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Disruptores Endocrinológicos: Novos ou Desconhecidos?

Disruptores Endocrinológicos: Novos ou Desconhecidos?. Monografia apresentada ao Programa de Residência Médica em Pediatria Hospital Regional da Asa Sul (HRAS)/SES/DF. Carina Leão de Matos. Orientadora: Dra. Mariana de Melo Gadelha. Brasília, 08 de novembro de 2011.

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Disruptores Endocrinológicos: Novos ou Desconhecidos?

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  1. Disruptores Endocrinológicos: Novos ou Desconhecidos? Monografia apresentada ao Programa de Residência Médica em Pediatria Hospital Regional da Asa Sul (HRAS)/SES/DF Carina Leão de Matos Orientadora: Dra. Mariana de Melo Gadelha Brasília, 08 de novembro de 2011 www.paulomargotto.com.br

  2. Definição • Disruptor endocrinológico é uma substância exógena ou mistura que altera uma ou mais funções do sistema endócrino e, consequentemente, causa efeitos adversos para a saúde em um organismo intacto, sua descendência, ou (sub) populações. Fonte: OMS, 2002.

  3. Objetivos • Realizar revisão da literatura sobre disruptores endocrinológicos visando atualizar as informações aos profissionais de saúde, a fim de melhorar o diagnóstico e manejo da exposição aos desreguladores.

  4. Material e Métodos • Revisão da literatura nacional e internacional utilizando os bancos de dados MEDLINE, PUBMED, LILACS-BIREME e SCIELO. • Artigos originais, artigos de revisão, teses e publicações escritos nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa. • Publicados nos últimos catorze anos. • Termos de pesquisa foram utilizados em várias combinações: 1) Endocrine 2)Disruptors 3)disruptores 4) desreguladores endocrinológicos.

  5. Fisiologia Mecanismos de Homeostase e feedback. Fonte: OMS, 2011. Modificado e adaptado por Carina Leão de Matos.

  6. Fisiologia Normal Alguns tipos de ação dos disruptores Tipo III Tipo I Tipo II

  7. Aspectos Importantes • Idade na exposição; • Latência ou período da exposição; • Diversidade da exposição; • Dinâmica dose-resposta; • Transgeracional, os efeitos epigenéticos; • O papel dos endocrinologistas;  • O papel do generalista.

  8. alguns Disruptores endocrinológicos

  9. Nicotina • Associado à: • Baixo peso ao nascimento; • Crescimento intra-uterino restrito; • Aumento significativo no ganho de peso após o nascimento, incluindo uma propensão a ganhar peso na vida adulta; • Aumento significativo da gordura corporal; • Alterações do metabolismo da glicose associadas ao diabetes tipo 2; • Alterações do controle hipotalâmico do apetite, contribuindo assim, para possível obesidade adulta. Fonte: Heindel, 2009

  10. Dicloro-difenil-tricloroetano (DDT) • Estudos demonstram que o DDT possui ação estrogênica e seu metabólito, DDE, tem ação anti-androgênica in vitro e in vivo. • A contaminação por esta substância pode ser exposição direta, inalando, ou por ingestão de alimentos com DDT.

  11. DDT • Algumas alterações relacionadas à exposição ao DDT: • Função testicular e/ou regulação dos hormônios reprodutores: • Diminuição do percentual de espermatozóides móveis; • Espermatozóides com defeitos morfológicos na cauda; • Defeitos genéticos. • Malformação urogenital, incluindo hipospádia ou criptorquidia; • Presença de tumores adrenocorticais. Fonte: Fontenele, 2010

  12. BifenilasPolicloradas (PCBs) • Sua produção em escala comercial teve início na década de 30. • Em 1966 esses compostos foram detectados pela primeira vez no meio ambiente. • Na década de 70 sua produção e uso começaram a ser restritos e banidos. • Estão presentes em: refrigeradores, fluidos hidráulicos, isolantes térmicos, graxas e óleos lubrificantes, tintas, produtos de borracha e pesticidas.

  13. PCBs • Algumas ações das PCBs sobre o sistema endócrino: • Redução dos níveis de hormônios tireoidianos; • Redução na síntese de andrógeno, de modo dose-dependente; • Aumentam a síntese de cortisol e aldosterona por ativação de enzimas do citocromo P450. • Associadas à alta incidência de diabetes mellitus e mortalidade cardiovascular. Fonte: Fontenele, 2010

  14. PCBs • Ocorre acúmulo desses compostos nas glândulas mamárias fazendo com que o leite materno fique contaminado. • As crianças podem apresentar: • Calcificação anormal do crânio; • Hiperpigmentação; • Hiperplasia gengival; • Baixo peso ao nascer; • Crescimento reduzido; • Câncer no fígado e vesícula biliar; • Imunossupressão; • Entre outras. Fonte: Kowalski, 2008

  15. Bisfenol – A (BPA) • O BPA é um dos produtos químicos de maior prevalência nos produtos comercializados. • O BPA é usado em: • Tintas; • Selantes dentários; • Mamadeiras • Embalagens plásticas de produtos alimentares e bebidas; • Na fabricação do policloreto de vinil (PVC). • O BPA possui uma capacidade de migrar do policarbonato quando exposto a elevadas temperaturas, podendo contaminar os alimentos acondicionados em recipientes plásticos.

  16. BPA • Diversos efeitos biológicos são atribuídos à exposição em baixas doses, tais como: • Efeitos androgênicos; • Alterações na função tireoidiana; • Alterações na diferenciação e função do sistema nervoso central; • Alterações no desenvolvimento e no sistema imune; • Impacto na biodisponibilidade de hormônios esteróides ; • Modificações na expressão e atividade da enzima citocromo P450. Fonte: Fontenele, 2010

  17. BPA • Alguns estudos na literatura mundial associam a exposição ao BPA com o aumento na incidência de: • Doença cardiovascular • Acidente vascular encefálico • Diabetes mellitus • Asma • Doença pulmonar obstrutiva crônica • Câncer • Obesidade • Síndrome metabólica Fonte: Heindel, 2009

  18. Dietilstilbestrol (DES) • O DES é uma substância estrogênica sintética. • Sua ação disruptora é semelhante ao BPA. • Utilizado, na década de 50, via vaginal, para evitar partos prematuros e usado ainda hoje como antineoplásico.

  19. DES • A exposição ao DES está relacionado à: • Efeitos teratogênicos nas filhas e filhos de mães que o usaram: • Tumores vaginais e infertilidade; • Deformidades do útero; • Criptorquidia; • Ginecomastia nos homens que trabalhavam nas fábricas; • Aumento do peso corporal após o nascimento; • Depressão até 10 anos após a exposição; • Correlações com telarca precoce relacionada à cosméticos que contenham DES na sua composição.

  20. Soja • As isoflavonas da soja podem funcionar como agonistas de estrogênio, antagonistas ou moduladores seletivos dos receptores de estrogênio, dependendo das condições. • Possuem atividade hormonal semelhante ao estradiol. • Os principais fitoestrógenos são: isoflavonas (genisteína, daidzeína), lignanos e coumestanos.

  21. Fitoestrógenos e CâNCER

  22. Câncer de mama • A genisteína administrada no período pré-puberal inibe a carcinogênese na glândula mamária por induzir efeito de amamentação precoce. • No entanto, o efeito protetor de câncer é desenvolvimento dependente em ratos, se administrada no período fetal ou neonatal, aumenta a chance de desenvolver tumores na vida adulta.

  23. Câncer de útero • A administração subcutânea de genisteína para filhotes de rato aumentou a freqüência de adenocarcinoma uterino.  Fonte: Tuohy, 2003

  24. Câncer de tireóide • Tumores de tireóide em ratos e camundongos podem ser causados por excesso de produção de TSH, possivelmente potenciada pela deficiência de iodo. • A soja tem sido relatada como causa de aumento do TSH em humanos, mas não tem sido implicada no câncer. Fonte: Tuohy, 2003

  25. Fitoestrógenos e efeitos endócrinos

  26. Fitoestrógenos e tireóide • A genisteína e daidzeína podem inibir as reações da tireoperoxidase (TPO). • Ratos alimentados com doses altas de genisteína tiveram alterações bioquímicas mas não da função da tireóide . • Em humanos, o bócio foi relatado em bebês alimentados com fórmulas infantis à base de soja. • Além disso, filhos de adolescentes diagnosticados com doenças auto-imunes da tireóide aumentam em 2 vezes a taxa de ocorrência se consumirem fórmulas de soja quando crianças.

  27. Fitoestrógenos e saúde reprodutiva • O consumo de produtos de soja tem efeitos hormonais em mulheres adultas, mas não há estudos que identificaram efeitos fisiológicos em recém-nascidos alimentados com fórmula infantil à base de soja.

  28. Fitoestrógenos e puberdade precoce • Alguns atribuem este fato a um aumento da exposição das crianças aos estrogênios exógenos, como os fitoestrogênios. • No entanto, o aumento da adiposidade das crianças é o principal contribuinte para esta redução da idade na puberdade.

  29. Conclusão • Os efeitos dos disruptores variam de mudanças sutis na fisiologia e no comportamento sexual de espécies até alterações permanentes, como as da diferenciação sexual. • Foram descritos efeitos reprodutivos, como alterações nos espermatozóides, criptorquidia, hipospadia e possível correlação com a endometriose; puberdade precoce; alterações tireoidianas, na função imune e no aparecimento de tumores. • São substâncias do nosso cotidiano, por isso devemos orientar e adotar hábitos mais saudáveis, na tentativa de evitar a contaminação e as conseqüências da exposição aos desreguladores endócrinos.

  30. Obrigada!

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