo as razões de estar sendo assim, mais me torno capaz de mudar, ou seja, de me promover o estado de curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica. A assunção vai se fazendo cada vez mais assunção na medida em que gera novas opções, e assim provoca rupturas, decisões e novos compromissos. Outro elemento fundamental na assunção é o emocional. Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural. Assumir: verbo transitivo. Assumir é propiciar as condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e todos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar. Assumir-se como sujeito porque capaz de reconhecer-se como objeto. A assunção de nós mesmos não significa a exclusão dos outros. É a “outredade” do “não eu”, ou do tu, que me faz assumir a radicalidade de meu eu. (Freire,2004, p.41). Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
O que importa na formação docente não é a repetição mecânica dos gestos, e sim a compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, do desejo, da insegurança a ser superada pela segurança, do medo que, ao ser “educado”, vai gerando a coragem. A formação docente verdadeira se dá no exercício da criticidade, que implica a promoção da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica; e no reconhecimento das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da intuição ou adivinhação. Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Referências Bibliográficas Freire, P. (2004) Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra. Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Contato Suelen Martins Borges suelenmborges@yahoo.com.br Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade." Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Obrigada!!! Profª Teresa Cristina Barbo Siqueira