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Semana do Curso de Pedagogia/2009 Pelo olhar da criança Mara Catarina Evaristo Fundação Educacional de Divinópolis Outubro - 2009. “AS COISAS QUE NÃO TÊM NOME SÃO MAIS PRONUNCIADAS POR CRIANÇAS.” MANOEL DE BARROS. O que não tem nome: Sentimentos... Sensações... Ações...
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Semana do Curso de Pedagogia/2009 Pelo olhar da criança Mara Catarina Evaristo Fundação Educacional de Divinópolis Outubro - 2009
“AS COISAS QUE NÃO TÊM NOME SÃO MAIS PRONUNCIADAS POR CRIANÇAS.” MANOEL DE BARROS
O que não tem nome: Sentimentos... Sensações... Ações... Tratamentos... Olhares... Atitudes... Posturas... Silêncios...
Todas as crianças recebem um tratamento igual na sociedade?Sim Não nas escolas...
O que também não tem nome: Quais práticas criam ou legitimam os comportamentos de discriminação das crianças? Qual o padrão estético e cultural hegemônico?
Como se dá: • Quem assiste a televisão e se vê amplamente representado? • Quem nunca é convidado para falar em nome do seu grupo? • Quem ganha uma promoção no emprego e o fenótipo não é destacado? • Quem pode ter um mau dia, sem pensar que os incidentes tiveram ligação com preconceitos ou estereótipos?
PERCEPÇÕES “No céu, todos são brancos – as pessoas que morrem ficam com a alma branca”; “Anjos pretos só do mal”; “Pivete é um menino negro que rouba”; “Preto é maconheiro”; “Preto é feio demais”; “Preto parece o diabo”; “O capeta tem que ser o mais feio, tem que ter o cabelo arrepiado, tem que ser o mais escuro”; “Branco é a cor da pele normal”;
Mais... “Tudo que é preto é do capeta”; “O capeta pode ser de qualquer cor, mas de verdade é preto”; “Preto é sujo, é o capeta. Branco é limpo, é Deus”; “Preto, nem pra colorir eu gosto”; “O cabelo é ruim, se cuidar, vai ficar igual ao de qualquer um”, “Se for simpático fica bonito”; “burro preto”,”tição”, “rostinho de faxineiro”, “escravinha”, “carvão”, “ladrão”, “trupe”, “pretão”, “esquisito” “Como é que você acorda e vê aquele trem preto do seu lado? Você vai tomar um susto.” “A menina bonita do laço de fita é feia, porque é preta”; “Menina horrorosa do laço rosa” “Tenho nojo’; “São chatos, sujos...”
Considerando que: “Lugar sem comportamento é o coração.” “Daí que minha “mãe” me ensinou a não desprezar as coisas desprezíveis e nem os seres desprezados.” “O esplendor da manhã, não se abre com uma faca.” “Uma palavra pode cortar mais fundo que uma faca.” Vamos em frente...
2 anos As crianças tornam-se cada vez mais cientes do gênero e sentem curiosidade pela cor da pele, cor e textura do cabelo, a forma e a cor dos olhos e outros atributos físicos.
Entre 2 e 3 anos Começarão a observar os aspectos culturais na influência do gênero. Podem também começar a reconhecer diferenças étnicas, observando que as crianças comem alimentos e comemoram feriados diferentes ou não comemoram.
Entre 3 e 4 anos Procuram explicações sobre as diferenças. Mostram maior consciência de sua estética, das semelhanças e diferenças.
5 anos Começam a construir uma identidade étnica do grupo, assim como uma identidade individual. Percebem melhor a escala de diferenças e similaridades entre os grupos raciais e étnicos. Podem começar a compreender as explicações científicas para diferenças na cor da pele, na textura do cabelo e na forma do olho.
6/8 anos Começam a tornar-se cientes da história, de ações locais, e de atitudes para e de encontro a grupos raciais, religiosos, e cultural. Além disso, são altamente influenciadas pelo que vêem em torno delas. Os adultos significativos em suas vidas, tornam-se pares, e nos meios de comunicação, transformam-se numa influência mais uniforme. O orgulho cultural pode também começar a aparecer nesta idade. Nesse período podemos atuar para a criança se sentir melhor sobre si mesma.
9/12anos Têm maior compreensão dos aspectos geográficos e históricos da cultura. Tornam-se mais cientes das atitudes e dos comportamentos das pessoas que têm poder dentro das instituições em que estão inseridas. Apresentam-se mais cientes das questões sociais, tais como a cultura, a raça, e as diferenças.
A maioria, a partir de 9/12 anos Entenderá as informações sobre estereótipos raciais e culturais; Entenderá sobre atitudes relacionadas à práticas opressoras; Entenderá sobre as forças e os aspectos positivos de várias culturas; Discutirá como internalizou uma visão negativa sobre um grupo étnico, ou cultura e como isso pode afetar a confiança de uma criança.
Sugestões para Gestores: Trabalhar no sentido de ampliar recursos e investimentos para a educação em todos os níveis, articulando o debate da qualidade da educação com o combate à discriminação e preconceito; Implementar nas redes de ensino da cidade, uma política de combate ao racismo, xenofobia e outras discriminações, sendo primordial introduzir esta temática nos currículos de formação inicial e continuada de professoras (es);
Comprar e produzir material didático – pedagógico que atenda à demanda de formação docente, bem como as lacunas de informação sobre a população negra, presentes em livros escolares e de referência. Cabe ressaltar que a produção de material deve ser aliada a um processo de formação docente e com a participação ativa das organizações do Movimento Negro em sua execução;
Criar e desenvolver campanhas de combate ao racismo e a discriminação no interior das escolas; Garantir a centralidade da temática racial e do combate a discriminação em todas as ações desenvolvidas no interior das escolas e de órgãos gestores;
Construir uma política para as comunidades remanescentes de Quilombos a exemplo do que ocorre com a educação indígena, ou seja, formando professores dessas comunidades, publicando material didático específico e garantindo o fortalecimento sociocultural das mesmas; Viabilizar parcerias entre o Movimento Negro Organizado e órgãos gestores para construção de critérios na indicação dos livros didáticos, de maneira que as produções editoriais possam garantir a visibilidade digna da população negra e afro-brasileira.
Construir estratégias de combate ao racismo e outras discriminações na Educação Infantil: considerando a formação de educadoras das comunidades onde estão localizadas as escolas de Educação Infantil e Creches e financiando material didático para que garantir o desenvolvimento e atendimento integral de crianças na primeira infância;
Criar e implementar programas de formação docente sobre a história da África e dos afro-brasileiros ,22 fazendo cumprir o disposto na Lei nº 10639/03. Deve-se considerar que o cumprimento da Lei não garante por si só o combate ao racismo, sendo este um empreendimento mais do que apenas inserção de conteúdos no currículo escolar;
LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. § 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.” (NR) Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 10 de março de 2008; 187o da Independência e 120o da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAFernando Haddad • Fonte: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03
Criar base de dados sobre a questão racial, redes de trocas de experiências e propostas para facilitar o intercâmbio entre os vários atores municipais envolvidos no combate ao racismo; Apoiar projetos educacionais já existentes que correspondam às necessidades e que atendam ao interesse da população negra;
Sugestão para professores: Certificar-se de que os pôsteres da sala de aula, os retratos, os livros, a música, os brinquedos, as bonecas, e outros materiais são diversos nos termos de raça/etnia, gênero, idade, situações da família, inabilidades... Evitar de ter somente um ou duas representações de um grupo, e varie os papéis descritos para cada grupo. Mostrar mulheres e homens que fazem trabalhos dentro e fora de casa; configurações diferentes das famílias;
Cuidar para que a biblioteca da escola, os corredores, e outros espaços públicos sejam também diversos e inclusivos; Envolver e responsabilizar todos os professores, funcionários, gestores para não haver um único responsável por promover uma mudança positiva na escola; Se o material disponível ainda não é o adequado, usar como oportunidades de ensinar crianças pensar sobre o as relações humanas (diversidade, inclusão, exclusão, direito...);
Cuidar para que as meninas não sejam elogiadas apenas pela aparência e os meninos pelas realizações. Num ambiente assim, aprenderão que para as meninas a realização é secundária; Responder a todas as perguntas sobre diferenças humanas feitas; Não minimizar, nem fingir não ver diferenças fenotípicas, religiosas, físicas ou em outras. Identificar diferenças não é o problema, mas submetê-las a hierarquia de valores sim;
Dialogar com a família. Isto diminuirá as possibilidades que as crianças receberem informações diferentes em casa e na escola; Lembrar que: - a diversidade não é um passeio turístico; - ignorar o comportamento discriminatório não o fará desaparecer; - os problemas e conflitos não desaparecerão rapidamente. - os preconceitos passam por um processo de aprendizado e a consciência social . - O processo, requer eterna vigilância.
Não humilhar os estudantes que cometem erros ou que se comportam mal. A humilhação, não promove mudanças no comportamento, mas somente aumenta os sentimentos ressentimento e rivalidade; Evitar os discursos paternalistas, relativizadores; Manter um diálogo sincero e direto é a melhor estratégia: Direito Respeito Reciprocidade,
UM POEMA À IGUALDADEGod save you, Mãe inglesa Cujo ventre abençoado Vem, no momento aprazado Por as cartas sobre a mesa Ou, dando ainda mais clareza, Depor na mesa do parto O exemplo, nu, cru e farto De que a cor da pele humana Vale apenas quando irmana Na paz, na copa ou no quarto.Nei Lopes - 2006
OBRIGADA. Contato: mara.catarina@pbh.gov.br 9252.7082